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OCB lança manifesto e site em defesa da sustentabilidade

A Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) acredita que o Brasil tem vocação para ser protagonista na construção de uma economia de baixo carbono e que, unindo esforços com outros países, é possível deter o avanço do aquecimento global. Em manifesto divulgado nesta segunda-feira (8), a entidade compartilhou a visão e o posicionamento do cooperativismo brasileiro a respeito da sustentabilidade e preservação ambiental do planeta. A posição da OCB será reforçada em um painel na COP26, na sexta-feira (12), apresentado pela gerente-geral Fabíola Nader Motta.

O documento faz parte do conteúdo do site Cooperação Ambiental, também lançado nesta segunda, que traz ainda exemplos de casos de sucesso protagonizados por cooperativas na área da sustentabilidade, além de depoimentos de cooperativistas sobre as experiências compartilhadas. Um dos objetivos é mostrar que toda cooperativa já nasce com o compromisso de cuidar da comunidade onde atua, aliando produtividade e desenvolvimento com sustentabilidade e responsabilidade social.

Cooperação Ambiental

Carbono

O manifesto publicado pela OCB apresenta cinco princípios norteadores voltados para os debates da COP 26 e enaltece a cooperação ambiental como estratégia para deter o avanço do aquecimento global.

No documento, as cooperativas defendem a regulamentação do mercado de carbono; o combate inflexível e abrangente ao desmatamento ilegal da Amazônia e dos demais biomas brasileiros; a regulamentação de leis que estimulem a adoção de medidas de proteção e preservação do meio ambiente; a produção brasileira de alimentos para o combate à fome e à segurança alimentar no mundo; e a adoção de políticas públicas de fomento ao cooperativismo como arranjo produtivo sustentável.

Para o cooperativismo brasileiro, reduzir as emissões de gases do efeito estufa na atmosfera é fundamental e uma das maneiras mais inteligentes de se fazer isso é regulamentando o mercado internacional de carbono e valorizando modelos produtivos de baixa emissão e captura de poluentes, além de viabilizar o acesso facilitado a recursos para projetos em prol da preservação, conservação e recuperação do meio ambiente.

Preservação

O desmatamento ilegal na Amazônia e em outros biomas brasileiros requer, de acordo com o manifesto, a plena e imediata aplicação da legislação ambiental e fundiária vigentes, com destaque para as normas do Código Florestal (Lei 12.651/2012), marco fundamental para a preservação ambiental do Brasil e que deve ser visto como exemplo para todas as nações.

A Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais, sancionada em janeiro de 2021 é citada pela OCB como um bom exemplo de leis que estimulam a adoção de medidas de preservação e proteção ambiental. A norma institui incentivo — monetário ou não — a produtores rurais que adotem medidas efetivas de proteção e promoção da qualidade do meio ambiente. Essa remuneração depende da verificação e comprovação das ações implementadas.

A emissão de títulos verdes (green bonds) e o incentivo à produção de energia renovável também são ações defendidas pelo cooperativismo para aumentar o interesse de pessoas e instituições por projetos sustentáveis. “Consideramos de suma importância o reconhecimento global da necessidade de diversificação e da sustentabilidade da matriz energética, com a construção de políticas públicas e incentivos econômicos nacionais e internacionais de fomento ao setor”.

Políticas Públicas

Acabar com a fome, proporcionar acesso a alimentos seguros e nutritivos, além da garantia e disponibilidade de alimentos, são pilares direcionadores do cooperativismo. Para atingir esses objetivos, o manifesto da OCB defende o fomento de políticas públicas para o comércio internacional livre e um fundo global voltado para promover a fome zero, que ultrapasse as barreiras geográficas e políticas em zonas de conflito, especialmente para as populações mais vulneráveis.

Políticas públicas de fomento ao cooperativismo também são pleiteadas para fortalecer o modelo de negócios do movimento que busca proporcionar inclusão produtiva, economia de escala, geração de renda e desenvolvimento regional e local. Nesse sentido, o cooperativismo é considerado uma importante alternativa para o acesso a serviços de interesse público em diversas cidades e comunidades ao redor do mundo e precisa de incentivo para continuar a crescer.

Leia o manifesto na íntegra: https://www.cooperacaoambiental.coop.br/

Leite com sustentabilidade

Representantes do setor lácteo brasileiro foram à COP26 apresentar propostas para zerar a emissão de gases do efeito estufa até 2030 A cadeia produtiva do leite brasileira quer ser um exemplo para outros setores produtivos nacionais e internacionais no que diz respeito às políticas de sustentabilidade. Para isso, ela investe em tecnologia e práticas que reduzem o impacto ambiental. Parte dos resultados desses esforços foram apresentados para participantes da 26ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP26) via transmissão ao vivo de um painel realizado em Brasília nessa quinta-feira (11). Uma das principais novidades apresentadas foi a calculadora de emissões de gases do efeito estufa (GEE) para propriedades produtoras de leite, desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em parceria com a Nestlé — uma das grandes compradoras de leite das nossas cooperativas. A ferramenta permite aos produtores compreender onde estão concentradas suas emissões, contribuindo para uma tomada de decisão mais assertiva para reduzi-las. Ela foi desenvolvida com base em bancos de dados que cruzam diretrizes e protocolos de produção sustentável e levam em conta, inclusive, as especificidades de cada região produtora. Por ser fruto de uma Parceria Público Privada (PPP), essa calculadora ficará disponível gratuitamente a todos os produtores rurais, cooperativas e empresas do setor. Entre as boas práticas de produção de leite capazes de reduzir a emissão de carbono na atmosfera destacam-se: o reaproveitamento da água e do solo, o uso de energias renováveis, a melhoria da cobertura vegetal, a recuperação e preservação de nascentes e mananciais, além da utilização de materiais recicláveis e reciclados. RECOMPENSA MERECIDA A calculadora desenvolvida pela Embrapa e Nestlé está sendo utilizada, atualmente, para permitir a remuneração de produtores rurais que demonstrem estar fornecendo um leite de baixo carbono para a empresa. Uma iniciativa que pode servir de inspiração para as cooperativas brasileiras, que hoje são responsáveis por pelo menos 40% da produção brasileira de leite. O produtor rural Jorge Schmidt, de Silvânia (GO), também participou do painel de debates organizado pelo governo brasileiro e contou que deu prioridade à melhoria da cobertura vegetal como estratégia para a agricultura regenerativa e de baixo carbono. A fazenda Marinho fornece leite para a Nestlé e produz cerca de 32 litros por dia. “Além do plantio direto, estamos com uma frente em relação às matas e florestas. Nossos mananciais hídricos são preservados, as nascentes não têm acesso de animais, e eu quero que isso evolua, que a gente melhore o volume de água da propriedade”, ressaltou Schmidt. “Temos a preocupação de ser mais ecologicamente viáveis e que esse problema que o mundo sofre hoje a gente tenha uma pequena parcela de contribuição. De nada adianta a gente produzir sem sustentabilidade.”

Cooperativas dão lição de sustentabilidade na COP26

Brasília (12/11/2021) - O cooperativismo mostrou sua força e capacidade de inovar em Glasgow, na Escócia. Durante o painel sobre Negócios Sustentáveis na Amazônia — realizado hoje no pavilhão brasileiro da Conferência do Clima das Nações Unidas (COP26) —, a gerente-geral da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Fabíola Nader Motta, apresentou ao mundo um pouco do que as cooperativas brasileiras têm feito para aliar produtividade com preservação ambiental.
 
O painel contou com a participação do ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, que não estava prevista na programação oficial. “Fiz questão de vir aqui porque o cooperativismo é um caminho para a preservação de regiões como a Amazônia. Esse modelo de negócios traz uma nova oportunidade para quem vive lá, através de todo o suporte que a cooperativa dá aos produtores locais. Suporte tecnológico, de inovação, suporte de educação, suporte, financeiro. Vocês têm uma estrutura fantástica. Parabéns e obrigada”, disse Leite.
 
Em sua fala, a gerente-geral da OCB lembrou que os olhos do mundo estão voltados para o Brasil. Ela ressaltou o papel protagonista que o cooperativismo pode ter para ajudar o país a cumprir as metas de diminuição do desmatamento ilegal e da emissão de gases do efeito estufa. Como exemplo disso, citou o trabalho desenvolvido por cooperativas como a Camta — Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu —, localizada no Pará.
 
Criada em 1931 por imigrantes japoneses, a Camta desenvolveu um sistema de produção agroflorestal que reúne, em um mesmo espaço, culturas como açaí, mandioca e pimenta do reino, além do extrativismo de óleos como a andiroba. “Os cooperados da Camta aprenderam com os ribeirinhos, que vivem às margens do Rio Amazonas, que, na floresta, as plantas não sobrevivem sozinhas, por isso, o ideal era diversificar a produção”, conta Fabíola.
 
O novo sistema de produção agroflorestal começou a ser implantado na década de 70, depois que uma praga arruinou a monocultura de pimenta-do-reino — até então a principal fonte de renda dos cooperados, que exportavam o produto para outros países.
 
"Seguindo os ensinamentos dos ribeirinhos, os cooperados da Camta colocaram o açaí, o cacau, a mandioca e a pimenta-do-reino para conviverem juntos, em harmonia, com a floresta Amazônica.  São 5 mil hectares de terra, onde as plantas de uma cultura servem de adubo para o crescimento e fortalecimento das outras. Isso mantém o solo úmido e fértil, respeitando o clima e a biodiversidade local. Imitando o ciclo natural da floresta, a produção da Camta não empobrece o solo, aumenta a produtividade e ainda ajuda a recuperar áreas da floresta que tinham sido degradadas", explicou a gerente-geral da OCB.
 

MÃOS DADAS

Desde que adotou um sistema agroflorestal de produção, a Camta só melhorou seus resultados. Hoje, ela produz 800 toneladas de cacau e 6 mil toneladas de polpa de fruta por ano. Parte desses produtos é exportada para países como Estados Unidos, Alemanha, Argentina e Japão.
 
Além disso, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) comprovou que o modelo de produção da Camta reduz em 5 vezes a emissão de gases do efeito estufa na floresta. "É a prova de que produtividade e sustentabilidade podem andar de mãos dadas", elogiou Fabíola, acrescentando que a cooperativa tem recebido prêmios nacionais e internacionais de preservação ambiental. “É um exemplo que precisa ser reconhecido, valorizado e replicado, beneficiando diretamente mais de 10 mil pessoas na comunidade de Tomé Açu. Uma gente simples, que vive e precisa da Amazônia em pé".
 

COOPERANDO COM O FUTURO

A gerente-geral da OCB também mostrou na COP26 o trabalho do cooperativismo brasileiro na produção de energia renovável: já são mais de 540 empreendimentos cooperativos com esse foco. E o fomento ao setor conta com a intercooperação com o cooperativismo alemão. Dentre os cases apresentados, Fabíola citou a geração de energia limpa por biomassa de cinco cooperativas brasileiras (Vale, Castrolanda, Lar, Copacol e Frisia) que evitam a emissão de 40 milhões de metros cúbicos de gás metano por ano.
 
Fabíola Nader Motta ainda elencou o trabalho de diálogo com o Congresso Nacional feito pela OCB para garantir a evolução, segurança jurídica e modernização da legislação ambiental. “Um dos nossos maiores desafios é colocar em pratica o pagamento por serviços ambientais e o mercado de carbono que podem potencializar ainda mais as ações de conservação do meio ambiente.”
 

COOP EM NÚMEROS

O Brasil possui 4.868 cooperativas, que reúnem mais de 17,3 milhões de associados.

➢ As cooperativas empregam diretamente 455 mil trabalhadores em todo o Brasil.

➢ No campo, as cooperativas auxiliam pequenos e médios produtores rurais na transferência de tecnologia e no acesso a mercados internos e externos. Mercados aos quais eles não teriam acesso se estivessem trabalhando sozinhos.

➢ Cerca de 5% do rendimento das cooperativas brasileiras é revertido para as comunidades próximas, inclusive para ações ambientais.

➢ Mais da metade da safra brasileira conta com a participação direta das cooperativas brasileira. Com inovação e tecnologia, elas buscam equilibrar geração de renda e preservação ambiental.

 
COOP NA COP 26

O Sistema OCB lançou uma página com informações sobre o que está acontecendo na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021. Nela estão disponíveis cases inspiradores e o manifesto da instituição com a visão e o posicionamento do cooperativismo brasileiro a respeito da sustentabilidade e preservação ambiental do planeta. Acesse agora mesmo e confira: https://www.cooperacaoambiental.coop.br.

Bancos e investidores internacionais buscam projetos cada vez mais sustentáveis

Essa é uma bela oportunidade para as cooperativas que aliam produção com sustentabilidade O mapa do caminho para alavancar os negócios das cooperativas brasileiras aponta para a urgência de priorizar a sustentabilidade em todos os projetos e atividades. O recado vem da Conferência do Clima das Nações Unidas (COP26), que termina essa semana, em Glasgow, na Escócia. Representantes de bancos e de grandes grupos de investimento participaram de painéis de debates da conferência e foram enfáticos em dizer que isso não é apenas uma tendência. As linhas de financiamento para a chamada economia verde só tendem a aumentar nos próximos anos, especialmente nos países de economia emergente, como o Brasil. O Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), o banco dos Brics (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), foi criado há seis anos e já possui um portfólio de projetos de R$ 180 bilhões, sendo 25% dos investimentos relacionados a empreendimentos que atendem aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Entre as iniciativas financiadas pelo NBD estão um grande complexo de energia solar no Brasil, pequenas usinas hidrelétricas na Rússia e parques de energia eólica na China. Outros bilhões de dólares a juro zero ou negativo em títulos de renda fixa estão disponíveis para quem apresentar projetos sustentáveis e ambientalmente responsáveis. De acordo com o presidente do NBD, Marcos Troyjo, os empreendimentos que atualmente geram interesse nos investidores aliam infraestrutura e tecnologia. Isso traz para o primeiro plano as iniciativas no âmbito da economia verde e digital. “A aproximação entre o verde e o digital é importante e precisamos nos preparar para ela”, alertou Troyjo durante painel no pavilhão brasileiro na COP26. Para ele, também é necessário pensar em uma educação verde digital. “Conforme você faz uma transição para uma economia mais verde, você vai precisar de mais capacitação para as pessoas operarem esses setores inovadores, como robótica e bioeconomia.” JANELA DE OPORTUNIDADES Integrante da delegação brasileira, o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, aproveitou a COP26 para estimular investidores e empreendedores a aproveitar a “janela de oportunidades” aberta pela conferência. Parte dos investimentos do NBD no Brasil são feitos em parceria com o BNDES e, portanto, estão alinhados com a priorização de projetos sustentáveis. Ou seja, iniciativas que utilizam, por exemplo, energias alternativas e fazem a compensação da degradação ambiental. Os representantes dos bancos públicos brasileiros já planejam, inclusive, a criação de incentivos e mecanismos de reconhecimento para o produtor rural que contribui com a preservação florestal. “Nos próximos cinco anos daremos R$ 120 bilhões para financiar investimentos verdes e criaremos créditos de carbono para tirar 19 anos de poluição por uso de carro em São Paulo”, afirmou o presidente do BNDES na COP26. O presidente do Banco do Brasil, Fausto de Andrade, esteve no pavilhão brasileiro da conferência e defendeu a criação de um mecanismo que ajude os agricultores a preservar as áreas verdes, que muitas vezes geram grandes custos para proteção. O Banco do Brasil concentra a maior parte do crédito rural do país e nos próximos anos também pretende incentivar a implementação da política de créditos de carbono no Brasil.

Futuro verde na meta do Brasil

Ministro do Meio Ambiente lidera delegação brasileira na COP26 e defende financiamento internacional para economia de baixo carbono. Por Juliana Nunes A principal voz do governo brasileiro na 26ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP26), em Glasgow, na Escócia, é a do ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite. Ele foi o único a discursar na plenária da conferência e ainda esteve à frente de painéis de debate no pavilhão brasileiro. O foco de Leite foi a defesa do Brasil como país essencial para o futuro verde, ator chave das mudanças necessárias para a sustentabilidade. Na contramão das críticas sobre as políticas governamentais e sobre os altos índices de desmatamento, o ministro pediu compromisso dos países mais ricos do mundo no financiamento da transição global para uma economia de baixo carbono. De acordo com ele, os mais diversos setores produtivos nacionais estão dispostos a adotar novas tecnologias e a seguir as melhores práticas de produção, sem abrir mão de gerar emprego e riqueza. Joaquim Leite criticou os países desenvolvidos por não terem cumprido a meta anterior de financiamento, estabelecida em US$ 100 bilhões anuais. Agora, a transformação exigiria volumes mais ambiciosos. “Os países que histórica e atualmente são os responsáveis pelos maiores volumes de poluição da atmosfera devem demonstrar suas efetivas ambições de financiamento nesta conferência, sem postergar ainda mais um compromisso assumido em 2015 e até o momento não realizado em sua plenitude”, convocou o ministro brasileiro. “Todas as partes devem assumir suas responsabilidades comuns, porém diferenciadas, na direção de uma economia verde neutra em emissões. O desafio global a ser superado é reverter a lógica negativa da punição, da sanção e da proibição, para a lógica positiva do incentivo, da inovação, da priorização.” BIOCOMBUSTÍVEL De olho nos investidores internacionais, Joaquim Leite e a delegação brasileira fizeram um balanço das ações de governo para a preservação ambiental e recuperação de áreas degradadas. Pesquisas realizadas por órgãos governamentais indicam que a agricultura nacional de baixo carbono restaurou quase 28 milhões de hectares de pastagens. O programa de biocombustíveis, por sua vez, teria garantido energia renovável para 84% da matriz elétrica, com ampliação de empregos nas áreas de energia solar e eólica. O setor de gestão de resíduos sólidos, que aguarda mais parcerias com a iniciativa privada, já reduziu em 20% o número de lixões a céu aberto. O novo marco legal do saneamento básico e os investimentos em transporte ferroviário e hidroviário também fizeram parte do portfólio de ações apresentadas na COP26 para atrair investimentos e, ao mesmo tempo, inserir o Brasil na lista de nações interessadas em salvar o planeta.

COP26: Painel da OCB destaca força do coop em defesa da sustentabilidade

Brasília (11/11/2021) A OCB apresenta nesta sexta-feira (12), durante a COP 26 em Glasgow, na Escócia, o painel Cooperativismo como ferramenta para a economia de baixo carbono. A apresentação será feita dentro do tema Brasil Verde e mostrará cases, dados e histórias que comprovam que é possível aliar produtividade e desenvolvimento com responsabilidade social, equilíbrio ambiental e viabilidade econômica.

O painel será transmitido ao vivo às 7h (horário de Brasília) no Youtube do Ministério do Meio Ambiente (MMA).

O convite para a participação da OCB foi feito pelo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, em função do importante papel que as cooperativas desempenham em prol da sustentabilidade e preservação ambiental.

Entre os cases de sucesso, um dos destaques é o da Cooperativa Agrícola Mista Camta, localizada em Tomé-Açu no Pará. Fundada em 1931 por imigrantes japoneses e colhe, atualmente, os frutos do desenvolvimento do Sistema Agroflorestal de Tomé-Açu (Safta) inspirado na vivência dos povos ribeirinhos, habitantes das margens dos rios da Amazônia, que plantavam em seus quintais árvores frutíferas e florestais, imitando a Floresta.

O local reúne um mosaico de plantações e é considerado um verdadeiro laboratório agroflorestal, gerando impactos positivos para mais de 10 mil pessoas. O sistema de produção gera redução dos gases de efeito estufa em cinco vezes e é referência no desenvolvimento, inovação e disseminação da tecnologia Safta no Brasil, Bolívia e Ghana (África).

Outro exemplo de sucesso é protagonizado pela Cooperativa de São Gabriel do Oeste (Cooasgo), uma das primeiras do país a negociar créditos de carbono com parceiros internacionais, a partir do manejo sustentável de dejetos nas granjas de suínos, garantindo também o aumento da produtividade.

A iniciativa já garantiu a redução da emissão de 194,9 milhões de m3 de gás metano; a produção de 2,45 milhões de toneladas de biofertilizantes; a geração de 27,8 milhões de KW em energia elétrica sustentável; e a comercialização de R$ 3,5 milhões em créditos de carbono.

Para saber mais sobre os projetos de sustentabilidade das cooperativas com resultados sólidos e positivos, bem como o posicionamento do setor sobre a importância da preservação ambiental, acesse o site da OCB dedicado ao tema em www.cooperacaoambiental.coop.br.

Com aposta em crescimento verde, Brasil se torna palco de investimento

Uma economia de baixa emissão de carbono, aliada a menos impactos ambiental e social. A transição para o chamado “crescimento verde” está na pauta global, em especial em encontros como a Cúpula do Clima, que ocorre desde o último dia 1º, em Glasgow, na Escócia. O evento conta com representantes brasileiros das esferas pública e privada, que mostram ao mundo iniciativas pelo desenvolvimento sustentável e oportunidades de investimento. Nesta quarta-feira (3), o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, protagonizou a fala da mesa “Crescimento Verde”, na 26ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26). Em transmissão ocorrida de Brasília, o ministro apresentou ações e demonstrou interesse em integrar soluções para a melhoria dos indicadores verdes no Brasil. “Nós produzimos muito conhecimento. Mas como o transportamos para novas empresas, novos produtos, novos empregos? No setor do meio ambiente, temos muito a contribuir”, apontou o ministro. Marcos Pontes citou o setor energético, indicando estudos conduzidos pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) na área de energias renováveis. Segundo Pontes, a pasta desenvolve pesquisas voltadas à melhoria da eficiência de células fotoelétricas, utilizadas na matriz solar; e de geradores utilizados no âmbito da matriz eólica. O desenvolvimento de tecnologias para uso do hidrogênio verde também é alvo de estudos do Ministério. “Temos que fazer a transição do combustível fóssil para as fontes renováveis de forma inteligente, suportada pela tecnologia”, defendeu o ministro. O Brasil conta com uma vantagem competitiva em termos de energia limpa, já que 82,76% da matriz energética brasileira é renovável – sendo 60,71% de fonte hídrica, de acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). CRESCIMENTO. VERDE Presente na mesa de debate da COP26, o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, lembrou a criação do Programa Nacional de Crescimento Verde (PNCV), lançado no último dia 25, em parceria com o Ministério da Economia. “É importante ver a ciência como aliada do desenvolvimento, no âmbito do novo programa. Que a gente crie essa economia verde, livre de emissões, juntos”, afirmou Leite. Os objetivos do PNCV são aliar redução das emissões de carbono, conservação de florestas e uso racional de recursos naturais com geração de emprego verde e crescimento econômico. De acordo com Joaquim Leite, o programa vai apoiar e priorizar os projetos verdes para que promovam empreendedorismo e inovação sustentável, aliando preservação ambiental e melhora da condição de vida da população. O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcos Pontes, frisou que já conta com iniciativas alinhadas às metas do novo programa. “Nós temos centenas de projetos relacionados ao meio ambiente e voltados para o desenvolvimento. Nosso foco é transformar o conhecimento do pesquisador em prática. Por meio da ciência, conseguimos utilizar recursos naturais de forma sustentável e eficiente, transformando isso em desenvolvimento econômico e social para o País”, reforçou Pontes. Entre os programas citados pelo ministro está o Sistema Amazônico de Laboratórios Satélites (Salas), que prevê a instalação de laboratórios espalhados pela Amazônia, com foco no desenvolvimento de cadeias produtivas baseadas na biodiversidade e na descoberta de novos materiais e princípios ativos. Três laboratórios já foram entregues pela pasta: Laboratório Flutuante Vitória Régia, Laboratório de Selva Peixe Boi, Estação Científica Ferreira Penna. Cadeias produtivas de bioeconomia também são acompanhadas pelo MCTI, com foco na agregação de valor a produções locais. O Ministério ainda conta com um Simulador Nacional de Políticas Setoriais e Emissões, a ferramenta oficial do governo brasileiro para projeção de cenários de implementação de políticas públicas para redução de emissões de gases de efeito estufa. “Tenho orgulho de chamar meu Ministério de uma caixa de ferramentas, com habilidade para ajudar a todos os demais”, completou Pontes.

Matriz energética brasileira vira case mundial na COP26

Representantes do Governo Federal apresentaram dados sobre energia renovável. Indicadores precisam avançar ainda mais para o País alcançar metas de zero carbono Com um território continental, vastas riquezas naturais e condições climáticas e de fertilidade de solo favoráveis, o Brasil supera a demanda de energia total estimada para os próximos 30 anos. No entanto, há desafios em curso para se alcançar a neutralidade de carbono em 2050 — meta acordada no Acordo de Paris e reforçada em debates que ocorrem na 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP26), que ocorre na cidade de escocesa de Glasgow. A ideia é manter o aumento da temperatura planetária a no máximo 1,5 Grau Celsius em relação aos níveis pré-industriais. As políticas do governo brasileiro no tocante à política energética foram apresentadas nesta quinta-feira (4) por representantes do Ministério de Minas e Energia (MME). O ministro Bento Albuquerque protagonizou a mesa “Crescimento Verde”, apontando ações em andamento e perspectivas futuras das políticas públicas. Entre as medidas apresentadas pelo ministro, estão os programas “Combustível do Futuro” e do “Hidrogênio”. O primeiro deles visa ampliar o uso de combustíveis sustentáveis e de baixa intensidade de carbono. Entre os objetivos específicos do programa estão: redução da intensidade média de carbono da matriz de combustíveis redução das emissões em todos os modos de transporte e incremento da eficiência energética. Já o Programa Nacional do Hidrogênio apresenta a construção da estratégia brasileira de desenvolvimento do hidrogênio, considerado um vetor que possibilita o armazenamento de energia e favorece especialmente setores como indústria e transporte que, juntos, consomem dois terços da energia do Brasil. “O futuro desse setor está pautado pelas políticas públicas que vamos implementar. O Brasil já é considerado uma referência mundial e seremos protagonistas, fruto das energias renováveis em nossa matriz energética. De qualquer forma, a transição energética do mundo tem que passar por um esforço coletivo, baseada fundamentalmente em cooperação”, afirmou Bento Albuquerque. SUPERANDO A ESCASSEZ De acordo com o Plano Nacional de Energia (PNE 2050) do MME, as expansões da oferta e de consumo de energia se farão de forma sustentável no futuro próximo, com a manutenção dos indicadores de renováveis: entre 45 e 50% na matriz energética, e entre 80 e 85% na matriz de geração elétrica. O ministro de Minas e Energia ainda citou a diversidade dessa matriz renovável brasileira, que superou “a maior escassez hídrica que o País já teve”, iniciada em outubro de 2020. “Conseguimos superar essa fase de escassez mantendo a segurança energética do nosso país. E as fontes de energia eólica e solar foram fundamentais nesse processo”, exemplificou. Atualmente, as duas fontes representam 13,43% do total de matriz energética do País. Segundo Bento Albuquerque, a estimativa é que elas cheguem a 25% dessa participação já em 2030. Vinculada ao MME, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) subsidia o Governo Federal no planejamento do setor, por meio de estudos e pesquisas. Segundo o presidente da instituição, Thiago Barral, o Brasil tem uma posição de destaque global quando se fala em energias renováveis. No entanto, as metas de desenvolvimento sustentável, que incluem a neutralidade do carbono, exigem uma força-tarefa para serem conquistadas. “Não podemos ficar acomodados com esse patamar. O acesso a serviços energéticos vai crescer no Brasil, para sustentar o desenvolvimento. E não é possível atingir neutralidade apenas com energia renovável e biocombustível. Outras tecnologias são necessárias e elas serão alcançadas, também, por meio da implementação de políticas nesse sentido”. O técnico expôs dados trabalhados pela EPE na mesa “Brasil: País da energia limpa!”, também nesta quinta-feira (4), na COP26. BRASIL MAIS SUSTENTÁVEL Um dos parâmetros utilizados pela EPE para medir a vantagem competitiva do Brasil é a emissão de CO2 por habitante. A emissão de um brasileiro, segundo Barral, equivale a 1/7 daquela gerada por um norte-americano e 1/3 da emissão de um europeu. “Por qualquer que seja a perspectiva do perfil de emissões relacionada ao setor de energia no Brasil, o patamar se mostra abaixo de outras economias com as quais a gente pode se comparar. É uma condição excepcional de fontes renováveis”, afirmou. Ainda assim, o país continua no processo de transição energética, reforçou o presidente da EPE. Para isso, o Brasil vem consolidando um portfolio de oferta de energia, com o objetivo vai trazer segurança energética com renovabilidade. “Veremos um papel crescente das energias eólica e solar, por exemplo. Assim, vamos investir em sistemas de transmissão para entregar esses recursos distribuídos em um cenário continental. É preciso tirar proveito desses recursos e da complementaridade deles”, destacou. De acordo com o ministro Bento Albuquerque, apenas o potencial da energia eólica offshore, ou seja, obtida em alto-mar, chega a 700 gigawatts na costa brasileira, o que representa quatro vezes a capacidade total de energia já instalada no País. EFICIÊNCIA ENERGÉTICA No painel “Brasil: o país em que a eficiência energética já é realidade no setor elétrico”, ocorrido durante a COP26, representantes do Governo Federal ainda reforçaram a importância dessa eficiência para o desenvolvimento sustentável. O diretor do Departamento de Desenvolvimento Energético do MME, Carlos Alexandre Príncipe Pires, abordou a necessidade de se considerar uma questão cultural do Brasil, ao elaborar políticas de eficiência. “Existe uma questão cultural que se vislumbra que os ganhos de eficiência não são tão importantes, o que importa é o aumento do tamanho do negócio”, explicou. Para enfrentar essa questão considerada estrutural, o gestor desenvolve projetos que ingressam na seara da pequena e média empresa, levando informação e possibilidades de financiamento. A eficiência energética de prédios públicos também é alvo das políticas de eficiência energética do MME. O diretor do Departamento de Estudo Econômicos do MME, Giovani Vitória Machado, também reforçou que a eficiência energética cumpre relevante papel não apenas em ganhos econômicos, mas também na descarbonização. “São menos recursos energéticos e materiais, trazendo ganhos financeiros e econômicos para empresas e famílias, para quem tiver implementando eficiência energética. Quanto maior a competição, mais importante será a eficiência energética para se ter um padrão competitivo como diferencial de mercado. E conhecer a sua curva de carga não apenas gera valor para o negócio, mas também impacta favoravelmente os indicadores mais macros de eficiência energética.”, finalizou.

Investimento na Amazônia tem impacto global

Estratégias de preservação do bioma foram debatidos durante a Cúpula do Clima, que ocorre desde o dia 1º na Escócia, reunindo as principais lideranças mundiais Um dos maiores e mais diversificados biomas do planeta, a Amazônia, foi alvo de debate entre especialistas e representantes do governo e da sociedade civil durante a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), que ocorre em Glasgow, na Escócia. Um justo reconhecimento à maior floresta tropical do mundo, que avança por nove estados brasileiros, reunindo um terço das árvores do mundo e 20% das águas doces do planeta. Em fala diretamente de Brasília para Glasgow, o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, participou de painel sobre a região como presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal. Mourão defendeu o investimento em hidrovias e portos na Amazônia como um caminho para a expansão do crescimento socioambiental do local. Segundo ele, tais linhas de financiamento beneficiariam as cadeias de valor da região, permitindo aos seus habitantes “melhores condições de entregar seus produtos”. Sobre a fauna e flora locais, o vice-presidente indicou a necessidade de “casar” projetos que exploram a biodiversidade da floresta e pessoas com capacidade de investir. “É importante que [os investidores] entendam que há, ali, retorno a seus investimentos. A Amazônia abre um leque de oportunidades enorme. O potencial do ecoturismo é fantástico. O que precisa é melhorar a infraestrutura para receber esses turistas. Precisa haver mais divulgação. A vocação é total para o turismo, mas precisamos de mais estrutura hoteleira”. De acordo com Mourão, o Conselho Nacional da Amazônia Legal fez um diagnóstico das vulnerabilidades da região para implementar ações de proteção da floresta nativa e desenvolvimento das comunidades. Entre os objetivos deste conselho, estão: melhorar o combate a ilegalidades; melhorar o sistema de monitoramento; buscar financiamento para projetos de desenvolvimento e para a bioeconomia; além de recuperar a capacidade operacional de órgãos de fiscalização. ECONOMIA CIRCULAR Durante a COP26, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) anunciou uma recuperação de 163 mil quilômetros quadrados da Amazônia Legal, em 2020. O levantamento foi informado pela secretária da Amazônia e Serviços Ambientais do Ministério do Meio Ambiente, Marta Giannichi. “Esse dado é importante porque significa que áreas que anteriormente foram desmatadas, agora, estão se tornando florestas novamente”, afirmou. O estudo foi produzido por técnicos da Embrapa, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipan). A expectativa do levantamento inédito é que, até 2030, a área de floresta recuperada seja de 180 mil km². Outro anúncio realizado pela pasta durante a COP26 foi a instalação de um sistema de logística reversa para lixo eletroeletrônico em todas as Capitais da Amazônia Legal, ou seja, em Manaus (AM), Rio Branco (AC), Macapá (AP), Belém (PA), Porto Velho (RO), Boa Vista (RR), Palmas (TO), Cuiabá (MT) e São Luís (MA). A ideia é que, até abril de 2022, todas as cidades já contem com o sistema, que será responsável por acabar com o descarte irregular de lixo eletrônico na região. A ação vai contribuir para acabar com o descarte de aparelhos inutilizáveis, como fogão, TV, celular e ventilador, em rios e lixões, oferecendo espaços específicos para recebimento e destinação dos materiais. Além de preservar o meio ambiente, a medida incentiva a chamada economia circular. “[O produto] volta para o setor produtivo, gerando emprego e renda com sustentabilidade, ao mesmo tempo que isso preserva os recursos naturais, evita a poluição ambiental, reduz o consumo de energia e emissão de gases de efeito estufa. É a economia circular avançando no Brasil”, destacou o secretário de Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, André França. FLORESTA + AMAZÔNIA Os presentes da Cúpula do Clima ainda destacaram a relevância do programa Floresta + Amazônia, implementado pelo MMA, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Com recursos do Fundo Verde para o Clima (GCF, na sigla em inglês), serão investidos, até 2026, mais de 500 milhões de reais (USD 96 milhões) na Amazônia Legal, em atividades de pagamentos por serviços ambientais, monitoramento e avaliação, gestão e inovação, além do fortalecimento da Estratégia Nacional de Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação Ambiental (ENREDD+). Uma ótima notícia para centenas de cooperativas que já realizam programas de recuperação da floresta ou se destacam pela produção de baixo carbono na região, caso da Camta . Na prática, o Floresta+Amazônia recompensa quem protege e recupera a floresta e contribui para a redução de emissões de gases de efeito estufa. Os beneficiários do projeto são pequenos produtores rurais, comunidades tradicionais e indígenas que prestam atividades de proteção e recuperação da floresta nativa. Vale esclarece: criado como um piloto em fevereiro de 2020, essa iniciativa integra o Projeto Floresta+ — ação do Ministério do Meio Ambiente que cria, fomenta e consolida o mercado de serviços ambientais, reconhecendo e valorizando as atividades ambientais realizadas e incentivando a sua retribuição monetária e não monetária em todos os biomas brasileiros.

Ciência e tecnologia no caminho da agricultura sustentável

Painel brasileiro da COP 26 destaca avanços em práticas agrícolas que preservam o meio ambiente sem abrir mão da produtividade. Pesquisadores e gestores públicos brasileiros levaram para a Escócia a experiência de projetos que otimizaram o uso da terra, ao mesmo tempo em que potencializaram a atividade agropecuária. O objetivo é aproveitar a 26ª edição da Conferência das Partes, em Glasgow, para mostrar que o Brasil é uma potência agroambiental. Sem as inovações, o país precisaria de três vezes mais áreas para a agricultura e pecuária do que utiliza atualmente. “A ciência e a tecnologia nos ajudaram a poupar muita terra nos últimos anos. Só na cadeia agrícola da soja, poupamos o equivalente aos territórios de Irlanda e Itália juntos”, destacou o presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Celso Moretti, durante o painel “Agricultura Sustentável como Caminho para a Preservação Ambiental: o efeito poupa terra”, transmitido de forma simultânea de estandes na Escócia e no Brasil. No contexto mundial, os gestores lembraram que até a década de 70 a agricultura brasileira estava focada na produção de café e cana, concentrada nas regiões Sul e Sudeste, com dificuldades para produzir fertilizantes e enfrentar a pobreza rural. Nos anos 90 e 2000, a pesquisa, a ciência e as políticas públicas possibilitaram avanços em termos de competitividade e sustentabilidade, preparando os produtores para os horizontes da multifuncionalidade e da bioeconomia, tendências em todo o planeta. O diretor-executivo de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Guy Capdeville, conta que um dos grandes desafios enfrentados pelos produtores brasileiros foi o climático. Assim como outros países em desenvolvimento, o país está no cinturão dos trópicos e possui grandes áreas com solos ácidos, como o Cerrado. No entanto, em cinco décadas, os investimentos em tecnologia ajudaram o agronegócio a expandir suas atividades pelo país. “As pesquisas científicas nos possibilitaram um agro agressivo, poderoso e empreendedor, capaz de transformar solos ácidos e pobres em solos férteis. Tropicalizamos o cultivo de milho e trigo. Desenvolvemos tecnologias que podem ser exportadas para vários países, principalmente para países africanos”, ressaltou Capdeville, que chamou a atenção para o papel da Embrapa nesses avanços. A empresa pública possui 43 centros de pesquisa e 8 mil funcionários, sendo cerca de 2 mil deles pesquisadores. POUPA TERRA Entre as chamadas tecnologias “poupa terra” desenvolvidas pela Embrapa estão a integração da lavoura, pecuária e floresta, o plantio direto na palha e a produção de bactérias liberadoras de fósforo (fertilizante natural). Os agropecuaristas também foram orientados pelos técnicos da empresa a adotar práticas para implementar a pecuária de carne carbono neutro, baseada no plantio para compensar as emissões de carbono geradas pela criação de bovinos. Programas de zoneamento de risco climático e melhoramento de solos contribuíram para reduzir a extensão de áreas agrícolas utilizadas, assim como o melhoramento genético, a recuperação de pastagens e o controle de doenças. De acordo com a Embrapa, de 2004 a 2019, a área ocupada pela pecuária de corte subiu de 204 milhões para 213 milhões de hectares. Sem tecnologia, esse número seria quase três vezes maior. No caso da soja, a ciência e tecnologia poupou cerca de 71 milhões de hectares. O setor produz 250 milhões de toneladas em 65 milhões de hectares, uma produtividade média de 3,2 mil quilos por hectare. No setor de cultivo de frutos, a produtividade entre a década de 90 e 2018 aumentou 64%, com um efeito poupa terra de 1 milhão de hectares. Entre as tecnologias aplicadas estão o aumento do manejo integrado, o adensamento do plantio, o manejo da água e o combate às pragas. Elas possibilitaram, por exemplo, que 30% de todo o algodão certificado no mundo seja brasileiro, ainda que a produção do país corresponda a apenas 10% da produção mundial. CERRADO VIVO “O produtor rural alimenta o futuro. E o Brasil tem um papel importante para apoiar o desenvolvimento sustentável no mundo”, defende o assessor técnico da Diretoria de Assistência Técnica e Gerencial do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), Rafael Diego Costa. Ele apresentou, na COP26, o projeto ABC Cerrado, que apoiou agricultores que vivem no bioma a agregar novas tecnologias aos métodos tradicionais. Cerca de 7,8 mil produtores rurais participaram das atividades de formação. Em três anos, o projeto conseguiu ampliar a oferta de alimentos, diversificar a geração de renda e promover a conservação do bioma da região. O Cerrado também foi o foco do Programa Rural Sustentável do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS), realizado em parceria com o governo federal, o Banco Mundial e o fundo do governo britânico. Cerca de 40 mil produtores e 42 organizações socioprodutivas foram beneficiados com a assistência técnica e extensão rural. O estímulo ao associativismo foi um dos pilares do programa. As ações resultaram em um aumento de sete vezes na produtividade e na reconversão de áreas degradadas. De acordo com o diretor presidente do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS), Luís Tadeu Assad, no início do projeto, apenas 17% dos agricultores adotavam práticas inovadoras. Ao final das atividades formativas, 91% deles manifestaram interesse em dar continuidade à aplicação de novas tecnologias. “Todos esses dados mostram que somos uma potência agrícola sustentável. O investimento em ciência e tecnologia é essencial”, considera o secretário adjunto da Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Rural e Inovação no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Cleber Soares. “Não adianta ter ciência e tecnologia se ela não chegar no produtor. Por isso adotamos ações concretas. Estamos certos de que a agricultura descarbonizante vai contribuir para o futuro da humanidade.”

Brasil pretende zerar emissão de carbono até 2050

Meta foi apresentada pelo Governo Federal durante abertura da COP26, na Escócia No maior fórum mundial sobre clima, a Conferência entre Partes (COP-26), o Brasil apresentou metas audazes em prol do meio ambiente, reforçando em uma rede de colaboração global. Na abertura da 26ª edição do evento, ocorrida nesta segunda-feira (1/11), o governo brasileiro anunciou o fim da emissão de carbono até o ano de 2050. A ideia é reduzi-la pela metade já em 2030 – valor acima da meta traçada anteriormente para a mesma data, que era de 43%. A chamada COP26 ocorre em Glasgow, na Escócia, até o próximo dia 12 de novembro. O evento é transmitido simultaneamente no edifício-sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília. Em vídeo gravado para o evento, o presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, ressaltou que o Brasil é uma “potência verde”, com a “maior biodiversidade do planeta” e que, no combate à mudança do clima, o País é “parte da solução, não do problema”. “O Brasil é parte da solução para superar esse desafio global. Os resultados alcançados por nosso país até 2020 demonstram que podemos ser ainda mais ambiciosos. Por isso, autorizei o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, a apresentar, durante a COP 26, novas metas climáticas”, afirmou o mandatário. Em seu discurso, o presidente da República lembrou o recém-lançado Programa Nacional do Crescimento Verde, que traz preocupações ambientais para o centro da agenda econômica. “Ao promover uma economia verde, o programa orientará as ações de proteção e conservação do meio ambiente, por meio de incentivos econômicos, direcionando recursos e atraindo investimentos. Com isso, vamos favorecer ações e projetos de conservação da floresta, uso racional dos recursos naturais, redução de emissão de gases de efeito estufa e, principalmente, geração de empregos verdes”, prometeu Bolsonaro. O programa foi lançado pelo Governo Federal no final de outubro(25), em Brasília, e contemplará áreas de conservação e restauração florestal, saneamento, gestão de resíduos, ecoturismo, agricultura, energia renovável, mobilidade urbana, entre outras. ECONOMIA DE BAIXO CARBONO Em fala que se seguiu à do presidente, o ministro Joaquim Leite anunciou as medidas a serem adotadas pelo país. “As contribuições do Brasil para superar o desafio estão postas. Apresentamos hoje uma nova meta climática, mais ambiciosa: passando de 43% para 50%, até 2030, e de neutralidade de carbono até 2050”, afirmou Leite, no palco da transmissão ocorrida de Brasília. Segundo o ministro, os olhos do mundo estão voltados para as soluções inovadoras, que proporcionem avanços econômicos com crescimento verde. “Devemos, juntos, fazer uma transição do debate das promessas climáticas para a criação do emprego verde [posto de trabalho que contribui de forma direta para reduzir emissões de carbono ou para melhorar a qualidade ambiental]”, reforçou, em clima otimista. De acordo com Leite, o Brasil realizou encontros bilaterais prévios com mais de 60 países, atuando como país articulador, buscando diálogo e pontos de convergência. “Conduzimos dezenas de reuniões técnicas, coletando subsídios que culminaram em uma estratégia de negociação para defender os interesses nacionais e posicionar o Brasil como um país fundamental na vanguarda dessa nova agenda verde mundial”, completou. POTÊNCIA VERDE Ao exemplificar elementos que tornam o Brasil uma “potência verde”, Leite citou o maior programa operacional em larga escala de biocombustíveis do mundo, em uma matriz energética altamente limpa. Além disso, indicou práticas agropecuárias de baixo carbono e oportunidades voltadas ao ecoturismo. “Reforço os nossos compromissos com a geração de uma economia neutra em emissões de gás de efeito estufa mas, ao mesmo tempo, garantindo geração de emprego e renda”, disse o ministro. Além do ministro do Meio Ambiente, a abertura da COP26 contou com a presença da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, e do ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres. Em seu discurso, Tereza Cristina apresentou metas já alcançadas pelo setor e novos objetivos da pasta, que pretende mitigar a emissão de mais de um bilhão de toneladas de CO² nos próximos dez anos. "A agricultura brasileira fez a sua parte e está fazendo. Vamos continuar trabalhando para que a nossa agricultura seja cada vez mais eficiente e sustentável. A sustentabilidade traz eficiência e renda para o produtor, então não tenho dúvida de que a nossa agricultura movida a ciência estará cada vez mais comprometida em alcançar essas metas”, disse. Segundo a ministra, a agropecuária, realizada de maneira sustentável, é parte da solução para um duplo desafio: mudança do clima e segurança alimentar. Ela também destacou que o Brasil é pioneiro no desenvolvimento de uma agropecuária de baixa emissão de carbono e que a meta é de expandir esse jeito sustentável de produzir para . mais de 72 milhões de hectares de terras agricultáveis até 2030. O resultado previsto é a não emissão de mais de 1 bilhão de toneladas de CO². COMBATE AO DESMATAMENTO O último representante do governo federal a falar sobre a COP26 foi o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres. Ele revelou os resultados da Operação Guardiões do Bioma, ação inédita de combate às queimadas e aos crimes ambientais. Iniciada em agosto de 2021. Segundo o ministro, a operação combateu mais de 16.500 incêndios florestais em 11 estados, ao longo de três meses. A operação ainda registrou mais de 3.200 ações preventivas e cerca de 1.500 multas aplicadas, além da apreensão de 120 maquinários e mais de 5 mil metros cúbicos de madeira; e do resgate de 1.000 animais. “Temos dados relevantes, que são fruto da integração entre os Ministérios, as forças policiais, forças de combate aos crimes e repressão ao desmatamento e às queimadas no Brasil”, destacou Torres. Em ato na COP26, os ministros da Justiça e do Meio Ambiente assinaram acordo de cooperação para integração de dados, sistemas e políticas voltados à proteção e combate ao desmatamento.

MMA lança Floresta+ Agro

Brasília (29/10/21) – Os agricultores têm, agora, mais um incentivo para a produção sustentável. Nesta quarta-feira (27), o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, assinou uma portaria que cria o Floresta+ Agro, iniciativa que estimula a remuneração ou a recompensa dos produtores rurais que protegem áreas de preservação permanente (APPs) e reservas legais. O lançamento ocorreu durante cerimônia na sede da pasta, em Brasília (DF).

A ideia é reconhecer o esforço da cadeia produtiva de bens, insumos ou serviços em manter atividades e empregos sustentáveis desde a origem do produto e, portanto, consolidar o mercado de pagamento por serviços ambientais.

Para isso, empresas ou pequenos agricultores devem comprovar a compensação por meio do aumento e da manutenção dos estoques de carbono; da regulação do clima; e da proteção e a fertilidade do solo, entre outras medidas.

Na prática, a iniciativa estimula que aquela roupa feita de algodão que é vendida na loja, por exemplo, tenha a matéria-prima oriunda de uma atividade sustentável. “Vai ser possível expandir a informação e chegar aos compradores dos produtos”, explicou o ministro.

Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Júlio Busato, o setor é referência mundial em sustentabilidade. “81% do algodão brasileiro possuem selo [de certificação] e estão de acordo com [os requisitos do] Código Florestal”, disse.

Busato acrescentou que o agro preserva 282,8 milhões de hectares no país. “Queremos unir esforços para mudar a imagem distorcida que o Brasil tem. Precisamos mostrar ao mundo que, em questão de preservação, nós brasileiros somos os mocinhos”, enfatizou.

A poucos dias de viajar para Glasgow, na Escócia, para participar da Cúpula do Clima, o ministro do Meio Ambiente elencou ações da agenda ambiental brasileira, como o lançamento do Programa Nacional de Crescimento Verde, na segunda-feira (25). “O Brasil é uma potência econômica e natural. Nunca, nenhum país, vai ter a agricultura que temos”, destacou. A iniciativa vai incentivar o uso de linhas de crédito para projetos verdes.

De acordo com a equipe técnica do Banco do Brasil, presente na cerimônia, a carteira de negócios sustentáveis do agro supera R$ 100 bilhões, e cresceu 17% no último plano safra. O banco representa 70% das contratações do Plano ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono), com crescimento de 50% nos investimentos para redução do desmatamento.

 

ADESÃO AO FLORESTA+ AGRO

A adesão dos produtores rurais ao Floresta+ Agro poderá ser feita de forma individual, coletiva, por projetos, por microrregião e por produto. O registro deverá ser realizado na Plataforma do Floresta+ e depende da inscrição no Cadastro Ambiental Rural (CAR).

Fornecedores ou compradores do agronegócio poderão conectar suas iniciativas aos produtores rurais por meio de fidelização: pontuação, premiação e outras iniciativas monetárias e não monetárias. A comprovação dos resultados de conservação e os prazos para monitoramento das áreas deverão ser estabelecidos por profissional ou empresa.

 

COOPERATIVISMO

Para o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, o Floresta+ Agro é uma excelente oportunidade para reconhecer o trabalho que já é feito, na prática, pelas cooperativas e seus produtores, com foco na sustentabilidade de seus negócios, sob o ponto de vista ambiental, e, também, relacionado à mudança da imagem do Brasil no exterior. “Nós sabemos que o agro brasileiro é um só, por isso, todos precisam fazer a sua parte, cuidando dos recursos naturais e reconhecendo o que já é feito, sempre pensando nas pessoas, no meio ambiente e, claro, no país”, avalia o líder cooperativista.

 

(Fonte: Ascom MMA com acréscimo do Sistema OCB)

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Governo federal lança o Programa Crescimento Verde

Brasília (28/10/21) – O governo brasileiro lançou, nesta segunda-feira (25), o Programa Nacional de Crescimento Verde. A ideia é oferecer financiamentos e subsídios para incentivar projetos e atividades econômicas sustentáveis, priorizar concessão de licenças ambientais e gerar os chamados empregos verdes. Com o pacote de incentivos, o objetivo é neutralizar a emissão de carbono pelo país até 2050.

O novo programa contará com recursos nacionais e internacionais, públicos ou privados, reembolsáveis e não-reembolsáveis, fundos de impacto e investimentos de risco. Atualmente, já existem linhas de crédito de bancos públicos — da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil, por exemplo — que chegam a R$ 400 bilhões para projetos sustentáveis. O recurso contempla áreas de conservação e restauração florestal, saneamento, gestão de resíduos, ecoturismo, agricultura, energia renovável, mobilidade urbana, entre outras. 

 

QUEBRANDO PARADIGMAS

Segundo o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, o maior desafio dos negócios verdes é desfazer a ideia de que as ações do governo têm caráter apenas punitivo. “Por isso, em outra direção, vamos incentivar, apoiar e priorizar os projetos verdes, para que promovam empreendedorismo e inovação sustentável, mostrando ao mundo que o futuro verde está aqui, no Brasil”, enfatizou o ministro na cerimônia de lançamento do programa, em Brasília.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, também destacou o Brasil como potência verde. “Nós temos o estoque de recursos naturais mais preservado do mundo", disse. Para ele, o novo plano nacional vai estimular o mercado de capitais no campo. "Todas as propriedades rurais vão ser reavaliadas, vão ter cotas e vão poder receber aportes. O pequeno capital vai estar protegido e integrado ao mercado financeiro", explicou.

Para a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, o agro brasileiro atua com baixo impacto ambiental e, portanto, já deve ser considerado uma “potência agroambiental”. “O Brasil tem sido um grande provedor de alimentos. É um dos poucos países com condições reais de ter economia verde de verdade”, avaliou.

 

COP-26

O programa será apresentado na 26ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-26), que ocorrerá em Glasgow, na Escócia, entre 1º a 12 de novembro e que tem, entre seus objetivos, discutir a implementação do Acordo de Paris, que é considerado um dos mais importantes compromissos multilaterais para a redução de emissão de gases de efeito estufa.

Vale destacar que a proposta do ministro Joaquim Leite é mostrar um “Brasil real” aos líderes mundiais durante a cúpula do clima.

 

COMITÊ INTERMINISTERIAL

O planejamento, a execução e o monitoramento de resultados do programa Crescimento Verde serão conduzidos por um comitê de governança, semelhante ao que ocorre com o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).

O chamado Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima e Crescimento Verde (CIMV) — antigo Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima — tomará decisões integradas, como a criação de critérios para os projetos sustentáveis, observando, por exemplo, as características de cada região do Brasil e dos biomas.

“O comitê trará mais transversalidade à agenda verde, que agora está em onze ministérios, catalisando recursos, reforçando a agenda verde como uma das principais políticas públicas do Governo Federal”, pontuou Leite.

 

VISÃO COOPERATIVISTA

Para o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, a criação de um comitê permanente é vista com bons olhos. “As políticas públicas são muito mais efetivas quando feitas com os diversos olhares que envolvem o mesmo setor. É por isso que vemos esse comitê como um divisor de águas no contexto socioambiental, já que teremos como aliar todos os olhares do desenvolvimento e da sustentabilidade ao mesmo tempo. É, sem dúvidas, um grande passo para mudarmos a visão que o mundo tem sobre o Brasil”, analisa Márcio Freitas.

 

DECRETOS E SEUS DESTAQUES

- 10.845 (25 de outubro de 2021)

Institui o Comitê Interministerial sobre a Mudança do Clima e o Crescimento Verde, que tem a finalidade de estabelecer diretrizes, articular e coordenar a implementação das ações e políticas públicas relativas à mudança do clima, e promover a convergência com todas as demais políticas. Será responsável pela articulação com o congresso Nacional para a produção e adequação de leis relacionadas ao Clima.

Desta forma compete ao CIMV: definir diretrizes, coordenar, deliberar sobre as estratégias do País para a elaboração, a implementação, o financiamento, o monitoramento, a avaliação e a atualização das políticas.

 

- 10.846 (25 de outubro de 2021)

Institui o programa crescimento verde, descreve seus objetivos, faz definições e conceitua as ações que se enquadram no Programa.

 

(Com informações do Ministério do Meio Ambiente)

Brasil já é o principal fornecedor de créditos de carbono da América Latina

Entre as medidas que favorecem este mercado no país, está o Programa Floresta +, criado pelo Ministério do Meio Ambiente As mudanças climáticas exigem o cumprimento de metas rigorosas em prol do meio ambiente. Mas alcançar alguns desses objetivos — como a da emissão de “carbono zero” — é uma missão desafiadora tanto para governos quanto para cooperativas, empresas e organizações não-governamentais. Uma das alternativas com maior potencial para ajudar a iniciativa pública e privada a alcançar a meta de zerar sua emissão de gases do efeito estufa (GEE) é a compensação de parte de suas emissões por meio da aquisição de créditos de carbono, que podem vir de projetos de conservação e recuperação de florestas nativas. Disso se trata o chamado mercado de carbono, alvo do debate entre especialistas da área na COP26 “O mercado de carbono se encontra em ascensão, o que pode ser verificado pelo crescente interesse das empresas na aquisição de créditos de carbono. Isso é um estímulo a mais para uma série de organizações e empresas que estão investindo pesado em projetos de preservação, especialmente em áreas florestais”, explicou Carlos Augusto Cordova, assessor de Desenvolvimento de Mercado para Soluções Climáticas Naturais da International Emissions Trading Association (IETA) — associação que reúne mais de 300 empresas que já trabalham com a comercialização de créditos de carbono ao redor do mundo. Segundo Cordova, mais de uma centena de países tem interesse em ter um mercado internacional de carbono, o que configura “uma tendência mundial”. Ao mesmo tempo, mais de mil empresas já demonstraram o compromisso de emissões de carbono reduzidas a zero até 2050. “Por isso, é necessário investir nos mercados de carbono. Caso contrário, não será possível viabilizar o compromisso”, explicou. Com foco de trabalho na América Latina, o assessor defendeu o Brasil como um país em potencial para esse mercado. “Nós precisamos liberar o potencial do Brasil. O país é, atualmente, o principal fornecedor de créditos de carbono na América Latina. Por enquanto, o setor privado já demonstrou interesse nos créditos de carbono, que vem crescendo em um ritmo de 32% desde 2019. Isso é significativo”, sinalizou. AMAZÔNIA PRESERVADA A regulamentação de um mercado internacional de carbono foi o tema da mesa "Mercado de Carbono e Floresta +”, promovido pelo pavilhão brasileiro da COP26, que acontece em Glasgow , na Escócia, nesta terça-feira (2/11). O debate contou com a presença de Annie Felix Groth ‚ representante da Biofílica Ambipar Environment — instituição que, por meio de uma série de projetos, mantém mais de 1,5 milhão de hectares na Amazônia preservados. “Isso redundou em 1,8 milhão de toneladas de CO2 que deixaram de ser emitidos. Com esses projetos, ao evitar esse tipo de emissões, nós geramos os créditos de carbono que podem custear os outros projetos", explicou Annie. A executiva foi categórica ao afirmar que o desmatamento é um problema econômico. "Se houver desmatamento, teremos problemas no seu controle, se não tivermos uma solução para resolvê-lo. Queremos virar a mesa e dizer que é possível disponibilizar recursos para manter a floresta de pé." Ainda Segundo Groth, sua empresa conta com projetos de reflorestamento, em um “movimento de conservação e preservação”. Além de desenvolver iniciativas próprias, a Biofílica Ambipar Environment fomenta projetos em conjunto com iniciativas locais, levando a uma preservação com maior custeio e melhor eficácia. O tempo médio para o desenvolvimento de um projeto são dois anos e, de acordo com Annie, a Biofílica trabalha com projetos que têm uma vida média de 30 anos. CARIMBO VERDE De acordo com a plataforma de registro para o mercado de carbono EcoRegistry, a informação é a porta de entrada para se conseguir o apoio necessário para a emissão dos certificados de carbono e, também, para se pôr em prática as metas na área ambiental. Para isso, a plataforma criou uma cadeia de registro, ou seja, uma espécie de “carimbo em cada etapa individual”. “Nós conseguimos rastrear cada um desses créditos, que contém uma descrição disponível ao usuário final. Isso é muito interessante e importante para o comprador, que tem que confiar nos projetos. São sistemas disponíveis ao público, à sociedade, para qualquer um que queira consultar”, explicou o representante da empresa na mesa de debate, Juan David Durán. Ainda segundo o especialista, o Brasil desponta na área. “O Brasil tem um potencial enorme nessa área. Isso é muito importante de se ressaltar: para que os investidores venham para o Brasil, precisamos de informação”. As florestas tropicais desempenham importante papel no ciclo global do carbono, armazenando cerca de 55% dos estoques mundiais - e o Brasil é o maior detentor deste tipo de floresta no mundo. FLORESTA + Os participantes da mesa ressaltaram que a implementação do Programa Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais Floresta+, criado em junho de 2020 pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), gerou um cenário propício a investimentos externos no Brasil. O programa cria, fomenta e consolida o mercado de pagamento por serviços ambientais em todos os biomas brasileiros, a fim de reconhecer e valorizar atividades, projetos e prestadores de serviços ambientais. "O governo brasileiro tomou posições diversas relativas ao reconhecimento do mercado de carbono. A criação do Floresta foi um passo muito importante para criar e fomentar o mercado de serviços ambientais”, explicou a Secretária da Amazônia e Serviços Ambientais do MMA, Marta Giannichi. Ainda segundo a secretária, após a criação do programa, o Governo Federal percebeu o aumento da demanda no interesse em desenvolver projetos no Brasil, “com a possibilidade de trazer à baila a mudança tão necessária nos locais onde há desmatamento." “O Floresta + é um programa muito interessante para atrair investidores nacionais e internacionais para o Brasil”, afirmou Juan David Durán. Já o representante da IETA, Carlos Augusto Cordova, comentou: “o programa Floresta + faz com que haja mais confiabilidade, por parte do setor privado, em investir no Brasil. E isso vem atraindo a atenção em anos recentes”. A segurança jurídica e legislativa trazida pelo programa foi apontada ainda por Annie Felix Groth. “É isso o que esperávamos há muitos anos”, enfatizou. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, os serviços ambientais estimulados pelo Floresta + são um conjunto de atividades definidas e efetivas que proporcionam benefícios ecossistêmicos relevantes, resultando em melhoria, conservação, recuperação e proteção da vegetação nativa. Essas atividades incluem a vigilância, proteção e monitoramento territorial, combate e prevenção de incêndios, conservação de solo, água e biodiversidade, entre outras. E um dos benefícios ecossistêmicos mais importantes do Programa Floresta+ é o aumento e manutenção dos estoques de carbono florestal, resultante da conservação e recuperação das florestas. Nesse contexto, o MMA lançou o componente Floresta+ Carbono, que reconheceu o livre mercado de carbono florestal no Brasil, permitindo unir conservação e compensação de emissões.
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Fibra natural: o próximo ouro verde

Brasília (24/9/21) – As fibras naturais como bambu, juta, coco, malva, açaí e macaúba entre outros têm tudo para ser o novo ouro verde nos próximos 10 anos, colocando o Brasil na primeira posição no ranking mundial de produtores dessa matéria-prima. E para que isso ocorra, a Associação Brasileira da Indústria e dos Produtores de Bambu e Fibras Naturais (Abrafibras) e a Frente Parlamentar Mista do Apoio ao Bambu, têm atuado sem parar.

Na última semana, o presidente da Abrafibras, Guilherme Korte, e a diretora executiva, Katiane Gouvêa, juntamente com o presidente da Frente Parlamentar, o deputado Giovani Cherini (RS) se reuniram com o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, para apresentar o trabalho da entidade e falar um pouco sobre as vantagens da exploração desse tipo de cultura e das oportunidades de negócio para as cooperativas, dentro e fora do Brasil.

Segundo Guilherme Korte, a ideia é que os cooperados, sobretudo os do setor agro, tenham áreas plantadas com bambu, por exemplo. “Temos a opção de Integração de Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF) que pode ser perfeitamente utilizada pelos produtores. Além disso, com o tempo, esperamos que novas cooperativas especializadas em fibras naturais possam surgir dessa experiência”, comenta.

De acordo com dados da Associação, os mercados interno e externo demandam bastante esse tipo de matéria-prima, já que ela pode ser utilizada em diversos setores como a construção civil, naval, alimentício, automotivo, têxtil, higiene e decoração, além de muitos outros. “Só no setor agropecuário, por exemplo, se houvesse uma área de 50 mil hectares plantada, estaria totalmente comercializada ao final do terceiro ano”, explica Korte.

E vale destacar que o valor pago pelo metro linear de uma vara de bambu, aqui no Centro-Oeste, gira em torno de R$ 40,00. Ele explica, ainda, que um hectare plantado com essa espécie de gramínea chega a produzir até mil varas/ano. “Esse é um tipo de planta muito resistente a pragas e até ao fogo, além de ser de baixo custo, pois além da pouca necessidade de manejo, o plantio ocorre uma única vez e as colheitas podem ser feitas ao longo de até 60 anos”, garante o presidente da Abrafibras.

A diretora executiva, Katiane Gouvêa, destacou que a maior reserva nativa de bambu do mundo está no Acre e que um dos objetivos da associação, é garantir a sustentabilidade da atividade, por meio da melhoria dos processos que envolvem produção e venda das fibras, preservação dos recursos naturais e, claro, cuidado com as pessoas.

 

CONGRESSO NACIONAL

O deputado Giovani Cherini, que preside a Frente Parlamentar Mista do Apoio ao Bambu, explicou que o seu objetivo, corroborado por mais de 200 outros parlamentares, é defender a execução de uma política nacional de incentivo e estimulo à pesquisa, ao cultivo, à inovação tecnológica na cadeia produtiva e no valor do uso do bambu e demais fibras naturais.

Segundo ele, um exemplo do crescimento do mercado é o biocompósito, que possui um mercado potencial de 320 bilhões de euros para os próximos 10 anos. “O biocompósito é todo e qualquer produto feito com polímeros derivados de recursos renováveis ou não renováveis. As fibras naturais usadas como reforço do produto substituem fibra de vidro e de carbono e outros poluentes”, defende.

 

COOPERATIVISMO

Para o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, a cultura de atuação com fibras naturais não é tão nova no Brasil, tanto que, na década de 70, o país se especializou no plantio em larga escala, especialmente os estados do Nordeste. “Os cooperados, sobretudo do ramo Agro, podem utilizar essa estratégia da ILPF em suas propriedades e obter muitas vantagens dentre elas os ganhos ambientais e os financeiros. É por isso que nós, aqui na OCB, estimulamos as cooperativas a conhecerem mais sobre o setor de fibras naturais. Com certeza é um assunto que vale a pena”, destacou o líder cooperativista.

 

SAIBA MAIS

- No Brasil, mais de 200 mil famílias da agricultura familiar cultivam fibras naturais;

- Valor exportado (2020): mais de US$ 100 milhões;

- Principais compradores: China, Estados Unidos, Canadá, Argélia, Portugal, México, Espanha, França e Bélgica;

- Principais produtos: fibras de coco, cordéis de sisal/agave, fios de seda e sacos para embalagens de juta.

 

ACESSE

E para conhecer o trabalho da Associação Brasileira da Industria e dos Produtores de Bambu e Fibras Naturais, clique aqui, ou envie sua dúvida ou pedido para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Bernardinho encerra 13º Concred Digital

Brasília (24/8/21) – Encerrando uma edição histórica do 13º Concred Digital, de grandes insights e muito aprendizado, o ex-técnico das seleções brasileiras feminina e masculina de vôlei, Bernardinho, trouxe importantes lições e dicas práticas a serem incorporadas à rotina das cooperativas com a palestra Estratégia e Motivação, na sexta-feira, dia 20/8. O evento, em formato 100% on-line, foi realizado entre os dias 18 e 20 de agosto pela Confederação Brasileira das Cooperativas de Crédito (Confebras) e contou com mais de 2.800 inscritos.

Como atleta e líder, Bernardo Rezende faz parte de algumas das maiores conquistas na história do esporte brasileiro e, no terceiro e último dia do evento, deixou aos participantes uma mensagem valiosa: “O vencedor é apenas um perdedor que tentou mais de uma vez”.

Em sua apresentação, Bernardinho usou sua experiência pessoal para fazer paralelos entre gestão de equipes esportivas e o movimento cooperativista. Segundo ele, o grande ponto de encontro entre essas duas realidades é o espírito de time. O alicerce em valores e princípios é o que constrói um projeto, no qual todos atuam em nome de um propósito comum. Os líderes, na visão do treinador, precisam ter a capacidade de criar o solo fértil, de onde nascem sinergia e cooperação.

Na receita de sucesso, apontou ainda que não podem faltar motivação, humildade, responsabilidade, foco, resiliência e disciplina. Isso sem contar a preparação permanente, sempre conectada à inovação e tecnologia. Afinal, como bem destacou, equipes campeãs precisam manter o espírito aspirante. “Não existe crescimento acompanhado de conforto. É preciso força, foco e fé”, ponderou.

 

SUSTENTABILIDADE E DIVERSIDADE

Na parte da tarde, um dos momentos de destaque foi o Painel Mulheres com Propósito, sob o tema "Liderança feminina: por um futuro igualitário”. A apresentação, que propôs uma importante discussão sobre empoderamento e presença feminina em posições de liderança, foi mediada pela superintendente da Confebras, Telma Galletti, e teve a participação da consultora de empresas Alexandra Loras e da economista e fundadora do hub “O Futuro das Coisas”, Lília Porto.

Ex-consulesa da França em São Paulo e atuando há mais de 20 anos na área de transformação pessoal e empresarial para o reequilíbrio da diversidade étnico-racial de diversas organizações, Alexandra destacou que as mulheres representam 52% da população, mas ainda estão muito ausentes nos espaços de poder. Outro dado importante apontado é que a população feminina movimenta em renda própria 2,3 trilhões por ano. “É importante percebermos o quanto a sociedade está perdendo quando ela não está incluindo a diversidade”, destacou.

Números que demonstram a presença feminina nos espaços de trabalho e os impactos positivos das mulheres na economia também foram apresentados nas palavras de Lília Porto. Ela frisou que investir em inclusão e equidade de gêneros beneficia as empresas, contribuindo para mais inovação e melhor desempenho. A boa notícia é que muitas organizações e líderes já estão prestando mais atenção à ascensão feminina e à equidade. “Hoje no Brasil 66% dos executivos estão trazendo para suas agendas essas questões como prioridade”, pontuou Lília.

Outro tema importante e bastante conectado à realidade das cooperativas foi abordado no talk show “A importância da pauta ESG no Futuro das Cooperativas”, mediado pelo conselheiro e ex-presidente da Confebras, Kedson Macedo, tendo como convidados o CEO da consultoria Ideia Sustentável, e um dos primeiros consultores em sustentabilidade empresarial do Brasil, Ricardo Voltolini, e a professora doutora em gestão ambiental, Maria Flávia Bastos.

“As cooperativas já são exemplos de boas práticas ligadas ao ESG (Environmental, Social and Governance, na tradução para o português Ambiental, Social e Governança), já estão “do lado do bem da força” (fazendo analogia aos filmes da franquia Star Wars). Mas não podem se acomodar, têm de estimular os jovens, cooperados ou não. Têm de ser o exemplo das mudanças que querem ver”, disse Voltolini. Para Maria Flávia, as cooperativas oferecem à nova geração propósitos e isso é um grande diferencial. “As cooperativas não são apenas um modelo de negócio, e sim a forma em que muitos jovens querem viver”, avaliou.

 

DESAFIOS DOS NOVOS TEMPOS

A manhã do último dia de Concred começou com uma instigante palestra de Ricardo Guimarães. O consultor, reconhecido por dar apoio estratégico a grandes marcas, ele destacou o cenário de imprevisibilidade que caracteriza o atual mundo corporativo e a importância do investimento em identidade e valores intangíveis, como credenciais de confiança, integridade e valor de mercado. São elementos que surgem de propósitos e valores bem construídos e solidificados. Segundo ele, algo inadiável para as empresas e instituições sobreviverem no cenário da sociedade do conhecimento.

“Estamos vivendo as dores do parto de uma nova sociedade, que está rompendo com o padrão industrial. É um processo de humanização. As empresas precisam se entender como organismos vivos, interativos, integrados a todo um ecossistema. O grande diferencial está na aptidão para interagir com os cenários que se apresentam e suas ameaças. Um norte que o cooperativismo pratica como uma nova maneira de reorganizar a sociedade a partir das pessoas”, observou Guimarães.

Esta abordagem foi reforçada na palestra seguinte, pelo teólogo e filósofo Zeca de Mello, que falou sobre “Aprender, Desaprender e Reaprender: desafio para pessoas e organizações”. O palestrante provocou uma reflexão sobre a inadequação dos modelos tradicionais de educação para um mundo que nos desafia a lidar com tantas incertezas. “Toda crise é um banho de lucidez. E isso é o que estamos vivendo. É preciso saber desaprender, desapegar do antigo e conhecido jeito de fazer as coisas. Esse caminho envolve uma coragem percebida no movimento cooperativista, que tem um DNA de curiosidade, imaginação e preocupação genuína com o outro”, ressaltou.

Veja aqui fotos e vídeos do terceiro e último dia do 13º Concred Digital.

Dia C na Coamo com donativos e acolhimento

Em meio às tantas perdas e desafios vivenciados nos últimos tempos, o Dia de Cooperar da Coamo e da Credicoamo deste ano, resgatou a esperança por momentos melhores, onde o cuidado com a saúde física, mental e emocional das pessoas se tornou fundamental. Além das doações de itens básicos, que restauram o essencial para a existência de muitas famílias, na programação de celebração do Dia C 2021, as cooperativas lançaram a campanha “Eu Desejo”, uma oportunidade para que os funcionários externassem e compartilhassem seus desejos de afeto, acolhimento, esperança, cooperação e solidariedade, agregando ainda mais significado às doações.

Assim, em toda a área de ação da Coamo e Credicoamo, no Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, além dos donativos, foram espalhados 2.000 cartões com mensagens dos funcionários da cooperativa. A campanha, coordenada pela gerência de Recursos Humanos por meio do Programa 5S, arrecadou junto aos funcionários: alimentos, produtos de limpeza e higiene pessoal em prol de instituições de caridade. As ações organizadas em todas as áreas somam 21.150 kg de alimentos, 8.750 peças de roupas e calçados, 7.200 unidades de material de limpeza, 6.800 unidades de produtos para higiene pessoal e 106 cobertores.

Outra ação foi a doação de 5.250 máscaras de tecido pela Coamo, Credicoamo, Unimed e Davery Uniformes Profissionais, distribuídas para entidades assistenciais dos municípios de atuação da Coamo e Credicoamo.

Segundo o presidente Executivo da Coamo, Airton Galinari, ser solidário é se sensibilizar com a dor de outro e estender a mão para ajudá-lo de alguma maneira. “Madre Teresa de Calcutá, religiosa conhecida por seu trabalho humanitário, disse que sabia que seus esforços eram apenas uma gota em meio ao oceano, contudo, acreditava que sem isso o oceano seria menor. A solidariedade é um valor humano universal, que está presente em todas as culturas. Trata-se de uma qualidade que está relacionada à bondade, cooperação, empatia e ao amor.”

O Dia C de Cooperar é uma ação solidária de todas as cooperativas do Brasil, que nasceu em 2009 pelo Sistema Ocemg. O objetivo é desenvolver ações de responsabilidade social, colocando em prática os valores e princípios cooperativistas, por meio de ações voluntárias. (Fonte: Coamo)

Sicredi Fronteiras arrecada mais de 17 ton em alimentos

Por conta dos desafios impostos pela Covid-19, ações têm como objetivo minimizar os impactos sociais da crise sanitária. Na Sicredi Fronteiras PR/SC/SP, o trabalho solidário foi resumido em quatro ações

 

A Cooperativa Sicredi Fronteiras PR/SC/SP participa desde 2015 do Dia de Cooperar, Dia C. Esta data é celebrada junto com o Dia Internacional do Cooperativismo e considera iniciativas de responsabilidade social dos ramos de cooperativismo atuantes no Brasil, incluindo o cooperativismo de crédito, e estão alinhadas com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU). As iniciativas contam com o apoio da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).

Em 2021, assim como no ano passado, as ações solidárias começaram a ser desenvolvidas antes mesmo da data de celebração, 3 de julho.

Diante da pandemia, a Cooperativa se viu desafiada a manter-se saudável, em todos os aspectos, e desta forma buscou estar cada vez mais próximos das pessoas, mesmo de longe. Com isso, a solidariedade se fez presente por meio de 4 ações com foco em responsabilidade social, realizadas no Paraná, Santa Catarina e em São Paulo, onde a Sicredi Fronteiras possui agências.

O resultado das ações do Dia C de 2021 na Cooperativa foi surpreendente. A Sicredi Fronteiras, em parceria com o Comitê Jovem, esteve nos supermercados da região arrecadando alimentos não perecíveis. Com este movimento, foi possível arrecadar 14 toneladas de alimentos.

Através da ação de fomento ao download do Aplicativo Sicredi, que consistia na doação 1 kg de alimento pela Cooperativa a cada download do App realizada pelos associados, a Sicredi Fronteiras arrecadou 686 kg de alimentos em prol da comunidade. Desta maneira, 686 associados agora conseguem realizar a gestão de suas finanças de uma maneira prática e segura, sem sair de casa. 

O mesmo movimento ocorreu para os associados que optassem pela inibição da fatura impressa, que arrecadou 1.117 kg de alimentos, ou por colocar suas faturas no débito em conta, ação que reverteu 1.190 kg de alimentos não perecíveis.

Essas 4 ações realizadas pela Cooperativa rendeu o montante de mais de 17.671 toneladas de alimentos não perecíveis. Um resultado extraordinário.

Segundo Daiane Wesseler Alexandre, assessora de desenvolvimento do Cooperativismo, esses alimentos serão repassados para as famílias carentes e entidades beneficentes. “Os alimentos arrecadados no município auxiliarão pessoas do próprio município, ou seja, o associado auxilia a própria comunidade onde reside. Esse movimento vem ao encontro do propósito do Sicredi, que é construir juntos uma sociedade mais próspera”, comenta.

De acordo com o presidente da cooperativa, José César Wünsch, a ação demonstrou o poder de mobilização do cooperativismo. “Nós como Cooperativa precisamos nos unir para diminuir os impactos causados pela pandemia de Covid- 19. Com isso em mente, resolvemos ajudar a comunidade arrecadando alimentos não perecíveis. Foram mais de 17 toneladas de alimentos que auxiliarão nas comunidades onde estamos inseridos. Obrigado a todos os envolvidos nessa ação que atuou diretamente nos 3 pilares: ambiental, econômico e social” concluiu o presidente.

Fonte: (Sicredi Fronteiras PR/SC/SP – Capanema/PR)

Coops entregam equipamentos para hospitais de Pato Branco

Um grupo de oito cooperativas de vários segmentos realizaram recentemente a entrega de equipamentos de saúde para hospitais e para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), de Pato Branco. Os equipamentos foram adquiridos com recursos arrecadados na Feijoada do Bem, evento beneficente realizado em julho por conta do Dia de Cooperarar, o Dia C.

A entrega foi realizada de forma simbólica, por meio de cheques com o valor investido na compra dos equipamentos. Para os hospitais São Lucas e Policlínica foram repassados cerca de 26 mil itens, entre luvas e máscaras hospitalares, distribuídas de forma equivalente entre as duas instituições. O investimento total foi de R$ 11.836.

Para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) foi doada uma bomba de infusão, cujo investimento foi de R$ 5.680. Além de representantes das cooperativas, estiveram presentes na entrega Felipe Balen, Sérgio Luiz Wolker, Gabriela Izidro e Fabiola Carla Fressato Hecke, representando, respectivamente, a UPA, o Insituto de Saúde São Lucas e a Policlínica Pato Branco.

Os equipamentos foram adquiridos de acordo com a necessidade veirificada junto a cada uma das insituições.

O Dia de Cooperar é uma iniciativa nacional criada com o objetivo de promover a intercooperação, através de ações de responsabilidade social. A Feijoada do Bem foi promovida pelas cooperativas Coopertradição, Cresol, Evolua, Sicoob, Sicredi, Unicred, Unimed e Uniprime. O evento arrecadou cerca de R$ 17 mil, valor utilizado integralmente na compra dos insumos e equipamentos de saúde.

Sicoob Credivar arrecada 7 ton de alimentos

A campanha “Sorteio Solidário Dia C: sua doação vale prêmios” foi a ação da cooperativa pelo Dia de Cooperar deste ano

 

Unidos podemos ainda mais! Esse foi o tema que permeou a campanha do Dia C do Sicoob Credivar em 2021. Realizada durante todo o mês de julho, a campanha teve o intuito de arrecadar quilos de alimentos e itens de higiene e limpeza para destinar a instituições sociais da região. Como forma de incentivar as doações, foi realizado durante todo o período da campanha, um sorteio solidário onde a cada item ou quilo arrecadado o doador recebia um cupom para concorrer a vários prêmios.

A campanha “Sorteio Solidário Dia C: sua doação vale prêmios” aconteceu de 02 a 30 de julho e envolveu todas as 26 agências nas 23 cidades onde o Sicoob Credivar está presente. No total foram angariados cerca de 7 mil quilos em doações e contou com a participação de mais de oitocentos voluntários entre empregados, cooperados, parceiros e comunidade em geral. As doações estão sendo distribuídas nos próprios municípios onde foram arrecadadas, fortalecendo o propósito cooperativista de impulsionar o desenvolvimento socioeconômico regional. Cerca de 33 instituições, entre ONGs, órgãos públicos e entidades privadas, estão sendo auxiliadas, beneficiando mais de 2000 famílias diretamente.

 

Sorteio Solidário

Durante todo o período da campanha, ao realizar uma doação, o participante teve direito a cupons para concorrer aos prêmios disponibilizados pela Credivar. No total foram sorteados 16 prêmios entre chapéus personalizados, mochilas, caixa de som, smartphone e Smart TV.

Todos os cupons depositados nas urnas foram encaminhados para a sede da cooperativa, onde, no dia 06/08, em uma transmissão ao vivo pelo Instagram, foram sorteados os ganhadores. Você pode acompanhar todos os registros do sorteio e as entregas das doações pelas redes sociais do Sicoob Credivar. Pelo site da cooperativa você fica por dentro do regulamento da campanha www.sicoob.com.br/web/sicoobcredivar .

 

Confira abaixo a lista dos ganhadores:

 

1º sorteio – Chapéu - Regina Ciconha - São Lourenço

2º sorteio – Chapéu - Gilciene da Silva - Varginha

3º sorteio – Chapéu - Harley Moares C. - Carvalhópolis

4º sorteio – Chapéu - Aldair José do S. - Três Corações

5º sorteio – Chapéu - Antonio Domingues da Silva - Poço Fundo

6º sorteio – Chapéu - Edmilson Penna - Monsenhor Paulo

7º sorteio – Chapéu - Renata Aparecida Lara - Santo Antônio do Amparo

8º sorteio – Chapéu - José Roberto Freitas - Elói Mendes

9º sorteio – Chapéu - Flávio Figueiredo de Rezende - Varginha

10º sorteio – Chapéu - Caio Gadben - Três Corações

11º sorteio - Mochila Personalizada - Ricardo da Silva - Monsenhor Paulo

12º sorteio - Mochila Personalizada - Thiago Marques Cazarini - Varginha

13º sorteio - Mochila Personalizada - Luiz Antonio Reis - São Bento Abade

14º sorteio - Caixa de Som Personalizada - Sebastião Arruda - Elói Mendes

15º sorteio - Smartphone Samsung A11 - Expedito Bernardes - Perdões

16º sorteio - Smart TV TCL 40" - Juliana das Graças S. Carvalho - Três Corações

 

Além do sorteio solidário para a comunidade, foi realizado internamente, entre os setores administrativos e agências da cooperativa, uma gincana onde as equipes que mais arrecadaram também foram premiadas. As cidades que se destacaram em arrecadações foram: Varginha, Paraguaçu, Baependi, São Bento Abade e Perdões.

 

O Dia C

O Dia de Cooperar é um programa de responsabilidade social do cooperativismo brasileiro, iniciado em Minas Gerais em 2009, cujo foco principal é o incentivo ao voluntariado e aos impactos sociais transformadores nas comunidades. Desde 2015 acontece em todo o Brasil, confirmando o compromisso das cooperativas na busca por um país mais justo, com melhores oportunidades para todos.

As milhares de ações voluntárias realizadas, ano após ano, fazem do Dia C o maior movimento cooperativista de voluntariado do Brasil. Os projetos idealizados por cada cooperativa são norteados pelos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS) e mostram a face humana do setor, que atua em prol do bem-estar e da qualidade de vida das pessoas. Saiba mais em http://diac.minasgerais.coop.br/

 

Veja também em: https://www.sicoob.com.br/web/sicoobcredivar/noticias/-/asset_publisher/xAioIawpOI5S/content/id/68207392