Coopatrans transforma cacau da Amazônia em negócio de impacto ambiental e social
Contexto e desafios
Na região da Transamazônica, no Pará, o cultivo de cacau era uma atividade marcada pela baixa valorização. Antes da criação da Cacauway, as amêndoas produzidas na região eram frequentemente tidas como refugo, vendidas sem reconhecimento da sua qualidade. Esse cenário levava a falta de incentivo dos produtores a cultivar e cuidar de suas lavouras.
A ausência de uma iniciativa que agregasse valor ao produto local limitava o potencial econômico e social da região. Foi nesse contexto que, em 16 de julho de 2010, um grupo de 40 produtores de cacau se uniu para fundar a Coopatrans.
Assim sendo, a cooperativa e a marca Cacauway surgiram para trazer a verticalização da produção do cacau, melhorar os processos produtivos da lavoura cacaueira, gerar renda e auxiliar na conservação da floresta.
Objetivos
A Coopatrans nasceu com o objetivo central de verticalizar a cadeia do cacau, deixando de vender apenas a amêndoa como matéria-prima para transformá-la em um produto de alto valor agregado: o chocolate. A meta era gerar emprego e renda localmente, garantindo o desenvolvimento da comunidade e a melhoria da qualidade de vida dos cooperados e suas famílias.
Além do foco econômico, o projeto almejava oferecer uma alternativa de renda sustentável que andasse de mãos dadas com a preservação ambiental. A criação da marca própria de chocolate, a Cacauway, foi o caminho escolhido para alcançar esses objetivos e consolidar um negócio de impacto social.
Desenvolvimento
A Coopatrans apostou em algumas parcerias para começar o seu trabalho. O primeiro impulso financeiro veio de um incentivo do governo do Estado do Pará, que permitiu a aquisição dos primeiros maquinários para a produção do chocolate. Com essa base, a cooperativa inaugurou a Cacauway, a primeira fábrica de chocolate da Amazônia, um marco para toda a região.
Ao longo de sua jornada de 15 anos, a cooperativa construiu uma sólida rede de apoio com instituições como SEBRAE, Sistema OCB, IPAM e UFPA. Para o financiamento de capital de giro, contou com o suporte de parceiros como Sicredi, Sitawi e Conexsus.
A cooperativa também estabeleceu um importante trabalho de intercooperação com as cooperativas Cepotx e CART, além de conexão com comunidades indígenas, fortalecendo a cadeia produtiva de forma inclusiva e diversa.
Resultados e impacto
O trabalho da Coopatrans com a criação da Cacauway transformou a realidade de Medicilândia e da região. O município tornou-se o maior produtor de amêndoas do Pará e uma referência mundial em cacau de excelência, com amêndoas premiadas internacionalmente. O cultivo, que ocorre em Sistemas Agroflorestais (SAFs), passou a ser reconhecido como uma forma de reflorestamento, aliando produção e conservação.
O sucesso da cooperativa gerou um grande efeito na região. A Cacauway inspirou o surgimento de marcas de chocolate na região, e hoje existem mais de 140 em todo o estado do Pará.
A Coopatrans gera trabalho e renda para seus 40 cooperados e 12 colaboradores na indústria. Além disso, contribui para cerca de 160 famílias que trabalham no campo e os funcionários das oito lojas da Cacauway. O fluxo de caixa da cooperativa, que superou a marca de R$ 3 milhões, é um testemunho do sucesso da marca.
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A cooperativa implementou um novo processo em suas assembleias. As reuniões agora são online e, desta forma, os cooperados podem participar independente da sua localização, aumentando a inclusão e participação democrática. Um hotsite foi criado e as ferramentas online para realização assembleias foram fundamentais para a realização das assembleias. No hotsite é centralizada todas as informações relevantes que podem ser acessadas pelos cooperados, como manuais de participação, edital de convocação e canais para envio de sugestões e informações pré-assembleares. Isso simplifica o processo e torna mais fácil para os cooperados se envolverem.
Nome do projeto: Emissão de Green Bonds para investimentos de cooperados em energia renovável e eficiência energética. Investimento no projeto: R$ 550 milhões (Sicredi). Resultados: A carteira de crédito do Sicredi para financiamento de projetos para uso de energia solar no Brasil totalizou R$ 4,5 bilhões ao final de 2021, com aumento de 93% em relação ao mesmo período de 2020. Do saldo atingido, R$ 2,4 bilhões foram destinados a associados Pessoa Jurídica (PJ), R$ 1,1 bilhão para Pessoa Física (PF) e R$ 940 milhões para associados do campo (agricultura familiar, médios e grandes produtores). Os recursos obtidos com a emissão dos Green Bonds permitirão ampliar a competitividade de cooperados e cooperativas por meio da gestão dos recursos energéticos, com acesso a linhas de crédito mais competitivas que possibilitam o investimento em produção de energia renovável e a adoção de projetos de eficiência energética. Gerando, assim, um impacto positivo que contempla o tripé: econômico, social e ambiental, agregando valor as atividades da cooperativa e fortalecendo a parceria de longo prazo do Sicredi com as comunidades em que está presente.
Objetivo: Gerar energia limpa e renovável por meio da biodigestão anaeróbia dos dejetos e resíduos da agroindústria, minimizando os impactos ambientais da atividade de produção de alimentos, promovendo e incentivando as boas práticas de sustentabilidade e proteção do meio ambiente. Resultados: Projetos implantados em função da capacitação: • COOPERATIVA C. VALE Sede: Palotina, Oeste do Paraná Volume produzido: Entre 1500 a 2000 m³/dia para energia elétrica e 1050 m³/hora para uso térmico. Fonte de material utilizado: Dejetos suínos (geração energia elétrica) e efluente industrial de produção de amido de mandioca (uso térmico). COOPERATIVA CASTROLANDA Sede: Castro, Leste do Paraná Volume produzido: 12.593 nm³/dia de metano. Fonte de material utilizado: Lodo biológico ETE, Lodo tridecanter frigorifico, resíduo de batata lavador, glicina vegetal, resíduo de cerveja, ovos, óleo fritadeira, casca de batata, batata frita, farelo de fritadeira, dejetos e carcaça de suínos. COOPERATIVA COPACOL Sede: Cafelândia, Oeste do Paraná Volume produzido: Não possuem informação em volume de biogás gerado. Contudo, nos últimos três meses a geração de energia média com biogás foi de 88.116 kWh/mês. Fonte de material utilizado: Dejetos de suínos de uma Unidade de Produção de Leitões com 4.300 matrizes. COOPERATIVA FRÍSIA Sede: Carambeí, Leste do Paraná Volume produzido: 86.457 m³/mês. Fonte de material utilizado: Dejetos e carcaças provenientes da atividade de suinocultura. COOPERATIVA LAR Sede: Medianeira, Oeste do Paraná Volume produzido: 3.126.438,00 metros cúbicos de biogás, convertido em energia elétrica equivalem a 1.334.801 KWh de bioenergia (evitando a emissão de 1.719.540,9 metros cúbicos de gás metano). Fonte de material utilizado: Dejetos suínos. A unidade de produção localizada no município de Serranópolis do Iguaçu (PR) tem 3 biodigestores e produz 52% da energia consumida. Para 2021, a expectativa é produzir 100% da energia elétrica por meio do biogás.
Pensando em melhorar os projetos internos, a Unimed Juiz de Fora criou o Programa de Sugestão, Melhorias e Inovação (PSMI). A iniciativa visa gerar melhorias dentro da cooperativa através de ideias inovadoras propostas por colaboradores.