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Cooperativas promovem trabalho decente e desenvolvimento sustentável pelo Brasil

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Em uma das paisagens mais emblemáticas do Nordeste, uma cooperativa tem navegado as águas do Rio São Francisco para apresentar as belezas naturais da região de forma sustentável a visitantes do Brasil e do mundo. Com foco em turismo regional e educação ambiental, a Cooperativa de Trabalho de Turismo de Água Branca (EntreSerras) reúne profissionais de Alagoas, Bahia e Sergipe e tem demonstrado, na prática, como o cooperativismo impacta comunidades com geração de trabalho decente e desenvolvimento local. 

Criada há três anos, a cooperativa já se tornou referência no sertão alagoano. Os 20 cooperados oferecem serviços como trilhas, passeios guiados, vivências culturais, gastronomia sertaneja e atividades de educação ambiental para turistas que buscam contato com a natureza e a cultura local de forma sustentável. 

“Criamos oportunidades de trabalho para cooperados que valorizam os saberes locais, geram renda e estimulam o desenvolvimento econômico sem degradar o meio ambiente. Valorizamos práticas justas, inclusão social e protagonismo comunitário, promovendo a diversificação da economia na região onde atuamos, fortalecendo o turismo nos seus mais diversos eixos”, destaca o presidente e fundador da EntreSerras, Edício José Santos.

A coop tem garantido renda digna para guias e condutores locais, artesãos e profissionais das áreas de hotelaria e transporte. Um diferencial do ecoturismo praticado pela EntreSerras é a inclusão de comunidades tradicionais em seus roteiros, como quilombos e aldeias indígenas. “Ao apresentar suas histórias, culturas, saberes e modos de vida aos visitantes, essas comunidades também produzem renda, fortalecem sua identidade e ampliam as oportunidades econômicas locais”, explica  Santos. 

Além de contribuir para o turismo na região, as ações e projetos desenvolvidos pela EntreSerras no sertão alagoano estão alinhadas à conservação do bioma Caatinga. Durante os passeios, os guias cooperativos orientam os visitantes sobre práticas de mínimo impacto ambiental e promovem ações de educação ambiental em parceria com escolas da região, que incluem atividades como mutirões de limpeza em trilhas e áreas naturais.

A EntreSerras também utiliza materiais biodegradáveis e reutilizáveis em suas atividades, incentiva a compra e o uso de produtos da agricultura familiar local e valoriza a cultura sertaneja, quilombola e indígena em apresentações culturais, gastronomia típica e vivências comunitárias.

A atuação da coop alagoana é um dos diversos exemplos de alinhamento do cooperativismo brasileiro ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 8, da Organização das Nações Unidas (ONU) – Trabalho decente e crescimento econômico. A meta global visa promover o crescimento econômico inclusivo e sustentável, o emprego pleno e produtivo e o trabalho digno para todos até 2030. 

“Para nós, cooperativistas, o trabalho decente significa oferecer condições justas, dignas e seguras para todos os que fazem parte da cooperativa, fortalecendo não só a geração de renda, mas também o desenvolvimento pessoal e coletivo”, destaca o presidente da Entresserras. 

Mais trabalho para jovens e mulheres 

No Sul do país, a Cooperativa Agroindustrial C.Vale – uma das maiores geradoras de empregos do Paraná – tem investido na qualificação e inclusão produtiva de jovens e mulheres para ampliar seu impacto para o desenvolvimento econômico e social da região. 

Com mais de 60 anos no mercado, a coop reúne 29 mil produtores agropecuários do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, além do Paraguai. Com atuação em diversas frentes – da produção de sementes à rede de supermercados – a C.Vale tem foco na agroindustrialização de insumos como soja, milho, trigo, mandioca, peixes, frango e suínos. Em 2024, esse trabalho gerou R$21,98 bilhões em resultados para a cooperativa, com impacto direto na economia local. 

“A agroindustrialização que a C.Vale colocou em prática, a partir de 1997, resultou em aumento da renda e, como consequência, vem contribuindo para manter famílias no campo. A geração de tributos incrementa a arrecadação dos municípios e a circulação de renda suaviza as dificuldades que surgem quando ocorrem quebras de safra”, detalha o gerente do Departamento Jurídico da C.Vale, Joberson de Lima. 

Com 15 mil funcionários, a cooperativa paranaense mantém uma universidade corporativa para capacitar seus profissionais e tem programas específicos para a qualificação de jovens e mulheres, com cursos, treinamentos, seminários e ações inclusivas. 

“No caso das mulheres, já temos um trabalho consolidado de estímulo à participação feminina em todas as atividades da cooperativa, não apenas na área operacional. Queremos que elas sejam parte ativa também na gestão e liderança dos negócios”, destaca Lima.

Para o público jovem, um dos focos da C.Vale é a formação para a sucessão familiar, questão diretamente ligada à continuidade dos negócios no campo. “Procuramos mostrar a importância do diálogo aberto entre pais e filhos. As famílias devem envolver os filhos nas atividades desde cedo, fazer com que eles se sintam corresponsáveis pelos destinos da propriedade”, destaca o gerente.

Tradição e desenvolvimento 

Apoiar pequenos produtores e fortalecer negócios em comunidades afastadas dos grandes centros também são estratégias das cooperativas para impulsionar o desenvolvimento sustentável onde atuam. Esse foi o caminho escolhido pelo Sicoob Credivale, uma cooperativa de crédito de Minas Gerais, para fortalecer a economia do Vale do Jequitinhonha, no nordeste do estado. 

A coop teve um papel fundamental no projeto de desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Queijo Cabacinha, que beneficia diretamente 34 famílias e tem fortalecido um dos produtos mais tradicionais da região. 

Em parceria com o Sistema Ocemg, o Sicoob Credivale ajudou os produtores do queijo a se organizarem em uma associação, o que possibilitou a realização de compras coletivas de insumos, redução de custos e o acesso a novos mercados com a participação em feiras de negócios. 

De acordo com o coordenador de Cidadania e Sustentabilidade da cooperativa, Guilherme Oliveira, antes do projeto, os produtores do queijo cabacinha trabalhavam isoladamente. A maioria não possuía embalagem nem rótulo e muitos desconheciam conceitos como marca coletiva e Indicação Geográfica (IG), que aumentam o valor agregado dos queijos. 

“Hoje existe conectividade entre os produtores, a maioria já utiliza as redes sociais para divulgar o queijo. O turismo começou a se desenvolver na região, com o produtor recebendo turistas e oferecendo refeições”, afirmou o gerente. Pelo impacto social e econômico no Vale do  Jequitinhonha, o projeto do Sicoob Credivale foi reconhecido com o troféu Bronze na categoria Coop Cidadã do Prêmio Somos Coop Melhores do Ano 2024.

Com 30 mil cooperados, a cooperativa de crédito mineira também desenvolve outras iniciativas de desenvolvimento local com impactos que vão muito além do acesso ao crédito, como educação financeira e empreendedora, qualificação profissional, valorização do comércio local e ações sociais. 

“O Sicoob Credivale procura protagonizar e participar de programas e projetos que buscam capacitar e profissionalizar pessoas, buscando sempre entender a vocação de cada região, contribuindo com a formação de mão-de-obra local e com a promoção de empreendedorismo regional. Além disso, é ator relevante em feiras, workshops, leilões e eventos de negócio em todos os seus municípios de atuação”, resume Oliveira. 

Números 

As cooperativas brasileiras geram 550.611 empregos diretos, número que vem crescendo continuamente ano após ano, segundo dados do Anuário do Cooperativismo 2024.

Em 2023, as coops brasileiras pagaram R$ 31 bilhões em salários e encargos a seus profissionais, um aumento de 27% em relação ao ano anterior.

Além das oportunidades de trabalho diretas, a atuação das cooperativas favorece o incremento na arrecadação de impostos, a geração de outros empregos, a educação e a transformação social das comunidades.

 

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