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Renovação de acordo com a ApexBrasil é anunciada na Semana de Competitividade 2023

Mais uma boa notícia foi anunciada durante a Semana de Competitividade 2023. O Sistema OCB e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimento (ApexBrasil) assinaram nesta quarta-feira (9), a renovação do Acordo de Cooperação Técnica (ACT) para execução de uma segunda edição. O acordo que já previa o intercâmbio de informações, a promoção comercial e a qualificação de cooperativas para exportação, passa a incluir também a perspectiva de igualdade de gênero. A assinatura foi feita pelo presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, e pelo presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, além de outros dirigentes das duas entidades para dar continuidade ao trabalho desenvolvido desde 2020 e que já apresenta resultados significativos para o coop brasileiro.

O acordo prevê o desenvolvimento de ações da ApexBrasil como a elaboração de análises de oportunidades internacionais e a integração dos empreendimentos cooperativos para a promoção comercial. Em 2022, 207 cooperativas foram apoiadas pela agência e 73 delas exportaram. A parceria também garante a reserva de vagas para cooperativas iniciantes nas exportações em ações de promoção de negócios internacionais da Agência. No total, 11% das vagas em feiras internacionais do agronegócio promovidas pela ApexBrasil destinaram-se a cooperativas em 2022.

“Por meio do ACT conseguimos mais informações sobre o posicionamento e o desempenho das cooperativas no mercado externo. Hoje, quase 7% dos embarques apoiados pela Apex são provenientes do movimento. Com relação à promoção, a presença nas feiras internacionais tem representado oportunidades significativas e a renovação do acordo vai, com certeza, ampliar a participação de nossas cooperativas alcançando cada vez mais países com uma diversidade maior de produtos e serviços”, destacou a gerente-geral do Sistema OCB ao detalhar os objetivos do programa.

O presidente Márcio reafirmou a importância estratégica da internacionalização, busca de mercados e ampliação dos relacionamentos do cooperativismo brasileiro. “Foi por essa causa que assumi a missão e estou no Fórum Global da Aliança Cooperativa Internacional (ACI) para de lá criar elos e abrir portas para o cooperativismo brasileiro no mundo. E esse apoio da ApexBrasil é fundamental para o aumento das oportunidades para os nossos cooperados, o que representa também desenvolvimento de suas comunidades locais e a melhoria da qualidade de vida de todos”, afirmou.

Jorge Viana declarou que a renovação do Peiex é o acordo mais importantes que ele assinou como presidente da ApexBrasil. “Digo isso por conta da história do cooperativismo, pelo que o movimento faz e vai seguir fazendo pelo Brasil. Essa parceria visa ampliar ainda mais as oportunidades para os cooperados em mercados estrangeiros, destacando principalmente os pequenos produtores e as mulheres. Queremos também fortalecer a agenda ESG e o cooperativismo já lidera de forma natural os quesitos social e de governança. E, com certeza, tem plenas condições de liderar também o quesito da sustentabilidade”.

Para o biênio de 2023 a 2025, a nova edição do acordo manterá a política de ampliar o acesso de cooperativas às ações de promoção internacional e expandirá o atendimento da Agência ao cooperativismo. Além disso, em linha com as prioridades da ApexBrasil, o acordo inclui diretriz para desenvolver e fortalecer iniciativas que incorporem a perspectiva de igualdade de gênero, assim como aquelas que tenham como foco produtos relacionados à biodiversidade amazônica e do Cerrado. Com orçamento das duas instituições, a execução do pilar de qualificação ficou por conta do PEIEX Coop,  iniciativa que  já está capacitando 21 cooperativas para a exportação e que deve atender 50 cooperativas até 2024.

 Em 2022, as cooperativas exportaram diretamente US$ 7,4 bilhões, o que representa 2,2% do total brasileiro. O cooperativismo também foi responsável por 63% das exportações de sucos de uva (US$ 1,8 milhão) e 20% da venda de café verde não descafeinado (US$ 1,7 bilhão), em 2022. Em termos de porte, 10 cooperativas venderam para o exterior US$ 100 milhões em 2022, e outras 27 exportaram até U$ 1 milhão. Sob a perspectiva setorial, os produtos mais vendidos são carnes de aves (30,7%), café verde (22,5%) e carne suína (11,4%). Cooperativas de outros ramos também receberam apoio da agência e exportaram um volume de US$ 26,2 milhões.

Os destinos principais são a China (US$ 1,6 bilhão), a Alemanha (US$ 576,9 milhões) e os Estados Unidos (US$ 563,8 milhões). Sob o viés de participação, 14,8% das vendas das coops brasileiras são para as Filipinas (US$ 226 milhões). Em Hong Kong também é expressiva com 9,9% de um total de US$ 132,4 milhões, bem como a Alemanha com 9,2% de participação do coop.

Agenda ESG: coop reconhece protagonismo na pauta

O movimento cooperativista brasileiro está atento às tendências de mercado e, embora o respeito ambiental, o cuidado social e a boa governança façam parte dos valores e princípios do coop, o Sistema OCB tem estimulado as cooperativas a realizarem análises específicas para mensurar, com indicadores internacionais, as práticas constantes na pauta ESG. O fato motivou a criação e aplicação de diagnóstico no contexto do Programa ESGCoop. Em plenária realizada durante a Semana de Competitividade 2023, a gerente de Desenvolvimento de Cooperativas, Débora Ingrisano, fez uma contextualização técnica e institucional com o panorama atual e os desafios que o movimento precisa vencer para impulsionar ainda mais seus resultados.

De acordo com ela, algumas cooperativas já realizaram o diagnóstico e os resultados positivos já começaram a ser registrados. “Estamos mapeando as boas práticas, medindo impactos de acordo com indicadores qualificados, formando lideranças técnicas e estratégicas para, então, compartilhar, desenvolver e implementar soluções em consonância com os critérios ESG em todo o coop brasileiro. Temos muito a contribuir, uma vez que a sustentabilidade do nosso modelo de negócios está estruturada com base na viabilidade econômica, na justiça social e no cuidado com o meio ambiente. O cooperativismo nasce e vive das comunidades”, descreveu.

A gerente ressaltou que também é objetivo do ESGCoop sistematizar e publicizar os indicadores que comprovam a aderência das cooperativas à pauta para tornar o coop mais competitivo nos negócios e em conformidade com questões regulatórias, além de fortalecer a imagem do movimento diante da sociedade. “São soluções que estamos coordenando como a formação com mentoria, materialidade e rastreabilidade. Lembrando que a neutralidade de carbono está no cerne de nossa atuação”.

O diagnóstico piloto foi realizado com 365 cooperativas de nove estados e de diversos ramos. Segundo Débora, a aderência geral foi de 51,37% (valor máximo 100%) para as 99 perguntas apresentadas nas dimensões social, ambiental e de governança. “É um percentual significativo se considerarmos que o assunto é extremamente complexo, com novas temáticas e critérios ainda sendo discutidos. O tema ESG está efetivamente na pauta dos cooperativistas, tanto que 71% das coops participantes têm conhecimento sobre o tema”, relatou Débora.

A especialista em Sustentabilidade, Finanças Sustentáveis e Inteligência de Mercado no Agronegócio, Rosilene Rosado também participou da plenária e fez recomendações importantes sobre a agenda ESG. A primeira tratou da relação com a cadeia produtiva e o valor dos negócios. “Os atores envolvidos precisam adotar condutas similares às adotadas pela cooperativa no âmbito das práticas ESG. Dessa forma, assume-se compromissos que se desdobram para todos os fornecedores para, de forma estratégica e estruturada, mitigar riscos climáticos, operacionais e de mercado”. Neste quesito da cadeia de valor, ela apontou que o diagnóstico piloto identificou uma pontuação geral superior a 51%.

Em relação à biodiversidade, a consultora destacou que os resultados mostraram que já existe boa percepção sobre as perdas nas atividades que dependem dos recursos naturais. O montante de US$ 58 trilhões do PIB global, segundo ela, é dependente da biodiversidade. “O mundo está atento ao valor global do mercado anual de culturas que são polinizadas e estimadas entre US$ 235 e US$ 577, ao ano. Esse intervalo se dá pela variedade de cultura. Os cinco setores mais afetados são o agro, florestal, alimentação, tabaco, construção civil, pesca e aquicultura”. A aderência nesse quesito foi de 48%.

No que diz respeito às mudanças climáticas, o diagnóstico identificou que as coops precisam dar mais atenção ao tema. “É preciso pensar soluções nesse sentido. A energia limpa, por exemplo, é mais que reduzir emissões e adotar modelos mais sustentáveis. Todas as áreas estão interligadas e é preciso observar com cuidado para não deixar a desejar”, declarou Rosilene. A preocupação com o bom uso do solo, a recuperação de áreas degradadas, a gestão correta de resíduos e adoção de embalagens biodegradáveis também foram temáticas abordadas pela consultora.

Sobre inclusão, diversidade e equidade, o diagnóstico apontou 47% de aderência. “Os direitos humanos estão na pauta mundial e vão continuar porque se trata de um pilar da sustentabilidade social. Estamos falando da preservação de direitos e garantias. Então na cadeia de fornecedores é preciso lembrar da mão de obra e ver se o parceiro exerce conduta responsável”, acrescentou Rosilene. Outros resultados do estudo mostraram 44% de aderência das coops na análise de impacto e 33% no que diz respeito à materialidade.

Rosilene concluiu sua apresentação lembrando que as Nações Unidas afirmam que o mundo vê as cooperativas como atores-chave no alcance do desenvolvimento sustentável. “A cada 10 brasileiros um é cooperado, o que reforça o compromisso. Temos um modelo de negócios com muitos diferenciais que impactam positivamente o meio ambiente, a economia e a vida das pessoas. Somos agentes transformadores.”, finalizou.

Débora lembrou ainda que as principais contribuição do cooperativismo para o ESG são mostrar para a sociedade que uma organização empreendedora e orientada para resultados pode ser economicamente viável, ambientalmente correta e socialmente justa. “Queremos mostrar que podemos ser e fazer tudo isso em um modelo de gestão democrática que, desde a sua origem histórica, não deixa ninguém para trás. Com esses indicadores qualificados de performance, vamos mostrar que o Planeta é Coop!”.

Cooperativismo é a chave para protagonismo no combate as mudanças climáticas

Acelerar o acesso a ferramentas que mensurem as emissões dos gases de efeito estufa e incentivar a adoção de boas práticas que promovam o aumento da produtividade e o sequestro de carbono são maneiras eficientes para a inserção do público cooperativista no tema. Esta premissa foi evidenciada no painel O papel do Brasil para a descarbonização global: oportunidades para o coop, da Semana de Competitividade do Cooperativismo 2023, nesta terça-feira (8).  Seja na redução dos impactos na cadeia produtiva do agronegócio ou na produção energética renovável, a participação do cooperativismo é considerada primordial para o alcance das metas estabelecidas na Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. A gerente de Desenvolvimento de Cooperativas, Débora Ingrisano, divulgou, durante o painel, a Solução Neutralidade de Carbono, iniciativa idealizada pelo Sistema OCB para auxiliar o cooperativismo a ser protagonista no tema. “Essa solução tem o objetivo de apoiar as cooperativas nas ações de  inventariar e monitorar as emissões de gases de efeito estufa em suas atividades, visando conhecer a pegada de carbono  e adotar soluções para reduzi-las e até neutralizá-las.  Tudo isso baseado em metodologia mundialmente reconhecida”, descreveu. O Sistema OCB tem promovido workshops com cooperativas sobre as tecnologias e as boas práticas para auxiliar o cooperativismo a alcançar a neutralidade de carbono e mensurar o sequestro de gás em suas atividades, ações que as habilitará futuramente para o recebimento de pagamentos por serviços ambientais. “O projeto Neutralidade de Carbono está em fase piloto e em 2024 estará disponível para todo o país”, explicou Débora. O painel contou com a participação dos pesquisadores do Observatório de Bioeconomia da FGV, Talita Priscila Pinto e Eduardo Assad. Talita Priscila fez uma correlação histórica do crescimento populacional e exploração dos recursos naturais, apontando que a soma das ações em períodos como a Revolução Industrial contribuíram de forma considerável para o aquecimento global. “Nos últimos 50 anos vimos uma degradação dramática do capital natural do planeta. Sabemos que a temperatura oscila e temos picos de frio e de calor, mas a concentração de dióxido de carbono só cresce por causa do padrão de desenvolvimento da população global”, alertou a doutora. Eduardo Assad, especialista em mudanças climáticas e seus impactos na agricultura, destacou que as maiores emissões brasileiras são respectivamente decorrentes da mudança do uso da terra (desmatamento ilegal e queimadas) e da produção agropecuária.  Ele detalhou o histórico dos alertas sobre o aumento da temperatura do planeta. Para Assad, a inação pode resultar em uma emissão de gases anual de 3 mil gigatoneladas. “É preciso entender que as altas temperaturas trazem inúmeros prejuízos. Por exemplo, o clima quente em 32% acima do normal inviabiliza a produção de café e laranja em regiões tradicionais dessas culturas. As perdas ambientais e financeiras já são enormes”, exemplificou. O pesquisador também pontuou algumas medidas para aliviar e reverter este quadro. "Não podemos desmatar mais, e precisamos fazer um manejo sustentável, com adoção de tecnologias de baixa emissão de carbono e incentivar a pesquisa e o consumo de biocombustíveis”. Ele explicou ainda que, na criação de gado, a recuperação das áreas degradadas pode remover até 160 milhões de toneladas de gases. Essa prática consorciada com o plantio da soja traz ganhos de produtividade, podendo chegar a duplicá-la. “Os sistemas integrados são a chave para mudar a realidade e proporcionar até três safras por ano, integrando grãos, madeira e gado. Além disso, o balanço de emissões acumuladas da soja sob o sistema de plantio direto entre 2021 e 2030 gerará um saldo positivo e enriquecerá o solo. Esse balanço é factível, porque já temos conhecimento tecnológico e estamos inserindo o pequeno e o médio produtor nessas tecnologias”, evidenciou.
imagem site coop

Sistema OCB promove capacitação sobre neutralidade de carbono

Para atender demandas socioambientais dos mercados e gerar renda por meio de ativos financeiros, o movimento cooperativista tem promovido diversos encontros para avançar no tema e adotar práticas cada vez mais sustentáveis em suas cadeias produtivas e prestação de serviços. O Sistema OCB no escopo do projeto piloto de neutralidade de carbono promoveu o Curso de Mensuração de Carbono na Agricultura e Pecuária nos dias 20 e 21 de julho.

O evento foi ministrado pelo Observatório de Bioeconomia da FGV e englobou capacitação e orientação dentro das metodologias de quantificação de gases de efeito estufa (GEE) com o protocolo internacional GHG. Na parte prática, os participantes conheceram o método de estimativa e tiveram acesso a planilhas que auxiliam no cálculo das emissões nas atividades dos produtores rurais cooperados e, também, aprenderam a fazer simulações na adoção de boas práticas para a neutralização delas.

O coordenador de Meio Ambiente e Energia, Marco Morato, fez a abertura do curso, agradecendo a presença de todos os representantes das cooperativas e comentou sobre o papel do Sistema OCB, seus pilares de atuação e os desafios futuros do cooperativismo na busca pela sustentabilidade, e neste tema destacou o programa ESGCoop e os projetos pilotos na área ambiental, regularização ambiental, neutralidade de carbono e energias renováveis, bem como ações que vão possibilitar que as cooperativas continuem acessando os mais exigentes mercados interno e externo.

Morato também ressaltou os processos de intercooperação, divulgação e inovação. Segundo ele, o curso teve o objetivo de ensinar as cooperativas a conhecer, inventariar, monitorar e reduzir suas emissões de gases de efeito estufa (GEE). "Isso é fundamental, já que o mercado, a sociedade, estão exigindo e valorizando processos produtivos eficientes e neutros em carbono", frisou.

O curso contou com a participação de 29 representantes de Organizações Estaduais e cooperativas agropecuárias e de ATER. O grupo integra um projeto-piloto idealizado pelo Sistema OCB que pretende contribuir com o planejamento de ações e o aprimoramento de soluções em áreas de regularização ambiental, energias renováveis, e neutralidade de carbono. Dessa forma, espera-se que as cooperativas se preparem para atuar como protagonistas nestas temáticas e acessar plenamente os benefícios relacionados a processos mais eficientes e sustentáveis que englobam regularidade ambiental, neutralidade de carbono, manutenção e recuperação de ativos ambientais, e os chamados serviços ecossistêmicos por suas boas práticas produtivas.

Entre os participantes estavam representantes das três cooperativas agropecuárias selecionadas pela equipe do Observatório para realizar de maneira experimental o inventário de emissões de gases de efeito estufa de suas atividades. As ações nesta temática estão apenas começando, outros dois encontros virtuais sobre o tema serão realizados neste semestre e serão abertos a todo o público cooperativista.

 

 

Tania Zanella ressalta iniciativas sustentáveis do coop mineiro

A superintendente do Sistema OCB, Tania Zanella, participou de solenidade em comemoração ao 101º Dia Internacional do Cooperativismo promovido pelo Sistema Ocemg, nesta quarta-feira (19). Ela parabenizou o desempenho do cooperativismo mineiro e evidenciou iniciativas que fazem a diferença para os cooperados e suas comunidades. Um dos temas abordados foi a produção de energia limpa e renovável, tema em voga em todo o mundo, como uma das ações de combate às mudanças climáticas.

“Em Minas Gerais, 22% das cooperativas geram sua própria energia. Um fato relevante é que 55% das cooperativas de Geração Distribuída de Energia são mineiras. Isso é reflexo do Programa de Energia Fotovoltaica do Cooperativismo Mineiro (MinasCoop), que tem incentivado as cooperativas a construírem usinas fotovoltaicas próprias para suprir a demanda de energia de suas unidades. Além disso, elas doam os excedentes para as entidades filantrópicas em todo o estado”, enfatizou a superintendente.

Segundo ela, o cooperativismo se mostra mais uma vez alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS’s). No caso de Minas Gerais, dos 17 ODS’s, o programa MinasCoop atende 10 deles. Tania destacou ainda o Relatório de Sustentabilidade 2022 da Ocemg. “Os dados confirmam o posicionamento estratégico da organização de investir em iniciativas que elevam o nível de gestão e governança das cooperativas mineiras, ao mesmo tempo em que promovem a geração de impacto positivo para todas as partes interessadas e frentes de atuação”.

Desde 2018, o Sistema Ocemg é signatário do Pacto Global da ONU. A superintendente também reforçou que o compromisso do cooperativismo mineiro com os Direitos Humanos, Trabalho e Meio Ambiente “tem contribuído para o enfrentamento dos grandes desafios da sociedade”.

Durante a solenidade foi outorgada a Medalha do Mérito Cooperativista Paulo de Souza Lima ao governador do estado, Romeu Zema. As cooperativas mineiras cinquentenárias (completados em 2023) também foram homenageadas. São elas: Unimed Juiz De Fora; Unimed Varginha; Cooperativa Mista dos Produtores Rurais de Frutal (Cofrul); e Cooperativa de Desenvolvimento Rural do Alto do Rio Pardo (Codepar).

Sistema OCB firma parceria com ARM para a rastreabilidade mineral

O Sistema OCB e a Aliança pela Mineração Responsável (ARM) firmaram parceria para trazer para o Brasil a referência internacional de Devida Diligência da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), adequada à realidade da mineração artesanal e em pequena escala (Mape) com a implementação do Código Craft. O código será parametrizado ao contexto normativo e produtivo brasileiro. A cooperação visa ainda sensibilizar dirigentes de cooperativas e o mercado, bem como criar uma rede nacional de técnicos capacitados que, em conjunto com o Sistema OCB, possam apoiar as cooperativas minerais brasileiras a avançar em desafios relacionados à rastreabilidade, gestão e mitigação de riscos.

O Sistema OCB conta com 62 cooperativas minerais que reúnem mais de 15 mil garimpeiros cooperados. Em 2022, elas possuíam 422 títulos minerários em produção (concessão, permissão e licenciamento de lavra). No mesmo período, elas comercializaram 5,6 milhões de toneladas de minérios como ouro, estanho, quartzo, calcário, tântalo, argila, diamante, areia e outros. Em Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM) recolheram R$ 62,58 milhões.

O Código Craft, desenvolvido pela ARM em aliança com a Resolve, leva em consideração requisitos como legalidade, direitos humanos e trabalhistas, bem-estar social, governança, uso do mercúrio, recursos naturais, rastreabilidade e gênero. Estudo de 2022 da Universidade Federal de Minas Gerais estima que 30% do ouro comercializado no Brasil possui irregularidades em sua comercialização. Muitos titulares de direitos minerários que atuam na extração de ouro não possuem sistemas que verifiquem a origem do minério.

Em função deste contexto, a Agência Nacional de Mineração (ANM) também vem criando instrumentos normativos para estabelecer mecanismos de controle relacionados à lavagem de dinheiro utilizando gemas, ouro e outros metais preciosos. No entanto, não há instrumentos e certificações reconhecidos pelo mercado e agentes reguladores que atestem a origem do minério.

O projeto que será desenvolvido pelo Sistema OCB e pela ARM beneficiará não apenas as 62 cooperativas, seus técnicos e dirigentes, mas também organizações do poder público, da sociedade civil, de garimpos e dos mercados nacional e internacional, entre outros envolvidos.

“Esse tema é muito necessário às nossas cooperativas minerais que podem alavancar a capacidade de controle na comercialização do ouro. Temos tratado exaustivamente o assunto dentro de nossa câmara temática e nos acordos de cooperação técnica e parcerias com o Ministério de Minas e Energia, com a Agência Nacional de Mineração e com a Universidade de São Paulo. As ações em curso buscam melhorar os padrões de controle e conformidade nestes processos”, destacou Tânia Zanella, Superintendente do Sistema OCB.

Projeto Rastreabilidade e Cadeia Responsável no Cooperativismo Mineral Brasileiro

A parceria entre o Sistema OCB e ARM, inicialmente prevista para um período de 12 meses, envolve a tradução para a Língua Portuguesa dos volumes 1, 2.A, 2.B e 3 do Código Craft e do documento Parametrização dos Critérios Craft da Avaliação Integral Mineira ao contexto brasileiro. Também está previsto a realização de webinar online para os dirigentes de cooperativas minerais e outros atores locais e nacionais do ecossistema da mineração.

Há ainda a previsão de curso para técnicos que trabalhem com cooperativas minerais de ouro além de evento de encerramento com análise de contexto e construção de potenciais pontes entre os principais atores da cadeia MAPE.

“Esse curso terá como foco a transferência da tecnologia social existente na ARM no tema rastreabilidade. Seu objetivo será treinar os participantes e compartilhar ferramentas para que possam liderar projetos de melhorias de forma autônoma em aliança com as cooperativas minerais brasileiras e com o Sistema OCB. As melhorias têm como intenção aprimorar o marco regulatório organizacional e implementar um sistema de rastreabilidade que permita mitigar os riscos associados a cadeias que não contem com um sistema estruturado de monitoramento que contemple tanto a produção como o transporte e a comercialização”, explicou a Diretora Executiva da ARM, Gina D'Amato.

Atuação da ARM no Brasil

A ARM estabeleceu, em 2015, sua primeira parceria com os brasileiros por meio do Centro de Tecnologia Mineral (CETEM), para a realização de estudo de viabilidade de implementação da certificação. Em 2022, por meio de projeto financiado pela WWF Brasil e pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pela Universidade Cardiff, no Reino Unido, a ARM realizou um curso de CRAFT virtual com alcance nacional para dezenas de atores da cadeia de ouro.

Após a conclusão do projeto foram realizados dois diagnósticos CRAFT em garimpos de cooperativas com análise preliminar da cadeia de suprimentos e outros de potencial de mercado para o ouro responsável. O processo de parametrização de critérios críticos que possibilitou esses diagnósticos - piloto foi realizado graças a parceria entre a ARM e o Sistema OCB.

Esta é mais uma medida do cooperativismo brasileiro alinhada à sua Agenda ESGCoop. “O mercado tem demandado cada vez mais controle e rastreabilidade na origem do ouro. Este projeto pode contribuir para estabelecermos uma base necessária de estruturação da cadeia, melhorando padrões de gestão e governança. É importante ressaltar que estamos potencializando ações em um segmento carente de orientação e assistência”, salientou a Gerente Relações Institucionais do Sistema OCB, Clara Maffia.

ARM

Aliança pela Mineração Responsável (ARM), é uma iniciativa global, nascida na Colômbia. Durante quase duas décadas, a ARM tem trabalhado para facilitar o empoderamento dos mineradores(as) do setor de Mineração Artesanal e em Pequena Escala (MAPE) (garimpeiros e garimpeiras) para a adoção de boas práticas em países da África, América do Sul e América Central. Através do desenvolvimento de padrões globalmente reconhecidos, a ARM acompanha os garimpeiros(as) na melhoria das práticas de ESG (Environmental, Social and Governance), buscando maneiras de minimizar os impactos da mineração do setor MAPE no meio ambiente, promovendo os melhores processos de governança e conectando com mercados internacionais formais e responsáveis.

Desde 2014, mais de 1,7 toneladas de ouro certificado Fairmined produzido foram vendidas para empresas de 36 países em todo o mundo, gerando mais de 6,8 milhões de dólares em Fairmined Premium. Mais de 400 marcas da indústria do ouro como joalherias, bancos, casas da moeda e empresas do setor eletrônico, acreditam que a mudança é possível e estão liderando o caminho da sustentabilidade no setor, comprometendo-se com o desenvolvimento positivo das comunidades mineradoras.

GT Ambiental divulga seu cronograma de atividades

Na última segunda-feira (5), o Grupo de Trabalho (GT) Ambiental do Sistema OCB realizou sua terceira reunião virtual para tratar do cronograma dos projetos-pilotos na temática ambiental. O objetivo do grupo é contribuir no planejamento de ações e aprimoramento de soluções nas áreas de regularização ambiental, neutralidade de carbono e energias renováveis.

“Nós apresentamos o status dos três programas que estamos desenvolvendo junto ao Sescoop nacional na área ambiental. As organizações estaduais integrantes do GT, por sua vez, estão realizando reuniões com os órgãos ambientais locais para promover um workshop sobre o Cadastro Ambiental Rural (CAR) para nossas cooperativas. Sobre neutralidade de carbono, concluímos o processo de contratação da consultoria especializada da Fundação Getúlio Vargas e definimos o cronograma de atividades. Faremos inicialmente um nivelamento sobre o tema com o grupo e com as cooperativas indicadas, que farão levantamento, balanço e inventário de gases de efeito estufa para as cooperativas selecionadas”, explicou o coordenador de Meio Ambiente e Energia do Sistema OCB, Marco Morato.

Sobre Regularização Ambiental, a intenção do projeto é auxiliar as coop e seus associados a obterem e demonstrarem a regularidade ambiental da propriedade.  Para o segundo semestre estão previstas a realização de workshops sobre o tema. Os projetos sobre neutralidade de carbono visam atender as demandas socioambientais dos mercados e gerar renda, por meio de ativos ambientais como os greenbonds, mercado de carbono e metano e as chamadas finanças verdes.

No segundo semestre serão realizados dois encontros virtuais para capacitação e orientação das coop e associados nas metodologias de quantificação de gases de efeito estufa (GEE) e no protocolo internacional GHG, além de disponibilização de calculadoras para auxiliar na estimativa de emissões nas atividades e auxiliar a neutralização delas.

A intenção é que os participantes compreendam os processos envolvidos na mensuração dos gases dentro da propriedade e quais caminhos das atividades deve elencar para o cálculo de estimativa do balanço de emissões, bem como aprender a mensurar com ferramenta GHG Protocol Agricultura.

A temática de energias renováveis objetiva fomentar a geração de energia renovável dentro do movimento cooperativista, potencializando a transição energética com benefícios para as coops e seus associados, além de colaborar com os indicadores de sustentabilidade necessários para se cumprir as práticas de ESGCoop. Foram definidas as datas para a capacitação de coops e associados quanto as modalidades de geração de energia renovável: 26 de setembro e 24 de outubro.

Riqueza Compartilhada: Projeto promove consciência ambiental em Santa Catarina

O poder coletivo promovido pelo cooperativismo em prol de um futuro economicamente viável, ambientalmente correto e socialmente justo para as próximas gerações está em diversas iniciativas do movimento espalhadas por todo o país. Quando se trata de sustentabilidade ambiental, a Credifoz – vinculada ao Sistema Ailos – se consolida cada vez mais como uma referência no tema. Desde 2020, a coop distribui mudas de árvores em municípios catarinenses com o projeto Riqueza Compartilhada, plante o futuro.

"" A iniciativa faz valer o 7º princípio do cooperativismo que trata do interesse pela comunidade e o desenvolvimento sustentável delas, além de estar alinhada às práticas de ESG, que incorporam princípios estabelecidos pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 das Nações Unidas. Para o educador ambiental do projeto, Diego Souza, as impressões da comunidade sobre o projeto são muito positivas, mas há necessidade de uma participação maior de governos e instituições.

Segundo ele, o primeiro passo foi dado, que é o reconhecimento de valores e clareza de conceitos sobre a importância da preservação ambiental. “Tem sido uma experiência incrível. A formação de consciência ambiental da sociedade é um dos pontos mais importantes para prevenir impactos negativos do homem na natureza e sociedade. A interpretação sobre a importância da biodiversidade e de pensarmos como um todo, não apenas individualmente, é um dos pontos mais positivos que observei até o momento. Necessitamos, no entanto, da participação de todos, governos, empresas, instituições e pessoas comprometidas com a causa”.

O Riqueza Compartilhada nasceu em 2020, quando a Credifoz atingiu a marca de 50 mil cooperados e, em celebração, distribuiu 50 mil mudas de árvores nos municípios em que atua. Agora, em 2023, a coop completou 15 anos de história com 100 mil cooperados e, novamente, para celebrar o sucesso junto à comunidade, fez parceria com a Instituição Somos Natureza para distribuir mensalmente 100 mudas/mês, totalizando 1,2 mil mudas no ano. Além das doações, está na programação da coop a realização de palestras sobre sustentabilidade em 12 escolas (que plantam com os alunos as mudas) e em empresas.

"" A orientadora da Escola Professora Eni Erna Gaya, Lia Carine Henrique dos Santos, relata que o projeto trouxe consciência e ação para a proteção e preservação do meio ambiente, impactando positivamente a vida dos estudantes. “Os alunos estão inspirando seus amigos e familiares a adotarem um estilo de vida mais consciente e ecologicamente responsável. Assim que recebemos o projeto em nossa escola, adquirimos uma ampla gama de informações sobre os desafios ambientais que a sociedade enfrenta. Pudemos entender a importância da conservação dos recursos naturais e a urgência de adotar práticas sustentáveis em todas as esferas da vida. Desta forma, foi despertado em todos um senso de responsabilidade e de urgência para agir”, destaca.

Ainda segundo a coordenadora, “as pequenas ações diárias têm impactos significativos quando feitas em conjunto e com uma comunidade engajada como economizar energia, reduzir o consumo de plástico e reciclá-lo, por exemplo. Como orientadora, fico profundamente grata pela oportunidade, visto que a proteção do meio ambiente é uma responsabilidade coletiva. Esse trabalho conjunto tem nos ajudado a implementar práticas sustentáveis e promover ações concretas para criar um futuro mais próspero e equilibrado para as gerações futuras”.

Embora o objetivo seja a doação de 100 mudas/mês, só neste primeiro semestre já foram doadas 780. A coop também realizou quatro eventos em escolas no litoral de Santa Catarina com a participação de cerca de 400 alunos. Ao longo do ano estão previstas outras ações como apoio às atividades de conservação e pesquisa no Centro de Conservação e Pesquisa da Mata Atlântica; ações educativas em 12 instituições de ensino; e a migração do uso do copo plástico para copos biodegradáveis em todas as unidades da cooperativa.

Sistema OCB prestigia encontro de mulheres cooperativistas da Ocemg

O Sistema OCB prestigiou o 16º Encontro Estadual de Mulheres Cooperativistas de Minas Gerais promovido pela Ocemg. O evento, idealizado para as cooperadas, colaboradoras e dirigentes, aconteceu, em Araxá, entre os dias 25 e 27 de maio, e foi recheado de debates, diálogos e palestras com temas sobre diversidade e protagonismo feminino no universo cooperativista, além de promover momentos para formação de networking.

O papel da mulher no contexto de promoção, desenvolvimento e sustentabilidade dos negócios, bem como seu protagonismo em diferentes temáticas foi explicitado no painel O Coop é Dela", que contou com contribuições da gerente-geral do Sistema OCB, Fabíola Nader Motta. Ela compartilhou vivências de mulheres inspiradoras e foi acompanhada de Cáthia Rabelo (Fencom) e Quitéria Hamasaki (cooperativa Coomap).

Fabíola falou com orgulho das ações que a Casa do Cooperativismo vem desempenhando para fortalecer a participação feminina em cargos estratégicos. “Tenho  gratidão de estar em uma entidade na qual sou ouvida, respeitada. Em uma organização que entende a promoção das pessoas pelo mérito. Não à toa, nós mulheres somos 55% do quadro pessoal e 66% dos gestores na Unidade Nacional”, afirmou.

A abertura do evento ficou por conta do presidente da Ocemg, Ronaldo Scucato, seguido do painel Momento Coop apresentado pelo superintendente Alexandre Gatti, que apresentou os programas e resultados da organização estadual. A renomada atriz Bruna Lombardi foi a responsável pela palestra de abertura com o tema Empreendedorismo Feminino e Empoderamento Pessoal.

Luciana Balbino e Laura Martins falaram no painel Mulheres que Inspiram, Motivam e Fazem Acontecer. Luciana é historiadora e consultora de turismo de base comunitária e seu trabalho vem mudando realidades na Paraíba. Já Laura é historiadora – além de outras formações – e autora do livro e do blog Cadeira Voadora. Ela é cadeirante e inspira com suas palestras sobre acessibilidade e inclusão há mais de 20 anos.

Alessandra Canuto, em rodas de ações, realizou dinâmica para motivar uma nova consciência na tomada de decisões na vida e na carreira. As 300 participantes também foram contempladas com a palestra Se Você Soubesse Tudo Sobre o Amanhã, o que Faria de Diferente Hoje?, da futurista, pesquisadora de comportamento e caçadora de tendências, Sabina Deweik.  

A palestra de encerramento ficou a cargo de Tânia Mujica, especialista em Inteligências Intrapessoal e Interpessoal e criadora do método Diálogos que Curam. Ela é especialista em mediação de conflitos, facilitadora, consultora e especialista em Comunicação. Vitor Fagundes, acompanhado de sua banda incrementou um jantar musical.

Sistema OCB participa de encontro sobre energia renovável na América Latina

A Confederação Alemã das Cooperativas (DGRV), em parceria com o Sistema OCB, realizou nessa quarta-feira (24), o Encontro de Intercambio sobre Energia Cooperativa na América Latina. Participaram do evento, realizado em formato online, a gerente de projetos da DGRV, Camila Japp; o coordenador de Meio Ambiente e Energia do Sistema OCB, Marco Morato; e representantes de cooperativas de países como Chile, Colômbia e México.

Camila destacou que o encontro teve como objetivo dar andamento aos modelos de negócios possíveis entre os países para possibilitar a geração de energia limpa com protagonismo do consumidor. “Esse intercâmbio é importante para trocamos experiências entre os países e, a partir dos pontos fortes de cada um, identificarmos oportunidades”, afirmou. Ela ressaltou ainda que “o Brasil tem tido um grande papel de liderança e de troca de experiências nesse sentido”.

De acordo com a gerente, o potencial das cooperativas de energia renovável na América Latina, principalmente em países como Brasil, Chile, Colômbia e México, tem muito a contribuir com o mundo. “No Brasil, a DGRV tem dois projetos. Um deles tem foco nas cooperativas agropecuárias. O outro é um projeto estruturado para a América Latina e Caribe. No caso do Brasil, ele foi inserido como um dos países-foco da atuação da DGRV”, destacou.

 

Energia renovável

Questionado sobre o modelo de geração distribuída brasileiro, Marco Morato detalhou as similaridades e diferenças entre os países da América Latina no que diz respeito a energia renovável e sua conexão com temas como política climática, marcos legais no setor energético, políticas e programas para o setor aliadas as características da Geração Distribuída (GD).

“O incentivo a esse tipo de prestação de serviço deve ser eficiente, e levar em consideração aspectos como atributo da fonte e o local da geração, para que asseguremos custos mais justos para todos. Com isso, ampliamos a possibilidade de em um futuro próximo, podermos vender os excedentes. Nesse contexto, o Brasil tem tido um papel referência e estamos sempre abertos à troca de experiências”, disse.

Morato lembrou que que o envolvimento da sociedade na geração de energia renovável está se tornando uma tendência mundial. “E o modelo cooperativista é o que melhor se adapta a esse movimento, por abranger elementos como o compromisso com o interesse comum dos envolvidos, a gestão democrática, a atenção à sustentabilidade e o desenvolvimento local”, afirmou.  

O coordenador reforçou também que qualquer fonte de energia limpa – hidrelétrica, eólica ou solar – pode ser incluída neste conceito. Segundo ele, o Brasil tem muito espaço para esse tipo de empreendimento. “Somos referência mundial na geração de energia renovável, e de mecanismos inclusivos de acesso à energia elétrica. Porém, existe ainda um longo caminho para otimizar o setor e consolidar a prestação destes serviços entre os países na América Latina. Criar uma rede de especialistas para a troca de experiências acelera o amadurecimento na busca por soluções eficientes com o protagonismo das pessoas”, completou.

Por fim, um novo encontro para o intercâmbio de ideias foi agendado para o dia 19 de julho.

imagem site coop

7º EBPC recebe 177 submissões

A chamada para os trabalhos do 7º Encontro Brasileiro de Pesquisadores em Cooperativismo (EBPC), promovido pelo Sistema OCB com o apoio de universidades parceiras, recebeu 177 submissões em todas as modalidades e eixos temáticos, com a participação de 322 autores das cinco regiões brasileiras. A divulgação dos trabalhos aprovados está prevista para 21 de julho. Os 50 mais bem avaliados receberão passagens e hospedagens para participar do evento. O encontro traz como tema Sustentabilidade no cooperativismo: competitividade, inovação e diversidade e o objetivo é estimular estudos direcionados à maior eficácia e eficiência nos processos das cooperativas para que elas atinjam novo patamar de competência por meio da percepção, avaliação e compartilhamento de conhecimentos e experiências.

“Recebemos com muita alegria e gratidão os trabalhos dos 322 autores que se dedicaram, por meio de seus projetos, a apresentar desafios e soluções para impulsionar o cooperativismo. Este é o maior evento direcionado exclusivamente para pesquisadores do coop no país, que reúne a comunidade acadêmica e as organizações estaduais do nosso sistema, em defesa de uma economia mais sustentável e solidária. Como neste ano os trabalhos estão direcionados às questões de responsabilidade ambiental, cuidado social e boa administração, o movimento terá mais munição para impulsionar as cooperativas em temas como o ESG”, avaliou o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas.

Das 177 submissões, 133 são artigos científicos, sendo 18 correspondem a trabalhos sobre Contabilidade, Finanças e Desempenho; 23 são sobre Educação Inovação e Diversidade; 37 sobre Governança e Gestão; 25 sobre Identidades e Direito Cooperativo; e 30 sobre Impactos e Contribuições Econômicas, Sociais e Ambientais. Outros 19 são artigos de Iniciação Científica, sendo 1 sobre Contabilidade, Finanças e Desempenho; 5 sobre Educação Inovação e Diversidade; 6 sobre Governança e Gestão; 1 sobre Identidades e Direito Cooperativo; e 6 sobre Impactos e Contribuições Econômicas, Sociais e Ambientais. Além disso, outros 25 trabalhos versam sobre Relatos de Experiências, sendo 15 sobre Educação Inovação e Diversidade; 5 sobre Governança e Gestão; e 5 sobre Impactos e Contribuições Econômicas, Sociais e Ambientais.

O 7º EBPC será realizado entre os dias 18 a 20 de setembro, em Brasília. O evento ocorre a cada dois anos e, de acordo com o cronograma, entre 21 de julho e 21 de agosto, serão realizadas as inscrições gratuitas para o encontro dos autores com trabalhos aprovados. Entre 21 de julho e 1º de setembro, serão abertas também as inscrições para participantes.

O encontro é direcionado aos pesquisadores, gestores e dirigentes de cooperativas, profissionais do sistema de aprendizagem e representação, e elaboradores de políticas públicas. Para quem deseja se preparar para participar, o Sistema OCB disponibiliza gratuitamente em sua plataforma de aprendizagem, a CapacitaCoop, a trilha Programa Pesquisa Científica do Cooperativismo. São cinco cursos: Estatística Básica; Fichamento, Resumo e Resenha; Como elaborar projetos de pesquisa; Escrita acadêmica; e Descomplicando o Lattes.

Presidente do Banco Central cita cooperativismo como agente de inclusão social

“Fizemos um programa com mais de 20 medidas para o cooperativismo e o resultado foi o aumento do crédito  ofertado”. A afirmação do presidente do Banco Central do Brasil (BCB), Roberto Campos Neto, foi proferida durante exposição no Lide Brazil Conference London, na última semana. O evento debateu os desafios econômicos e institucionais do Brasil e levantou reflexões sobre como estimular relações bilaterais.

Campos Neto falou sobre o crescimento do cooperativismo como uma das iniciativas do Banco Central para reforçar seu comprometimento social e reforçou a importância das cooperativas financeiras que atuam com foco no crédito para pequenos negócios. “Identificamos que o cooperativismo é uma forma de crédito barato e mais direcionado. Nesta demanda socioeconômica, ele atende, principalmente, o pequeno agricultor. O microcrédito gera inclusão real no Brasil”, disse. Segundo ele, nos últimos cinco anos o BC teve a maior agenda inclusiva da história com o cooperativismo, o microcrédito, a educação financeira e o Pix [pagamento instantâneo]. “E isso é só o começo”, salientou.

Em sua apresentação, o presidente fez um apanhado geral sobre a atuação do banco, especialmente no que diz respeito ao estabelecimento das taxas de juros. Ele defendeu que o Copom trabalha com base na meta de inflação e que a brasileira é compatível com a de outros países emergentes. “Uma inflação desancorada faz com que o seu custo seja muito mais alto e duradouro. Os países que abandonaram o sistema de meta registram inflação muito mais alta”.

Além de Campos Neto, expuseram também no Lide Brazil Conference London a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet; a do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva; o da Agricultura e Abastecimento, Carlos Fávaro; o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco; e o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho.

Confira a apresentação completa do presidente Roberto Campos Neto no link

Embrapa 50 anos: Parceria com o coop gera resultados expressivos

“A Embrapa foi fundamental para chegarmos até aqui e continua sendo essencial para o futuro que queremos. São os estudos e as práticas repassadas por seus pesquisadores e técnicos que contribuem para um cooperativismo agropecuário mais pujante em benefício de todos”. A declaração do presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, faz referência aos 50 anos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), completados nesta quarta-feira (26).

Márcio evidenciou o papel fundamental da empresa no fomento de estudos e pesquisas para impulsionar a agropecuária brasileira e mundial e pontuou que a parceria com a Embrapa tem produzidos bons frutos, especialmente para o Ramo Agro. Sobre o futuro, ele afirmou que há três pontos primordiais que precisam continuar avançando. “O planejamento estratégico de curto, médio e longo prazo; políticas agrícolas robustas e acompanhadas de planos econômicos, ambientais e sociais; e o suporte à pesquisas e desenvolvimento para promover inovações”.

As recomendações do presidente e outras impressões podem ser observadas no livro, já disponibilizado em formato digital, que a empresa lançou em comemoração às suas cinco décadas de atuação, intitulado O futuro da agricultura brasileira: 10 visões. A obra reúne perspectivas sobre o agro abrangendo produção de alimentos, de energia, soluções tecnológicas, inovações e mercado de carbono. O cooperativismo está representado no capítulo O agro em 2050 será mais cooperativo, assinado por Márcio e que traz reflexões do movimento e expectativas para o setor nos próximos 27 anos.

“O agro em 2050 não será somente provedor de alimentos, mas fonte de matérias-primas renováveis para a geração energética e de meios de produção, sendo responsável por interligar o consumidor do futuro com valores como rastreabilidade, qualidade e saudabilidade. É uma cadeia de produção que aproveita seus recursos em harmonia com a natureza por meio de sistemas integrados. E, também, que conecta a tomada de decisões a partir de medições assertivas. Assim, esse segmento, em um horizonte de 27 anos, será conectado, colaborativo, harmonioso, próspero e associado. Ou seja, o agro em 2050 será mais cooperativo”, frisou o presidente.

A Embrapa foi criada em 1973 para ser o braço do Ministério da Agricultura no desenvolvimento de pesquisas e soluções com inovação para a sustentabilidade da agropecuária em benefício da sociedade brasileiras A empresa está em todo o país por meio de suas unidades de pesquisas como o desenvolvimento de inovações tecnológicas sobre sistemas agroflorestais e recursos naturais. Suas contribuições ultrapassaram fronteiras disseminam boas práticas agropecuárias em todo o mundo.

Para obter melhores resultados na produção de grãos em todo o país, o Sistema OCB e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) mantém parceria, por meio de convênio, desde 2015. Juntas já promoveram capacitações no cultivo de diversos grãos para dezenas de cooperativas e cooperados. Os aprendizados passam por atividades como manejo do solo, zoneamento agrícola, controle de plantas daninhas, doenças, implantação da lavoura e forrageiras, Integração Lavoura-Pecuária, qualidade tecnológica, mercados potenciais, além de visitas no campo.

Homenagens

A Câmara dos Deputados realizou sessão solene em homenagem aos 50 anos da Embrapa, nessa terça-feira (25). O autor do requerimento foi o vice-presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), deputado Sergio Souza (SP). E parabenizou a atuação dos pesquisadores e colaboradores da empresa e reafirmou o compromisso do Parlamento para o fortalecimento da instituição. “Ano passado garantimos, por meio de projeto de lei complementar, que os recursos destinados à Embrapa sejam incontingenciáveis e conseguimos alocar cerca de R$ 9 bilhões para a empresa. É uma das poucas entidades da administração pública com essa prerrogativa”, lembrou.  

O presidente da Frencoop, deputado Arnaldo Jardim (SP) frisou o viés sustentável dos projetos da empresa. “Desejo que a Embrapa amplie ainda mais sua presença em nosso país, pois, ao prestar assistência e orientar na formulação de políticas públicas, a Embrapa lida com todos os elos desde o pequeno produtor até a agropecuária de larga escala. Agradecemos também por ter incorporado o princípio da sustentabilidade em todos os seus projetos. Sabemos que o agro brasileiro tem compromisso e está alinhado a nova economia verde, a de baixo carbono”.

O presidente da Embrapa, Celson Moretti, pontuou que o aniversário é de todos e que as transformações na agricultura do país ao longo destes 50 anos demonstram que é possível produzir preservando o meio ambiente. “Tenho orgulho de ter contribuído para o desenvolvimento da Embrapa. Transformamos o cerrado mesmo quando diziam que não podíamos produzir nele. Em quatro anos entregamos mais de 200 soluções para a agropecuária. Comemoramos 50 anos com um recorde no balanço social. Para cada real que a sociedade colocou na Embrapa, devolvemos R$ 34,7, um lucro de mais de R$ 125 bilhões para toda a população”, ressaltou.

Coordenador Jurídico da Frencoop e presidente da Comissão de Agricultura da Câmara, o deputado Tião Medeiros (PR), salientou que a empresa é fundamental para o desenvolvimento sustentável da agricultura e para garantir a segurança alimentar e o bem-estar da população. “A Embrapa tem sido importante veículo catalisador de oportunidades para o agronegócio brasileiro. A empresa tem sido referência internacional também. Seus competentes e capacitados pesquisadores têm contribuído decisivamente para a solução de problemas agrícolas em diversos países do mundo”.

Os deputados Evair de Melo (ES), secretário-geral da Frencoop; Pedro Lupion (PR), coordenador do Ramo Agro; Vitor Lippi (SP), coordenador Tributário; e Bia Kicis (DF) também prestigiaram a solenidade e parabenizaram a instituição pelos relevantes serviços prestados ao agro e à sociedade brasileira. Nesta quinta (27), a Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado, também prestou homenagens aos 50 anos da empresa.

Comando feminino

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, anunciou que a pesquisadora da Embrapa, Silvia Maria Fonseca Silveira Massruhá assumirá a presidência da empresa a partir de maio, no lugar de Celso Moretti. Ela ingressou na Embrapa em 1989 e liderou projetos na área de engenharias de softwares, inteligência artificial e computação científica aplicada à agricultura. Ela também publicou cerca de 100 estudos técnico-científico e desenvolveu 25 softwares. Silvia é a primeira mulher a ocupar a cadeira em toda a história da empresa.

Sílvia Massruhá agradeceu ao ministro pela indicação, ressaltou o papel dos colaboradores da Embrapa nestes 50 anos. “Parabéns a todos os colaboradores, parceiros e agricultores brasileiros que contribuíram para a trajetória de cinco décadas de sucesso. Esta empresa é plural e reconhece a diversidade do país, da agropecuária, da natureza, da biodiversidade e da sociedade, gerando valor e riquezas baseadas na ciência, na tecnologia e na inovação para o benefício de todos”.

Ela também e evidenciou os desafios do presente e do futuro. “Temos alguns desafios como garantir a segurança alimentar, promover o bem-estar de todos e o desenvolvimento sustentável em três dimensões (social, ambiental e econômica), o enfrentamento aos efeitos da mudança do clima, a redução das desigualdades no campo, e que as inovações tecnológicas alcancem a todos independente do porte. Sigamos juntos para fortalecer o papel de referência mundial que a Embrapa é”.

Saiba mais sobre a história e atuação da Embrapa em sua linha do tempo.

Água Innovation destaca boas práticas do coop no uso e reuso de recursos naturais

As boas práticas das cooperativas do agro no uso e reuso dos recursos naturais foram apresentadas pelo presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, durante sua exposição no 6º Seminário Água Innovation: negócio, gente e futuro, que aconteceu no Ceará nos dias 22 e 23 de março. Ele expôs suas considerações no painel Acelerar o desenvolvimento agropecuário: qual o papel do poder público e da iniciativa privada? acompanhado pelos presidentes do Sistema Ocepar e Sistema OCB/CE,  José Roberto Ricken e João Nicédio Alves Nogueira, e pelo secretário da Agricultura e Abastecimento do Paraná, Norberto Ortigara.

“Costumo repetir uma frase do meu pai, cooperativista antigo, que diz que uma planta nasce muito melhor de muda do que de semente. Não adianta termos só boas ideias. Por isso, no cooperativismo a gente traz experiências palpáveis. É por isso que temos o privilégio de conhecer neste momento as experiências das cooperativas do Paraná para adaptar estratégias para o Ceará. Temos [cooperativismo] o desafio de movimentar, até 2027, R$ 1 trilhão em prosperidade, reunir 30 milhões de cooperados e gerar 1 milhão de empregos diretos. Cada estado tem sua fatia para que esse desafio seja cumprido”, iniciou Freitas referindo-se ao Desafio BRC 1 Tri de Prosperidade, lançado na Semana de Competitividade 2022.

O presidente ressaltou a versatilidade que o Ramo Agro tem em produzir em escala com equilíbrio econômico e socioambiental. “Somos 1.170 cooperativas do agro, que congregam mais de 1 milhão de cooperados responsáveis por 53,6% da safra nacional de grãos. Nosso sucesso passa por nossos princípios e valores cooperativistas, mas também pela assistência técnica que assessora 63,8% dos agricultores. Segundo o IBGE, apenas 20,2% dos produtores rurais do país recebem estas orientações”, comparou.

Freitas frisou o Programa ESGCoop, recém lançado pelo Sistema OCB, que estimula cooperativas e cooperados a refletirem e atuarem em quatro aspectos: ambiental; inovação e acesso às tecnologias; equidade e diversidade; e liderança e governança para criar métodos e indicadores. “Somos uma força social expressiva e os dados comprovam nossa força. Nosso movimento, desde sua origem, é adequado aos anseios das novas gerações que clamam por um mundo mais próspero e uma economia mais compartilhada e solidária”.

O presidente apresentou algumas iniciativas de cooperativas que contribuem para uma produção ambientalmente correta, em especial, com projetos direcionados à preservação de nascentes. O primeiro foi sobre o Projeto Nossa Água, da Cooperativa Integrada (PR), que propôs medidas de recuperação e conservação dos recursos naturais e da biodiversidade, em conjunto com a conscientização de seus cooperados.

No case da mineira Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), denominado Nascentes da Mata do Sino, Freitas ressaltou a promoção da coop na proteção das nascentes e corpos d’água aliado ao incentivo aos produtores para estabelecerem novas zonas de conservação ao longo dos cursos de água.

O Projeto Café Produtor de Água, do Conselho Nacional do Café (CNC), também foi citado pelo presidente. As estratégias de sustentabilidade na cadeia produtiva do grão como recuperação e conservação das áreas de recarga e nascentes; melhoria da qualidade e aumento da oferta de água nas bacias hidrográficas; e conservação da biodiversidade, têm sido práticas de produtores de diversas regiões do país.

Água Innovation: O evento realizado pelo Instituto Future tem por objetivo reunir informações sobre o desempenho de atividades que integram os recursos naturais e produção agropecuária, com a finalidade de fomentar o desenvolvimento do setor no Nordeste. O encontro também promove a conscientização do uso racional da água, sua importância para a vida humana e para o desenvolvimento sustentável de outros setores, como o de energias renováveis.

Coops de crédito vão operacionalizar financiamentos do Fundo do Clima

As cooperativas de crédito foram incluídas no rol de instituições financeiras autorizadas a operacionalizar os recursos do Fundo Nacional sobre Mudanças do Clima (FNMC). A participação foi assegurada, nesta quinta-feira (30), com a aprovação da Medida Provisória 1.151/22, pelo Plenário da Câmara. O texto foi relatado pelo deputado Zé Vitor (MG), membro da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), e seguirá para análise do Senado.

 “O cooperativismo está sempre pronto para ajudar o país aliando desenvolvimento socioeconômico e sustentabilidade. Nossas cooperativas agro já atuam em conformidade com as boas práticas ambientais, inclusive no sequestro de gases do efeito estufa. A operacionalização destes recursos pelas cooperativas de crédito certamente fará cumprir o objetivo da medida”, salientou o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas.

Em seu parecer, o deputado Zé Vitor ressaltou que a medida está diretamente ligada ao compromisso mundial de reduzir, até 2030, as emissões de carbono em 50% e, até 2050, em 100%. Ele defendeu que esta é mais uma forma de fortalecer o desenvolvimento sustentável. “O texto aprovado tem o aval de líderes partidários, órgãos de gestão ambiental do Poder Executivo e de diversos representantes da iniciativa privada e da sociedade civil organizada. Ele leva em consideração as perspectivas dos setores produtivos, financeiros e da academia. A habilitação de novos agentes financeiros para operar o fundo também traz nova conceituação de ativos ambientais como ativos financeiros.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), responsável por gerir o Fundo do Clima, fará a habilitação das instituições. Antes da medida, apenas agentes financeiros públicos, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal tinham acesso ao fundo.

A medida deliberada pelos deputados altera as Leis de Gestão de Florestas Públicas (11.284/06), para que a comercialização de créditos decorrentes da emissão evitada de carbono em florestas naturais seja parte integrante da concessão, tornando-a mais atrativa; do Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (11.516/07), para prever mecanismos de desenvolvimento e comercialização dos créditos de carbono e serviços ambientais de forma ampla; do Fundo Nacional sobre Mudanças Climáticas (12.114/09), para permitir a ampliação do número de agentes financeiros, além do BNDES, para o financiamento com recursos do Fundo Nacional sobre Mudanças do Clima.

A matéria ainda será analisada pelo Senado Federal, antes de seguir para a sanção presidencial.

Venda de certificados de energia renovável cresce no Brasil

Os Certificados de Energia Renovável (Renewable Energy Certificate), mais conhecidos como Green Tags, estão sendo cada vez mais comercializados no Brasil. Eles funcionam como um selo de origem da energia elétrica consumida e cada certificado comprova que 1 MW/hora foi gerado por uma fonte eólica, solar, hídrica ou de biomassa. Empresas que desejam limpar seu consumo de energia e com isso reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE’s) vêm adquirindo estes certificados.

“Os certificados de energia renovável são muito importantes para o alcance da neutralidade de carbono. É uma possibilidade para quem ainda não consegue substituir a fonte energética de combustível fóssil, por exemplo, comprar esse certificado e neutralizar as emissões de gases do efeito estufa. Estes mecanismos contribuem para uma transição energética mais adequada, sem comprometer o desenvolvimento da atividade econômica. Esses certificados nos dão um fôlego e o cooperativismo tem um potencial muito grande para gerar energias limpas e ser emissor desses certificados”, analisou o coordenador de Meio Ambiente e Energia do Sistema OCB, Marco Morato.

O Brasil, segundo projeção do Instituto Totum, deverá dobrar o número de certificações em 2023. Ano passado foram negociados 22 milhões de certificados, quase o dobro em relação a 2021. A previsão para este ano está entre 45 milhões e 50 milhões de certificados. O crescimento exponencial é uma consequência da preocupação, cada vez maior, das empresas em limparem seu consumo de energia.

O país é o segundo maior mercado de I-RECs, os certificados de energia limpa, entre os países do chamado REC Standart, um sistema adotado na América Latina, Ásia e África. No entanto, em países onde as imposições ambientais são mais rígidas e a demanda pelo selo maior, como Europa e Estados Unidos, as transações oscilam entre 500 a 600 milhões de certificações por ano. A valoração financeira dos certificados não é conhecida, uma vez que as negociações ocorrem entre as geradoras, vendedoras e consumidores destas energias com rastreio.

 Certificações brasileiras

Os selos vendidos no Brasil seguem orientações internacionais e também da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), da Associação Brasileira de Energia Limpa (Abragel), da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (ABRACEEL) e da Associação Brasileira de Biogás e de Biometano (ABiogás).

A certificação I-REC, com seu sistema global de rastreamento de energia renovável em megawatts/hora, nos padrões internacionais, permite ao consumidor uma escolha consciente. Já a GAS-REC rastreia gás natural, ou biogás e biometano que são provenientes de usinas de produção renovável. Há ainda a Certificação de Melhores Práticas de Gestão de Energia Renovável como um reconhecimento as boas práticas de consumidores na compra ou geração de energia renovável.

O Programa de Certificação de Energia Renovável (REC Brazil), emitido pelas entidades já citadas, tem por objetivo fomentar o mercado de energia limpa com alto desempenho no aspecto de sustentabilidade em consonância com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. O Selo de Energia Renovável abrange todos os tamanhos de consumidores e pode ser utilizado por empresas, entidades e órgãos que pretendem demonstrar que são usuários de energia renovável e sustentável.

Usinas de energia são protagonistas na compensação de créditos

Em um exercício de intercooperação, a cooperativa de geração distribuída e compartilhada Cogecom e a cooperativa permissionária de distribuição de energia Coprel finalizaram o projeto da central de geração hidrelétrica em parceria com a concessionária Rio Grande Energia (RGE), que distribui eletricidade para municípios do Rio Grande do Sul.  A modelagem está dentro das novas regras da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), presente na Resolução Normativa 1.059/23, que passa a valer para todos os ativos de geração distribuída a partir de 1º de julho. Segundo a norma, o excedente de energia gerada nas unidades consumidoras presentes na área de permissão das cooperativas de distribuição poderá ser alocado em unidades consumidoras atendidas pelas concessionárias de energia com as quais tiver acordo celebrado. Para o coordenador de Meio Ambiente e Energia do Sistema OCB, Marco Morato, o projeto é pioneiro dentro do movimento cooperativista. “Este é o primeiro projeto com esta modelagem. A Congecom gera energia e injeta na Coprel, que transfere os créditos de energia para as unidades consumidoras que estão na área de concessão da RGE. É inovador e servirá como modelo para possíveis futuros ajustes nos normativos e regulações no setor elétrico, e servirá de exemplo para novos projetos e novos arranjos. Isso demonstra o potencial de crescimento do cooperativismo em diferentes modelos de negócios”, comemorou Morato. De acordo com o presidente da Congecom, Roberto Corrêa, com o projeto piloto o órgão regulador poderá entender o funcionamento do processo na prática e observar que as transferências ocorrem sem grandes problemas.  “Financeiramente existe muita dificuldade em alocar energia nessas pequenas concessões e regiões de atendimento destinado principalmente a agricultores. Então propusemos à Aneel a inclusão de uma cláusula que permitiria a viabilidade desses empreendimentos”, pontuou.

Inventário de Gases de Efeito Estufa contribui para reduzir emissões

A cooperativa Aurora, em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em Santa Catarina, elaborou o Inventário de Gases de Efeito Estufa (GEE) após realização de projeto-piloto em 34 propriedades rurais vinculadas à coop. O estudo, apoiado pelo Sistema OCB, identificou fontes e sumidouros e quantificou as emissões e remoções destes gases. Segundo o coordenador de Meio Ambiente e Energia do Sistema OCB, Marco Morato, o documento é mais uma contribuição para mensurar o quão sustentável é o cooperativismo do Ramo Agro. “Esse projeto é importantíssimo e nos dá a dimensão do desafio que temos pela frente para mostrar o quanto o coop emite e sequestra estes gases, além de estar alinhado com o desafio nacional Neutralidade de Carbono, lançado pelo Sistema OCB. Estamos muito felizes com os resultados, que serão utilizados, inclusive, como forma de conhecimento e reconhecimento de que estamos a um passo para alcançarmos a neutralidade de carbono em todas as nossas atividades”. Com o documento, as práticas das cooperativas Cooper A1, Cooperalfa, Auriverde, Caslo, Coolacer, Coopercampos, Coopervil, Copérdia e Cooperitaipu tornaram-se referências na proposição de metodologias e técnicas para mitigar e reduzir as emissões geradas pelas atividades agropecuárias. O estudo contou com a participação de produtores de proteína animal (suinocultura, bovinocultura de leite, avicultura de corte) e de agricultores. O inventário reuniu para treinamento 32 técnicos cooperativistas, por meio do Sescoop/SC, para criar senso crítico sobre o contexto do carbono e sua influência nas mudanças climáticas. Entre os objetivos, permitir que que os produtores entendessem a dinâmica do gás e possam atuar para melhorar suas práticas e ganhar mercado dentro e fora do país. O estudo é baseado em regulamentações internacionais de sustentabilidade. O vice-presidente de agronegócios da Aurora, Marcos Antonio Zordan, afirmou que o inventário é o início de um amplo trabalho desenvolvido pela coop. “Nossa região é uma grande produtora de suínos, frango e leite. Por isso, precisamos acompanhar a evolução do mercado também na sustentabilidade. Temos várias iniciativas nesse sentido e, nesse inventário, a participação dos produtores e dos técnicos foi fundamental. O estudo nessas propriedades foi um recorte, mas já pode nos dar um caminho para saber onde é possível mudar e, em casos de necessidade de melhorias, pensar em alternativas”.

Cooperativas podem receber incentivos com retomada do Fundo Amazônia

As cooperativas brasileiras da região amazônica, já reconhecidas pelo mercado internacional por suas boas práticas de sustentabilidade, podem receber novos incentivos com a retomada do Fundo Amazônia. Nesta quarta-feira (15), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) realizou reunião para reinstalar o Comitê Orientador do Fundo Amazônia (Cofa), que estava suspenso desde 2018.

Segundo anunciado, em coletiva de imprensa, o Brasil receberá novos aportes dos Estados Unidos, França, Espanha e outros países europeus. O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, disse que o fundo já conta R$ 5,4 bilhões e há 14 projetos qualificados desde 2018, que serão priorizados. O montante será distribuído em operações de comando e controle (R$ 853 milhões); de ordenamento territorial (R$ 253 milhões); e projetos de ciência e tecnologia (R$ 244 milhões).

Mercadante destacou a importância do agro na busca por alternativas para a produção sustentável na Amazônia, a partir da utilização de tecnologias de produção de alimentos com baixa emissão de gás carbono e em conformidade com Programa ABC (Agricultura de Baixo Carbono), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). De acordo com ele, o Cadastro Ambiental Rural (CAR), que regulariza as propriedades rurais do país, é fundamental no combate às práticas criminosas.

“Quando a gente analisa, onde tem CAR não tem desmatamento ou é muito residual. As práticas de grilagem e desmatamento são operadas na ilegalidade. O grande objetivo estratégico do fundo é impulsionar a nova indústria, a agricultura de baixo carbono e a recuperação de pastos degradados. São projetos estruturantes e adequados ao modelo de desenvolvimento sustentável. Temos esse imenso desafio de descobrir novos produtos, valorizar a biodiversidade, desenvolver a bioeconomia e a ciência é fundamental para isso”, considerou.

As declarações do presidente sinalizam, segundo o coordenador de Meio Ambiente e Energia do Sistema OCB, Marco Morato, mais oportunidades para o cooperativismo na região. “Elas simbolizam apoio ao cooperativismo, uma vez que temos os recursos necessários para contribuir com as políticas propostas. Cooperativas como a Camta, por exemplo, são referência internacional, por promover o extrativismo de forma sustentável, sem degradar ou provocar queimadas. Todas as nossas cooperativas têm o CAR e geram desenvolvimento socioeconômico com sustentabilidade”, declarou. Para Morato, outro fator muito positivo divulgado na reunião é a retomada do interesse de novos países em contribuir com o fundo.

A reunião contou com a participação da ministra do Meio Ambiente e presidente do Cofa, Marina Silva; da ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara; do ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira; da diretora de Gestão Pública e Socioambiental, Tereza Campello; do secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Márcio Rosa; do secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli; do embaixador da Noruega, e de representantes da Embaixada da Alemanha, do Banco de Desenvolvimento alemão, além dos demais ministérios membros do Cofa, dos governos dos estados que compõem a Amazônia Legal e da sociedade civil.

Fundo Amazônia pode beneficiar cooperativas

Cooperativas como a Camta, referência em sustentabilidade com reconhecimento internacional, podem ser beneficiadas com incentivos do Fundo Amazônia. Nesta quarta-feira (15), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) realizou reunião para reinstalar o Comitê Orientador do Fundo Amazônia (Cofa), suspenso desde 2018. Na coletiva de imprensa, o presidente o banco, Aloizio Mercadante, anunciou que o fundo já conta com aporte de R$ 5,4 bilhões e que outros países, além de Alemanha e Noruega, desejam contribuir para o desenvolvimento sustentável na Região Amazônica.

Mercadante destacou a importância do agro na busca por alternativas para a produção sustentável, a partir da utilização de tecnologias de produção de alimentos com baixa emissão de gás carbono e em conformidade com Programa ABC (Agricultura de Baixo Carbono), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). De acordo com ele, o Cadastro Ambiental Rural (CAR), que regulariza as propriedades rurais do país, é fundamental no combate às práticas criminosas. 

“As falas do presidente do BNDES simbolizam apoio ao cooperativismo, uma vez que temos os recursos necessários para contribuir com as políticas propostas”, afirma o coordenador de Meio Ambiente e Energia do Sistema OCB, Marco Morato.

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