Cooperativa coleta 180 toneladas de resíduos por mês em Paulínia
Na cidade de Paulínia (SP), a coleta de resíduos recicláveis deixou de ser atividade de amadores há bastante tempo. Em funcionamento há seis anos, a Cooperativa de Reciclagem de Paulínia (Cooperlínia), cooperativa com 27 cooperados e 15 funcionários, coleta, separa e vende 180 toneladas de materiais por mês, que deixam de se acumular nos aterros sanitários e nas ruas. A Cooperlínia também oferece assessoria em educação ambiental, diagnóstico de resíduos sólidos e projetos de triagem, possui o certificado ISO 14000 e acaba de receber o registro na Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp).
A Cooperlínia está instalada em uma unidade de triagem dentro de um aterro sanitário. Para lá vão as 180 toneladas de materiais recicláveis coletadas em escolas, indústrias e condomínios de Paulínia e nas portas das casas de Valinhos. O material é separado, limpo e prensado, para depois ser revendido para as indústrias.
Com o registro autorizado pela Ocesp, a Cooperlínia quer ampliar suas atividades. “O reconhecimento vai ajudar no projeto de nos unir a outras cooperativas de reciclagem da região de Campinas. Juntas, podemos vender o material coletado a um preço melhor e sem a necessidade de atravessadores, o que aumentará nossos ganhos”, explica José Carlos Silva, diretor-presidente da Cooperlínia. “Podemos também pleitear assessoria contábil e jurídica especializada em conjunto”.
Além de garantir o sustento dos cooperados – que são treinados como “agentes ambientais” –, o dinheiro obtido com a venda dos resíduos ajuda a financiar o fundo da Comissão de Reciclagem de Paulínia. Em 2007, esse fundo destinou R$ 65 mil a benefícios sociais em escolas e instituições sociais da cidade: serviu para a compra de computadores, equipamentos médicos e terapêuticos, jogos pedagógicos e materiais esportivos.
Os 15 funcionários da Cooperlínia foram contratados a partir de um programa com a Penitenciária de Hortolândia. “São presos em regime semi-aberto e em processo de ressocialização. Eles ganham um salário mínimo para prestar serviços gerais à cooperativa e, por cada dia trabalhado, deduzem um de sua pena”, comenta Silva.
O ISO 14000 foi conquistado há quatro anos. Trata-se, segundo Silva, da única cooperativa de reciclagem do mundo a obter o certificado, que atesta responsabilidade ambiental, cuidados com a saúde ocupacional dos cooperados, destinação correta dos materiais manuseados e venda exclusiva para compradores homologados (ou seja, que não promovam impacto ambiental negativo). (Fonte: Ocesp)