Relembre presença do cooperativismo nas COPs
O Sistema OCB tem representado o cooperativismo brasileiro e seu potencial sustentável na Conferência do Clima das Nações Unidas (COP). Nas duas últimas edições, a entidade participou do estande coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente para apresentação de soluções desenvolvidas pelo Brasil no âmbito da preservação ambiental. A COP 26 foi realizada em Glasgow, na Escócia, e contou com a participação da gerente-geral, Fabíola Nader Motta. O presidente Márcio Lopes de Freitas foi o mediador do painel do cooperativismo na COP 27, que aconteceu em Sharm El Sheikh, no Egito.
Este ano, o movimento também estará presente. A COP 28 será em em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro. Cases de cooperativas que atuam em prol do desenvolvimento sustentável e impulsionam o desenvolvimento econômico, o crescimento inclusivo e a prosperidade coletiva serão destacados em apresentação marcada para o dia 9 de dezembro.
Na COP 26, Fabíola apresentou o painel Brasil Verde, em que destacou o potencial do Brasil na construção de uma economia de baixo carbono. Durante sua apresentação, ela deu exemplos concretos sobre o compromisso das cooperativas brasileiras com uma produção sustentável. A Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu (Camta), sediada no Pará, foi mencionada como a responsável pela criação do Sistema Agroflorestal de Tomé-Açú (Safta), responsável por permitir que culturas como açaí, cacau, mandioca e pimenta-do-reino cresçam em harmonia com a floresta nativa e promovam a recuperação total de áreas degradadas, além de reduzir de forma signitifcativa as emissões de gases do efeito estufa.
A iniciativa de energia limpa e renovável conduzida pela Organização das Cooperativas de Eletrificação Rural de Minas Gerais (Omceg) e a inauguração de 30 usinas fotovoltaicas pelo programa Minas Coop, também foram apresentadas como ações que retratam o compromisso do cooperativismo brasileiro com soluções de sustentabilidade. “O cooperativismo brasileiro é referência em sustentabilidade e um exemplo que deve ser reconhecido, valorizado e replicado”, afirmou Fabíola.
Na COP27, as cooperativas CCPR, Coopercitrus, Coplana e Cocamar participaram do painel A importância das cooperativas para o agro sustentável, coordenado pelo presidente Márcio. O espaço foi escolhido para expor cases de sucesso das coops brasileiras e compartilhar experiências que poderiam impactar positivamente o setor em todo o mundo. “Com 53% da produção de grãos exportada para mais de 100 países, as cooperativas agropecuárias brasileiras são protagonistas na redução de emissões de gases do efeito estufa, na fixação de carbono e na neutralização desses gases. Nossas cooperativas trabalham com responsabilidade e compromisso com a diminuição dos impactos ambientais", apontou Márcio Freitas.
A CCPR enfatizou o programa Prática Nota 10, que incentiva práticas de gestão, qualidade do leite, infraestrutura e bem-estar animal e também o projeto Recicla Mais, que promove a destinação adequada de embalagens de resíduos. A Coopercitrus expôs resultados significativos como a redução de carbono e a análise do Cadastro Ambiental Rural (CAR) para 40% de seus cooperados, o que equivale a um milhão de hectares preservados.
Maior produtora e exportadora de amendoim do Brasil, a Coplana reafirmou seu compromisso com a policultura ao destacar a importância da diversidade no solo. Projetos como o Top Cana e o Adote um Parque foram apresentados como iniciativas com impacto positivo na preservação ambiental e na qualidade de vida das comunidades locais. A Cocamar, por sua vez, destacou a implementação da Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), que reduz as emissões de gases de efeito estufa e restaura áreas degradadas.
As apresentações consolidaram exemplos que podem ser replicados globalmente. O Ramo Agro se tornou referência na economia de baixo carbono e demonstrou a viabilidade de um futuro mais produtivo, socialmente justo e ambientalmente responsável. Para a COP 28, o Sistema OCB espera reforçar ainda mais a capacidade que o Brasil tem de ser protagonista na construção de uma economia de baixo carbono e que, unindo esforços com outros países, é possível deter o avanço do aquecimento global.