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Agenda inclui formação, intercâmbio e tecnologias para a agricultura familiar
O Sistema OCB recebeu, nesta quarta-feira (17), a coordenadora regional do Projeto +Algodão da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) na América Latina e Caribe, Adriana Gregolin O encontro teve como objetivo discutir possibilidades de parcerias voltadas para a capacitação em cooperativismo, além de aproximar agendas estratégicas que envolvem inovação tecnológica, inclusão social e mercados sustentáveis. Representaram o Sistema OCB na reunião a superintendente Tania Zanella, o coordenador de Relações Internacionais, João Penna, e a Analista de desenvolvimento de cooperativas, Rosana Lordelo.
Adriana Gregolin atua há mais de uma década à frente do Projeto +Algodão, uma cooperação Sul-Sul entre Brasil, FAO e sete países latino-americanos (Argentina, Bolívia, Colômbia, Equador, Haiti, Paraguai e Peru), que já beneficiou maismilhares de produtores de algodão da agricultura familiar. A iniciativa busca promover sistemas de produção sustentáveis e inclusivos, incentivando mercados justos para fibras e produtos derivados.
Na reunião, foram apresentados alguns eixos de atuação do projeto, como a capacitação de agricultores e técnicos, intercâmbio de experiências, adoção de novas tecnologias – como drones, descaroçadores e colheitadeiras adaptadas à agricultura familiar – além de ações voltadas para gênero e juventude.
Entre os pontos discutidos para futura cooperação com o Sistema OCB destacam-se uma potencial parceria para um programa de capacitação/especialização em cooperativismo, a integração de cooperativas brasileiras em programas de assistência técnica; a exploração de oportunidades de acesso a mercados sustentáveis; a adesão a iniciativas de mulheres e jovens rurais; e a ampliação da visibilidade internacional do cooperativismo brasileiro por meio de eventos regionais.
Para Tania, o encontro destacou a relevância do diálogo com organismos internacionais no fortalecimento do movimento. “O cooperativismo brasileiro tem muito a contribuir com os países da América Latina, seja em conhecimento técnico, seja em experiências práticas de organização social. Ao mesmo tempo, podemos aprender com a diversidade de soluções que estão sendo desenvolvidas no continente. Essa troca fortalece os produtores, amplia oportunidades e promove um desenvolvimento mais sustentável e inclusivo”, afirmou.
Com cerca de 48% da produção de algodão no Brasil concentrada em cooperativas, a aproximação com a FAO representa, segundo a superintendente, uma oportunidade de consolidar ainda mais a atuação do setor na região, conectando agricultores familiares, artesãos e técnicos a iniciativas inovadoras que valorizam a produção e impulsionam novos mercados.
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Encontro discutiu preservação cultural e reconhecimento do coop como expressão imaterial
A superintendente do Sistema OCB, Tania Zanella, se reuniu nesta sexta-feira (12) com o presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Leandro Grass, para fortalecer a aproximação institucional entre as duas entidades. O encontro teve como foco a valorização do cooperativismo como patrimônio cultural imaterial, além de temas relacionados à preservação, licenciamento ambiental e cooperação técnica.
A reunião ocorreu em um momento estratégico para o cooperativismo. Em 2025, declarado pela ONU como Ano Internacional das Cooperativas, o Sistema OCB busca consolidar a identidade do movimento não apenas como força econômica, mas também como prática cultural capaz de preservar tradições, fomentar desenvolvimento sustentável e fortalecer comunidades em todo o país.
Durante o diálogo, foi destacada a solicitação formal já protocolada junto ao Iphan para o registro do cooperativismo como patrimônio cultural imaterial. A medida pretende reconhecer o papel das cooperativas como guardiãs de saberes e práticas que fazem parte da história e da diversidade cultural brasileira.
Para Tania, o encontro marcou um passo importante na integração das agendas das duas instituições. “Queremos que o cooperativismo seja reconhecido tanto pela sua relevância econômica, como por ser expressão cultural viva, que preserva tradições, fortalece comunidades e contribui para com a identidade brasileira”, afirmou.
Ela destacou ainda que a parceria com o Iphan abre novas possibilidades de atuação conjunta. “As cooperativas estão presentes em todo o território nacional, convivendo com comunidades tradicionais e com a diversidade cultural do país. Essa capilaridade nos coloca em posição de colaborar com inventários, apoiar práticas de preservação e valorizar expressões imateriais ligadas ao nosso modelo de cooperação”, completou.
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Evento discutiu atuação das Câmaras Consultivas; sociedade civil pode enviar contribuições
A necessidade de ampliar a articulação entre governo e sociedade civil no enfrentamento da crise climática foi o foco da Reunião das Câmaras Consultivas do Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima (CIM), realizada nesta quinta-feira (11), em Brasília. O encontro reuniu representantes de ministérios, estados, municípios, especialistas e organizações da sociedade civil, entre elas o Sistema OCB, que contou com a participação da analista de Meio Ambiente, Laís Nara Castro, membro titular da Câmara de Participação Social (CPS).
Criado como principal instância de coordenação da política climática no país, o CIM tem a responsabilidade de articular ações interministeriais, monitorar políticas e supervisionar a implementação do Plano Clima, instrumento que orienta a execução da Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC). As Câmaras Consultivas funcionam como espaços técnicos de diálogo e formulação de propostas sobre adaptação, mitigação, financiamento, transição justa e instrumentos econômicos.
Para Lais, o envolvimento do cooperativismo reforça o papel das cooperativas como agentes ativos da agenda ambiental. “As cooperativas estão diretamente conectadas aos territórios e já desenvolvem inúmeras práticas sustentáveis, tanto no campo quanto nos centros urbanos. A Câmara de Participação Social é um espaço estratégico para mostrar esses resultados, dialogar com o governo e contribuir para políticas climáticas inclusivas, eficazes e conectadas à realidade local”, afirmou.
A programação teve início com uma mesa de abertura dedicada a discutir o papel das Câmaras Consultivas na gestão do Plano Clima e no processamento de suas agendas. Participaram da sessão representantes da Casa Civil, do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima e os coordenadores de cada câmara – Sérgio Xavier (Participação Social), Moacyr Cunha de Araújo Filho (Assessoramento Científico) e Robson Monteiro (Articulação Interfederativa).
Construção de agendas
Durante a tarde, os grupos se reuniram separadamente para discutir suas agendas de trabalho. Entre os pontos abordados estiveram as pautas prioritárias a serem tratadas no âmbito das câmaras; as expectativas de resultados para o primeiro mandato; a necessidade de integração com outras instâncias do CIM; a definição de próximos passos para a dinâmica de funcionamento; e o tipo de apoio administrativo e técnico necessário para garantir a efetividade das ações.
O encerramento do encontro foi realizado em plenária, com o compartilhamento das principais conclusões das três câmaras consultivas.
Avanços na governança climática
A reestruturação da política climática no Brasil passa pelo fortalecimento do federalismo climático, conceito que valoriza a diversidade territorial e reconhece o papel de estados e municípios na implementação de políticas. Nesse cenário, a participação da sociedade civil organizada, por meio da CPS, é considerada essencial para garantir que diferentes setores da economia e comunidades tenham voz nos processos decisórios.
Segundo Lais, o cooperativismo pode contribuir de maneira prática com o Plano Clima. “ Nossa atuação na câmara busca justamente dar visibilidade ao modelo de desenvolvimento sustentável e inclusivo praticado pelas cooperativas, além de incluí-las e potencializá-las na implementação do Plano Clima”, completou.
A expectativa é que o trabalho das câmaras resulte em recomendações concretas para orientar o governo federal sendo a CPS um elo estratégico entre o governo e a sociedade, ampliando a participação da sociedade civil e exercendo um papel de engajamento dos atores no Plano Clima.
CIM e suas Câmaras Consultivas
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Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima (CIM): principal instância de coordenação da política climática no Brasil, responsável por articular ações entre ministérios, monitorar políticas e supervisionar o Plano Clima.
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Câmaras Consultivas: funcionam como órgãos técnicos de assessoramento, divididas em três frentes:
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Câmara de Participação Social (CPS): conecta governo e sociedade civil, promovendo engajamento no Plano Clima.
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Câmara de Assessoramento Científico (CAC): reúne especialistas para subsidiar decisões com base em evidências.
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Câmara de Articulação Interfederativa (CAI): aproxima União, estados e municípios, fortalecendo a governança multinível.
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Audiência sobre a MP 1.303/2025 trouxe alertas de risco ao financiamento do agro e da habitação
O Congresso Nacional realizou, nesta quarta (03), audiência pública para discutir a Medida Provisória (MP) 1.303/2025, que altera a tributação de aplicações financeiras e aumenta Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Entre os pontos mais polêmicos da proposta está a criação de uma alíquota de 5% sobre os rendimentos das Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e Imobiliário (LCI), hoje isentos. O cooperativismo tem manifestado preocupações em relação à proposta por entender que a medida desconsidera a importância estratégica desses instrumentos para o desenvolvimento econômico e social.
Durante a audiência, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) chamou atenção para os riscos que a MP pode trazer ao mercado de debêntures incentivadas, instrumento que hoje exerce papel crucial no financiamento da Carlos Moura/Agência Senado infraestrutura no país. Segundo a instituição, esse mecanismo movimentou cerca de R$ 135 bilhões em emissões em 2024, sendo responsável por atrair investidores privados e aliviar a dependência de recursos públicos.
A superintendente do banco, Luciene Machado, destacou que o BNDES participou com aproximadamente 20% desse volume, mas que o avanço só foi possível pela entrada de novos atores no ecossistema financeiro. “Alterar as condições desse instrumento pode comprometer três funções fundamentais que o banco exerce: a estruturação de projetos, o financiamento de longo prazo e a coordenação das ofertas no mercado de capitais. Estamos falando de uma ferramenta que viabiliza investimentos bilionários em setores como saneamento e energia, com reflexos diretos na qualidade dos serviços públicos”, afirmou.
Encarecimento dos empréstimos para produtores
As LCAs e LCIs são instrumentos fundamentais para financiar a agropecuária e o setor imobiliário, respectivamente. Dados apresentados em nota publicada pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) indicam que os estoques de LCA somam R$ 559,9 bilhões, sendo que pelo menos R$ 280 bilhões são reaplicados no financiamento rural, dos quais R$ 140 bilhões compõem o crédito rural obrigatório. Com a nova tributação, especialistas alertam para a perda de atratividade dos títulos, redução de emissões e encarecimento dos empréstimos para produtores.
Para a superintendente do Sistema OCB, Tania Zanella, a medida impacta diretamente o cooperativismo. “As cooperativas de crédito têm papel decisivo no financiamento da agropecuária, especialmente em regiões onde os bancos tradicionais não chegam. Ao tributar esses títulos, o governo reduz a capacidade do cooperativismo em oferecer crédito acessível ao produtor rural, o que pode comprometer todo o ciclo produtivo”, explicou.
Ainda segundo ela, a medida também pode afetar negativamente o mercado imobiliário, dificultando o acesso da população ao crédito habitacional de longo prazo. “O cooperativismo é responsável por levar crédito para comunidades inteiras. Quando a tributação aumenta, quem paga a conta é o cidadão na ponta, seja o agricultor ou a família que sonha com a casa própria”, acrescentou.
Insegurança tributária
Além das LCAs e LCIs, a MP 1.303 traz uma série de mudanças que preocupam diferentes setores da economia, como a elevação da alíquota do Imposto de Renda sobre Juros sobre Capital Próprio (JCP), de 15% para 20%, e a majoração da CSLL para instituições financeiras. Também foram incluídas restrições à compensação de créditos de PIS e Cofins, o que, segundo juristas, pode gerar insegurança e aumentar a litigiosidade tributária.
A comissão mista deve realizar novas audiências até o fim de agosto e ouvir representantes do Ministério da Fazenda, de entidades setoriais e do mercado financeiro. O prazo final para votação da MP no Congresso é 9 de outubro. Até lá, o Sistema OCB, em articulação com a Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), continuará mobilizado para sensibilizar parlamentares sobre os riscos da proposta.
“O debate precisa ser feito com responsabilidade e transparência. O que está em jogo não é apenas a arrecadação, mas a manutenção de instrumentos que sustentam a produção agrícola, a habitação e a infraestrutura do país. O cooperativismo seguirá atuando para que essas especificidades sejam respeitadas”, reforçou Tania Zanella.
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Sistema OCB atuou pela aprovação em todas as etapas da tramitação e celebra resultado
O Plenário da Câmara dos Deputados rejeitou, nesta terça-feira (02), por 249 a 120 votos, o recurso que tentava levar à deliberação em Plenário o Projeto de Lei 10.273/2018, que altera a incidência da Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental (TCFA). Com a decisão, a proposta segue para análise direta ao Senado Federal.
O texto, de autoria do deputado Jerônimo Goergen (RS), já havia sido aprovado em caráter conclusivo na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara, em abril de 2024. No entanto, um recurso apresentado por parlamentares da base do governo solicitava que a matéria fosse analisada também pelo Plenário, o que atrasou a tramitação. Após meses de espera, o recurso foi finalmente pautado e rejeitado pela maioria dos parlamentares.
A proposição busca adequar a TCFA à realidade legislativa e econômica atual. A taxa foi instituída em 2000 e, ao longo dos Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados anos, passou por mudanças que aumentaram consideravelmente o seu impacto financeiro sobre empresas e cooperativas. Desde 2015, com a Lei 13.196, os valores atribuídos foram majorados de forma significativa, gerando distorções na cobrança, já que incidem sobre o faturamento total das organizações, independentemente da parcela das atividades que efetivamente causem impacto ambiental. Além disso, a cobrança é feita de forma individualizada por filial, o que amplia ainda mais o custo.
O PL 10.273/2018 propõe medidas para corrigir essas distorções, como delimitar a incidência da taxa às atividades licenciadas pela União, esclarecer que o contribuinte é a pessoa física ou jurídica responsável pelas atividades (independentemente do número de filiais) e atualizar os critérios de porte econômico para enquadramento do valor devido. Também prevê ajustes na lista de atividades sujeitas à cobrança, de modo a evitar sobreposição e insegurança jurídica.
Atuação do cooperativismo
O tema integra a Agenda Institucional do Cooperativismo e contou com intensa mobilização do Sistema OCB junto ao Congresso Nacional. Ao longo de toda a tramitação, a entidade defendeu que a atualização da TCFA é fundamental para garantir mais justiça na cobrança, sem comprometer a sustentabilidade ambiental nem a competitividade das atividades produtivas.
Segundo a superintendente do Sistema OCB, Tania Zanella, a vitória no Plenário representa um passo decisivo para corrigir distorções que há anos penalizam as cooperativas. “Sempre defendemos a necessidade de um modelo mais equilibrado e justo para a cobrança da TCFA. A rejeição do recurso no Plenário confirma a legitimidade do texto aprovado nas comissões e permite que o Senado avance na análise de um tema estratégico para a produção sustentável no Brasil”, afirmou.
Tania destacou ainda o impacto econômico da taxa sobre as cooperativas, especialmente no setor agropecuário, onde a multiplicidade de filiais amplia de forma desproporcional o valor devido. “A proposta não elimina a taxa, nem diminui a importância da fiscalização ambiental, mas corrige falhas que elevavam o custo de forma desproporcional. Isso significa garantir mais segurança jurídica, reduzir a carga desnecessária e permitir que as cooperativas continuem investindo em sustentabilidade e inovação”, completou.
Próximos passos
Com a rejeição do recurso, o projeto agora segue para o Senado Federal. Caso aprovado, retornará à Câmara apenas em caso de alterações. O Sistema OCB seguirá acompanhando de perto a tramitação e dialogando com os senadores para que o texto avance com celeridade.
Para o relator da proposta na CCJC, deputado Covatti Filho (RS), a medida é necessária para dar racionalidade ao modelo de cobrança da TCFA. Ele destacou o apoio da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), especialmente dos deputados Pedro Lupion (PR) e Sérgio Souza (PR), que atuaram ativamente pela aprovação do texto.
Relevância para a produção
A correção das distorções na TCFA é considerada estratégica para o setor produtivo. Hoje, os valores cobrados representam um incremento significativo nos custos operacionais das cooperativas e de milhares de empresas em todo o país. Ao delimitar a taxa apenas às atividades efetivamente fiscalizadas pela União, o PL 10.273/2018 busca evitar sobreposição de competências com estados e municípios e assegurar que a cobrança tenha correspondência real com a atividade desenvolvida.
Para o cooperativismo, a aprovação definitiva do projeto representará um avanço na busca por um ambiente regulatório mais justo e moderno. “Seguiremos atuando no Senado com a mesma dedicação. A proposta é boa para o país, porque fortalece a produção sustentável sem criar barreiras desnecessárias. O cooperativismo acredita que esse equilíbrio é essencial para o desenvolvimento”, concluiu Tania Zanella.
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Proposta do deputado Arnaldo Jardim segue para votação no Plenário da Câmara dos Deputados
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (3), o Projeto de Lei 357/2025, de autoria do deputado Arnaldo Jardim (SP), presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), que reconhece o cooperativismo como manifestação da cultura nacional. A iniciativa, apresentada no contexto do Ano Internacional das Cooperativas, instituído pela ONU em 2025, marca um passo histórico no fortalecimento da identidade cooperativista no Brasil.
O texto aprovado determina que compete ao Estado garantir a livre atividade, apoiar e estimular o cooperativismo, em consonância com o artigo 174, §2º da Constituição Federal. Com a decisão da CCJ, a proposta segue para análise do Plenário da Câmara dos Deputados.
Uma conquista simbólica e concreta
Ao defender o projeto, Arnaldo Jardim destacou que a medida é mais que um reconhecimento simbólico, pois consolida o papel das cooperativas na história e no desenvolvimento do país. “O cooperativismo é parte da cultura brasileira. Ele está no Vinicius Loures/Câmara dos Deputados campo, nas cidades, nas cooperativas de crédito, de saúde, de transporte, em tantas áreas que impactam diretamente a vida das pessoas. Ao reconhecermos o cooperativismo como manifestação cultural, estamos valorizando um modelo que une tradição, modernidade e compromisso social”, afirmou.
O parlamentar também ressaltou que a aprovação na CCJ é um marco para as comemorações do Ano Internacional das Cooperativas. “O mundo olha para o cooperativismo em 2025 como uma resposta para os desafios globais. O Brasil não poderia ficar de fora desse movimento. Esse projeto reafirma que o cooperativismo é parte de nossa identidade nacional”, completou.
Força do movimento no Brasil
De acordo com o Anuário do Cooperativismo Brasileiro 2025, o movimento reúne atualmente 4,3 mil cooperativas, presentes em mais de 3,6 mil municípios e soma 25,8 milhões de cooperados, além de gerar 578 mil empregos diretos. Os números mostram a amplitude e a força econômica e social do modelo, que contribui de forma decisiva para o desenvolvimento local e para a redução das desigualdades.
As cooperativas atuam em setores estratégicos da economia, como agropecuário, saúde, crédito, transporte, consumo, energia, turismo e serviços, além de oferecer respostas concretas a crises econômicas e sociais. Um estudo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) mostra que municípios com cooperativas apresentam, em média, aumento de R$ 5,1 mil no PIB per capita, evidenciando o impacto positivo da presença cooperativista nas comunidades.
Apoio do Sistema OCB
O presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, comemorou a aprovação do projeto e ressaltou o significado do reconhecimento. “Ver o cooperativismo reconhecido como manifestação da cultura nacional é um motivo de orgulho para todos nós. Não se trata apenas de um modelo de negócios, mas de um jeito de viver e empreender coletivamente, que valoriza pessoas, comunidades e territórios. Esse reconhecimento ajuda a consolidar ainda mais o espaço do cooperativismo na sociedade brasileira”, disse.
Ele lembrou que o cooperativismo já é protegido pela Constituição Federal, que prevê apoio e estímulo ao setor, mas que o PL 357/2025 reforça o papel histórico e cultural do movimento. “Esse projeto traz uma dimensão simbólica que é muito importante. Ele mostra que o cooperativismo é parte da identidade do país, assim como tantas outras manifestações culturais que nos orgulham. Isso fortalece o diálogo com a sociedade e aumenta a compreensão sobre a relevância do nosso modelo”, afirmou.
Futuro inclusivo e sustentável
Além do aspecto cultural, o PL 357/2025 reforça o papel das cooperativas como instrumento de desenvolvimento sustentável e inclusão. Hoje, o movimento já promove emprego, renda e inovação em diferentes setores, sempre com base em princípios como gestão democrática, intercooperação e compromisso com a comunidade.
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Premiação reconhece empresas, cooperativas e startups que ampliam presença no mercado externo
A internacionalização de produtos e serviços brasileiros está no centro da segunda edição do Prêmio ApexBrasil, realizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) em parceria com a revista Exame. As inscrições, que são gratuitas, seguem abertas até o dia 7 de setembro, e podem ser feitas no site oficial da premiação.
O reconhecimento contempla empresas, cooperativas, startups, entidades setoriais, comerciais exportadoras e fundos de investimento que têm contribuído para ampliar a presença do Brasil no mercado global e atrair novos investimentos estratégicos.
Ao todo, a iniciativa reúne 18 categorias e abrange desde segmentos tradicionais, como indústria, serviços e agronegócio, até áreas ligadas à inovação, diversidade, sustentabilidade, sociobiodiversidade e promoção digital. Também reconhece cooperativas que se consolidam como agentes relevantes na geração de inclusão produtiva e desenvolvimento regional.
Para o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, a premiação vai além da entrega de troféus: trata-se de uma forma de valorizar iniciativas que projetam o potencial brasileiro mundo afora. “O Prêmio ApexBrasil reconhece empresas e instituições que acreditam no Brasil e que, ao competir internacionalmente, contribuem para a geração de empregos, renda e desenvolvimento sustentável”, destacou.
Representando o cooperativismo, a gerente de Desenvolvimento de Cooperativas do Sistema OCB, Débora Ingrisano, reforça a importância da presença do movimento na premiação. “É muito importante ver o cooperativismo reconhecido entre as categorias do Prêmio ApexBrasil. As cooperativas têm mostrado que podem competir internacionalmente sem abrir mão da inclusão social e do desenvolvimento regional”, afirmou.
As cooperativas exportadoras são comprometidas com os padrões internacionais de qualidade, a origem rastreável de seus produtos e o desenvolvimento sustentável.
Podem participar organizações de diferentes portes, desde micro e pequenas empresas até grandes corporações, desde que tenham realizado iniciativas de internacionalização no período de janeiro de 2024 a junho de 2025. Cada categoria possui critérios próprios de avaliação e as inscrições podem ser feitas em mais de uma modalidade, mediante o preenchimento de formulários específicos.
A cerimônia de entrega do prêmio está prevista para acontecer em dezembro, em São Paulo, reunindo representantes do governo, lideranças empresariais, investidores, startups, cooperativas e entidades parceiras. O evento promete ser também um espaço de networking, com possibilidades de estabelecer novas parcerias e ampliar oportunidades de negócios para os participantes.
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Entrevista abordou reconhecimento da ONU em 2025 como Ano Internacional das Cooperativas
O cooperativismo brasileiro ganhou espaço especial na mídia nacional com a participação da gerente de Desenvolvimento de Cooperativas do Sistema OCB, Débora Ingrisano, no programa Mesa para Dois, da Nova Brasil FM, apresentado por Bárbara Lins. A entrevista integrou a coluna Cooperforte, que semanalmente traz reflexões sobre a contribuição das cooperativas para a sociedade.
Nesta edição, o destaque foi o Ano Internacional das Cooperativas 2025, proclamado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Débora lembrou que esta é a segunda vez que a ONU reconhece o modelo como essencial para a agenda global de desenvolvimento sustentável — a primeira ocorreu em 2012. “É um reconhecimento raro e muito significativo. Desde 1957, a ONU declara anos temáticos e, nesses quase 70 anos, apenas o cooperativismo foi escolhido duas vezes. Isso mostra a relevância e o impacto do nosso movimento no mundo”, explicou.
Débora ressaltou que um dos diferenciais das cooperativas é a capacidade de comprovar impacto positivo nas comunidades onde atuam. “Hoje estamos presentes em oito ramos, com 44 segmentos econômicos distintos. Essa versatilidade nos torna um modelo único, capaz de atender desde o crédito e a saúde até a produção agropecuária e o consumo. Nosso crescimento está ligado justamente à capacidade de gerar valor coletivo e melhorar a vida das pessoas”, afirmou.
Ela também lembrou que o cooperativismo tem como base a gestão democrática, com foco nas pessoas. “Ao contrário de empresas tradicionais, que são criadas para dar lucro a acionistas, as cooperativas são formadas por pessoas e geridas por pessoas. O objetivo é o benefício comum, e isso faz toda a diferença”, completou.
Ao comentar os dados mais recentes do movimento, Débora salientou que o modelo já é uma realidade consolidada no Brasil, com 4,3 mil cooperativas em atividade, 25,8 milhões de cooperados e mais de 578 mil empregos diretos. “Esses números colocam o país entre os maiores movimentos cooperativistas do mundo. Temos 21 cooperativas listadas entre as 300 maiores do planeta. Isso mostra nossa força econômica e também a nossa capacidade de equilibrar crescimento com inclusão social”.
Para ela, esse protagonismo traduz o verdadeiro diferencial do modelo. “Tem uma frase meio famosa que diz ‘primeiro a gente faz crescer o bolo, depois a gente divide’. Eu não gosto dessa frase. E as pessoas que não têm a oportunidade de esperar esse bolo crescer? No cooperativismo conseguimos fazer o bolo crescer e dividir ao mesmo tempo”, concluiu Débora, reforçando que o movimento segue construindo um futuro mais justo e sustentável para todos.
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Sistema OCB defendeu transparência e justiça na distribuição das metas de redução de emissões
A Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado Federal promoveu, nesta quarta-feira (27), audiência pública para discutir os impactos do Plano Clima, política nacional que orientará as ações do Brasil no enfrentamento às mudanças climáticas até 2035. O debate reuniu representantes de órgãos governamentais, do setor produtivo e de entidades da sociedade civil, incluindo a participação de Leonardo Papp, consultor ambiental do Sistema OCB.
Elaborado pelo governo federal, o Plano Clima está estruturado em propostas setoriais e temáticas que definem compromissos de mitigação e adaptação, em consonância com as metas assumidas pelo Brasil no Acordo de Paris. O país se comprometeu a reduzir em 53% as emissões de gases de efeito estufa (GEE) até 2030 e a alcançar a neutralidade climática até 2050.
No entanto, a proposta de Plano Setorial de Agricultura e Pecuária tem gerado preocupação entre especialistas e representantes do setor produtivo. Isso porque atribui ao agro a maior parcela de responsabilidade pelas reduções de emissões — até 54% do total —, enquanto outros segmentos, como o de energia, chegam a ter permissões para ampliar emissões em até 44% no mesmo período.
Segundo Leonardo Papp, essa desproporção ameaça a credibilidade e a efetividade da política. “Está no DNA do cooperativismo contribuir com o Brasil em sua prosperidade econômica, social e ambiental. O setor agropecuário é parte da solução climática, mas o Plano Setorial, da forma como está desenhado, acaba tratando-o como culpado”, afirmou.
O consultor do Sistema OCB chamou atenção para dois pontos centrais. O primeiro diz respeito à inclusão, no balanço do agro, de emissões que não são de responsabilidade direta do setor, mas de políticas públicas governamentais. “Não podemos admitir que os produtores sejam responsabilizados por situações que fogem ao seu controle. Isso distorce os dados e amplia artificialmente a participação do setor nas metas”, criticou.
O segundo ponto destacado foi a previsão de redução até mesmo da chamada “supressão legal” da vegetação — desmatamentos permitidos pela legislação — sem que haja garantias de instrumentos de incentivo, compensação ou recursos suficientes para apoiar o produtor rural. “Se queremos avançar, é fundamental que os instrumentos de valorização cheguem até quem preserva e mantém ativos ambientais dentro de sua propriedade. Do contrário, criamos obrigações sem oferecer condições reais para cumpri-las”, alertou Leonardo.
O consultor ainda defendeu maior transparência no processo de elaboração do Plano Clima. Ele citou o uso de bases de dados não oficiais. Para ele, “qualquer compromisso internacional precisa estar ancorado em informações oficiais e auditáveis. Só assim teremos confiança e legitimidade para avançar”.
Outro aspecto considerado essencial é a participação do Congresso Nacional na discussão e validação do Plano. Apesar de tratar de compromissos internacionais e de impor metas relevantes ao patrimônio nacional, o texto foi elaborado, conforme afirmou Papp, sem a presença efetiva do Legislativo. “Não é adequado que tamanhas responsabilidades sejam assumidas sem a devida deliberação democrática. O Parlamento precisa estar no centro desse debate”, reforçou.
Ao final, Papp defendeu a criação de um plano setorial específico para tratar do desmatamento, dado o peso que o tema representa no cenário nacional e internacional. “Esse é um desafio que precisa ser tratado com a seriedade que merece, de forma separada e transparente, sem sobrecarregar injustamente um único setor econômico”, disse.
A audiência pública contou também com representantes da Casa Civil, do Ministério do Meio Ambiente, do Ministério da Agricultura e Pecuária, do Ministério da Ciência e Tecnologia, da Embrapa e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
O Sistema OCB tem atuado de forma articulada com as Frentes Parlamentares do Cooperativismo (Frencoop) e da Agropecuária (FPA), e com outras entidades do setor produtivo, para garantir que o Plano Clima seja justo, equilibrado e baseado em dados oficiais. Dentre as propostas prioritárias, estão a participação democrática, a valorização do agro como parte da solução climática e a criação e implementação de instrumentos econômicos verdes que apoiem os produtores no cumprimento das metas.
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Mulheres do coop participaram de encontro virtual que celebrou conquistas e avanços
O cooperativismo feminino ganhou destaque em um encontro virtual que reuniu lideranças, cooperadas e representantes do setor em alusão ao Dia do Cooperativismo Feminino no Pará, instituído pela Lei 9.107/2020. O evento ocorreu nesta terça-feira (26), com o objetivo de ampliar o alcance da celebração e valorizar conquistas históricas no movimento cooperativista feminino.
A programação contou com momentos de reflexão sobre a trajetória feminina no cooperativismo, além de debates sobre desafios e oportunidades para aumentar a presença das mulheres em espaços de decisão. Para a analista da Gerência de Desenvolvimento de Cooperativas do Sistema OCB, Divani Ferreira, que representou a entidade no encontro, eventos como esse ajudam a manter viva a memória de marcos importantes e reforçam o protagonismo feminino no setor.
“O 14º Congresso Brasileiro do Cooperativismo marcou um divisor de águas: vimos o cooperativismo transformado pela força e voz das mulheres. E foi desse ambiente que nasceu o Comitê Nacional Elas pelo Coop, outra conquista significativa. Desde então, ganhamos espaço real para construir diretrizes, fomentar lideranças e consolidar nossa presença em todos os níveis do sistema”, afirmou.
Divani ressaltou que o Comitê tem sido uma ferramenta estratégica para consolidar avanços: “O Elas pelo Coop trouxe representação institucional, intercooperação, elaboração de diretrizes e formação. É a partir desses eixos que as iniciativas vêm ganhando força — seja com a criação de comitês estaduais ou com a ampliação de programas que inspiram mais mulheres a ocuparem espaços de decisão.”
Ainda segundo ela, a aprovação da Lei 9.107 no Pará é uma grande conquista para o cooperativismo feminino. “Ela simboliza o reconhecimento da nossa atuação e cria um espaço oficial para refletirmos sobre os desafios e avanços da participação das mulheres no movimento cooperativista”, concluiu a analista.
Durante o encontro, o presidente da OCB/PA, Ernandes Rayol, fez questão de destacar a contribuição feminina para o crescimento e fortalecimento do movimento. “Parabéns a todas as mulheres cooperativistas do Pará e do Brasil. Sua força, competência e solidariedade sustentam o cooperativismo como projeto de vida e de futuro. Vocês são inspiração e motivação para que o sistema cresça com justiça, equidade e parceria. Este dia é todo de vocês — celebrado, vivido e construído por suas mãos”, declarou.
Trajetória e conquistas
O cooperativismo feminino no Brasil tem se fortalecido especialmente nas últimas décadas, fruto da mobilização das próprias cooperadas e do apoio institucional. A criação do Comitê Nacional Elas pelo Coop, em 2020, após o 14º Congresso Brasileiro do Cooperativismo, foi um marco nessa trajetória. O comitê estruturou diretrizes e abriu caminho para a formação de lideranças femininas, hoje presente em diversos estados.
Além de celebrar avanços, o encontro também lançou olhares para o futuro, com a apresentação de novas iniciativas de capacitação, fortalecimento de redes e incentivo à participação feminina em instâncias decisórias.
O Dia do Cooperativismo Feminino no Pará é um chamado para que o cooperativismo continue a investir na equidade de gênero, garantindo que o movimento seja cada vez mais justo, plural e representativo.
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Jornalistas conheceram coops que unem desenvolvimento, inclusão social e preservação ambiental
Impresa a caminho da visita na TuriarteA Press Trip Coop na COP30, promovida pelo Sistema OCB, reuniu, entre os dias 17 e 21 de agosto, jornalistas de alguns dos principais veículos de comunicação do país em uma jornada pelo Pará, entre Santarém, Alter do Chão, Belém e Tomé-Açu. Durante cinco dias, a imprensa pôde vivenciar de perto o impacto do cooperativismo brasileiro em diferentes
setores da economia e compreender como esse modelo de negócios está na linha de frente das soluções para os desafios ambientais, sociais e econômicos globais.
A iniciativa integrou as ações preparatórias do Sistema OCB para a COP30, que acontece em novembro, em Belém, e coincide com a celebração de 2025 como Ano Internacional das Cooperativas. Segundo a gerente de Marketing eProdutos cooperativos Comunicação da entidade, Samara Araujo, oferecer essa imersão à imprensa cumpriu um papel fundamental ao aproximar o jornalismo das histórias reais do setor.
“Queríamos mostrar que o cooperativismo brasileiro não é apenas um modelo de negócios, mas uma forma de transformar comunidades, gerar renda digna e preservar o meio ambiente. Cada visita foi uma oportunidade de revelar histórias inspiradoras, que agora ganharão ainda mais visibilidade e contribuirão para expandir o reconhecimento do modelo de negócios junto à sociedade”, afirmou.
Instalações da COP30Samara também destacou o papel estratégico da imprensa na ampliação dessa mensagem. “O jornalismo tem o poder de ampliar vozes e conectar pessoas. Ao vivenciarem o cotidiano das cooperativas, os repórteres puderam perceber que soluções locais já estão acontecendo, com potencial de serem replicadas em todo o mundo. Essa experiência certamente resultará em narrativas mais fortes, humanas e transformadoras antes, durante e depois da COP30”.
Turismo e artesanato na Turiarte
Artesanato da TuriarteA cooperativa Turiarte, especializada em turismo de base comunitária e artesanato autêntico da Amazônia foi a primeira a ser visitada pelo grupo. Localizada as margens do Rio Arapiuns, no Distrito de Alter do Chão, em Santarém, a 1,2 mil quilômetros a oeste de Belém (PA), ela oferece uma vivência única na comunidade de Anã, com um roteiro que inclui experiências em psicultura e melicultura.
Extração de melOs cooperados da cooperativa simbolizam o poder dos povos da Amazônia com a produção de cerca de mil peças decorativas por mês, que utilizam a palha seca do tucumã e se transformam em mandalas, porta-copos, sousplats e cestos, entre outros objetos. A coloração é feita com tinta de sementes e plantas encontradas no próprio local como açafrão, jenipapo e urucum, entre outros. Outros cooperados atuam na psicultura, na produção do mel proveniente de abelhas sem ferrão e como guias nas rotas de turismo que mostram o cotidiano da comunidade.
Bioeconomia e agroflorestas na Camta
Visita ao Sistema SAF DendêEm Tomé-Açu, os jornalistas conheceram a trajetória da Camta, cooperativa agroindustrial com quase um século de história. Reconhecida internacionalmente, ela é referência no uso de sistemas agroflorestais (SAFs), que conciliam produção agrícola com conservação ambiental. A Camta exporta frutas tropicais e derivados para Europa, Ásia e América do Norte, levando a marca da Amazônia para o mundo com rastreabilidade e compromisso socioambiental. O modelo adotado recupera áreas degradadas, protege a biodiversidade e assegura renda a centenas de agricultores familiares.
Frutos colhidos no Sistema SAF DendêAs visitas incluíram as propriedades dos cooperados Ernesto Suzuki, Kazoburo e Armando Mineshita. Na primeira foi possível conhecer as propriedades do SAF Dendê, que cria condições ideais para a produção da planta em conjunto com outras culturas como o cacau e o açaí de forma sustentável e sem degradação da floresta. Já na segunda, o Sistema Agroflorestral de Tomé-Açu, o Safta, foi o destaque. Nele, várias culturas também são desenvolvidas em conjunto, criando um microclima diferenciado e que mantém a floresta em pé, gera renda perene e garante a prosperidade dos produtores envolvidos.
Inclusão social e reciclagem na Concaves
Débora Bahia, presidente da ConcavesNa capital paraense, a Concaves, cooperativa formada por catadores de materiais recicláveis que se consolidou como exemplo de economia solidária e inclusão socioprodutiva, apresentou como a união e o trabalho coletivo contribuíram para transformar a vida de seus cooperados. A atuação da cooperativa envolve a coleta seletiva, triagem e comercialização de resíduos, garantindo renda digna a trabalhadores que antes viviam na informalidade. Além disso, a cooperativa será uma das responsáveis pela coleta seletiva de parte dos resíduos da COP30, reforçando o protagonismo dos catadores na construção de cidades mais sustentáveis.
Crédito cooperativo como motor de desenvolvimento
Imprensa acompanha apresentação das coops de créditoA imersão também apresentou experiências de cooperativas de crédito — Sicredi, Sicoob e Cresol — que vêm ampliando o acesso a serviços financeiros em regiões antes desassistidas. Essas cooperativas reinvestem seus resultados nas próprias comunidades, gerando um ciclo virtuoso de desenvolvimento local. No Pará, sua atuação têm fortalecido agricultores familiares, empreendedores e comunidades tradicionais, oferecendo crédito acessível, educação financeira e projetos sociais.
Coop como resposta global
Com mais de 4,3 mil cooperativas, 25,8 milhões de cooperados e cerca de 578 mil empregos diretos, o cooperativismo brasileiro se apresenta como uma força capaz de aliar crescimento econômico à preservação ambiental e à inclusão social. Ao abrir suas portas à imprensa nacional, o Sistema OCB reforçou a mensagem de que o setor está pronto para contribuir de forma ativa e concreta com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e com a agenda climática global.
A Press Trip Coop na COP30 demonstrou, na prática, que o coop brasileiro é feito de histórias reais, de gente que transforma seu território e projeta o Brasil como referência mundial em desenvolvimento sustentável.
Fotos: Cleyton Silva
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Encontro reforçou a importância do cooperativismo para o Plano ABC+ e a agenda climática do Brasil
Reunião abordou suspensão da China à carne de frango e impactos tarifários na piscicultura
O Sistema OCB realizou, nesta terça-feira (19), reunião com o secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, e Carlos Goulart, secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). O encontro teve como foco a defesa dos interesses das cooperativas agropecuárias, em especial diante da suspensão das exportações de carne de frango para a China e das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre o pescado brasileiro, com forte impacto na cadeia da piscicultura do Paraná.
O encontro reuniu dirigentes cooperativistas para discutir alternativas que garantam previsibilidade e estabilidade aos produtores. A pauta foi marcada por dois pontos centrais: a reabertura do mercado chinês para a carne de frango e a avaliação das medidas norte-americanas, que afetam diretamente a competitividade da tilápia brasileira.
Embargo chinês ao frango brasileiro
As vendas de carne de frango para a China foram suspensas após a confirmação de um foco de gripe aviária em Montenegro (RS), em maio deste ano. Embora o Brasil tenha seguido todos os protocolos internacionais de biossegurança, as autoridades chinesas solicitaram informações adicionais sobre a situação sanitária no país.
Enquanto as tratativas avançam, os prejuízos já são significativos. Entre janeiro e julho, o Brasil exportou 228,7 mil toneladas de carne de aves para a China, uma queda de 32,2% em relação ao mesmo período de 2024. Desde a adoção do embargo, o recuo acumulado nas exportações já supera 200%.
Piscicultura pressionada pelas tarifas dos EUA
Outro ponto central da reunião foi a taxação dos pescados brasileiros pelos Estados Unidos. Em 2024, o país norte-americano absorveu 89% das exportações nacionais, sendo o Paraná responsável por 64% da produção, com forte participação das cooperativas.
A medida afeta de forma mais intensa os pequenos produtores, que enfrentam dificuldade para escoar sua produção e ameaças concretas à viabilidade econômica da atividade. O bloqueio do mercado europeu desde 2017 agrava o cenário e reforça a necessidade de diversificação dos destinos internacionais.
Segundo a superintendente do Sistema OCB e presidente do Instituto Pensar Agropecuária (IPA), Tania Zanella, o papel do cooperativismo é essencial para manter a competitividade e a sustentabilidade da produção nacional. “Estamos trabalhando junto ao governo federal para assegurar que nossos produtores tenham condições justas de competir no mercado internacional. No caso do frango, é fundamental que as negociações avancem com a China para que possamos retomar rapidamente o fluxo de exportações. Já no pescado, precisamos de alternativas urgentes que evitem prejuízos irreversíveis para a cadeia produtiva, especialmente no Paraná, onde as cooperativas são protagonistas”, afirmou.
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O Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu, por unanimidade, a constitucionalidade da exigência de registro das cooperativas na Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) ou na respectiva organização estadual como condição para inscrição no Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas (RNTRC), da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
O julgamento do Agravo em Recurso Extraordinário nº 1.280.820/DF foi finalizado em 8 de agosto, no Plenário Virtual da 2ª Turma do STF. O acórdão acaba de ser publicado, no início desta semana.
Os ministros do STF confirmaram a validade do artigo 107 da Lei nº 5.764/1971, que determina o registro das cooperativas na OCB ou em entidade estadual.
Relator do processo, o Ministro Gilmar Mendes destacou que a exigência de registro na OCB não viola a liberdade de associação, mas se insere no dever estatal de fomentar e estruturar o cooperativismo, previsto no art. 174, § 2º, da Constituição Federal.
Segundo ele, o registro funciona como instrumento de organização, governança e transparência, permitindo articulação institucional e interlocução qualificada das cooperativas com o Estado e com a sociedade.
A OCB atuou no processo como amicus curiae, fornecendo informações relevantes sobre a estrutura e funcionamento do sistema cooperativista brasileiro. Os dados da atuação do Sistema OCB foram expressamente mencionados pelo Ministro relator em seu voto, reforçando a importância do registro como mecanismo de representação institucional das cooperativas.
O Sistema OCB agora aguarda o trânsito em julgado da decisão, momento que ocorre quando a decisão se torne definitiva.
Para acessar o acórdão na íntegra, clique aqui.
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Reunião com a agência debateu segurança jurídica e prazos para defesa administrativa
Na tarde desta quinta-feira (14), o superintendente de Transporte Rodoviário de Cargas e Multimodal da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), José Aires Amaral Filho, participou de reunião virtual com representantes do cooperativismo de transporte e agropecuário para uma reunião considerada produtiva e estratégica.
O encontro teve como pauta central as multas aplicadas às cooperativas, com discussões que abrangeram desde a legalidade das autuações até a necessidade de ajustes nas sistemáticas operacionais e a definição de prazos adequados para apresentação de defesas administrativas.
A agenda integra o plano de trabalho do Ramo Transporte do Sistema OCB e atende a uma deliberação da última reunião do Conselho Consultivo do setor. Participaram virtualmente representantes de cooperativas de transporte e de Organizações Estaduais do Sistema OCB que reforçaram a importância de garantir segurança jurídica e tratamento justo às cooperativas diante das autuações.
Também esteve presente representantes de cooperativas agropecuárias ampliando o diálogo entre diferentes ramos do cooperativismo. Além disso, demandas encaminhadas por e-mail e ofícios por cooperativas foram debatidas e registradas, reforçando o alcance nacional da pauta.
Segundo Tiago Barros, analista técnico da Gerência de Relações Institucionais do Sistema OCB, o espaço de diálogo com a ANTT foi fundamental para alinhar entendimentos e buscar soluções viáveis. “A possibilidade de apresentar defesas administrativas dentro de um prazo razoável é essencial para assegurar a ampla defesa e o contraditório, pilares do devido processo legal. É um avanço importante para que as cooperativas tenham previsibilidade e segurança jurídica”, destacou.
Dentre os temas discutidos e que trazem situações problemáticas relacionadas a autuações aplicadas às cooperativas, muitas das vezes indevida, ainda foram discutidas questões referentes ao Pagamento Eletrônico de Frete (PEF), especificamente relacionados ao Código de Identificação da Operação do Transporte (CIOT) e a Política Nacional de Pisos Mínimos do Frete.
O encontro evidenciou ainda o compromisso da ANTT em ouvir o setor e trabalhar conjuntamente por um ambiente regulatório mais equilibrado. “A construção de soluções conjuntas fortalece a relação entre o órgão regulador e as cooperativas, permitindo que a fiscalização cumpra seu papel sem prejudicar a operação de quem atua dentro da lei”, completou Barros.
As tratativas sobre o tema continuarão ao longo do ano, com o objetivo de consolidar avanços e aperfeiçoar a relação entre cooperativas e fiscalização do setor.
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Encontro com o presidente da entidade tratou de temas de grande impacto para o Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC)
O Sistema OCB se reuniu, nesta quinta-feira (14), com o presidente do Banco Central do Brasil, Gabriel Galípolo, para debater temas estratégicos da agenda regulatória do cooperativismo de crédito. O encontro reforçou a parceria histórica entre a entidade e a autoridade monetária, mantida desde 2010 por meio de um Acordo de Cooperação Técnica que já proporcionou avanços significativos no marco regulatório do setor.
Durante a reunião, foram abordados três pontos de grande relevância: a solicitação de flexibilizações na aplicação da Resolução CMN nº 4.966/2021; os impactos da aplicação das exigibilidades sobre depósito à vista para cooperativas; e a atualização das regras de captação de recursos de entes públicos municipais.
Segundo Tania Zanella, Superintendente do Sistema OCB, a interlocução com o Banco Central é fundamental para garantir um ambiente regulatório equilibrado. “O cooperativismo de crédito tem características próprias que precisam ser consideradas nas normas. Nosso objetivo é assegurar que a regulação preserve a solidez do sistema sem comprometer a capacidade de oferecer crédito em condições mais justas para os cooperados”, destacou.
Ajustes regulatórios
O Sistema OCB apresentou ao Banco Central, em junho deste ano, um conjunto de medidas de transição para suavizar os impactos da Resolução CMN nº 4.966/2021, que trata das regras de classificação e provisionamento de operações de crédito.
“A aplicação integral e imediata dessas exigências pode elevar o custo do crédito e reduzir o apetite das cooperativas para financiar setores estratégicos, como o rural. As medidas que sugerimos permitem uma adaptação gradual, sem comprometer a saúde financeira das instituições”, explicou Borba.
Exigibilidades sobre depósitos à vista
Outro ponto discutido foi a aplicação das Resoluções CMN nº 5.210/2025, nº 5.216/2025 e nº 5.227/2025, que tratam das exigibilidades sobre recursos à vista.
A entidade propõe que a dedução de R$ 500 milhões da base de cálculo seja feita por cooperativa singular e não de forma consolidada por sistema, para evitar distorções e falta de isonomia.
Captação de recursos municipais
O terceiro tema em pauta foi a necessidade de atualizar as regras para captação de recursos de entes públicos municipais pelas cooperativas de crédito, regulamentada pela Resolução CMN nº 5.051/2022. A proposta do Sistema OCB busca flexibilizar limites prudenciais, ampliando a capacidade das cooperativas de utilizar esses depósitos para fomentar a economia local.
“A captação municipal é uma ferramenta poderosa para gerar um círculo virtuoso de desenvolvimento. Os recursos ficam na própria comunidade, transformando-se em crédito, emprego, renda e novas oportunidades”, ressaltou Tania.
A ampliação dos limites de captação, segundo estimativas da entidade, poderia gerar um funding adicional de até R$ 38 bilhões para o setor. Isso permitiria, por exemplo, abrir novos postos de atendimento, ampliar programas e investir em iniciativas de interesse comunitário, em consonância com os princípios cooperativistas.
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Reunião com a FPA discutiu ajustes no Plano Clima para garantir equilíbrio e justiça ao setor
O Sistema OCB participou, nesta quarta-feira (13), de uma reunião junto à Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e ao Instituto Pensar Agro (IPA) com o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, para debater os pontos críticos do Plano Setorial de Agricultura e Pecuária, parte integrante do Plano Clima do governo federal. O encontro reuniu lideranças políticas, parlamentares e representantes de entidades do setor para alinhar contribuições que garantam maior equilíbrio na distribuição de responsabilidades climáticas entre os setores produtivos e preservem a competitividade do agronegócio brasileiro no cenário internacional.
A superintendente do Sistema OCB e presidente do IPA, Tania Zanella, destacou a importância do diálogo para corrigir distorções que, segundo ela, comprometem a justiça e a efetividade do plano. “O Brasil pode e deve liderar a agenda climática mundial, mas é fundamental que as metas sejam construídas com base em dados transparentes, que reconheçam o papel do produtor rural na preservação ambiental e não penalizem quem cumpre a lei”, afirmou.
O Plano Clima, política nacional que orientará o país no enfrentamento às mudanças climáticas até 2035, prevê ações de mitigação e adaptação em diversos setores da economia. A proposta, em consulta pública, atribui ao setor agropecuário a maior carga de obrigações — redução de até 54% das emissões de gases de efeito estufa (GEE) — enquanto o setor de energia, por exemplo, poderá aumentar suas emissões em até 44% no mesmo período.
Outro ponto de preocupação é a inclusão, no cálculo de emissões atribuídas ao agro, de áreas e atividades que não estão sob responsabilidade direta do produtor rural, como assentamentos da reforma agrária, comunidades tradicionais, unidades de conservação e áreas suprimidas em conformidade com o Código Florestal. Segundo o levantamento apresentado pela FPA e pelo IPA, mais de 55% das emissões imputadas ao setor advêm de desmatamento, superando as emissões efetivas da produção agropecuária.
As entidades também alertam que o plano ignora importantes ativos ambientais mantidos pelo setor, como áreas de Reserva Legal e de Preservação Permanente, além de práticas produtivas sustentáveis que removem grandes quantidades de carbono, como sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta, biocombustíveis e bioinsumos. “Não reconhecer e valorizar esses ativos é desconsiderar o esforço de milhares de produtores que preservam e inovam para produzir com sustentabilidade”, reforçou Tania Zanella.
Entre as propostas levadas ao ministro Fávaro, estão a criação de um plano setorial específico para o desmatamento, a inclusão das remoções de GEE das propriedades privadas no balanço oficial, a garantia de incentivos e recursos para reduzir a supressão legal de vegetação e o uso exclusivo de dados oficiais e auditáveis na definição de metas. Além disso, o setor reivindica a participação efetiva do Congresso Nacional na formulação e aprovação das diretrizes, garantindo legitimidade e respaldo democrático às decisões.
Para Tania, o alinhamento entre sustentabilidade e produção é possível e estratégico. “A transição para uma economia de baixo carbono precisa andar de mãos dadas com a segurança alimentar, a geração de renda e a competitividade. O produtor rural brasileiro já é parte da solução climática — e é isso que precisa ficar claro nas políticas públicas”, concluiu.
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Ação nacional visa mudar a forma como a sociedade enxerga a juventude no mercado de trabalho
O Sistema OCB participou, nesta terça-feira (12) do lançamento da campanha nacional Espelhos: sobre a inserção de jovens no mercado de trabalho. A iniciativa fez parte das comemorações do Dia Internacional da Juventude e integra as ações do Pacto Nacional pela Inclusão Produtiva das Juventudes. O movimento reúne governo, empresas, organismos internacionais e entidades representativas em torno de um objetivo comum: promover, até 2030, a inclusão produtiva de jovens em situação de vulnerabilidade, conectando-os a oportunidades de formação, emprego e empreendedorismo.
O evento ocorreu no auditório do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em Brasília, com transmissão ao vivo pelo YouTube. Representantes de diversos setores estiveram presentes, incluindo o ministro Luiz Marinho, lideranças da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e Pacto Global – Rede Brasil.
O papel do Sistema OCB no Pacto
O Sistema OCB é membro ativo do Comitê Gestor do Pacto e contribui diretamente para ampliar as oportunidades para a juventude por meio de ações de formação e disseminação de conhecimento sobre o cooperativismo. No ambiente virtual do Pacto a instituição disponibiliza, na Biblioteca, materiais especialmente elaborados para três públicos estratégicos:
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Jovens: conteúdos que apresentam o cooperativismo como modelo econômico e social capaz de gerar trabalho decente, renda e protagonismo.
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Entidades formadoras: orientações e ferramentas para preparar a juventude para ingressar e prosperar no mercado de trabalho cooperativista.
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Cooperativas: informações e boas práticas para integrar jovens aos seus quadros e ampliar sua participação na gestão e nas operações.
Além disso, estão disponíveis links para cursos gratuitos e de fácil acesso por meio da plataforma CapacitaCoop, que oferece trilhas de aprendizado sobre temas como gestão, inovação e desenvolvimento pessoal, sempre com foco no fortalecimento do modelo cooperativista.
Para Bruno Vasconcelos, coordenador de Relações Trabalhistas e Sindicais da CNCoop, a participação no Pacto é uma oportunidade de mostrar como o cooperativismo pode ser protagonista na geração de oportunidades para a juventude. “O cooperativismo tem capacidade de unir desenvolvimento econômico e impacto social. Ao oferecermos formação e conteúdo de qualidade, mostramos para os jovens que é possível construir carreiras sólidas e, ao mesmo tempo, contribuir para comunidades mais justas e colaborativas”, afirmou.
Já Débora Ingrisano, gerente de Desenvolvimento de Cooperativas do Sistema OCB, destacou o valor estratégico dessa atuação. “Estar no Comitê Gestor do Pacto nos permite levar a perspectiva cooperativista para um espaço onde políticas e ações para a juventude estão sendo desenhadas. Ao compartilhar nossos materiais e cursos, oferecemos ferramentas concretas para que jovens, cooperativas e entidades de ensino transformem potencial em oportunidade real”.
Campanha Espelhos: mudar o olhar sobre a juventude
A campanha lançada hoje é um dos braços mais visíveis do Pacto. A Espelhos foi desenvolvida para provocar uma mudança de percepção da sociedade em relação aos jovens, desconstruindo estereótipos e destacando exemplos positivos de inserção produtiva. A mensagem central busca demonstrar que quando recebem apoio e acesso a oportunidades, os jovens podem contribuir de forma decisiva para o desenvolvimento do país.
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Entidade busca articulação com MME como estratégia para o fortalecimento das cooperativas minerais junto a outros órgãos
O Sistema OCB se reuniu, nesta quinta-feira (7), com a secretária nacional de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia (MME), Ana Paula Bittencourt, para apresentar os principais pleitos das cooperativas minerais organizadas no entidade. O encontro teve como foco o fortalecimento institucional do setor, com ênfase na construção de uma agenda conjunta voltada à segurança jurídica, desenvolvimento sustentável e valorização da pequena mineração legal no Brasil.
A reunião marcou mais um passo na atuação institucional do Sistema OCB junto ao poder público para garantir condições adequadas à operação das cooperativas minerais, que desempenham um papel estratégico na formalização da atividade garimpeira, no desenvolvimento de comunidades locais e na geração de renda em áreas remotas do país.
Atualmente, o Sistema OCB representa 82 cooperativas minerais, que reúnem mais de 38 mil cooperados em diversos estados e que atuam com diferentes substâncias minerais. Apenas em 2024, essas cooperativas comercializaram cerca de 6,9 milhões de toneladas de minérios, entre ouro, estanho, quartzo, calcário, tântalo, argila, diamante e areia. O setor também é responsável pela arrecadação de R$ 34,8 milhões em Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM), contribuindo diretamente com os cofres públicos.
Agenda cooperativista 
Durante o encontro, a OCB apresentou quatro eixos prioritários para o avanço do setor:
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Construção conjunta de políticas públicas específicas para a mineração de pequeno porte, com foco na realidade das cooperativas e dos garimpos legais;
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Protocolo de fiscalização específico para o garimpo legal, com diferenciação clara em relação às operações ilegais; e
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Apoio à rastreabilidade do ouro, para assegurar a comercialização de forma transparente e segura.
A analista técnica do Sistema OCB, representante do segmento mineral, Letícia dos Reis Monteiro, reforçou o compromisso do cooperativismo com a legalidade e a sustentabilidade na mineração. “As cooperativas são a principal via de formalização do garimpo no Brasil. Elas atuam com responsabilidade, geram oportunidades e promovem o desenvolvimento onde o Estado muitas vezes não chega. Mas, para isso, precisam de segurança jurídica e de políticas públicas que respeitem suas especificidades”, afirmou.
Ainda segundo ela, o objetivo do cooperativismo é construir, junto ao Ministério, um ambiente regulatório que reconheça o potencial transformador da mineração cooperativa, que contribui com arrecadação, geração de renda e inclusão social.
Diálogo com o governo
A secretária Ana Paula Bittencourt, com trajetória sólida nas áreas jurídica e econômica, ouviu atentamente as demandas apresentadas e demonstrou abertura para a construção de soluções conjuntas. O Sistema OCB propôs o estabelecimento de uma agenda técnica permanente com a Secretaria Nacional de Mineração, como forma de garantir continuidade aos diálogos e avanços nas pautas prioritárias do setor.
Durante a reunião, também foi possível apresentar as principais demandas das cooperativas minerais no que se refere à interlocução com outros órgãos do governo, em especial os de fiscalização. O Ministério demonstrou disposição em acompanhar a entidade em reuniões com essas instituições, com o objetivo de promover uma aproximação que permita maior compreensão sobre o modelo de negócios do movimento.
Além disso, foi proposta a retomada de um acordo de cooperação técnica entre o Ministério e o Sistema OCB, com o propósito de atuar conjuntamente na formulação de políticas públicas que fortaleçam o setor cooperativista mineral.
Entre os temas destacados, a rastreabilidade do ouro foi apontada como uma das principais preocupações das cooperativas, que têm enfrentado dificuldades para comercializar o produto mesmo quando operam dentro da legalidade. O Sistema OCB defendeu que as futuras regulamentações sobre o tema devem preservar o direito à liberdade econômica, respeitar os modelos associativos e evitar medidas que penalizem as operações legais — muitas vezes tratadas de forma indistinta em relação ao garimpo ilegal.
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Acesso aos recursos do FNDCT é mais uma vitória histórica para investimentos em pesquisa e projetos
O cooperativismo brasileiro alcançou, nesta segunda-feira (4/8), uma conquista histórica na área de ciência, tecnologia e inovação. O presidente da República sancionou o Projeto de Lei nº 847/2025, que garante às cooperativas o acesso direto ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), principal instrumento de financiamento de pesquisas e projetos de inovação do país.
A mudança corrige uma lacuna antiga na legislação. Até então, mesmo com grande potencial inovador, as cooperativas não podiam acessar diretamente os recursos do Fundo devido a entraves jurídicos. Com a nova lei, elas passam a ter o mesmo direito que empresas, universidades e institutos de pesquisa já possuíam, fortalecendo sua capacidade de investir em soluções tecnológicas e ampliar a competitividade em diferentes setores da economia.
A cerimônia de sanção contou com a presença da superintendente do Sistema OCB, Tania Zanella, que acompanhou de perto toda a tramitação da proposta no Congresso Nacional. O avanço é resultado de uma articulação conjunta entre o Sistema OCB e a senadora Tereza Cristina (MS), vice-presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), autora da emenda que incluiu formalmente as cooperativas como beneficiárias do Fundo. O relatório final foi elaborado pelo senador Rogério Carvalho (SE), que acatou a proposta e defendeu a relevância do setor para o desenvolvimento econômico.
“Essa conquista abre portas para o futuro. As cooperativas brasileiras têm enorme capacidade de gerar soluções inovadoras, seja no agro, na saúde, na energia ou no crédito. Agora, Foto: Ricardo Stuckert / PR com acesso direto ao FNDCT, teremos mais condições de transformar ideias em projetos concretos, que impactam a vida de milhões de brasileiros. Hoje, somos 25,8 milhões de cooperados em 4.384 cooperativas, e essa nova política pública será um marco para que possamos investir ainda mais em tecnologia, gerar produção sustentável e fortalecer o setor em todo o país”, destacou Tania.
O trabalho para viabilizar a aprovação do PL 847/2025 envolveu meses de diálogo com parlamentares e órgãos do governo. Um dos principais desafios foi superar a interpretação jurídica que excluía as cooperativas dos beneficiários do FNDCT.
Com a lei em vigor, o próximo passo será a regulamentação. O Sistema OCB já iniciou conversas com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para assegurar que o novo dispositivo seja implementado de forma eficiente e permita que as cooperativas apresentem projetos de maneira ágil e com segurança jurídica.
O acesso ao FNDCT é especialmente relevante para o setor cooperativista em áreas estratégicas. Na agroindústria, por exemplo, os recursos poderão apoiar o desenvolvimento de tecnologias voltadas à produção sustentável, rastreabilidade e modernização de processos. No Ramo Saúde, as cooperativas médicas poderão investir em telemedicina, equipamentos avançados e integração digital de serviços. Já as cooperativas de crédito poderão aprimorar plataformas tecnológicas e criar soluções para inclusão financeira.
“Estamos diante de uma conquista que beneficia as cooperativas e o Brasil como um todo. A inovação com base em modelos colaborativos é um caminho para gerar desenvolvimento econômico com sustentabilidade e inclusão social”, finalizou a superintendente.