Imprensa conhece o coop rumo à COP30
Jornalistas conheceram coops que unem desenvolvimento, inclusão social e preservação ambiental
A Press Trip Coop na COP30, promovida pelo Sistema OCB, reuniu, entre os dias 17 e 21 de agosto, jornalistas de alguns dos principais veículos de comunicação do país em uma jornada pelo Pará, entre Santarém, Alter do Chão, Belém e Tomé-Açu. Durante cinco dias, a imprensa pôde vivenciar de perto o impacto do cooperativismo brasileiro em diferentes setores da economia e compreender como esse modelo de negócios está na linha de frente das soluções para os desafios ambientais, sociais e econômicos globais.
A iniciativa integrou as ações preparatórias do Sistema OCB para a COP30, que acontece em novembro, em Belém, e coincide com a celebração de 2025 como Ano Internacional das Cooperativas. Segundo a gerente de Marketing e Comunicação da entidade, Samara Araujo, oferecer essa imersão à imprensa cumpriu um papel fundamental ao aproximar o jornalismo das histórias reais do setor.
“Queríamos mostrar que o cooperativismo brasileiro não é apenas um modelo de negócios, mas uma forma de transformar comunidades, gerar renda digna e preservar o meio ambiente. Cada visita foi uma oportunidade de revelar histórias inspiradoras, que agora ganharão ainda mais visibilidade e contribuirão para expandir o reconhecimento do modelo de negócios junto à sociedade”, afirmou.
Samara também destacou o papel estratégico da imprensa na ampliação dessa mensagem. “O jornalismo tem o poder de ampliar vozes e conectar pessoas. Ao vivenciarem o cotidiano das cooperativas, os repórteres puderam perceber que soluções locais já estão acontecendo, com potencial de serem replicadas em todo o mundo. Essa experiência certamente resultará em narrativas mais fortes, humanas e transformadoras antes, durante e depois da COP30”.
Turismo e artesanato na Turiarte
A cooperativa Turiarte, especializada em turismo de base comunitária e artesanato autêntico da Amazônia foi a primeira a ser visitada pelo grupo. Localizada as margens do Rio Arapiuns, no Distrito de Alter do Chão, em Santarém, a 1,2 mil quilômetros a oeste de Belém (PA), ela oferece uma vivência única na comunidade de Anã, com um roteiro que inclui experiências em psicultura e melicultura.
Os cooperados da cooperativa simbolizam o poder dos povos da Amazônia com a produção de cerca de mil peças decorativas por mês, que utilizam a palha seca do tucumã e se transformam em mandalas, porta-copos, sousplats e cestos, entre outros objetos. A coloração é feita com tinta de sementes e plantas encontradas no próprio local como açafrão, jenipapo e urucum, entre outros. Outros cooperados atuam na psicultura, na produção do mel proveniente de abelhas sem ferrão e como guias nas rotas de turismo que mostram o cotidiano da comunidade.
Bioeconomia e agroflorestas na Camta
Em Tomé-Açu, os jornalistas conheceram a trajetória da Camta, cooperativa agroindustrial com quase um século de história. Reconhecida internacionalmente, ela é referência no uso de sistemas agroflorestais (SAFs), que conciliam produção agrícola com conservação ambiental. A Camta exporta frutas tropicais e derivados para Europa, Ásia e América do Norte, levando a marca da Amazônia para o mundo com rastreabilidade e compromisso socioambiental. O modelo adotado recupera áreas degradadas, protege a biodiversidade e assegura renda a centenas de agricultores familiares.
As visitas incluíram as propriedades dos cooperados Ernesto Suzuki, Kazoburo e Armando Mineshita. Na primeira foi possível conhecer as propriedades do SAF Dendê, que cria condições ideais para a produção da planta em conjunto com outras culturas como o cacau e o açaí de forma sustentável e sem degradação da floresta. Já na segunda, o Sistema Agroflorestral de Tomé-Açu, o Safta, foi o destaque. Nele, várias culturas também são desenvolvidas em conjunto, criando um microclima diferenciado e que mantém a floresta em pé, gera renda perene e garante a prosperidade dos produtores envolvidos.
Inclusão social e reciclagem na Concaves
Na capital paraense, a Concaves, cooperativa formada por catadores de materiais recicláveis que se consolidou como exemplo de economia solidária e inclusão socioprodutiva, apresentou como a união e o trabalho coletivo contribuíram para transformar a vida de seus cooperados. A atuação da cooperativa envolve a coleta seletiva, triagem e comercialização de resíduos, garantindo renda digna a trabalhadores que antes viviam na informalidade. Além disso, a cooperativa será uma das responsáveis pela coleta seletiva de parte dos resíduos da COP30, reforçando o protagonismo dos catadores na construção de cidades mais sustentáveis.
Crédito cooperativo como motor de desenvolvimento
A imersão também apresentou experiências de cooperativas de crédito — Sicredi, Sicoob e Cresol — que vêm ampliando o acesso a serviços financeiros em regiões antes desassistidas. Essas cooperativas reinvestem seus resultados nas próprias comunidades, gerando um ciclo virtuoso de desenvolvimento local. No Pará, sua atuação têm fortalecido agricultores familiares, empreendedores e comunidades tradicionais, oferecendo crédito acessível, educação financeira e projetos sociais.
Coop como resposta global
Com mais de 4,3 mil cooperativas, 25,8 milhões de cooperados e cerca de 578 mil empregos diretos, o cooperativismo brasileiro se apresenta como uma força capaz de aliar crescimento econômico à preservação ambiental e à inclusão social. Ao abrir suas portas à imprensa nacional, o Sistema OCB reforçou a mensagem de que o setor está pronto para contribuir de forma ativa e concreta com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e com a agenda climática global.
A Press Trip Coop na COP30 demonstrou, na prática, que o coop brasileiro é feito de histórias reais, de gente que transforma seu território e projeta o Brasil como referência mundial em desenvolvimento sustentável.
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