A cada dois minutos uma pessoa morre por causa do cigarro
Com mais de quatro mil substâncias químicas, o cigarro é uma das principais causas de mortes no mundo: cerca de seis milhões de pessoas por ano, ou seja, uma a cada dois minutos. Entre as drogas que causam a dependência química, a nicotina é considerada a mais potente, agindo diretamente no sistema nervoso central, liberando neurotransmissores que provocam a sensação de prazer e relaxamento. A informação é do pneumologista Renato Eugênio Macchione, médico cooperado da Unimed Catanduva.
No Dia Nacional de Combate ao Fumo, celebrado em 29 de agosto, o pneumologista faz um alerta: o cigarro é o que mais causa tumores. “O cigarro é a maior causa de tumores na bexiga, no estômago, pulmão e esôfago, além da principal causa de doenças respiratórias, entre elas a enfisema”, disse. Além disso, os malefícios são inúmeros e podem ser analisados do ponto de vista psíquico e orgânico, desencadeando doenças do sistema nervoso central, por exemplo, demência, derrame cerebral e a ansiedade.
Nos dias atuais, com a ampla indústria do tabaco, existem vários tipos de cigarros. Alguns deles contêm aditivos e aromatizantes, como chocolate, canela e menta, deixando-o mais atrativos com o intuito de atingir o público jovem. “Após a comercialização desse tipo de cigarro, o número de fumantes jovens aumentou gradativamente. É importante lembrar que a venda para menores de 18 anos é proibida”, ressaltou o pneumologista.
Quando uma criança convive com uma pessoa fumante, se torna fumante passivo, ou seja, com a inalação da fumaça do cigarro, absorve as mesmas substâncias que um fumante ativo. “Existem os efeitos diretos e indiretos. Quando os pais são fumantes, a criança por inalar a fumaça, geralmente acaba desenvolvendo a bronquite. No futuro, pode se tornar uma pessoa fumante, pois os pais fumantes influenciam diretamente neste caso”, explicou.
Entre as pessoas fumantes, as mulheres são as mais atingidas: sete em cada dez pessoas. No período da menopausa, o tabaco acelera o envelhecimento, piorando a osteoporose e a pele. “A mulher é mais ansiosa, quando está no período pré-menstrual, fuma mais. Também associam o ato de fumar a uma forma de independência e liberdade”, disse o pneumologista Dr. Renato Eugênio Macchione.
Motivação para parar
A pessoa que deseja parar de fumar precisa estar motivada e decidida a deixar o vício. Com a retirada desta substância do organismo, a pessoa sente insatisfação e sofre com a síndrome da abstinência. Em alguns casos é breve, mas, geralmente, o efeito da nicotina dura algumas semanas.
“A pessoa precisa estar decidida e motivada. Deve mudar alguns hábitos, como evitar a cafeína, após as refeições escovar os dentes imediatamente e praticar atividades físicas. Para quem tem uma dependência muito forte, o apoio do ponto de vista médico e o apoio de uma psicóloga são essenciais para dar continuidade ao tratamento”, ressaltou.
Dados - As estatísticas para saber se a pessoa deixou de fumar definitivamente são válidas somente depois de um ano, pois durante o tratamento o paciente pode ter recaídas. Nos primeiros meses, a cada dez pessoas fumantes sete largam o vício; após um ano, quatro pessoas deixam de fumar totalmente. “É um número excelente porque existem muitas recaídas, como qualquer droga”, afirmou o pneumologista.