Cooperativismo mineral ganha protagonismo em seminário nacional
Inovação, sustentabilidade e governança foram temas de debate em Macapá, no Amapá
Entre os dias 8 e 11 de dezembro, o Instituto Federal do Amapá (IFAP), em Macapá (AP), sediou o XXI Seminário Nacional de Arranjos Produtivos Locais de Base Mineral e o XVIII Encontro do Comitê Temático RedeAPLmineral. Os eventos contaram com a participação do Sistema OCB e reuniram representantes do poder público, universidades, centros de pesquisa, governanças locais, gestores e técnicos de APLs, além de entidades públicas e privadas ligadas ao setor mineral.
Coordenado pela Secretaria de Empreendedorismo e Inovação (Semi) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), com apoio do Grupo de Trabalho Permanente de APLs (GTP APL), o seminário teve como foco o fortalecimento dos Arranjos Produtivos Locais de base mineral, a troca de experiências entre os territórios e o aprimoramento de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento socioeconômico do setor.
Cooperativismo na agenda da inovação e da sustentabilidade ![Cooperativismo mineral ganha protagonismo em seminário nacional]()
O Sistema OCB participou, no dia 9 de dezembro, do painel Fomento à inovação, sustentabilidade e inclusão social para o desenvolvimento dos APL de Base Mineral na Agenda 2030. O debate reuniu representantes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do MCTI, do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) e da Universidade Federal do Ceará (UFC).
A analista de Relações Institucionais do Sistema OCB, Letícia Monteiro, destacou como a entidade tem atuado para ampliar o acesso das cooperativas minerais às fontes de fomento à inovação, além de reforçar a importância da interlocução com o poder público para a construção de instrumentos específicos voltados ao fortalecimento dessas organizações. Ela também ressaltou que políticas públicas bem estruturadas são fundamentais para garantir segurança jurídica, sustentabilidade e inclusão social no setor mineral cooperativista.
No mesmo dia, Letícia foi moderadora do painel Gestão, Governança e Cultura Cooperativista na Mineração: Caminhos para o Fortalecimento dos APLs de Base Mineral e do Desenvolvimento Sustentável. A mesa contou com a participação do professor Alan Ferreira de Freitas, cooperativista e consultor com atuação em projetos socioambientais; de Chico Nogueira,
presidente do Sindicato da Indústria da Mineração, Petróleo e Gás do Amapá (Sindminas/AP) e fundador da federação das cooperativas de mineração e garimpeiras do estado; e de Clemente Alves de Souza, presidente da Cooperativa dos Trabalhadores de Minério e Agricultura de Equador e do Seridó (RN).
O painel abordou os principais desafios enfrentados pelas cooperativas minerais, os avanços conquistados por meio de parcerias com a mineração industrial e a importância do diálogo com governos locais. Na moderação, Letícia enfatizou o cooperativismo como instrumento estratégico para a formalização da atividade garimpeira, com impactos positivos diretos na gestão, na sustentabilidade ambiental e no desenvolvimento regional.
Experiência prática e visita técnica
A programação do evento também incluiu uma visita técnica à Cooperativa Garimpeiros do Vale Vila Nova (Coopgavin), que atua na extração de ouro na região. A atividade permitiu aos participantes conhecer, na prática, a realidade de uma cooperativa mineral, suas formas de organização, desafios operacionais e estratégias para atuar de maneira mais estruturada e responsável.
Lançamento de livro em parceria com a UFV
No dia 10 de dezembro, o seminário foi marcado pelo lançamento do livro Cooperativismo no Garimpo de Ouro no Brasil, fruto de uma parceria entre o Sistema OCB e a Universidade Federal de Viçosa (UFV). A obra analisa de forma crítica e aprofundada o cooperativismo no contexto do garimpo de ouro, além de reconhecer historicamente e constitucionalmente as cooperativas como instrumentos de organização econômica, inclusão social e desenvolvimento comunitário.
Com artigos inéditos e textos de referência, o livro apresenta diferentes perspectivas — jurídica, institucional, territorial, econômica e socioambiental — sobre os limites, contradições e potencialidades do cooperativismo mineral.
