Cocamar investe em reflorestamento com mudas nativas cultivadas por pessoas com deficiência

Contexto e desafios
A Cocamar é uma cooperativa agroindustrial fundada em 1963 na cidade de Maringá, no Paraná, que hoje conta com 113 unidades espalhadas por cinco estados brasileiros para a produção de soja, milho, trigo, café, laranja e pecuária.
Desde 2006, a cooperativa mantém, em parceria com a APAE Maringá (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), o Projeto Cultivar: uma iniciativa que prevê a manutenção de viveiros de espécies nativas para reflorestamento, cultivadas pelas mãos de pessoas com deficiência.
O projeto, iniciado em Maringá e ampliado para Rolândia em 2014, conta hoje com dois viveiros no estado do Paraná, ambos em parceria com a APAE. Neles, a Cocamar mantém 38 colaboradores, sendo 35 pessoas com deficiência múltipla e/ou intelectual (PCDs) e três instrutoras que orientam as pessoas com deficiência na principal atividade, a produção de mudas de árvores nativas do bioma Mata Atlântica.
Essas mudas são destinadas, em sua maioria, aos produtores cooperados da Cocamar, que as utilizam para reflorestar as reservas legais, as áreas de preservação permanente e o espaço de matas ciliares contido em suas propriedades. Também são destinadas a órgãos públicos e parceiros, quando solicitadas. As destinações acontecem de forma gratuita para incentivar a arborização nativa do Paraná.
Segundo a cooperativa, três foram os motivos que deram origem ao Cultivar: a necessidade de auxiliar os cooperados com as demandas ambientais de suas propriedades; o atendimento à lei de cotas, proporcionando emprego a portadores de deficiência intelectual e múltipla; e a preocupação em adequar os serviços da cooperativa a consumidores e cooperados cada vez mais conscientes.
Esses motivos estão ligados ao atendimento da Lei 9.605/98, que rege sobre a destruição e danificação de florestas, determinando a conservação das matas ciliares, áreas de preservação permanente e reservas legais. Também é atendida a Lei 8.213/91, que estabelece que a empresa com cem ou mais empregados está obrigada a preencher de 2% a 5% de seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência habilitadas.
O Cultivar existe para atender a todos os cooperados da Cocamar, abrangendo aproximadamente 15 mil famílias, e impacta mais de 80 municípios, pois a prática é divulgada em todos os entrepostos da cooperativa, nos estados do Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Em 2019, a maior entrega foi feita para um cooperado localizado em Presidente Prudente (SP), que recebeu aproximadamente 25 mil mudas.
Desenvolvimento e metodologia
Os colaboradores do Cultivar trabalham com carga horária de 20 horas semanais, nos turnos da manhã ou da tarde, e seguem o processo de produção das mudas de acordo com a orientação e supervisão das instrutoras. Eles são contratados com todos os benefícios dos demais colaboradores da cooperativa.
Quinzenalmente, é avaliada a saúde das mudas, para possibilitar intervenção com tempo hábil em caso de alguma praga. Não é utilizado agrotóxico nos viveiros e todo o insumo usado não causa nenhum risco para a saúde dos colaboradores.
Em média, o processo de produção dura de quatro a seis meses, até a muda estar pronta para doação. Aproximadamente 50 mil mudas de árvores de mais de 30 espécies nativas são distribuídas por ano, reconstituindo a flora e a fauna do Paraná e neutralizando as emissões de carbono.
Mensalmente, o biólogo responsável envia ao setor de Sustentabilidade da cooperativa os relatórios de análise da produção e da saúde das espécies semeadas nos dois viveiros, que permite acompanhar e gerenciar a produtividade, com o objetivo de aumentá-la.
Além disso, também é avaliado o âmbito ergonômico da atividade dos colaboradores, adequando as instalações e atividades para prevenir doenças ocupacionais. Semanalmente, é realizado o Diálogo Semanal de Segurança, que reforça questões de segurança e saúde ocupacional.
Todos os colaboradores possuem plano de saúde Unimed, recebem vale-alimentação e vale-refeição e participam, toda semana, de ginástica laboral e, bimestralmente, do acompanhamento nutricional com profissionais da Unimed Maringá.
Além disso, a assistente social da Cocamar presta serviço social aos colaboradores e a seus familiares, amparando aqueles que de alguma forma não têm total acesso à informação e ajudando-os a resolver problemas ligados aos seus direitos.
Integração com escolas
Em 2019, visando a disseminar o conhecimento sobre o desenvolvimento sustentável entre as crianças da região, foi feita uma parceria entre o Cultivar e a Secretaria Municipal de Educação, que proporciona a interação entre os colaboradores do projeto e crianças de quatro a cinco anos de idade.
Nesta iniciativa, a equipe do Cultivar vai até os Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI) e realiza palestras sobre meio-ambiente, reflorestamento e sustentabilidade. Os próprios colaboradores portadores de deficiência realizam as palestras e finalizam as atividades ensinando as crianças a plantar árvores, da teoria à prática.
Em um segundo momento, as crianças que plantaram as sementes visitam o viveiro do Cultivar para acompanhar a estatura da muda que elas plantaram. Em 2019, 830 crianças participaram do projeto.
Resultados e aprendizados
Como prova do sucesso do projeto Cultivar, a produção e a doação de mudas de espécies nativas vem registrando crescimento contínuo. Em 2017, foram contabilizadas 42.203 mudas doadas, ultrapassando a meta de 40 mil para aquele ano. Este número subiu para 51.737 em 2018, contra uma previsão de 45 mil, e atingiu 62 mil mudas doadas em 2019, acima da meta de 60 mil.
Além disso, o custo unitário das mudas, que considera tanto despesas fixas quanto variáveis, diminuiu de R$ 23,39 em 2017 para R$ 19,60 no ano seguinte e caiu ainda mais, para R$ 12,78, em 2019.
A Cocamar destaca que o projeto Cultivar está alinhado com o sétimo princípio do cooperativismo, “Interesse pela comunidade”, que prevê que as cooperativas trabalhem “para o desenvolvimento sustentado das suas comunidades através de políticas aprovadas pelos membros”.
O projeto olha para o portador de deficiência intelectual reconhecendo que ele possui potencial laboral, valorizando a individualidade de cada um e promovendo a inclusão social. Com o trabalho, a remuneração e os benefícios, eles conseguem participar do orçamento familiar e das decisões de compras. Isso faz com que eles se reconheçam como indivíduos capazes de produzir e realizar, reduzindo assim as desigualdades sociais.
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