Creral cria polímero renovável da casca de arroz e impulsiona a bioeconomia no RS
Contexto e desafios
O Rio Grande do Sul, grande produtor de arroz, gera anualmente um enorme volume de casca de arroz, um resíduo agrícola historicamente tratado como subproduto de baixo valor e, muitas vezes, descartado de forma inadequada. A Creral, uma cooperativa com forte atuação em energia, já utilizava parte dessa biomassa em sua usina termelétrica, mas o próprio processo de queima gerava um segundo resíduo: a cinza, que também carecia de uma destinação sustentável.
Esse cenário representava um duplo desafio ambiental e econômico: o desperdício de uma biomassa abundante e o problema do descarte da cinza. Paralelamente, a indústria de transformação plástica enfrentava limitações de inovação, sem acesso a materiais de alta performance que pudessem substituir polímeros fósseis.
Foi na junção desses desafios que a Creral viu a oportunidade de criar uma solução inovadora, transformando o resíduo do campo em matéria-prima para a indústria.
Objetivos
O projeto Bioroz e Cinroz nasceu com o objetivo de transformar resíduos da casca e cinza de arroz em um biopolímero sustentável e de alto valor, criando uma alternativa sustentável e renovável ao plástico de origem fóssil. A meta da cooperativa era ir além da reciclagem, inserindo a cadeia produtiva do arroz em um modelo de economia circular, onde o que antes era lixo se tornaria matéria-prima.
Com a iniciativa, a Creral buscou fortalecer a inovação dentro do cooperativismo, desenvolver um produto que gerasse benefícios ambientais, sociais e econômicos, e posicionar a região como um polo de bioeconomia.
O projeto almejava, em última análise, provar que é possível criar novas cadeias de valor a partir de resíduos, reduzindo o impacto ambiental e gerando prosperidade para os associados e a comunidade
Desenvolvimento
O primeiro passo do projeto foi a realização de um estudo técnico para avaliar a viabilidade de usar a casca e a cinza do arroz como base para um novo material. Com os resultados positivos, a cooperativa submeteu um projeto à Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), que aprovou o financiamento para a implantação de uma planta piloto em São Sepé (RS).
O desenvolvimento do biopolímero foi realizado com aporte institucional e técnico da Creral, apoio da Sepé Geração de Energia e cooperação científica da Universidade Feevale.
A metodologia envolveu testes de aplicação do novo material em processos industriais (injeção, extrusão e sopro), o patenteamento da tecnologia e a produção em escala piloto, com foco em criar um modelo que pudesse ser replicado em outras cadeias produtivas.
Resultados e impacto
A implementação do projeto resultou na criação do Bioroz e do Cinroz, um biopolímero inovador, 100% renovável, não tóxico e biodegradável, desenvolvido a partir da micronização da casca e da cinza do arroz.
Testes comprovaram que o novo material possui desempenho físico e mecânico equivalente ao dos plásticos fósseis, com a vantagem de ser uma solução ambientalmente correta, que reduz o descarte de resíduos agrícolas no meio ambiente.
O projeto validou o potencial de mercado do biopolímero, com boa aceitação industrial e escalabilidade produtiva, posicionando a região como uma referência em bioeconomia. A iniciativa engajou os cooperados em um processo de inovação que abriu portas para novas cadeias de valor e fontes de renda, transformando um problema ambiental em uma solução tecnológica.
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Fundada em 2005 por catadores no DF, a Recicle a Vida iniciou um projeto que transformou a realidade de seus 80 cooperados, em sua maioria mulheres. Com foco na inclusão produtiva e na verticalização da reciclagem de plásticos, a cooperativa elevou a renda média dos cooperados, oferecendo plano de saúde e refeições, além de desviar mais de 300 toneladas de resíduos/mês do aterro, tornando-se um modelo de justiça social e ação climática.
Nome do projeto: Emissão de Green Bonds para investimentos de cooperados em energia renovável e eficiência energética. Investimento no projeto: R$ 550 milhões (Sicredi). Resultados: A carteira de crédito do Sicredi para financiamento de projetos para uso de energia solar no Brasil totalizou R$ 4,5 bilhões ao final de 2021, com aumento de 93% em relação ao mesmo período de 2020. Do saldo atingido, R$ 2,4 bilhões foram destinados a associados Pessoa Jurídica (PJ), R$ 1,1 bilhão para Pessoa Física (PF) e R$ 940 milhões para associados do campo (agricultura familiar, médios e grandes produtores). Os recursos obtidos com a emissão dos Green Bonds permitirão ampliar a competitividade de cooperados e cooperativas por meio da gestão dos recursos energéticos, com acesso a linhas de crédito mais competitivas que possibilitam o investimento em produção de energia renovável e a adoção de projetos de eficiência energética. Gerando, assim, um impacto positivo que contempla o tripé: econômico, social e ambiental, agregando valor as atividades da cooperativa e fortalecendo a parceria de longo prazo do Sicredi com as comunidades em que está presente.
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