Prêmio Café Brasil destaca sustentabilidade e força das cooperativas
Evento reconheceu comunicadores por contribuírem com a valorização da cafeicultura brasileira
A Casa do Cooperativismo brasileiro abriu as portas nesta quarta-feira (4), em Brasília, para a cerimônia do Prêmio Café
Brasil de Jornalismo, iniciativa do Conselho Nacional do Café (CNC) que reconhece trabalhos sobre a qualidade e a sustentabilidade da produção da bebida no país. Voltada a jornalistas, comunicadores e influenciadores digitais, a premiação contemplou as categorias Internet e Influenciadores, Rádio, TV e Mídia Impressa (jornal e revista).
O tema central desta edição reforçou a importância da cafeicultura sustentável em seus pilares social, ambiental e econômico, além do papel decisivo das cooperativas em toda a cadeia produtiva, do cultivo à comercialização. Ao dar boas-vindas aos participantes, o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, lembrou que “50% do café produzido no Brasil tem origem no modelo cooperativista.
Segundo ele, os dados evidenciam a força e a evolução do setor. “A ideia do prêmio é reconhecer quem comunica com qualidade a realidade do nosso agro e do cooperativismo. Vivemos um cenário de transformação constante nos modelos de comunicação, e valorizar quem traduz esse universo para a sociedade é essencial”, afirmou.
O presidente do CNC, Silas Brasileiro, destacou o papel das cooperativas de crédito no atendimento ao produtor. “O
cooperado recebe tratamento diferenciado, sente segurança para negociar e encontra condições mais vantajosas. Isso tem impacto direto na renda e na competitividade da cafeicultura”, disse.
A chefe da Divisão de Política Agrícola do Ministério das Relações Exteriores, Grace Tanno, lembrou a importância da interlocução entre setor produtivo e a diplomacia. “Defender o Brasil no exterior exige conhecimento profundo da realidade do campo. O país é muito questionado em temas como sustentabilidade e questões trabalhistas e, por isso, o diálogo com o setor privado é indispensável”, defendeu.
Já o deputado federal Evair de Melo (ES), membro da diretoria da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop) e referência na defesa do setor, falou sobre a relação entre prosperidade no campo e comunicação qualificada. Ele ressaltou o papel da imprensa na aproximação entre produtores, consumidores e formuladores de políticas públicas. “Não há jornalista que não seja movido a muito café”, disse, em tom descontraído. “E é esse diálogo que sustenta a liberdade econômica, a valorização do trabalho e a prosperidade das famílias.”
Também presente à cerimônia, o ex-senador, ex-ministro e ex-governador de Minas Gerais, Arlindo Porto, lembrou conquistas estruturantes para o setor, como o reconhecimento internacional da área livre de febre aftosa sem vacinação e a criação do Pronaf, políticas que moldaram o desenvolvimento rural nas últimas décadas. Em seu relato, destacou ainda sua ligação histórica com a cafeicultura e a importância de programas municipais e regionais de incentivo ao plantio.
O presidente do Sicoob, Miguel Oliveira, por sua vez, representou o cooperativismo de crédito e apresentou dados que reforçam a relevância da instituição no apoio ao setor. Hoje, o sistema conta com 9,3 milhões de cooperados, 323 cooperativas singulares e mais de 4,6 mil agências em todo o país. Segundo ele, o Sicoob é a única instituição financeira presente em 415 municípios brasileiros. “Isso é inclusão financeira”, afirmou. Somente na safra 2024/2025, R$ 55 bilhões foram disponibilizados aos cooperados, sendo o café responsável por 15% desse volume.
Homenagens especiais
A cerimônia também reconheceu lideranças que têm contribuído para o desenvolvimento da cafeicultura e para o fortalecimento do cooperativismo:
-
Márcio Lopes de Freitas, presidente do Sistema OCB, recebeu o Prêmio de Reconhecimento e Gratidão pelo apoio histórico ao setor e pela contribuição para o avanço do cooperativismo agropecuário;
-
Arlindo Porto, ex-senador e ex-ministro, foi agraciado com o Mérito Especial do Café, em reconhecimento à sua atuação política e contribuição histórica à cafeicultura e ao cooperativismo;
-
Miguel Oliveira, presidente do Sicoob, recebeu o Mérito Especial do Café por sua liderança no crédito rural cooperativo e pelo papel do sistema na promoção do desenvolvimento sustentável;
-
Grace Tanno, chefe da Divisão de Política Agrícola do MRE, foi homenageada pelo trabalho diplomático na defesa da imagem do agro brasileiro e pelo estreitamento do diálogo entre o Itamaraty e o setor produtivo.
Premiações por categoria
Internet:
1º lugar – Nova Identidade dos Cafés do Brasil une tradição e inovação, Mônica Rossi (Agro Estadão).
2º lugar – Mapa dos Saberes: O Café que Conta Histórias, Sabrina Nascimento (Agro Estadão).
3º lugar – 200 anos, café busca superar danos ambientais, Ricardo Westin (Agência Senado).
Mídia Impressa:
1º lugar – Regenerar é semear o amanhã, Júlio Uber (Revista Negócio Rural).
2º lugar – O grão que une o país, Bruno Faustino (Revista Negócio Rural).
3º lugar – Como a união entre pesquisa e tradição moldou a cultura do café no Brasil, Isadora Camargo (Globo Rural).
Rádio:
1º lugar – Série Café: Grão de Ouro do Brasil, Fabiano Silveira Frade (Rádio Itatiaia).
2º lugar – Protagonismo feminino na cafeicultura dos Robustas Amazônicos, Andreia Nove (Agência de Notícias do Acre).
3º lugar – Terra do Café – episódio 81, Poliana Dias (Difusora FM).
TV:
1º lugar – Reportagem sobre a pureza do café brasileiro, Virgínia Alves (Globo EPTV).
2º lugar – Série especial do Jornal da Record, reportagem de Giovana Rizzardo, produção de Thaís de Carvalho Travassos.
3º lugar – Negócios com Cerrado em Pé, Flávia Peixoto (Caminhos da Reportagem).