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Conheça o cooperativismo de plataforma

Brasília (20/8/19) – Os negócios de plataforma – aquele que utilizamos um aplicativo para solicitar um serviço – é uma tendência no mundo. E, em diversas parte do mundo, o cooperativismo continua mostrando sua capacidade de surfar as novas ondas do mercado. E com as plataformas não é diferente. Por isso, o Sistema OCB, que apoia a ideia, fez questão de inserir esse tema na 14ª edição de seu Congresso Brasileiro do Cooperativismo, realizado em Brasília, em maio deste ano. O assunto também é um dos destaques na nova edição da revista Saber Cooperar. Confira:

 

Plataforma para o desenvolvimento

 

Existe um movimento mundial de conscientização do enorme potencial que o cooperativismo tem para alavancar a economia digital e colaborativa. Há quem defenda que diversos unicórnios do mercado de startups (jovens empresas de base tecnológica avaliadas em mais de US$ 1 bilhão) deveriam ser cooperativistas.

O motorista desliza as mãos pelo volante. A atenção dos olhos que miram as ruas de Brasília é voltada para a tela do celular, posicionado na saída de ar. A notificação avisa: alguém solicita os serviços do rapaz, e o carro de lataria vermelha e reluzente transforma-se em instrumento de trabalho. Ezequiel Avelino, 24 anos, estudante de Gestão Pública, é motorista de aplicativo de transporte de passageiros.

Em janeiro deste ano, migrou da estatística do desemprego que, no primeiro mês de 2019, abarcava 12,7 milhões de brasileiros, segundo o IBGE, para ser um dos mais de 37 milhões de trabalhadores informais do país. Como milhares de cidadãos, a ocupação foi a forma encontrada por Ezequiel para se sustentar, custear a mensalidade da faculdade e pagar a parcela do automóvel.

O último trabalho de carteira assinada foi em uma floricultura, em 2017. Após um ano fazendo bicos no mercado de eventos, ele decidiu apostar no aplicativo. Desde então, acorda cedo, limpa o automóvel – em casa, para economizar com gastos em lava a jato –, abastece até a boca do tanque de combustível e parte para o expediente. Antes de completar a primeira semana, dirigindo de seis a oito horas por dia, tinha transportado cerca de 200 passageiros e os rendimentos ficaram em torno de R$ 1 mil – valor bem próximo do que ele demorava um mês para embolsar em um ofício formal.

“Dirigindo para os aplicativos, posso alternar os meus horários. Se eu não conseguir trabalhar de manhã, vou à noite. Se eu não lucrar bem na semana, posso ir no sábado e no domingo”, explica.

Só existe um problema: Ezequiel está dividindo o resultado de seu trabalho com os donos dos aplicativos que utiliza, perpetuando um modelo de trabalho que explora a mão de obra do trabalhador em busca do maior lucro possível, sem lhe dar nenhuma garantia ou segurança jurídica.

Ao perceber essa realidade, pesquisadores dos Estados Unidos e da Europa começaram a se perguntar: não seria mais justo que os motoristas fossem os verdadeiros donos do negócio, já que possuem o carro e fornecem a mão de obra? E se os princípios cooperativistas, consolidados na busca por relações mais dignas, justas e solidárias, fossem aliados à veia democrática da internet, nascida da noção pública de propriedade coletiva? E se, no contexto de economia compartilhada, pudéssemos desenvolver alternativas de negócios conduzidas por ideais comunitários? E foi para responder a essas perguntas que surgiu um novo conceito: o cooperativismo de plataforma – proposta de empreendimento que combina os princípios e os valores do cooperativismo com o imenso potencial disruptivo das novas tecnologias da informação.

 

O COMEÇO DE TUDO

O conceito “cooperativismo de plataforma” foi utilizado pela primeira vez por Trebor Scholz, professor de cultura e mídia associado à The New School autor do livro Cooperativismo de Plataforma. Ele esteve no Brasil em maio especialmente para o 14º CBC. Em palestra que lotou um dos auditórios do evento, ele afirmou: o cooperativismo é o modelo de negócios capaz de tornar mais justas as novas relações de trabalho impostas pelo “ubercapitalismo” – nova onda capitalista caracterizada pela supressão do Estado como mediador entre o capital e o trabalho, um modelo que transforma todos em trabalhadores individuais, apartados entre si, cada qual lutando por sua sobrevivência.

Scholz alerta que por trás de todo o conceito “descolado” e engajado da economia compartilhada – que vende aos cidadãos a ideia de que é possível ganhar mais, tendo liberdade de escolher quando e por quanto tempo se quer trabalhar, com a vantagem de não estar subordinado a um chefe direto – estão a crise econômica, o desemprego e a necessidade de complementação de renda. Uma realidade bem conhecida dos brasileiros nos últimos anos.

Ainda segundo o autor, essa nova forma de trabalho ofertada por alguns aplicativos de serviço pode ser, na verdade, uma armadilha para a precarização dos direitos do trabalho. “Eu estudo as mudanças trazidas pela internet no mercado de trabalho desde 2008 e fui percebendo que as relações estabelecidas entre algumas plataformas de serviço e as pessoas são uma nova forma de exploração da mão de obra do trabalhador ainda mais perversa que a anterior, pois tira todos os direitos e benefícios, maximizando ao extremo o enriquecimento dos donos dessas plataformas”, critica.

De fato, de acordo com o IBGE, o rendimento de um trabalhador informal é, em média, 40% menor do que de quem atua com carteira assinada. Também é importante lembrar a falta de garantias para os funcionários nessas plataformas de compartilhamento. O que mais preocupa Ezequiel Avelino, motorista de aplicativos, é a segurança. Em uma situação de sequestro ou roubo, enquanto estiver dirigindo, o prejuízo é 100% do dono do automóvel. Por isso, ele pondera ao aceitar corridas em determinados horários e lugares, o que pode colocar em risco sua pontuação nos apps. Em poucos cliques – medido em estrelinhas que variam de uma a cinco – está na mão do consumidor o poder de classificar um motorista da plataforma. Quem ficar abaixo de uma média de corte, que controla a qualidade dos funcionários, pode ter o cadastro suspenso ou cancelado.

 

POR UMA RELAÇÃO MAIS JUSTA

Outro papa do cooperativismo de plataforma é o professor de estudos de mídia da Universidade do Colorado, Nathan Schneider, coautor do livro Nosso para hackear e possuir: a ascensão do cooperativismo de plataforma, uma nova visão para o futuro do trabalho e uma internet mais justa. Em entrevista exclusiva à Saber Cooperar, ele definiu o cooperativismo de plataforma como “uma comunidade transnacional de usuários-trabalhadores. Uma nova geração de pessoas que entram no movimento cooperativo e tentam usá-lo para criar uma economia on-line mais justa, responsável e democrática”.

Scheider defende que a natureza do compartilhamento de informações, software de código aberto, colaboração distribuída e comunicação rápida da internet são propícios não apenas para as práticas cooperativistas, como trata- -se de uma oportunidade de renovar o espírito transformador da economia cooperativa, fundada há quase dois séculos.

Também entusiasta do potencial transformador da internet para o cooperativista, o advogado, professor-doutor e diretor-geral da Faculdade de Tecnologia do Cooperativismo (Escoop), Mário de Conto, tem pesquisado sobre o conceito no Brasil, com o incentivo do Sistema OCB. Para ele, a modalidade poderia melhorar o desenvolvimento local, sob a forma de trabalho democrático e colaborativo. “Tratam-se de iniciativas em que os trabalhadores são proprietários das plataformas, tomam as decisões de maneira democrática através de mecanismos digitais e a distância, de forma muito diferente da experimentada nas cooperativas tradicionais”, explica o pesquisador.

Na visão de Conto, as “CoopTechs” (cooperativas de base tecnológica) podem não apenas incluir quem está fora da digitalização na troca de serviços, como ajudar a reduzir as desigualdades e a concentração do poder que está nas mãos dos agentes que detêm o capital (o software, hoje em dia). “Nesse contexto, o cooperativismo de plataforma tem como principal impacto no eixo social viabilizar a inserção de trabalhadores em plataformas digitais nas quais eles tenham maior possibilidade de Modelo colaborativo de produção intelectual que promove o livre licenciamento e a redistribuição universal do produto sem a necessidade de se pagar uma licença comercial para isso, definir suas margens de retorno e fazer sua autogestão”, avalia.

Ao redor do mundo, essa ideia pegou. Segundo Trebor Scholz, já existem pelo menos 350 cooperativas de plataforma atuando em 26 países, incluindo o Brasil. Por aqui, existem grupos de trabalhadores se organizando dessa maneira, embora nenhuma esteja formalmente registrada como cooperativa. Um bom exemplo é a Cataki – aplicativo que conecta catadores de resíduos a quem produz lixo, ou seja, todos nós. Ao unir as duas pontas, a plataforma melhora a qualidade de vida dos catadores, tirando-os dos lixões e das ruas, facilita a coleta dos materiais reciclados, aumenta a produtividade desses agentes ambientais e, de quebra, conscientiza as pessoas sobre a importância da reciclagem. Trebor está, inclusive, investindo na ideia, que considera escalável, ou seja, com alto potencial de crescimento não só no Brasil, mas no mundo.

Disposto a fomentar a abertura de cada vez mais cooperativas de plataforma ao redor do mundo, Scholz ajudou a fundar uma organização focada no apoio a essas instituições: o Consórcio para o Cooperativismo de Plataforma (The Platform Cooperativism Consortium). O grupo apoia esse modelo de negócios por meio de pesquisas, capacitações, consultoria legal, mapeamento de melhores práticas, suporte técnico e financiamento. O Google, por exemplo, doou US$ 1 milhão para financiar cooperativas de plataforma ao redor do mundo. “Eu estive na Suécia, na Inglaterra, na Itália, na Espanha, no Canadá, na Indonésia, em Tóquio, na Índia e aqui no Brasil. É impressionante como em todos esses países existe o desejo de criar modelos de trabalho mais cooperativos”, disse o norte-americano.

 

ESPAÇO NO BRASIL

Sim, mas ainda é pouco explorado. Temos um longo caminho a percorrer, cheio de desafios, até a consolidação de um mercado de economia digital cooperativista. “Quanto mais precária é a relação de trabalho de um país, maior é o interesse pela implantação das cooperativas de plataformas”, analisa Trebor Scholz. Segundo ele, aqui no Brasil existem muitas oportunidades nas áreas da educação, da saúde, dos transportes. “O que percebo, tanto aqui quanto em outros países, é que o principal obstáculo à constituição dessas cooperativas ainda são as pessoas. É difícil reunir um grupo, sentar todos em uma sala e fazê-los fechar um acordo. Elas ainda não sabem abrir mão das suas vontades pessoais em prol de um bem maior. Esse é o principal desafio do cooperativismo de plataforma em todo o mundo”, lamenta.

Já o brasileiro Mário de Conto acredita que faltam instrumentos na legislação brasileira para apoiar o desenvolvimento de iniciativas como essas. “Analisando as características da Lei Geral das Cooperativas, evidentemente, há desafios que concernem à novidade do modelo, como formas de efetivar a participação democrática e o processo de tomada de decisões em um contexto digital”, pondera.

 

BENCHMARKING INTERNACIONAL

A proposta da incubação é apoiar novos empreendimentos com suporte técnico, jurídico e contábil, muitas vezes oferecendo consultorias e mentorias especializadas na potencialização de um negócio. E foi justamente esse modelo que resultou na criação da Up and Go – cooperativa de plataforma criada para oferecer emprego e renda às mulheres de uma comunidade de imigrantes, em Nova York.

A Up and Go possui, hoje, cerca de 40 cooperadas. Graças à plataforma, pela primeira vez desde que chegaram à América, essas mulheres conseguiram uma remuneração justa por seu trabalho. “Antes de fazerem parte da cooperativa, elas ganhavam muito mal e não tinham garantia de serem pagas pelo serviço que prestavam. Às vezes, limpavam a residência e o dono dizia estar sem dinheiro para pagá-las na hora. Outras vezes, pagavam as passagens para ir até a casa do cliente e, ao chegar, eram avisadas de que ele tinha desistido. Com isso, tinham um prejuízo grande, porque não eram ressarcidas pelo deslocamento”, recorda Sylvia Morse, gerente de projeto do Center for Family Life (CFL) – organização sem fins lucrativos que realiza a incubação de cooperativas de plataforma na cidade norte-americana.

Desde 2006, o CFL capta fundos e oferece suporte técnico e financeiro à criação de cooperativas de plataforma nas áreas de serviços de limpeza e cuidado de crianças pequenas. “Nossa equipe trabalha para ajudar esses trabalhadores a constituírem sua cooperativa, ajudando a definir como devem ser o site, o aplicativo, o atendimento aos clientes, a política de preços e as assembleias de cooperados”, resume Sylvia, que também participou como palestrante do 14º CBC.

No caso da Up and Go, por exemplo, cada cooperada recebe 95% do valor pago pelos clientes. Os outros 5% são revertidos para o fortalecimento da plataforma. “Antes, quando trabalhavam como empregadas de outros sites que oferecem serviços de limpeza, elas recebiam bem menos por hora trabalhada. E isso, apesar de o cliente pagar mais caro que na Up and Go pelo serviço”, constata a gerente do CFL.

Além de ganharem mais como cooperadas e de serem as donas do próprio negócio, as mulheres da Up and Go utilizam os 5% destinados para a plataforma para fortalecerem o próprio negócio e para garantirem alguns benefícios importantes para elas, como cursos de inglês e capacitação profissional. “A cooperativa empodera essas mulheres e muda as vidas delas e a de suas famílias”, comemora Sylvia. Gostou da proposta do cooperativismo de plataforma? Quer saber mais sobre o assunto? Baixe agora o livro de Trebor Scholz sobre o assunto. Conheça todas as diretrizes prioritárias para o cooperativismo relacionadas à inovação. Elas foram definidas por 1.300 cooperativas brasileiras durante o 14º CBC.

De acordo com a norte-americana, as cooperativas têm impactado tão positivamente Nova York que a cidade foi a primeira dos Estados Unidos a criar um fundo exclusivo para o financiamento desse tipo de empreendimento. “As cooperativas de plataforma têm ajudado a incluir públicos que nem sempre encontram boas oportunidades de trabalho no mercado formal, como as mulheres, os negros e os imigrantes. Por isso, elas têm recebido suporte de entidades públicas e privadas para se desenvolverem no meu país”, constata.

Sylvia acredita que essas incubadoras de cooperativas de plataforma poderiam funcionar também no Brasil. “Vocês têm uma organização que cuida especificamente do cooperativismo”, diz, referindo-se ao Sistema OCB. “Esse é um primeiro passo importante, porque já existe um centro de referência para os trabalhadores que desejem montar uma cooperativa no país. O próximo passo é buscar apoio de outras organizações públicas e privadas para criar um ecossistema favorável à criação de cooperativas de plataforma no Brasil”, conclui.

 

NÚMEROS

- Existem pelo menos 350 cooperativas de plataforma ao redor do mundo.

- 26 países já colocaram a ideia em prática, incluindo o Brasil.

- US$ 1 milhão: valor aportado pelo Google para o financiamento de cooperativas de plataforma ao redor do mundo.  

 

EVENTO INTERNACIONAL

Mais debates sobre o Cooperativismo de Plataforma já têm data marcada: entre os dias 7 e 9 de novembro, será realizado, em Nova York (EUA), o Congresso Internacional de Cooperativas de Plataforma, em parceria com Columbia University e The New School. O evento é promovido pelo Consórcio Internacional do Cooperativismo de Plataforma (https://platform.coop/), sediado em NY e fundado pelo pioneiro do próprio movimento Cooperativismo de Plataforma, Trebor Scholz. Vale destacar: a OCB participa do comitê internacional de promoção do cooperativismo de plataforma.

O poder do agora

Brasília (20/8/19) – Saber aproveitar a tecnologia, extraindo o melhor de uma equipe, é, talvez, um dos maiores desafios dos tempos atuais. Esse é o foco da reportagem O poder do Agora, disponível na revista Saber Cooperar, que acaba de ser divulgada pelo Sistema OCB e que dá ênfase ao Manual de Boas Práticas de Governança Cooperativista. Confira!

 

O poder do agora

O segredo para garantir o sucesso da gestão e governança é começar a planejar no presente

 

Atenção, gestores: a sustentabilidade do seu negócio depende de como você lida com as mudanças trazidas pela internet e pelas novas tecnologias. Marcas consagradas desapareceram, profissões estão sendo extintas, alguns serviços estão ficando obsoletos. Parece o apocalipse, mas não é.

No universo cooperativista temos plenas condições de fazer os ventos da mudança soprarem a nosso favor. Sabe por quê? “O caminho para o sucesso não é pavimentado por tecnologias, mas por pessoas”. A frase é de Sandro Magaldi, autor do livro Gestão do Amanhã e fundador de uma startup com foco em gestão e empreendedorismo. E até ele – que vive da inovação – reconhece: a tecnologia é apenas uma ferramenta de mudança. As boas ideias surgem de pessoas.

Durante o 14º Congresso Brasileiro do Cooperativismo (CBC), realizado em Brasília, Magaldi falou sobre como as empresas podem sobreviver (e crescer) nesse novo mundo conectado pela internet. Segundo ele, entender como a tecnologia muda o comportamento da sociedade é o primeiro passo para saber como lidar com as transformações causadas por ela.

“Não adianta pensar com a nossa cabeça. O primeiro passo é entender que o mundo mudou. O maior desejo dos jovens da minha geração, por exemplo, era ter um carro. Hoje, já não há mais tanto interesse, porque existem aplicativos que resolvem o problema da locomoção para eles. Tanto que houve uma redução de 21% na emissão de carteiras de habilitação no Brasil nos últimos três anos”, explica.

Justamente por isso, o desafio dos gestores das montadoras e dos taxistas não é quebrar a cabeça para desenvolver novas tecnologias para brigar com essa realidade. O desafio é entender o que as pessoas querem e oferecer soluções diferenciadas para elas. “A gente precisa aprender a desaprender e reaprender”, acrescenta André Bello, professor do Centro de Referência em Inteligência Empresarial (Crie), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Bello chama a atenção para o fato de que as novas tecnologias estão apenas começando a aparecer. “Ainda vamos ter um salto tecnológico gigantesco nos próximos anos. E precisamos saber usar a tecnologia a nosso favor, para sanar as nossas necessidades, ao invés de competir com ela. Acredito que o futuro será totalmente diferente de tudo que já foi vivido. E, nesse futuro, não serão os mais fortes que sobreviverão, e sim os mais rápidos.”

Outro ponto importante: existe uma falsa percepção de que a inovação só é feita por pessoas jovens. “Inovação tem a ver com a forma de pensar, e não com idade”, garante o fundador da plataforma Meu Sucesso. Para ele, a empresa que possuir profissionais com conhecimento de mercado e capacidade para inovar tem seu futuro garantido. “O importante é não ter medo de mudar. Algumas marcas estão quebrando por fazerem a mesma coisa muito bem-feita por muito tempo. E nos dias de hoje precisamos de mais: é necessário fazer diferente”, conclui Magaldi.

 

GOVERNANÇA COOPERATIVA

Se as pessoas são o principal ingrediente para o crescimento de um empreendimento, a implantação de um modelo de governança é similar a uma receita, capaz de fazer todos os profissionais da empresa atuarem de forma conjunta e sinérgica, gerando resultados melhores e mais sustentáveis. Na prática, a governança cooperativa é um modelo de gestão fundamentado nos valores e princípios cooperativistas, que estabelece as políticas internas e os órgãos necessários para garantir a transparência, a ética e a perenidade dos negócios. Desde 2016, as melhores práticas relacionadas ao tema foram sistematizadas no Manual de Boas Práticas de Governança Cooperativista, elaborado pelo Sistema OCB.

“Esse modelo de referência de governança tem auxiliado nossas cooperativas a melhorarem suas estruturas de gestão e, consequentemente, sua performance e competitividade”, afirma Leonardo Boesche, superintendente do Sescoop/PR. Ela esclarece que todas as políticas e estruturas sugeridas pelo manual levam em consideração os princípios e as particularidades do modelo de negócios cooperativista. Afinal, somos diferentes, com orgulho, já que nossas decisões são sempre pautadas por nosso compromisso com as pessoas e com o desenvolvimento sustentável das comunidades nas quais atuamos.

“Dentro desse nosso modelo referencial, gestão e governança são duas engrenagens que devem estar funcionando sempre; e devem estar bem alinhadas porque se uma travar, a outra pode até demorar, mas trava também”, explica Luciana Mattos, uma das especialistas que participaram da elaboração do documento.

O Manual de Boas Práticas de Governança Cooperativista foi elaborado por um grupo técnico constituído por profissionais do Sistema OCB, representando as cinco regiões do país. A publicação aborda conceitos e princípios importantes sobre governança aplicados às sociedades cooperativas e trata de outras questões fundamentais, como o papel de cada agente, além da função dos órgãos de administração e fiscalização. Também são ressaltados os trabalhos e a relevância dos comitês de assessoramento e das auditorias, bem como da ouvidoria, e do relacionamento constante e estreito com o cooperado.

 

SUCESSÃO

Garantir a perenidade de uma empresa é um dos compromissos de um bom líder. Por isso, o gestor consciente é aquele que pensa hoje no amanhã e prepara os talentos da equipe para assumirem postos estratégicos no futuro. E é justamente por ter compromisso com seus cooperados que a Sicredi Pioneira (RS) implantou um processo de sucessão justo, democrático e transparente para os membros de seu conselho.

“O processo de escolha dos novos conselheiros na Pioneira é feito de maneira democrática e se dá por meio de uma avaliação de desempenho, realizada pelos próprios membros dos conselhos, onde todos respondem sobre cada um dos colegas. Ao final, é colocado um ranking e os últimos colocados são convidados a ceder o espaço”, explica Tiago Schmidt, representante da cooperativa no CBC.

Um dos requisitos para ser escolhido para o cargo é a necessidade de ter formação superior. Schmidt conta que essa exigência foi votada em assembleia e que a maior parte dos sócios entendeu a necessidade de os conselheiros de administração possuírem graduação. “Com isso, conseguimos avançar em várias questões dentro do conselho”, declara.

Sobre o futuro da sucessão, Schmidt destaca: é preciso planejar agora. “A gente não pode morrer de um dia para o outro? Essa é uma possibilidade real de saída. A partir do momento em que eu faltar, existem pessoas preparadas para que continuem a cooperativa? Essa é a nossa grande responsabilidade, enquanto gestores de um negócio cooperativo”, afirma.

 

EXEMPLO

Algumas cooperativas já alcançaram a excelência nas áreas de governança e gestão. É o caso da Unimed Belo Horizonte, única cooperativa brasileira a conquistar o selo Pró-Ética, certificação concedida pelo Instituto Ethos e pela Controladoria-Geral da União (CGU) às companhias engajadas com a integridade e a confiança nas relações comerciais, implementando ações voltadas para a prevenção, detecção e remediação de atos de corrupção e fraude.

“Ter pessoas corretas e processos bem mapeados e organizados são os pilares mais seguros para garantir o futuro de qualquer empreendimento”, revela Fernando Coelho, superintendente AdministrativaFinanceiro da Unimed BH.

Outro fator importante para assegurar a perenidade dos negócios, segundo ele, é o comprometimento com a ética e com a integridade da gestão. “É necessário fazer o certo, e não o que é fácil”, frisou.

Ainda segundo o superintendente, os principais passos para a realização de um trabalho ético são a transparência, a equidade entre os membros, a prestação de contas, a responsabilidade social e o compliance – conjunto de processos construído para garantir o cumprimento das normas, diretrizes e atividades do negócio, além de ajudar a detectar, tratar e evitar qualquer desvio na conduta desse conjunto.

 

BOA GOVERNANÇA

 

  • AUTOGESTÃO: É o processo pelo qual os próprios cooperados, de forma democrática e por meio de organismos de representatividade e autoridade legítimos, assumem a responsabilidade pela direção da cooperativa e pela prestação de contas da gestão. Os agentes de governança são responsáveis pelas consequências de suas ações e omissões.
     
  • SENSO DE JUSTIÇA: É o tratamento dado a todos os cooperados com igualdade e equidade em suas relações com a cooperativa e nas relações desta com as demais partes interessadas.
     
  • TRANSPARÊNCIA: É facilitar voluntariamente o acesso das partes interessadas às informações que vão além daquelas determinadas por dispositivos legais, visando a criação de um ambiente de relacionamento confiável e seguro.
     
  • EDUCAÇÃO: É investir no desenvolvimento do quadro social visando a formação de lideranças, para que estes tragam em seus conhecimentos de gestão e administração a essência da identidade cooperativa – base de sucesso e perpetuidade de sua doutrina.
     
  • SUSTENTABILIDADE: É a busca por uma gestão ética nas relações internas e externas para geração e manutenção de valor a todas as partes interessadas, visando a perenidade da cooperativa, considerando os aspectos culturais, ambientais, sociais e econômicos.

OCB fará parte de comissão sobre internet das coisas

Brasília (16/8/19) - O governo federal lançou nesta quinta-feira (15) um grupo para discutir a adoção de tecnologias digitais da chamada Internet das Coisas no campo. Trata-se da Câmara Agro 4.0, encabeçada pelos ministérios da Agricultura (MAPA) e da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), com participação de outros órgãos, de pesquisadores e de associações e empresas do setor no país. É o caso da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).

O anúncio foi realizado em cerimônia na sede do MCTIC, em Brasília. O termo Internet das Coisas (IdC, ou IoTna sigla em inglês) vem sendo adotado nos últimos anos para designar um ecossistema em que não apenas pessoas estão conectadas por meios de seus computadores e smartphones, mas também dispositivos estão interligados entre si, com usuários e com sistemas complexos de coleta, processamento de dados e aplicações de diversos tipos.

Na agricultura, um exemplo é o uso de sensores em tratores que medem a situação do solo e enviam dados para sistemas responsáveis por processar essas informações e fazer sugestões das melhores áreas ou momentos para o plantio. Outro é o emprego de sistemas para fazer previsão de variações de microclima nas áreas da terra, de forma a melhorar o preparo para as alterações de temperatura ou início e fim de chuvas.

A câmara é uma decorrência do Plano Nacional de Internet das Coisas, lançado em junho pelo Poder Executivo. A agricultura foi elencada como uma das quatro áreas prioritárias, juntamente com cidades inteligentes, indústria e saúde. A intenção da iniciativa é detalhar as políticas públicas que serão desenvolvidas para o campo.

Segundo o secretário de inovação, desenvolvimento rural e irrigação do MAPA, Fernando Camargo, os integrantes vão avaliar ações em diversas frentes. A mais importante será a ampliação da conectividade nas áreas rurais, dada a extensão territorial e o contingente de pessoas ainda fora da Internet nesses locais. Segundo a pesquisa TIC Domicílios 2017, do Comitê Gestor da Internet, enquanto o índice de lares com acesso à web é de 65% nas regiões urbanas, nas rurais ele cai para 34%.

A Câmara também deverá se debruçar sobre programas para fomento à aquisição e difusão de tecnologias inovadoras. Dentre essas, um dos intuitos é estimular a criação e o crescimento das empresas de base tecnológica, também conhecidas como startups. O objetivo com a disseminação dessas soluções técnicas é ampliar a produtividade no campo. “Precisamos incentivar novas empresas, startups, para aumentar cadeia produtiva dentro da área do agronegócio”, defendeu o titular do MCTIC, Marcos Pontes.

O senador Luiz Carlos Heinze (PP-RS) lembrou na cerimônia que o Brasil conta somente com 307 startups com atuação voltada à agropecuária. “Tem muito a fazer.Temos que usar os estudantes das escolas de graduação para que eles possam desenvolver programas novos e possam estar ligados a empresas de pesquisa. As empresas do setor têm interesse e temos que aproveitar isso”, ressaltou.

Entre os temas da Câmara estão também os projetos voltados à formação e capacitação de trabalhadores no campo. A introdução de novas tecnologias vai demandar a qualificação das pessoas que irão lidar com essas soluções, tanto na operação quanto na extração das informações e análises que tais sensores deverão produzir.

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, pontuou como um dos desafios levar essas novas tecnologias também para os pequenos e médios produtores. Segundo ela, o agronegócio brasileiro já é avançado do ponto de vista tecnológico, mais ainda no que chamou de “grande agricultura”.

“Não podemos esquecer que pequena agricultura também tem que ser apoiada para que não tenhamos um gap (lacuna, tradução livre) entre essas duas agriculturas. E ela precisa também de apoio na inovação, ciência, tecnologia”, declarou. (Fonte: Agência Brasil)

Inovar é preciso! E preservar as raízes também

Brasília (7/8/19) – O mundo dos negócios exige uma atualização constante em termos de gestão, governança, processos e, até, habilidades profissionais. É por isso que uma das palavras da moda, nos dias atuais, é disrupção, ou seja, a interrupção do curso ordinário de um processo visando uma inovação.

Contudo, quando o assunto é cooperativismo, as inovações que ocorrem só provam que ele é um modelo econômico diferenciado desde sua essência. É o que afirma Ênio Meinen, autor do livro Cooperativismo Financeiro: virtudes e oportunidades. “O cooperativismo é disruptivo desde o seu nascedouro, e o seu pioneirismo, além de mais abrangente e impactante, ainda não foi secundado.”

Em recente artigo, Meinen que é um profundo conhecedor do cooperativismo de crédito, afirma categórico: “Fala-se agora em foco DO cliente (em vez foco NO cliente). Há bancos mudando até mesmo o conceito mercadológico, para dar a impressão de que o cliente, agente passivo/coadjuvante por definição, terá alguma voz. Ora, no cooperativismo o foco sempre foi DO cooperado (sem negligenciar o caminho inverso), uma vez que ele é o dono do empreendimento.”

Assim, nesse ambiente cada vez mais mutante, é preciso assegurar que as inovações sejam capazes não de só de atender às expectativas de um cliente exigente, mas de preservar algo essencial no cooperativismo: o DNA da cooperação. Confira no artigo!

 

Sobre paradigmas, inovação e o resgate do precedente cooperativo

 

“Troque suas folhas, mas não perca suas raízes. Mude suas opiniões, mas não perca seus princípios.” (Victor Hugo)

 

Está correto o diagnóstico que aponta que o cooperativismo financeiro, por aqui, precisa ampliar a sua presença na sociedade, seja pela expansão do quadro social, seja pela densificação do relacionamento negocial com os cooperados. Para assegurar atratividade, terá de melhorar a sua eficiência operativa, racionalizando, consolidando e interconectando as suas múltiplas estruturas de 1º, 2º e 3º níveis (em busca da economia de escopo e do ganho de escala); dar os últimos retoques em seu portfólio comercial; aprimorar os seus processos operacionais, de apoio, de segurança e de acessibilidade ao negócio; qualificar a sua força de trabalho e conferir autenticidade à sua comunicação – deixando de falar como banco e assumindo a narrativa cooperativa. É isso!

No mais, como solução vanguardista para os cidadãos e empreendedores, o cooperativismo chegou bem antes, precisamente há 175 anos, e mantém-se jovem. Na dicção de Robert Shiller, Prêmio Nobel de Economia em 2013, “o movimento cooperativo constitui uma inovação essencial para uma boa e nova sociedade. É, portanto, uma iniciativa sempre atual para esse propósito, uma vez que, embora reconheça a livre iniciativa, não tem o lucro como objetivo... Cooperativismo é sinônimo de boa sociedade” (pronunciamento durante a Segunda Cúpula Mundial do Cooperativismo. Quebec, Canadá, 7 de outubro de 2014).

Economia colaborativa, compartilhada ou de rede; capitalismo consciente; nova economia; responsabilidade socioambiental; descentralização; desintermediação; protagonismo do usuário; horizontalização; user centric; customer experience; employee experience etc., muito citados como novidades no ambiente corporativo, não são nada originais para o mundo da cooperação.

Disrupção, nesse contexto, é a expressão-síntese do momento, e vem associada à seara tecnológico-digital. O cooperativismo é disruptivo desde o seu nascedouro, e o seu pioneirismo, além de mais abrangente e impactante, ainda não foi secundado. Com efeito – e aqui se desconsideram, em razão de seus reais objetivos, por exemplo, as encenações midiáticas de agentes mercantis proclamando-se educadores financeiros –, não se conhece fora da cooperação um modelo organizacional que combine, em equilíbrio, empreendedorismo econômico (progresso material) e desenvolvimento social (cidadania).

Vale lembrar que o protagonismo cooperativo, ao promover a inclusão (especialmente em comunidades remotas e low tech) e a distribuição de renda, gerando valor compartilhado, é fundamental para mitigar o crescente processo de concentração de riqueza, que, por sinal, se acentua com a “revolução” tecnológica. Em síntese, cooperativismo é a equação da economia social ou, por outra, o expoente da economia solidária.

Mas, se quisermos falar em precedência no campo tecnológico, o cooperativismo financeiro também tem suas contribuições. Chegou antes de todo mundo, por exemplo, no acesso a extratos e consultas de saldos por meio do Facebook e na identificação biométrica para utilizar o mobile banking, além de, neste momento, estar no pelotão de frente dos instituidores da rede blockchain do sistema financeiro nacional (RBSFN).

Tudo o mais para uma boa experiência do usuário/cooperado ou as cooperativas financeiras já dispõem, ou estão em vias de ter, pois a imitação nesse campo é muito simples e usual... A única diferença, tomando como referência a capacidade de investimento, é o fato de as cooperativas fazerem mais com muito menos (a relação é de R$ 1,00 para R$ 10,00 dos gigantes da indústria)  e, por vezes, melhor – alguns de seus aplicativos, como os apps bancário e de gestão de cartões, estão entre os mais bem avaliados do mercado. Portanto, pode-se afirmar que até mesmo nesse particular são inovadoras!

Em termos de ineditismo operacional, e apenas para mencionar um exemplo, recentemente se anunciou como novidade – no interesse dos portadores –, por imposição normativa oficial, a conversão das transações internacionais com cartões pelo dólar do dia da compra. No cooperativismo financeiro, que efetivamente se volta para o interesse dos seus usuários (cooperados), essa prática já tem mais de dez anos!

Cashback. Eis, também, uma suposta “revolução” no segmento bancário, proclamada por uma das mais badaladas instituições digitais entre nós.  A “invenção” consiste na devolução, em espécie, de parte de tarifas e comissionamentos de transações financeiras, uma vez cumprida uma lista interminável de pré-condições. Ocorre que as cooperativas, a partir da concepção, em Rochdale, têm na sua essência o partilhamento integral e incondicional do resultado, direta ou indiretamente, com aqueles que geram o excedente e na proporção que o fazem, sem contar a prática da justa precificação já na contratação das operações e dos serviços.

Crowdfunding é como foi (re)batizada a iniciativa para a mobilização coletiva de recursos destinados a projetos econômicos e sociais. No cooperativismo, desde 1.844, essa ação – que se confunde com a própria cooperação – leva o nome de ajuda mútua.

Suitability (associado à política do “conheça seu cliente”) e disclosure são virtudes muito invocadas atualmente, dadas algumas práticas desleais no mercado financeiro, seja em relação aos usuários, seja na relação concorrencial. O exemplo último é o que envolve a adquirência bancária (maquininhas de cartões). No cooperativismo, dado que o cliente é o dono do negócio, e a transparência um de seus valores universais, não se cogita impingir soluções que não se adequem às necessidades e às condições do tomador, e muito menos disseminar inverdades.

Ainda nessa linha, fala-se agora em foco DO cliente (em vez foco NO cliente). Há bancos mudando até mesmo o conceito mercadológico, para dar a impressão de que o cliente, agente passivo/coadjuvante por definição, terá alguma voz. Ora, no cooperativismo o foco sempre foi DO cooperado (sem negligenciar o caminho inverso), uma vez que ele é o dono do empreendimento.

Accountability é outro atributo que vem sendo enaltecido como elemento virtuoso na cultura organizacional. No cooperativismo, a ética, a responsabilidade pessoal e a prestação de contas assumem relevância tal a ponto de integrar os direcionadores doutrinários do movimento, compondo o rol de valores da causa.

Stakeholders, já não tão recente, é também vocábulo bastante recitado entre nós quando nos referimos ao público de interesse da/na empresa. O cooperativismo, preocupado com o seu entorno desde sempre, tem uma designação própria para o seu mundo relacional, inclusive versada na língua pátria. Trata-se do interesse pela comunidade, o 7º de seus princípios universais.

Ownership, por fim, também vem permeando, com recorrência, o vocabulário corporativo. Não faz muito, uma conhecida empresa da área bancária, “inovando” em suas práticas de empoderamento, doou algumas ações a funcionários, esperando maior engajamento com vistas a melhorar a experiência relacional com os clientes. Parece que não deu certo...  Do lado do cooperativismo financeiro, os funcionários, todos, desde que ingressam nas entidades, são coproprietários – em igualdade de condições com os demais cooperados –, assumindo naturalmente a condição de pertencimento.

Estes são apenas alguns exemplos de expressões, ações e movimentos saudados como inéditos, mas que no mundo cooperativo já vêm conhecidos, e aplicados, de longa data.

Não podemos, é claro, acomodar-nos ou inebriar-nos com o que já conquistamos. Devemos estar receptivos ao novo, especialmente sobre o “como fazer”, assimilando a transformação digital em curso (tsunami high tech), internalizando e aprimorando processos e modelos de negócios que impliquem melhores experiências para os cooperados – mas sob a ótica e a escolha destes (donos experience, que também devem ter a opção high touch!) –, sem o que não evoluiremos e nem caminharemos, pessoalmente e com as nossas instituições, para o futuro. Também temos de reconhecer, e enaltecer, o esforço dos atores cujas receitas, hoje, reeditam as quase bicentenárias práticas cooperativistas para a edificação de um mundo melhor.

Mas se rever a forma é essencial para o nosso negócio, preservar o DNA (da cooperação) – particularmente no que se refere ao compromisso com a prosperidade econômica e o desenvolvimento social nos territórios e de seus públicos – é fundamental, mesmo porque não passível de digitalização, robotização, automatização ou reprodução por qualquer forma. Ou seja, não corre o risco de virar commodity... 

Além disso, estamos falando de uma proposta que tem a simpatia de 1 entre cada 6 habitantes do Planeta; que só nos Estados Unidos conquista 4,5 milhões de membros a cada ano apenas no segmento financeiro e que emprega 20% mais trabalhadores que a soma das multinacionais ao redor do mundo. Certamente, o mutualismo cooperativo não é uma ideia ultrapassada, mas a própria, substancial e permanente inovação!

Os que operamos no meio não podemos deslumbrar-nos com os alaridos modistas (hypes, buzzwords...); guiar-nos simplesmente pelas fórmulas e soluções-padrão ditadas em atacado; curvar-nos incondicionalmente diante dos profetas do futuro – não raro, por nós regiamente remunerados para adivinhar o que supostamente vem por aí... –, ou aderir imprevidentemente ao livro-texto e aos best-sellers da hora. Muito menos, aceitar a ideia de que o “novo” (fintechs, bigtechs, beBanks, bancos digitais, Alexas, Bias e outros componentes do universo inorgânico e selfservice) desqualifica as instituições (financeiras) cooperativas ou as levará à morte.

Precisamos – sobretudo, eu diria – (re)aprender e apreender o cooperativismo, propósito em si; simples, inclusivo, justo, acessível (até mesmo na linguagem) e, reitere-se, sempre contemporâneo – basta um olhar para a Agenda BC#, do Banco Central do Brasil ... –, porquanto centrado nas pessoas, ativo resiliente e que jamais deprecia. Além de pouco conhecê-lo, alguns de nós, lamentavelmente, ainda lhe temos preconceito.

É nosso dever, a toda hora e em todo lugar, evidenciar, incentivar e, mais que isso, exercitar as características e os precedentes do nosso modelo societário e operacional, pois essa é a nossa identidade, o que nos torna únicos, verdadeiramente originais. Enfim, não podemos colaborar para o triunfo da concepção mercantil, ou converter-nos em uma mera plataforma digital – mais do mesmo! Como ensina a canção de Nando Reis, se formos como os outros, todos iguais, “nossos rostos singulares haverão de se tornar vulgares em meio à multidão”.

Portanto, voltando ao início, preservemos o conteúdo, falemos mais sobre nós e, para “surfar a onda”, atualizemos a forma. Isso nos manterá à frente!

 

Ênio Meinen, coautor (com Márcio Port) do livro Cooperativismo financeiro: percurso histórico, perspectivas e desafios, e autor de Cooperativismo Financeiro: virtudes e oportunidades. Ensaios sobre a perenidade do empreendimento cooperativo, livro este também versionado no idioma inglês sob o título Financial cooperativism: virtues and opportunities. Essays on the endurance of cooperative entreprise (todos da editora Confebras, lançados em 2014, 2016 e 2018, respectivamente). Nota: Este texto, do qual sou mero porta-voz, foi construído a muitas mãos, sendo fruto de um verdadeiro protagonismo coletivo. Grato a todos que, direta e indiretamente, cooperaram!

Luxos do século: privacidade, tempo e silêncio

Brasília (31/7/19) - Com perfil entusiasta e propositivo, Martha Gabriel conjuga múltiplas habilidades e ofícios. De Norte a Sul do país, em uma vasta e dinâmica agenda que inclui conferências e cursos em outros países, a renomada especialista em marketing digital, inovação e educação vem compartilhando sua expertise e legando ensinamentos a públicos cada vez maiores e diversificados.

Para ela, a internet das coisas tem transformado as relações interpessoais e o jeito como lidamos com aparelhos, utensílios e ferramentas – o que é positivo, pois “permite uma inédita otimização de recursos na história da humanidade. Por outro lado, no entanto, conforme essa transformação avança, a onipresença e onisciência da internet invade todos os aspectos da vida, num processo em que estamos cada vez mais “visíveis” na rede. Ela afirma no artigo abaixo que a falta de privacidade, de tempo e de silêncio é um efeito colateral dessa conectividade toda. Confira!

 

Luxos do século XXI: privacidade, tempo e silêncio

 

Por Martha Gabriel

 

Temos visto e sentido a disseminação tecnológica acontecendo em ritmo de crescimento exponencial na sociedade, mas, muitas vezes, não percebemos a revolução silenciosa e invisível que a acompanha, transformando e modificando o polo de valores de nossas vidas.

Quando a internet era jovem, no final do século passado, existia um entusiasmo com as possibilidades de conexão entre pessoas e informações em qualquer lugar do planeta. Conforme a web foi se expandindo, também foi crescendo a quantidade de pessoas e objetos conectadas a ela e, hoje, isso inclui virtualmente todo tipo de dispositivo: carros, geladeiras, termostatos, casas, semáforos, lâmpadas, ou seja, qualquer tipo de objeto, inclusive os pessoais, como roupas e óculos, por exemplo, além, claro, do poderoso smartphone.

Essa é a tão falada internet of everything, termo cunhado por Kevin Ashton em 1999, na qual qualquer coisa dotada de sensores, consegue “sentir” o seu ambiente e se comunicar tanto com outras coisas, quanto com seus donos ou outras pessoas. Com isso, todas as coisas passam a ser smart, ou seja, adquirem uma camada de informação que as permite operar de forma mais inteligente. Desse modo, portanto, a inteligência das coisas tem aumentado no mundo ao nosso redor.

Por um lado, tudo isso é extremamente excitante, pois permite uma inédita otimização de recursos na história da humanidade. Geladeiras que nos informam quando um produto acabou ou perdeu a validade e que faça pedidos automaticamente aos supermercados; cidades que conseguem prever epidemias e manifestações em função da movimentação nas ruas e dados comportamentais; termostatos que regulam a temperatura do ambiente em função da quantidade de pessoas no mesmo; cordas, tênis, raquetes e patinetes que medem nossa performance durante o seu uso para nos ajudar a melhorá-la; escovas de dentes que nos informam a melhor maneira de escovar; camisas que analisam nossa saúde; e mais uma infinidade de possibilidades de otimizações.

Por outro lado, no entanto, conforme a internet of everything avança, precisamos nos conscientizar de que tudo o que fazemos, os lugares que visitamos, bem como o modo que vivemos, compramos, nos divertimos e aprendemos foram profundamente transformados por essa conexão inteligente entre tudo. A onipresença e onisciência da internet invade todos os aspectos das nossas vidas, num processo em que estamos cada vez mais “visíveis” na rede. Esse é o trade-off da otimização e personalização: quanto mais informações pessoais fornecemos, mais eficiente e rico é o processo.

Nesse contexto, torna-se cada vez mais difícil (e em alguns casos, impossível) ter privacidade. Por exemplo, se a sua camisa smart envia alertas sobre a sua saúde automaticamente para o seu médico, ela pode também informar os fabricantes de remédios sobre a sua situação. Cada vez mais empresas empreendedoras estarão minerando o campo da internet of everything em busca de oportunidades de personalização e otimização. Certamente veremos nos próximos anos uma ‘corrida do ouro’ nessa área minando cada vez mais a privacidade.

Além da ubiquidade que nos vê o tempo todo, o novo cenário tecnológico traz também mais dois impactos profundos: 1) a tecnologia nos entretém cada vez mais ininterruptamente, em todas as dimensões da nossa existência; 2) a tecnologia permite que haja muito mais fluxos de comunicação e aparelhos emitindo sons e barulho em qualquer lugar o tempo todo ao nosso redor. As consequências disso é que, além de privacidade, temos também cada vez menos tempo e silêncio em nossas vidas.

O aparato tecnológico ampliou consideravelmente a quantidade de coisas que temos para fazer tanto no trabalho quanto em casa. Por exemplo, antigamente tínhamos apenas uma dúzia de canais de televisão para assistir, enquanto hoje, temos milhares. Antes tínhamos alguns jogos de tabuleiro, hoje temos milhares de jogos online. Além disso, devido ao seu papel de desintermediação, hoje fazemos muito mais coisas que no passado – esse é o caso dos supermercados, em que além de pegar os produtos, também pesamos, embalamos e processamos o pagamento. Ou quando fazemos check-in em voos e hotéis – antes alguém nos atendia, hoje fazemos a entrada de dados, escolha de assentos/quartos, imprimimos o boarding pass e o escaneamos na entrada do avião. E assim por diante. Quanto mais dispositivos conectados, mais coisas para fazer, e menos tempo para tudo. Assim, a gestão do tempo passa a ser uma das principais habilidades humanas hoje.

Uma conclusão óbvia é de que todos esses dispositivos podem emitir sons, conteúdos e informações (por exemplo, a sua camisa smart enviou informações sobre a sua situação para fabricantes de remédio, que poderão, eventualmente te contatar), bem como habilitar o próprio ser humano a se comunicar em qualquer lugar, aumentando a poluição sonora.

No entanto, além disso, a tecnologia também alavancou o crescimento populacional e a urbanização no planeta, aumentando cada vez mais a densidade de pessoas e coisas praticando emissões sonoras ao nosso redor: televisões e monitores ligados em todos ambientes, pessoas usando seus smartphones (tanto para conversar quanto para ver e ouvir os seus conteúdos), alertas de sensores de carros, fornos, telefones, aplicativos, etc. Assim, o silêncio está se tornando uma raridade.

Sabemos que em cada momento da história, a escassez sempre determinou o valor das coisas – quanto mais escassa, mais valiosa. Partindo desse princípio, acredito que nos próximos anos nos daremos conta que, em função da transformação tecnológica em nossas vidas, os artigos de luxo do século XXI serão a privacidade, o tempo e o silêncio. Será que temos consciência e estamos preparados para isso?

Especialista em inovação avisa: o futuro bate à porta


Brasília (25/7/19) – O futuro já está batendo à porta e as cooperativas precisam se preparar. Essa foi a ideia central da palestra do diretor de Marketing da Tecnisa, Romeo Busarello, especialista em inovação e professor de importantes instituições de ensino do país, como USP, FGV e ESPM. Ele encerrou o Seminário Nacional das Cooperativas Educacionais, realizado nesta quarta-feira (24), em Brasília, pela Organização das Cooperativas Brasileiras e que reuniu mais de 170 participantes.

Segundo o especialista, a falta de um planejamento que inclua a educação e o aprendizado de novas habilidades na “cesta básica da sobrevivência” pode, não só, ser a causa de desemprego, como da depressão para muitos profissionais. Ele também comentou que as empresas inovam por três razões: medo, preguiça ou ambição e que a educação é um dos setores que passarão por uma grande revolução nos próximos anos. Confira!

 

O que motiva a inovação?

Poucas delas inovam por ambição. Poucas, mesmo! Elas têm a inovação em seu DNA. Por exemplo: Apple e Coca-cola. Tem aquelas que inovam por preguiça. Ou seja, empresas que querem fazer mais com menos. O que seria da humanidade se não fosse a roda? A roda é uma invenção baseada em preguiça. Só estamos aqui hoje em virtude da roda. Infelizmente, a maior parte das empresas inova por medo. Medo de ficar para traz, de perder mercado, de falir, sobretudo as já estabelecidas.

Mas, como disse, são poucas que inovam por ambição. As startups são exemplos de empresas que inovam por ambição, porque buscam um problema não resolvido e inovação na busca de soluções criativas. Às vezes é uma ambição que até um pouco de preguiça. Elas observam para fazer mais com menos e, assim, entregar mais valor para as empresas que as contratam. O Uber é um exemplo de inovação baseada na ambição e na preguiça.

 

O que esperar do futuro?

Olha, estive na China e pude vê-los usando o 5G, que deve chegar no Brasil em cinco ou seis anos e vai mudar o jogo do mercado. O 5G talvez seja um dos grandes responsáveis por causar um aumento substancial da depressão no mundo. Porque ele vai disruptar (quebrar paradigmas) absolutamente tudo.

Vi alguns exemplos de aplicação do 5G que são assustadores. Por exemplo: telemedicina. Diferentemente do que todo mundo acha, essa capacidade toda de internet não é para fazer download de vídeos ou assistir filmes na Netflix. Não! Isso é para que carro autônomo, por exemplo. Não dá para ter um carro desses com oscilação, por exemplo. Se oscilar, tem acidente de trânsito.

Outro exemplo: hoje em dia, se você tem uma dor de garganta, vai ao pronto socorro. Ao chegar lá, o médico te examina rapidamente, coloca uma lanterna na sua garganta, e te receita um antibiótico ou um anti-inflamatório. Isso custa R$ 500,00. Com o 5G, você vai poder usar seu celular, focando a câmera dele na sua garganta, vai ter um médico na China que vai avaliar a situação e te receitar um remédio. Em 30 minutos o remédio já vai chegar na sua casa, por meio de uma dessas empresas de tele entrega. Quanto custou essa consulta? Cinco dólares.

 

Conta tanta facilidade, a depressão viria de onde?

Essa tecnologia vai disruptar muitas carreiras. As pessoas não vão conseguir aportar novas competências na sua paleta. Já temos uma série de profissões que vêm perdendo o sentido de existir, outras sendo extintas e uma série de outras aparecendo. Então, a gente vive o seguinte cenário: hoje a gente tem um médico que estuda, pelo menos oito anos, aqui no Brasil, e que logo, logo terá de concorrer com um médico lá de Macau, numa simples consulta de garganta. E essas relações não poderão ser muito controladas. É o cliente escolhendo o que é mais cômodo para ele.

O 5G vai gerar uma infinidade enorme de mudanças que ninguém sabe quais são e, por isso, pessoas precisam se preparar. E a educação é um dos setores que vai precisar ser totalmente reformulado.

 

Que tipo de mudanças?

Quem poderia imaginar as mudanças advindas do uso de smartphones e seus impactos na economia? Em pouco mais de uma década, os smartphones criaram milhões de novos negócios. Sem eles não teríamos aplicativos de transporte, comida, nem mesmo o Instagran. Como é que iríamos postar coisas no Instagran via desktop? Você se imagina repetindo: pega a máquina fotográfica, tira a foto, pega o cabo, descarrega no computador para postar? O legal é você ver e postar a foto. Então, sem os smartphones, esses milhares de negócios não seriam viáveis.

 

Como se preparar para esse futuro que já está batendo à porta?

O 5G vai gerar uma quantidade enorme de negócios que vai demandar uma série de competências completamente distintas do que temos hoje. Então, as empresas de inteligência artificial, hoje em dia, não existiam há cinco anos. A empresa que atende a Tecnisa tem 380 funcionários. Desse total, cerca de 25% são professores ou estudantes do curso de Letras. Eles são gestores de empatia de robôs.

A lógica é simples: o cientista de dados cria o algoritmo; o cliente entra no site para comprar um imóvel e era atendido por um robô que falava mais ou menos assim: obrigado por entrar no site. Vi que você estava navegando pela piscina. Como posso te ajudar? E quanto colocamos os professores ou estudantes de Letras, o diálogo é totalmente diferente. Ele vai tratar o cliente pelo nome, vai ser simpático, ser direto, simples, claro, envolvente, vai descrever as características de um imóvel do jeito que um dono faria. Ele traz a história das coisas, ele reage, conversa com detalhes.

Então, temos o seguinte: aquela pessoa que estudava para ser um professor, hoje estuda para ser um gestor de empatia de robôs. E o salário pago a esse profissional é pelo menos 50% a mais do que ele ganharia como professor de uma escola pública, por exemplo, com todos os direitos trabalhistas.

O grande problema, hoje em dia, é o descasamento de competências de forma intensa e a educação passará a ser um item básico da nossa cesta básica de sobrevivência. Ou o profissional se educa em todos os níveis, ou seja, ele precisa buscar outras habilidades ou ele está fora do mercado. Me preocupa muito mais com os profissionais com mais de 40 anos do que com essa garotada que está chegando aí, e que se vira, se safa... teremos uma legião de pessoas sem função. É por isso que a depressão fará parte desse processo.

 

O que é descasamento de competências?

Vou dar um exemplo meu. Dou aula há 22 anos. Todas as escolas estão iniciando sua reestruturação para EAD e eu tenho dificuldade de falar para o vídeo. Estou tendo que me programar. Contratei uma consultora para me ajudar com essa nova habilidade. Sou muito bom no palco, mas sou ruim no vídeo. E ser bom no vídeo é uma competência nova, porque as aulas serão, cada vez mais, via vídeo. O EAD não é mais uma tendência. Já é uma realidade.

Grande parte das habilidades que o mercado exige, não estão nas escolas formais e nem nos cursos de longa duração. Escolas alternativas ou cursos on line ajudam bastante no desenvolvimento dessas competências. Eu não preciso fazer um mestrado para entender e aplicar conteúdo de comunicação não violenta ou masculinidade tóxica, por exemplo.

 

Como inovar na sala de aula?

Não tem como uma receita. São várias formas. É o que eu chamo de MPC, ou seja, um montão de pequenas coisas, que passa por salas com quadros de 360°, cadeiras e mesas com rodas, para que todos tenham condições de estar em locais diferentes garantindo assim a diversidade, um aluno cada vez mais protagonista. Em SP, por exemplo, vai ser aberta uma unidade da École 42 (leia mais) uma escola sem professores, com graduação de três anos, em Coding (programação para computadores).

É muito importante dizer que a educação precisa mudar. Essa geração que está chegando não quer estudar tanto tempo. Não vão querer passar oito anos estudando medicina. Em oito anos a medicina muda substancialmente. E cursos de quatro anos? Isso tem de mudar.

Experiência de Israel pode ampliar competitividade brasileira



Brasília (26/6/19) – Representantes do cooperativismo conheceram, nesta terça-feira (25), um pouco mais sobre inovação, durante encontro com o CEO da Ideally Roads, Oren Gershtein. O evento foi promovido pela Federação Nacional dos Servidores do Banco Central (Fenasbac) e contou com a presença de representantes do Setor Financeiro Nacional, incluindo cooperativas de crédito, da Universidade de Brasília e, ainda, da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial.

Durante o encontro, Oren que também é consultor, compartilhou sua experiência em garantir que países e empresas de todo o mundo desfrutem dos benefícios da inovação global, discorrendo sobre o modelo que levou seu país natal – Israel – ao 2ª lugar no ranking de inovação pela Global Competitiveness Report.

Israel possui um ecossistema de tecnologia e inovação interligados, que proporcionam o surgimento de novos modelos de negócios. O país reúne, ainda, algumas características singulares:

  • 1º no ranking global de startups per capita;
  • 1º no ranking global % do PIB investido em P&D;
  • Possui 500 Multinacionais;
  • Possui 1.144 Startups de Inteligência Artificial (AI);
  • Possui 421 Startups de Internet das Coisas (IOT);
  • Registrou US$ 25 bilhões, em 2017, com exportação de tecnologia e conhecimento.

Segundo informações apresentadas pelo consultor, as despesas com P&D em Israel giram em torno de $ 43 bilhões, sendo que 86% desse valor são provenientes do setor privado e, ainda, 49% dos investimentos têm origem em capital estrangeiro. Esse cenário demonstra que, atualmente, o governo israelense quase não financia o setor de inovação e que boa parte dos recursos são do setor privado e estrangeiro.
 

GRUPO DE TRABALHO

Israel tem mais startups, cientistas, recursos de venture capital, engenheiros, profissionais de tecnologia e patentes médicas do que qualquer país do mundo em termos per capita. Isso ocorre a partir de um modelo único de construção de ecossistemas de inovação em um arranjo entre governo, academia e iniciativa privada.

Com base na experiência Israelita, a ideia da Fenasbac é criar um ecossistema institucional, ou seja, um grupo de trabalho que troque experiências e inicie um novo ciclo na competitividade brasileira, por meio de investimentos em pesquisas, networking, conexões de pessoas com grandes empresas, universidades, centros de pesquisas e incubadoras de inovação.

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Estadão entrevista presidente da ACI

Brasília (7/5/19) – As cooperativas devem ser protagonistas no processo de transformação da economia e ter mais diálogo com os parlamentares, não devendo apenas reagir em momentos de incerteza, afirmou nesta terça-feira, 7, o argentino Ariel Guarco, presidente da Aliança Cooperativa Internacional (ACI), que reúne 315 organizações cooperativas de 110 países.

"A veloz transformação da economia e a digitalização da maioria dos processos de produção, circulação e consumo de bens e serviços nos obriga a ser protagonistas. Se deixarmos que todo esse processo fique em mãos de grandes corporações, não estaremos cumprindo o papel", disse em entrevista ao Estadão/Broadcast.

Guarco está no Brasil para participar da 14ª edição do Congresso Brasileiro do Cooperativismo, que começa na quarta-feira, 8, em Brasília, e vai até sexta-feira, 10. O evento vai tratar de desafios do cooperativismo no mundo, como governança e gestão, inovação, comunicação e representação política, e deve receber até 1.300 pessoas.

Guarco afirmou, ainda, que é preciso que as cooperativas dialoguem com todas as forças políticas. "Não podemos reagir somente quando querem nos impor mudanças normativas ou mudanças governamentais que nos prejudicam. Temos de ser capazes de falar com todas as forças políticas e incidir sobre elas para gerar contextos amigáveis de desenvolvimento do setor", diz ele.

Abaixo, trechos da entrevista:

 

Como enxerga neste momento a representação política do cooperativismo?

Ariel Guarco - É fundamental haver representantes nos sistemas políticos de cada país que entendam e possam defender o cooperativismo. Seguramente é louvável que dirigentes do nosso setor queiram assumir pessoalmente este desafio, mas também é necessário aumentar as redes de parlamentares cooperativistas.

O Brasil é um bom exemplo disso e, na Argentina, buscamos criar algo similar. Não podemos reagir somente quando querem nos impor mudanças normativas ou mudanças governamentais que nos prejudicam. Temos de ser capazes de falar com todas as forças políticas e incidir sobre elas para gerar contextos amigáveis ao desenvolvimento do setor, entendendo que ele favorece o desenvolvimento das comunidades.

 

Hoje há mais de 1 bilhão de pessoas ligadas ao cooperativismo. Como vê o alinhamento das lideranças da América do Sul ao cooperativismo?

Guarco - Nosso setor deve ser capaz de dialogar com todos os setores democráticos que atuam nos cenários políticos de cada país. Quanto mais os líderes nos conhecem e quanto mais capacidade de diálogo, melhor. É claro que pode haver mudanças abruptas nas linhas de governo, mas elas não deveriam alterar as alianças estratégicas que, como setor, temos de ter com o Estado em seus diferentes níveis.

Sem dúvida há líderes que nos reconhecem e nos dão mais participação que outros, mas em todos os países da América do Sul existem organizações setoriais potentes que podem e devem incidir para melhorar as condições políticas e normativas em favor das cooperativas. Temos que assegurar que os governos, mais do que as lideranças, nos levem em conta para trabalhar em grandes eixos como o desenvolvimento sustentável, a paz, os direitos humanos e os programas econômicos que coloquem no centro o ser humano.

 

O Brasil tem mais de 300 startups voltadas para o agronegócio. Algumas são apoiadas por cooperativas. Esse movimento é algo que deve ser incentivado no futuro?

Guarco - Sem dúvida. A veloz transformação da economia e a digitalização da maioria dos processos de produção, circulação e consumo de bens e serviços nos obriga a ser protagonistas. Se deixarmos que todo esse processo fique em mãos de grandes corporações, não estaremos cumprindo o papel que temos como empresas democráticas a serviço da comunidade.

Muitos jovens estão investindo impulsionados por essas correntes da economia colaborativa. É preciso trabalhar para distribuir as oportunidades e incorporar a maior parte possível de pessoas para uma lógica cooperativista.

 

Falando em jovens, um dos principais problemas da agropecuária no planeta é a sucessão rural. Muitos querem deixar a atividade agrícola. Como o cooperativismo pode ajudar a resolver esse problema?

Guarco - É preciso mostrar às novas gerações as vantagens do cooperativismo no agronegócio. As cooperativas podem inovar na produção agrícola sem deixar de lado seus princípios e valores, e atuar de maneira independente. Os jovens são os mais indicados para levar a cabo a incorporação de novas tecnologias no âmbito agropecuário.

Há grandes cooperativas que demonstram sua eficácia no agronegócio e também existem as pequenas fomentando o associativismo em ciclos de produção e consumo mais curtos, próprios da agricultura familiar. Na 5ª Conferência Cooperativa das Américas, realizada em Buenos Aires em outubro do ano passado, um dos três consenso foi a "defesa do planeta".

Observamos que no mundo cresce o número de pessoas que padecem de fome e que, em muitos países, particularmente do Sul, continua havendo muita desigualdade de acesso a alimentos. As cooperativas são as mais adequadas para promover a democratização do sistema agroalimentar promovendo nas áreas rurais um trabalho decente, a igualdade de gênero e o cuidado com recursos naturais. O cooperativismo também está do outro lado da cadeia, dos consumidores. A articulação entre esses dois elementos - produção e consumo - pode manter o equilíbrio em termos territoriais e demográficos.

 

Como avalia o papel do cooperativismo em um contexto de avanço da economia colaborativa?

Guarco - É um desafio enorme que estamos assumindo. As novas gerações estão e estarão cada vez mais com o espírito empreendedor dessa nova etapa do capitalismo mundial. Mas uma coisa é fazê-lo de modo individual e outra de forma coletiva. Hoje, de um modo um tanto quanto confuso se denomina de economia colaborativa essas plataformas que dominam a economia global.

No entanto, o controle da maioria das plataformas, assim como dos lucros e os dados gerados por elas, estão concentrados em poucas mãos. As cooperativas são chave para democratizar esse sistema de economias digitais onde tanto produtores como consumidores podem ter o controle.

 

Qual o papel do cooperativismo no fomento do desenvolvimento sustentável, conforme sugere a Organização das Nações Unidas?

Guarco - Desde a criação da primeira cooperativa da era moderna, em 1844, nossas organizações sempre serviram ao que agora é definido como desenvolvimento sustentável. Trabalho decente, saúde e bem-estar, igualdade de gênero, cuidado com o meio ambiente e compromisso com a paz, para citar apenas algumas das metas estabelecidas pelas Nações Unidas, são sempre pilares do empreendimento cooperativo.

Temos a capacidade de atuar em diferentes setores, na produção rural e industrial, no consumo, na saúde e educação, no habitat e muitos mais. Tudo isso nos torna um movimento muito poderoso quando se trata de abordar o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS 17), que pede a criação de alianças globais na busca do desenvolvimento sustentável.

 

FONTE: ESTADÃO

AILOS: Iniciativas de educação financeira são certificadas

Brasília (29/1/19) – O Sistema Ailos atua fortemente em seu propósito de gerar valor e cidadania financeira às pessoas, de forma sustentável. Investe em educação porque acredita que, desta forma, consegue transformar vidas. Todos os anos, as 13 cooperativas que compõem o Sistema oferecem aos seus cooperados e comunidades diversas ações de incentivo à educação financeira. Teatros, atividades em escolas, palestras, cursos de gestão financeira pessoal e consultoria a empreendedores são algumas delas.

São mais de 50 inciativas, que recentemente receberam o Selo Enef - Estratégia Nacional de Educação Financeira, criado pelo Comitê Nacional de Educação Financeira (Conef) que reconhece e incentiva as entidades no fomento de atividades de educação financeira no país.

Para Elaine Aparecida Rodrigues, gestora da equipe de Organização do Quadro Social da Central Ailos, o objetivo é auxiliar a população a entender e controlar melhor suas finanças. “Queremos que cada cooperado tenha consciência na hora de consumir e possa ter autonomia ao tomar suas decisões financeiras. Assim, ele conseguirá viver com mais qualidade de vida.”

Segundo o diretor executivo da Central Ailos, Ivo José Bracht, a conquista é um grande salto para expandir as estratégias de educação financeira. “O Selo Enef é o reconhecimento de um trabalho que desenvolvemos com todos os públicos. Transformamos a vida não somente de nossos cooperados, mas também de todos os que nos rodeiam. Crianças, jovens, adultos, empreendedores são beneficiados com orientações financeiras de qualidade e que vão ao encontro de suas necessidades diárias”, destaca.

Conquistaram o Selo os cursos presenciais, vídeos da plataforma do Progrid EAD, palestras, peças teatrais, jogos e o Programa Coopera Educa. A certificação tem validade de dois anos. Para saber mais sobre todas as ações disponíveis basta acessar o site http://www.ailos.coop.br.

Sobre o Sistema Ailos - Constituído em 2002, o Sistema Ailos conta com mais de 700 mil cooperados, 13 cooperativas, mais de 190 postos de atendimento e R$ 7,1 bilhões em ativos. Com atuação nos três estados do Sul do país, possui mais de 3 mil colaboradores. As cooperativas que compõem o Sistema Ailos são: Viacredi, AcrediCoop, Credifiesc, Acentra, Credcrea, Credelesc, Transpocred, Credifoz, Credicomin, Crevisc, SCRcred, Evolua e Viacredi Alto Vale.

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SomosCoop é apresentado no HSM Expo 2018

Brasília (7/11/18) – O movimento SomosCoop foi apresentado a lideranças empresariais brasileiras e de fora do país como um dos exemplos de como é possível gerar emprego, trabalho e resultado financeiro de forma ética e responsável, valorizando o que as pessoas têm de melhor e cuidado dos recursos naturais. A apresentação foi feita nesta quarta-feira (7/11) pelo superintendente do Sistema OCB, Renato Nobile, durante a programação do HSM Expo 2018, em São Paulo. O evento começou na segunda-feira, dia 5. 

Desde sua fundação, em 1987, a HSM acompanha o que há de mais inovador em gestão, trabalhando ao lado das lideranças de negócios para alcançar sua missão de transformar o país por meio do desenvolvimento de líderes e organizações. Hoje, a HSM é uma plataforma de conhecimento, que faz a ponte entre o cenário global e a realidade brasileira, construindo redes colaborativas que impactam o desempenho das empresas e de suas equipes, e colocando as vozes mais importantes do mundo atual dos negócios em contato com executivos e gestores nacionais.

Durante sua participação no evento, Renato Nobile discorreu sobre o cooperativismo do futuro e, ainda, sobre os grandes marcos históricos que mudaram, em escala global, o jeito de pensar, planejar, produzir e consumir. Segundo ele, somos convidados, todos os dias, a inovar.

Desde a revolução industrial, passando pelo surgimento do cooperativismo há cerca de 200 anos, até o período atual, quando se vive a era da robótica, da automação e da inteligência artificial a palavra que move a humanidade é, sem dúvida, inovação. Não podemos mais continuar fazendo as mesmas coisas do mesmo jeito. O consumidor quer ter a certeza de levar para casa opções que impactam positivamente tanto a sociedade quanto o meio ambiente. Eles não querem mais um produto ou serviço, simplesmente. Querem fazer parte de um ciclo de consumo responsável e ético, especialmente onde todo mundo ganha. E isso é o que o cooperativismo faz.

De acordo com o superintendente, o movimento SomosCoop surgiu há um ano com dois objetivos muito bem definidos: promover o orgulho de ser cooperativista naqueles que já vivenciam a cooperação todos os dias e mostrar para a sociedade que o cooperativismo é um movimento capaz de transformar realidades, por meio da geração de trabalho, emprego e renda.

Um ano depois de apresentamos o movimento SomosCoop às nossas quase 7 mil cooperativas e de promovermos ações que se vinculam ao primeiro objetivo, lançamos, há poucos dias, o carimbo do movimento. A intenção é tornar mais fácil a identificação dos produtos e serviços com DNA cooperativista para que, assim, a sociedade possa reconhecer o valor de escolher o que vai consumir, de forma consciente e sabendo que, por traz de um rótulo, há os rostos de famílias que trabalham todos os dias em prol do desenvolvimento do Brasil”, conclui Nobile.

 

Clique aqui para conhecer o Movimento SomosCoop.

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Ramo Transporte desembarca nos EUA

Brasília (24/9/18) – Representantes das cooperativas aqui do Brasil iniciaram nesta segunda-feira (24/9), em Winsconsin, nos Estados Unidos, a programação da Missão de estudos do Ramo Transporte nos EUA, organizada pelo Sistema OCB. A ideia de visitar a maior economia do mundo, onde empresas e cooperativas têm assumido a dianteira da melhoria em processos e produtos, é estimular a inovação no cooperativismo. Por isso, hoje e amanhã, os brasileiros participam de um curso de formação de dirigentes na Universidade de Wisconsin, focado em novas técnicas de gestão.

A Universidade de Wisconsin (UW) é uma instituição de pesquisa. Fundada em 1848, foi a primeira universidade pública criada na região e está organizada em 20 escolas e faculdades, que contam com 29,3 mil alunos de graduação, 9,5 mil de pós-graduação e 2,4 mil estudantes profissionais, além de empregar cerca de 21 mil professores e funcionários. O seu programa acadêmico abrange 136 cursos de graduação, juntamente com 148 programas de mestrado e 120 programas de doutorado.

No campo do cooperativismo, por meio do Centro de Cooperativismo da Universidade de Wisconsin, a UW é considerada uma referência internacional. Ao lado da Universidade de Sherbrooke, no Canadá, e da Universidade de Bolonha, na Itália, a instituição figura entre as três principais linhas de pesquisa em cooperativismo no mundo.

A partir de quarta-feira, a Missão de estudos do Ramo Transporte desembarca no Vale do Silício, onde participa de uma palestra com o professor da The New School, de Nova Iorque, considerada uma das melhores universidades privadas dos Estados Unidos, sendo referência em inovação.

Trebor foi um dos fundadores do movimento “Cooperativismo de Plataforma”, iniciativa que começou em 2015 a estimular o cooperativismo como forma alternativa à “uberização” das profissões. O movimento tem crescido rapidamente, com presença em 47 países atualmente. O acadêmico também dirige uma incubadora de cooperativas de plataforma que busca capacitar trabalhadores cooperados para a comercialização de seus serviços por plataformas digitais.

Trata-se de uma das referências internacionais na temática do cooperativismo de plataforma. O Professor Trebor estará em São Francisco especialmente para se encontrar com nossa delegação. Ele fará uma palestra sobre o movimento cooperativismo de plataforma e os desafios modernos das cooperativas de serviços e trabalhadores.

A passagem dos brasileiros pelos Estados Unidos inclui, ainda, visitas e reuniões, conforme programa a seguir:

 

Plug and Play: Uma das maiores incubadoras e aceleradoras de empresas do mundo, a P&P já apoiou centenas de empresas de sucesso. Sua atuação está estruturada em três segmentos: aceleração de startups, inovação corporativa e capitais de risco. Também atua como ponte entre organizações e startups de base tecnológica em diversos setores, incluindo mobilidade. A área de mobilidade da empresa desenvolve programas nos campos de transporte autônomo, conectividade, economia compartilhada, sistemas elétricos, indústria 4.0, cidades inteligentes e softwares.

A empresa possui um programa de filiação que possibilita que organizações se associem para interagir com startups inovadoras de setores variados. Em 2017, a empresa geriu mais de 400 novas empresas e captou US$ 7 bilhões para investimentos. A Plug and Play também possui mais de 200 outras empresas parceiras em investimentos conjuntos. Existem diferentes níveis de associação que permitem acesso diferenciados aos programas oferecidos pela aceleradora.

 

Zendrive: A Zendrive é uma startup que desenvolveu uma solução para monitoramento de condições de veículos e de comportamento dos motoristas, por meio de uma tecnologia que utiliza apenas smartphones. Utilizando um de um banco de dados com armazenamento de diversos cenários e casos, a empresa consegue detectar facilmente padrões de comportamento com alta precisão.

 

PINC Solutions: A empresa é fornecedora número 1 em gerenciamento avançado de pátios, logística de veículos e soluções de robótica. Fornece software, hardware e serviços que permitem às empresas transportar mercadorias através da cadeia de fornecimento de forma mais rápida, rentável, consistente e mais eficiente. Além disso, a empresa está desenvolvendo soluções baseadas em drones para a gestão de estoques internos.

 

Federação de Cooperativas da Califórnia: O Ramo Transporte nos Estados Unidos é contemplado como parte do ramo de serviços. Assim, a Federação das Cooperativas de Trabalhadores dos Estados Unidos (USFWC) é a organização nacional de representação do cooperativismo de trabalho. Representa aproximadamente 200 membros que congregam 6.000 trabalhadores em todo o país.

A USFWC foi fundada em 2004, quando um núcleo de trabalhadores cooperados se reuniu com dirigentes cooperativistas, acadêmicos, organizadores comunitários e apoiadores do setor para fortalecer as cooperativas de trabalhadores por meio de uma organização setorial nacional específica.

 

Velodyne LiDAR: A empresa projeta sistemas de automação de veículos, sendo responsável por desenvolver o programa de LiDAR – tecnologia óptica de detecção remota que mede propriedades da luz refletida de modo a obter a distância ou outra informação sobre objetos fixos ou móveis em tempo real. Trata-se de uma tecnologia de sensores de grande eficiência para o desenvolvimento de softwares de prevenção de acidentes e condução autônoma.

 

Centro de Inovação da Ford: Subsidiária da montadora norte-americana Ford, focada apenas em carros elétricos, modelos autônomos e Internet das Coisas no Vale do Silício. A companhia pesquisa soluções para integração dos smartphones com os carros e também para o desenvolvimento de um trânsito mais sustentável, incluindo veículos autônomos.

 

COOPERATIVISMO NOS EUA

O cooperativismo nos Estados Unidos é forte e crescente. Durante sua missão de estudos, você perceberá que as cooperativas atuam em diversos ramos da economia. Não há, no entanto, uma confederação ou instituição que represente todo o movimento no país. O que existe são cinco grandes federações que representam cooperativas de acordo com seus ramos.

A National Cooperative Business Association (NCBA) - Associação Nacional de Negócios Cooperativos - representa as chamadas cooperativas urbanas, ligadas, principalmente ao setor de serviços. A NCBA foi criada em 1916, como Liga de Cooperativas da América e, mais tarde, Liga das Cooperativas dos Estados Unidos da América (CLUSA). Foi a primeira organização de cooperativas dos Estados Unidos e atualmente representa mais de 29 mil cooperativas do país. Por meio do trabalho de lobby da NCBA, na década de 1970, foi criado pelo Congresso Americano o Banco Nacional Cooperativo, que tem como missão fomentar o desenvolvimento das cooperativas no país.

Hoje a instituição financeira possui 1800 cooperativas associadas e mais de 1 bilhão de dólares em ativos. Ainda, a NCBA oferece cursos presenciais e à distância para seus membros, além de contar com uma forte atuação no Congresso americano.

A National Council of Famers Cooperatives (NCFC) - Conselho Nacional das Cooperativas Agropecuárias - foi criada em 1923 e representa as cooperativas agropecuárias dos Estados Unidos. A entidade agrega 3 mil cooperativas, que contam com 2 milhões de cooperados e geram 250 mil empregos diretos, movimentando US$ 8 bilhões anualmente. Compõem também os membros da NCFC, 26 estados e conselhos regionais de cooperativas.

Por sua vez, a Credit Union National Association - Associação Nacional das Cooperativas de Crédito (CUNA), representa o cooperativismo de crédito no país. Já a National Regional Electric Cooperative Association - Associação Nacional das Cooperativas Regionais de Eletrificação (NRECA), representa o setor de energia. E por fim, a Federation of Worker Cooperatives - Federação de Cooperativas de Trabalho (FWC), compreende o cooperativismo de trabalho, transporte, educação, turismo e outros serviços.

Os integrantes da Missão de estudos do Ramo Transporte chegam ao Brasil no dia 1º de outubro.

Lideranças participam do 4º Pense Sicoob

Brasília (21/9/18) – A quarta edição do Pense Sicoob, evento destinado às lideranças das cooperativas singulares e centrais de todo o Brasil, teve como destaque neste primeiro dia, 20/9, a palestra de Ram Charan, guru internacional de gestão empresarial. O evento ocorreu em Brasília, com o tema O propósito nos une. A colaboração nos move. Além de integrantes do sistema Sicoob, o evento também contou com a participação de representantes do Sistema OCB.

Durante sua palestra, o mestre indiano das áreas de liderança e gerenciamento afirmou à plateia de líderes do Sicoob que “é preciso ter uma visão diferenciada, concreta e vislumbrável, e esse exercício deve ser feito a cada dia”. Para Ram Charan é necessário que se verifique, ainda, diariamente a satisfação dos clientes, no caso do sistema, de seus cooperados. O palestrante indiano chamou atenção para o uso da tecnologia para alcançar excelência de atendimento e serviço prestado. “Existem muitas coisas boas acontecendo, mas usando a tecnologia outras coisas boas virão, pois vocês já conhecem o comportamento do consumidor”.

 

LIDERANÇA

Charan disse ainda que a única razão para garantir alta fatia de mercado é a capacidade de se diferenciar daqueles que são maiores, como um processo contínuo. E lembrou: “Não podemos ser amedrontados pelos gigantes. Observem as coisas. É preciso entrar em contato com a inovação e se alfabetizar tecnologicamente. Prestem atenção nas startups. Pensem nisso”.

 

CELEBRAÇÃO

O primeiro dia de Pense Sicoob também contou com a presença do presidente do Sicoob Confederação, Henrique Castilhano Vilares, que abriu a programação em tom de comemoração ao ressaltar números recentemente alcançados pela instituição como a marca de R$ 100 bilhões em ativos, 100 mil consórcios ativos, tornando-se a 15ª maior empresa de consórcios do Brasil, e a marca de 100 mil vidas atendidas pelo Sicoob Previ.

 

ESTRATÉGIA E MARCA

A programação da quarta edição do Pense Sicoob contou ainda com o historiador Leandro Karnal, que falou sobre “Valor e Estratégia”. Ela abordou aspectos de como o protagonismo e a confiança completam-se dentro de uma estratégia que foque no detalhe sem perder de vista o resultado.

O cantor Léo Chaves, mais conhecido por sua participação na dupla sertaneja com o irmão Victor, falou sobre a importância do comprometimento com o presente, com a ousadia, audácia e originalidade para fortalecer a marca e, assim, “marcar” a vida das pessoas. (Com informações do Sicoob)

Futuro do agro depende de economia sustentável na produção

Curitiba (27/8/18) – O rendimento da produção nacional passa diretamente pelos investimentos públicos e privados, que atualmente correspondem a 70% do crédito rural, segundo dados do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). Por isso é importante que o agronegócio nacional adote uma economia sustentável para com os produtores, seguindo o modelo cooperativista, que atualmente alcança 6,5% da população brasileira e gera 376 mil empregos diretos, analisaram os especialistas presentes no 6º Fórum de Agricultura da América do Sul, realizado nos dias 23 e 24 de agosto no Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba (PR).

Conectar as pessoas às tecnologias em prol do desenvolvimento econômico e social precisa ser foco para o setor, segundo o superintendente do Sistema OCB, Renato Nobile. “É importante estarmos conectados a essas inovações e ir para esse caminho da inovação. Nosso grande patrimônio não são nossas propriedades, e sim, as pessoas”, contextualizou Nobile durante o painel de cooperativismo.

Segundo o economista Pedro Loyola, presente no painel sobre crédito sustentável, o produtor rural tem 68% de gastos voltados para a tecnologia e precisa de políticas públicas que o auxiliem contra o endividamento. “Crédito precisa ser sustentável economicamente para o produtor, para que ele não inicie um ciclo vicioso que se inicia com o atraso nos pagamentos e termina com a perda de produção”.

O líder do Programa de Infraestrutura do Banco Mundial no Brasil, Paul Procee, também destacou esse ponto. “O Brasil ainda está no berço do investimento tecnológico e precisa aumentar essa busca. Temos que criar mecanismos para criar linhas de financiamento para alinhar as políticas dentro da União”.

 

MEIO AMBIENTE

A utilização dos recursos naturais é um desafio do setor produtivo, mas conceitos como a Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF) aparecem como alternativa eficiente. “É importante a busca dessa integração, sendo que a floresta ainda é um setor pouco difundido. Ela traz benefícios como a melhora do solo pela diversificação, minimiza o uso de agroquímicos, além de aumentar o valor agregado dos produtos”, explicou a coordenadora de sustentabilidade da Associação Brasileira de Agronegócio (ABAG), Juliana Monti.

Atualmente, a ILPF ocupa 11,5 milhões de hectares em todo Brasil, segundo dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), apresentados no painel de agrofloresta pelo pesquisador Erich Schaitza.

Outro desafio ao produtor é conciliar a demanda pelo crescimento na produção de alimentos com as áreas de preservação ambiental, que correspondem a mais de 60% do território nacional. Para comparação, essa faixa equivale aos 28 países que compõem a União Europeia.

“Alguns estados do Norte brasileiro como Amapá, Roraima e Acre tem dificuldade em conseguir estabelecer uma cultura do agronegócio, devido a essas demarcações”, avaliou o Chefe da Embrapa Territorial, Evaristo de Miranda, que, junto do ex-Ministro da Agricultura e Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, compôs o painel de meio ambiente.

 

TECNOLOGIA

Preocupado com a importância de investimentos em tecnologia, o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) junto com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), criou o Plano Nacional de Internet das Coisas (IoT). “Para conectar o Brasil é necessário priorizar investimentos em tecnologia para a conectividade do agronegócio, utilizando fundos setoriais para ampliação da cobertura rural”, declarou o diretor da Telebrasil, Sergio Kern. Somente no agronegócio a expectativa do MCTIC é que a IoT gere um impacto de 21 bilhões de dólares.

O painel também contou com a participação do José Marcos Brito,  professor do Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel). O especialista defendeu que as soluções tecnológicas atuais limitam a conectividade no campo. “Novas tecnologias são necessárias para atender os cenários brasileiros”, ressaltou. Brito destacou a utilização do 5G como oportunidade para atender ao desafio constante de aumentar a produtividade e manter a competitividade. O painel teve a mediação de Mariana Balan, uma das coordenadoras da Furukawa Electric.

 

DISCUSSÕES

E essa preocupação com o futuro do setor norteou os debates durante os dois dias de evento, promovendo a conexão entre diversos elos da cadeia produtiva para encontrar soluções para esses desafios. “Conseguimos reunir mais de 600 pessoas de 17 países acompanharam os 14 painéis temáticos, com 45 palestrantes. O agronegócio é parte vital da economia brasileira e cada vez mais todos os setores estão voltando sua visão para ele”, analisou o coordenador do Fórum, Giovani Ferreira.

A análise do mercado é a pauta central do 7º Fórum de Agricultura da América do Sul, que será realizado nos dias 5 e 6 de setembro de 2019 em Curitiba (PR), tendo como tema “Da produção ao mercado – global e sustentável”. As discussões irão analisar oferta, demanda, produção interna, segurança alimentar, entre outros temas comerciais, os relacionando com variáveis na produção como tecnologia, inovação, logística e sustentabilidade.

 

SOBRE O FÓRUM

O 6º Fórum de Agricultura da América do Sul (Agricultural Outlook Forum South America 2018) é uma iniciativa do Núcleo de Agronegócio da Gazeta do Povo (AgroGP), plataforma de conteúdo do Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCom), com sede em Curitiba, no Paraná. O projeto piloto do Fórum foi realizado em 2013 e levou para Foz do Iguaçu (PR) mais de 500 inscritos para discutir os desafios e oportunidades do agronegócio global a partir da realidade sul-americana. Desde então, o evento reúne anualmente especialistas e participantes de todo o mundo, trazendo à pauta assuntos como inovação e sustentabilidade, desenvolvimento urbano pela economia rural e sucessão no campo. Em 2018, o evento tem como tema “O campo conectado e digital: o grande desafio do Século XXI”.

Festival de música no RS celebra inovação

Brasília (13/8/18) – Cooperação é música... e da boa! Por isso, o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Rio Grande do Sul (Sescoop/RS) realiza a 11ª edição do Festival O Rio Grande Canta, cujas inscrições encontram-se abertas até o próximo dia 31/8. A iniciativa faz parte do Programa de Educação e Cultura Cooperativista e será realizada em duas etapas (classificatória e final), no dia 24 de novembro, na cidade de Pedro Osório, na região sul do estado.

Os artistas interessados podem inscrever suas obras musicais, por meio de uma ficha que deve ser encaminhada à sede da entidade, localizada à rua Félix da Cunha, n° 12, Bairro Floresta, Porto Alegre/RS, CEP: 90570-000. O tema deste ano é Cooperativismo é Inovação.
 

SELEÇÃO

A comissão avaliadora selecionará 20 obras para a etapa classificatória e que serão divulgadas no site www.sescooprs.coop.br, até o dia 5/10. Dentre essas, ao menos uma obra musical deverá ser de autor ou autores associados numa cooperativa, ou empregados de cooperativa, estabelecida na cidade sede do evento (Pedro Osório), com o objetivo de estimular a participação da comunidade.
 

PREMIAÇÃO

Ao todo, serão escolhidas 10 músicas finalistas e, além de troféu, os compositores receberão prêmios em dinheiro que variam entre R$ 4 mil e R$ 8 mil, dependendo da colocação. A melhor canção, na opinião do público levará, ainda, outros R$ 2 mil e receberá o título de “Música mais popular do festival”.
 

Quer saber mais? Clique aqui.

Competição torna mercado de crédito mais justo



Brasília (21/3/18) – Como diminuir o spread bancário brasileiro? A resposta para esta pergunta pode estar no cooperativismo de crédito. Ontem (20/3), os números, a realidade das cooperativas e os benefícios de se associar à uma das instituições do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC) foram apresentados numa audiência pública ocorrida no Senado. (Leia +)

Atualmente, o Brasil possui um spread de 39%. Esse percentual é calculado considerando a diferença entre a remuneração que o banco paga ao aplicador e o quanto a instituição cobra para emprestar o mesmo dinheiro. E as cooperativas de crédito possuem elementos basilares que mostram o quanto o segmento é sólido e beneficia os brasileiros.

Quem fala sobre o assunto é o representante da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Ênio Meinen, que participou da audiência pública, ontem, no Senado. Segundo ele, “a única solução sustentável para tornar mais justa a relação econômica entre a indústria bancária e os usuários é competição”. Confira!


- Qual sua percepção a respeito das impressões dos parlamentares ao ouvirem as informações sobre o SNCC?

A melhor possível. Percebi que ficaram bastante atentos à apresentação dos diferenciais do cooperativismo financeiro. Penso, também, que, de certa maneira, os parlamentares e demais convidados ficaram surpresos ao saberem da dimensão que o movimento assume no Brasil e no mundo, e dos seus impactos positivos na precificação de produtos e serviços e no processo de concorrência.

- Como as cooperativas podem contribuir com a redução do spread bancário aqui no Brasil?

Penso que em boa medida elas já vêm dando a sua contribuição. Os cooperados que elegeram as cooperativas como seus agentes financeiros e são tomadores de crédito percebem, nitidamente, os impactos do spread diferenciado. Nas praças em que as cooperativas têm uma presença mais expressiva, os bancos começam a rever as suas margens até com estratégia para estancar o processo cada vez mais intenso de migração de seus clientes para o sistema cooperativo. Com isso, mais e mais brasileiros estão tendo a oportunidade de se beneficiar das vantagens apresentadas pelas cooperativas de crédito, em relação aos demais entes do Sistema Financeiro Nacional. 

Com um quadro institucional bastante favorável e com o aumento da visibilidade, as cooperativas seguramente acentuarão a sua presença no mercado, incrementando o volume de operações e ampliando o seu protagonismo na regulação das taxas de juros e da precificação de outros produtos e serviços do mercado. Em síntese, quanto maior a escala – número de cooperados e volume de operações -, maior a contribuição do cooperativismo financeiro para a redução das margens de intermediação bancária.

A única solução sustentável para tornar mais justa a relação econômica entre a indústria bancária e os usuários é competição!

- É possível afirmar qual a diferença média entre as taxas praticadas pelas cooperativas de crédito e as demais instituições do SFN?

Na audiência pública convocada pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, nesta terça-feira (20/3), eu apresentei esse número. Pelas informações que colhi, e tomando por base o volume de negócios (crédito e demais operações/serviços) realizados em 2017, posso afirmar que a economia anual (ou agregação de renda) para os cerca de 10 milhões de cooperados, pelo fato de escolherem as cooperativas como seus agentes financeiros, se aproxima de R$ 25 bilhões!

- Em relação às fintechs quais as principais vantagens em se fazer parte de uma cooperativa de crédito?  

As cooperativas e as fintechs (startups do mundo financeiro) têm semelhanças e diferenças. As principais convergências são:

•       Propósito, já que as cooperativas se dedicam a promover a Justiça financeira;
•       Protagonismo dos usuários, considerando que os cooperados são clientes e acionistas ao mesmo tempo;
•       Confiança diferenciada;
•       Descentralização dos serviços financeiros;
•       Redução (eliminação) da intermediação;
•       Flexibilidade/adaptabilidade;
•       Precificação justa;
•       Intensidade em tecnologia, já que as cooperativas também se preocupam em melhorar cada vez mais o atendimento aos seus cooperados, com agilidade, disponibilidade e comodidade.

Já as diferenças residem nos seguintes aspectos:

•       Nas cooperativas o usuário (cliente) é também proprietário (e são muitos…). Ou seja, são empreendimentos coletivos em essência;
•       As cooperativas são iniciativas locais/regionais e geram benefícios coletivos;
•       As cooperativas têm amplo portfólio comercial;
•       As cooperativas atuam em um ambiente mais formal/supervisionado (BCB), oferecendo baixo risco;
•       Por outro lado, diante da informalidade, as fintechs tendem a ser mais ágeis/fluidas.

A propósito, ainda, desse tema, e para uma melhor compreensão da relevância do cooperativismo no campo da economia compartilhada, sugiro a leitura do artigo A hora e a vez do cooperativismo financeiro, disponível aqui.

- Como o SNCC promove a justiça financeira no mercado nacional?

As cooperativas contribuem com a justiça financeira, todos os dias, agindo de acordo com quatro vertentes:

- Proporcionando a inclusão (cidadania) e a educação financeiras;
- Impulsionando o desenvolvimento socioeconômico local e regional (para evitar a evasão de riquezas);
- Oferecendo aos cooperados todos os produtos e serviços financeiros em condições de preço diferenciadas e com um atendimento respeitoso e qualificado;
- mudando para melhor a relação entre bancos e clientes (este último, para mim, é o corolário do protagonismo do cooperativismo de crédito).

Aurora é uma das empresas mais amadas pelos funcionários

Brasília (15/1/18) – A Aurora – uma empresa cooperativista – é uma das gigantes brasileiras mais bem sucedidas dentro e fora do país. E um dos segredos desse sucesso é a valorização do colaborador. Itens como plano de benefícios, salário, cuidado individual com as pessoas e possibilidade de crescimento estão entre as principais justificativas para que a cooperativa viesse a ocupar a sexta posição no ranking das empresas mais amadas pelos funcionários, no Brasil.

A pesquisa é feita pela equipe do Love Mondays e o resultado foi publicado nesta segunda-feira (15/1), no site Exame. O ranking de satisfação profissional é o único que leva em consideração avaliações espontâneas e anônimas de usuários da plataforma sobre seus empregadores.

E são muitas. No mês de dezembro, o site recebeu 2,3 milhões de acessos. Na plataforma, além de informações sobre salário e avaliações, é calculado o índice de satisfação geral, que vai até 5, com base em notas também até 5 para os itens: remuneração e benefícios, oportunidade de carreira, cultura da empresa e qualidade de vida. No Caso da Aurora, a nota obtida foi 4,3.

A lista tem como base as opiniões publicadas pelos usuários da plataforma sobre empregadores que tenham recebido ao menos 50 avaliações em 12 meses. Já são 115 mil empresas e para essa edição foram consideradas 107 mil avaliações.

Confira a avaliação da Aurora e o ranking completo.

(Com informações do Site Exame)

Embrapa aposta na tecnologia digital para desenvolver setor lácteo

Brasília (5/12/17) – Presente em 99% dos municípios brasileiros, a produção de leite movimentou R$ 67 bilhões em 2016. Como quarto maior produtor do mundo, o Brasil tem vivenciado nos últimos cinco anos uma expansão de mercado de 78% no setor leiteiro, foram 35 bilhões de litros só em 2016. Os números já demonstram a dimensão que a atividade alcançou em território brasileiro. E este é apenas o começo de uma nova era, aponta o economista Paulo Martins, chefe-geral da Embrapa Gado de Leite.

“A tecnologia vem revolucionando o agro como um todo, e também o leite. Como estamos falando de uma atividade intensiva em administração, o produtor precisa tomar muitas decisões ao longo do dia, e sua chance de errar é muito grande. Além disso, ele está inserido em um mercado que exige cada vez mais profissionalização e produção em escala, o que o leva, obrigatoriamente, a investir em pecuária de precisão”, descreve.

Antenados na imensidão de oportunidades que empresas da Europa, dos Estados Unidos e da América Latina já enxergaram no potencial de consumo que o país ainda tem, os empreendedores brasileiros se movimentam para oferecer ideias inovadoras baseadas em softwares web, aplicativos mobile e soluções em hardware, incluindo internet das coisas, para os diversos setores produtivos da cadeia do leite.

Depois de enfrentarem mais de 80 concorrentes em uma disputa acirrada, dez startups de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul terão a oportunidade de apresentar suas propostas a especialistas e investidores na final da segunda edição do Ideas for Milk, no dia 9 de dezembro, em Juiz de Fora (MG).

A programação da final será aberta ao público interessado em network e inovação digital. A inscrição prévia pode ser feita pelo site do evento: http://www.ideasformilk.com.br/conteudo/participe-das-finais-do-ideas-milk. Também serão aceitas inscrições na chegada.

OPORTUNIDADE DE NEGÓCIOS

Se, para os empreendedores, o desafio é uma oportunidade para entrar no mercado com o pé direito, para os investidores é a possibilidade de transformar, em pouco tempo, alguns milhares de reais em milhões.

“Um evento como este é um campo fértil para quem quer acompanhar as novas tendências, e está em busca de startups em fase bem inicial, que ainda valem pouco diante do potencial que têm. Por exemplo, um investidor pode fechar negócio com uma empresa que hoje vale R$ 100 mil e em questão de um ano ver este valor passar para R$ 2 milhões”, observa Maikel Schiessl, diretor do comitê de AgTech da Associação Brasileira de Startups (ABStartups).

Ainda não existem muitos dados sobre a realidade das empresas brasileiras de tecnologia aplicada ao agronegócio. A informação oficial, do censo realizado em 2016 pela Esalq/USP e pela AgTech Garage, dá conta de que existam em torno de 100 startups neste segmento, mas Schiessl estima que este número já deve ter ultrapassado 500. Também não se sabe o faturamento, tampouco a quantidade de empregos gerados.

Por outro lado, considerando a significativa participação do agronegócio no PIB - no ano passado, o setor respondeu por 23% desta fatia -, a certeza que se tem, afirma o investidor e um dos parceiros do Ideas for Milk Cezar Taurion, é que “investir no agro é um negócio altamente rentável.”

“Quando olhamos o PIB do país, vemos que o setor agropecuário é extremamente importante. Mas quando vamos à Associação Brasileira de Startups, observamos que o percentual de empresas que estão apostando neste segmento é muito pequeno. Fazendo esta conta, chegamos a um cenário bastante promissor. A pecuária leiteira, por exemplo, é uma atividade extremamente complexa, longa e que demanda soluções inovadoras”, pontua o sócio e líder da prática de corporate ventures da Kick Ventures.

CONSUMO

O consumo de leite no Brasil cresce, em média, 4% ao ano. E, segundo o chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, os grandes produtores, atentos a esta curva de ascensão, estão fazendo uma revolução silenciosa, aumentando a produtividade com foco no potencial de consumo da população.

“Enquanto consumimos em torno de 170 litros por habitante/ano, nos países desenvolvidos o consumo médio chega a 270 litros de leite por habitante/ano. Para estimular um aumento de demanda, a atividade leiteira está caminhando rapidamente para um mundo digital, o 4.0. E com um detalhe: tudo o que ouvimos sobre automação, internet das coisas, máquinas conversando entre si e gerando um problema ao tirar os empregos de pessoas no setor urbano-industrial, no caso do leite, enxergamos como solução. Há um vazio muito grande gerado pela escassez de mão de obra, uma vez que os jovens estão optando pelas grandes cidades, e a máquina está chegando para ocupar este espaço, não para roubar vagas como tem acontecido na indústria”, contextualiza Martins.

PROPOSTAS E FINALISTAS

As propostas deste ano que concorrem ao prêmio de R$ 20 mil vão desde soluções para o conforto animal a projetos de gestão de precisão, como um que desenvolveu um colar para as vacas onde ficam registradas todas as suas informações, e permite que seja feita uma rastreabilidade completa da sua vida, passando por sistemas de proteção que impedem fraudes no leite depois que ele sai da fazenda, e produtos que mostram quando o queijo está impróprio para o consumo.

“Com o apoio de iniciativas como esta, o leite está deixando de ser o ‘patinho feio’, que tem baixa produtividade, não tem competitividade e não exporta, para fazer parte do padrão Brasil Agroexportador”, sinaliza o chefe-geral da Embrapa Gado de Leite.

IDEAS FOR MILK

O Ideas for Milk busca desenvolver soluções digitais para os diversos setores produtivos da cadeia do leite - a mais extensa do agronegócio, presente em 99% dos municípios brasileiros e que emprega 4 milhões de pessoas, movimentando um quarto do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

É uma competição nacional entre empreendedores que visa estimular ideias inovadoras de modelo de negócio, produto, processo ou serviço, baseadas em software web, aplicativo mobile e/ou solução em hardware, incluindo internet das coisas (IoT). As soluções devem promover a eficiência no setor lácteo.

O sucesso da primeira edição, em 2016, chamou a atenção de investidores do Sillicon Valley (EUA) e do governo da Índia – maior produtor mundial de leite –, interessados em acompanhar o processo brasileiro de inclusão do agronegócio do leite na indústria 4.0.

Proposto pela Embrapa, o Ideas for Milk está sendo realizado conjuntamente com a Carrusca Innovation, o Agripoint, o Qranio e a Kick Ventures. A correalização é feita pelo Sebrae e pela BovControl. Entre os patrocinadores, estão organizações de peso ligadas ao agronegócio, como Nestlé, Tetra Pak, CNA/Senar, Sistema OCB, Tortuga/DSM e Laticínios Porto Alegre. Empresas de tecnologia da informação também participam da iniciativa, como Tim, Inove, Cisco, IBM e Microsoft.

Também integra o programa do Ideas for Milk o Vacathon, um inédito hackathon rural que será disputado na sede e na fazenda da Embrapa Gado de Leite, em Coronel Pacheco (MG), com a participação de 16 universidades brasileiras. A lista das equipes participantes está disponível aqui. A final do Vacathon será no dia 10 de dezembro. (Fonte: Embrapa)

Inovar não é mais uma opção

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Brasília (22/11/17) – Inovação é o mesmo que encontrar uma solução para um problema real. Isso todo mundo sabe. O que é difícil nesse processo que envolve a descentralização do poder é garantir que todos os indivíduos de uma empresa, cooperativa ou organização, estejam motivados para buscar as respostas mais criativas, econômicas e possíveis de execução.

Esse é o pensamento do especialista em inovação, Gustavo Caetano, eleito uma das 50 mentes mais inovadoras do país pela revista Proxxima (Meio&Mensagem), um dos 15 brasileiros mais influentes da internet pela Revista GQ e bicampeão do prêmio de CEO do ano (Pequenas Empresas Grandes Negócios e The Next Web).

O mineiro discorreu sobre inovação dentro e fora do Brasil durante sua palestra, ministrada durante a cerimônia de entrega do Prêmio Sescoop Excelência de Gestão, na noite desta terça-feira (22/11), em Brasília.

Sua startup, a Samba Tech, foi eleita três vezes nos Estados Unidos como uma das 100 empresas mais inovadoras do mundo e a Forbes a colocou como uma das 10 Startups para se observar na América Latina. A Samba entrou para a lista da revista Fast Company como uma das 10 mais inovadoras da América Latina e Caetano foi eleito pelo MIT como uma das 10 mentes mais inovadoras do país.

A empresa de Caetano é a segunda melhor para se trabalhar em Minas Gerais, e a quarta no ranking Brasil, segundo o Great Place to Work. Confira!

O que é inovação? Cite exemplos.

As pessoas tendem a confundir inovação com invenção e não é bem isso. Inovação é encontrar soluções para resolver os problemas reais das pessoas. Pra mim, as empresas extremamente inovadoras são aquelas que encontram soluções para questões que já existem há muito tempo, de maneira diferente. Por exemplo: o Waze, é um excelente caso de inovação. Quando ele entrou no mercado de GPS, cheio de players gigantescos como a Tomtom e a Garmin, líderes da época, decidiu focar em um único problema que nenhum deles estava resolvendo: o trânsito. E isso foi feito. O problema do trânsito foi resolvido e agora o Waze é a maior empresa de GPS do mundo. Tanto que, recentemente, foi vendida por US$ 1 bilhão para o Google.

Muitas pessoas não aderem à cultura da inovação na sua empresa porque acham que precisam ser muito criativos para inventar algo que não existe. E o Waze é um exemplo clássico do que já existia, mas que focou em um problema que ninguém tinha focado antes.

Porque inovar é tão importante?

Inovar, hoje em dia, não é mais uma opção. Veja bem, se listássemos as grandes empresas americanas da década de 50, veríamos que 90% delas não existem mais. Vale pensar o seguinte: naquela época, uma nova tecnologia poderia demorar até 50 anos para entrar no mercado e isso não ocorre atualmente. A cada seis meses temos uma nova tecnologia disponível.

Então, inove ou morra tentando! Não tem opção. Todo mundo tem de aderir à inovação, agora, como uma estratégia de sobrevivência. Ou a inovação ocorre, ou o seu negócio tende a terminar em alguns anos, porque possivelmente será substituído por alguém que faz isso melhor, de uma maneira diferente e com um custo mais barato.

Quando inovar e o que é necessário?

A inovação depende da cultura da empresa, do DNA das organizações. Se não existe, é necessário traze-la ao ambiente de trabalho. Eu tive a oportunidade de estudar na universidade da Disney, uma empresa de 100 anos, e ela consegue se reinventar constantemente. Eu descobri que isso não tem nada a ver com criatividade, como muita gente imagina. Não é necessário ser super criativo para ser inovador.

Na verdade, inovação tem a ver com processos e com a necessidade de estar atento às oportunidades de melhoria. Por isso a inovação não depende de uma área específica, mas de pessoas. Todas elas. E isso pode ser obtido com algumas coisas básicas.

A primeira delas é a identificação de problemas; a segunda é a revisão de propósito, já que a razão de ser de uma empresa, há 10 anos, é diferente da de hoje; e, por último, é importante trazer pessoas boas para dentro da organização, dando a oportunidade para os erros.

Todo processo de inovação depende do erro. Nenhuma empresa inovadora que conhecemos nasceu de uma ideia genial e sempre teve tudo a seu favor. Todas elas experimentaram, erraram! E isso ocorre desde os tempos de Leonardo da Vinci ou Thomas Edson. Todas essas figuras foram grandes experimentadores. Eles testavam várias coisas o tempo inteiro e, vale dizer que, hoje, é barato testar.

Então, é urgente e vital trazer essa cultura do teste, da execução e tirar da cabeça a ideia de que inovação vem de alguma especialidade ou habilidade, afinal não adianta ter ideias brilhantes e não conseguir colocá-las em prática. Essa é a chave das grandes empresas inovadoras que têm conseguido transformar suas visões em resultados.

Você acha que o Brasil é um país inovador?

Sim. Porque as pessoas sempre dão um jeito de resolver problemas que parecem irresolvíveis. Infelizmente, essa característica do brasileiro é usada para o mal. Eu vejo vários golpes tão bem bolados e penso que se o autor deles usasse essa energia para o bem, poderia ter montado uma startup ou criado algo inovador para resolver os problemas das pessoas e não prejudica-las.

O brasileiro é um povo que sempre pensa em formas diferentes de resolver um problema. Mesmo sem o dinheiro que o americano tem ou o processo que o alemão possui, a gente consegue fazer muita coisa boa por aqui! O que falta, muitas vezes, é metodologia. Nós ainda dependemos muito de um líder que pense e execute, mas não temos isso na base das pessoas, ou seja, os liderados não pensam em como resolver os problemas que está diante deles. Muitas vezes eles esperam que o chefe resolva.

Outra coisa que falta é uma educação proativa de transformar a inovação em algo acessível para todos. As pessoas que lidam com os processos é que sabem como melhorá-los. Não se pode esperando que um presidente pare e resolva tudo dentro da empresa, mas isso depende muito da descentralização do poder dentro das organizações. O modelo tradicional de empresa brasileira é muito concentrado. O poder fica na mão de poucos. Geralmente, tudo passa pelo presidente ou pela diretoria e esse é um modelo antigo. O modelo novo dá poder às pessoas.

Então, independente do cargo, dê poder às pessoas. Dê a oportunidade de elas proporem soluções e aí será possível ver ideias extraordinárias nascendo. O problema do modelo tradicional é que ele é muito “eu mando e você obedece” e não dá voz para quem está na ponta, executando a tarefa. E é ele que lida com o mercado e com os clientes. Muitas vezes os executivos estão confinados nos escritórios sem ideia do que está acontecendo lá fora.

Sescoop premia cooperativas com melhor gestão

Brasília (13/11/17) – Uma gestão eficiente é, certamente, sinônimo de resultados socioeconômicos de grande importância. É pensando assim que o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) realiza no próximo dia 21/11, em Brasília, a cerimônia de entrega do Prêmio Sescoop Excelência de Gestão.

A Cerimônia contará com a participação de representantes das 41 cooperativas reconhecidas nesta edição do prêmio, bem como das organizações estaduais do Sistema OCB, do qual o Sescoop faz parte.

A premiação, realizada sempre nos anos ímpares, é o reconhecimento nacional às cooperativas que promovem o aumento da qualidade e da competitividade do cooperativismo, por meio do desenvolvimento e da adoção de boas práticas de gestão e governança.

O presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, destacou a importância do prêmio. “Ele foi criado para valorizar o trabalho sério e comprometido das cooperativas brasileiras, que fortalecem a economia local por meio da geração de emprego, renda e da preservação dos recursos naturais”, explica.

INOVAÇÃO

Os participantes terão a oportunidade de assistir à uma palestra sobre inovação, a ser ministrada por Gustavo Caetano, eleito uma das 50 mentes mais inovadoras do país pela revista Proxxima (Meio&Mensagem), um dos 15 brasileiros mais influentes da internet pela Revista GQ e bicampeão do prêmio de CEO do ano (Pequenas Empresas Grandes Negócios e The Next Web).

Sua startup, a Samba Tech, foi eleita por três vezes nos Estados Unidos como uma das 100 empresas mais inovadoras do mundo e a Forbes a colocou como uma das 10 Startups para se observar na América Latina. A Samba entrou para a lista da revista Fast Company como uma das 10 mais inovadoras da América Latina e Caetano foi eleito pelo MIT como uma das 10 mentes mais inovadoras do país. Recentemente o Linkedin nomeou Gustavo Caetano como um dos 10 mais influenciadores da internet ao lado de Ricardo Amorim, Luiza Helena, Viviane Senna entre outros. 

Suas palestras mostram como empresas de qualquer setor podem inovar usando as mesmas técnicas de Startups de sucesso, e já foram vistas pelos CEOs e lideranças das maiores empresas do país. Gustavo também foi indicado como “Mark Zuckerberg brasileiro” pelo site americano Business Insider.

Sescoop/SP reunirá comunicadores para debaterem inovação

São Paulo (9/11/17) – Como preparar as cooperativas paulistas para o futuro? Em busca de respostas para esta questão, o Encontro de Comunicadores do Cooperativismo Paulista 2017 abordará o tema Criatividade e Inovação na Comunicação. Realizado pelo Sescoop/SP, o evento ocorrerá no dia 21 de novembro, na Casa do Cooperativismo Paulista, em São Paulo, capital.

Para conectar os participantes às principais tendências do mundo digital, o evento contará com a participação da consultora, palestrante internacional e autora de best-seller, Martha Gabriel. A expectativa é de reunir mais de 100 profissionais que atuam nas diferentes frentes de divulgação e comunicação das cooperativas paulistas.

O objetivo é promover o debate sobre as mudanças que estão transformando a forma como as organizações se comunicam e se relacionam com seus públicos. Para participar, os interessados devem se inscrever por meio do site do Sistema Ocesp.

Para o coordenador do núcleo de Comunicação do Sescoop/SP, Luciano Alves Fontes, essa mudança vai além das questões tecnológicas e abrange outros aspectos do negócio. “A inovação pode estar ligada ao uso intensivo de tecnologia, mas não necessariamente. Muitas vezes, mudanças em processos e métodos de trabalho podem gerar projetos inovadores”, avalia.

A programação conta com palestras, apresentações e painel de tendências. Além disso, haverá exposição de casos de cooperativas que desenvolvem projetos com potencial de inovação, seja na divulgação institucional ou no relacionamento com públicos estratégicos. (Sistema Ocesp)