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“Nunca fomos tão reconhecidos pela sociedade”, afirma Márcio Lopes de Freitas em balanço sobre o Ano Internacional das Cooperativas

O reconhecimento da Organização das Nações Unidas (ONU) ao cooperativismo em 2025 deixará um legado permanente para o movimento, com ganhos de visibilidade, ampliação de negócios e fortalecimento da representação institucional. A avaliação é do presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, que celebra o encerramento do período com o olhar para o futuro, trabalhando para consolidar conquistas e seguir mostrando ao mundo que as cooperativas são parte da solução para desafios econômicos, sociais e ambientais. 

foto presidente a51e4“A imagem do cooperativismo está mais moderna, mais próxima e mais confiável. O Ano Internacional das Cooperativas 2025 ampliou ainda mais essa exposição, conectando o Brasil a debates globais”, afirmou Lopes de Freitas em entrevista. 

Entre as conquistas para o coop brasileiro durante o Ano Internacional, ele cita a aprovação, pela Câmara dos Deputados, do Projeto de Lei (PL) 357/2025, que reconhece o cooperativismo como manifestação da cultura nacional, a participação histórica das cooperativas na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), a ampliação do mercado de seguros para as cooperativas, entre outros avanços regulatórios e institucionais. 

Para 2026, além de um novo modelo de governança estratégica – com Conselho de Administração e Diretoria Executiva – o Sistema OCB começa o ano com a missão de aprofundar a agenda propositiva sobre o coop, garantindo a defesa de interesses do movimento em planos de governo, nas plataformas legislativas e nas agendas estaduais e municipais.

Confira a entrevista completa: 

Sistema OCB: Houve um aumento da visibilidade das cooperativas na imprensa, nas redes sociais e na sociedade em 2025. De que forma esse movimento foi construído ao longo do ano e quais os resultados desse conjunto de ações?

Márcio Lopes de Freitas: O crescimento da visibilidade é resultado de uma estratégia consistente: campanhas do movimento SomosCoop, maior presença nas redes sociais, aproximação com jornalistas, dados robustos apresentados no AnuárioCoop e o protagonismo das cooperativas em agendas sensíveis – como clima, crédito, segurança alimentar e desenvolvimento regional. As pesquisas mostram isso: nunca fomos tão reconhecidos pela sociedade. A imagem do cooperativismo está mais moderna, mais próxima e mais confiável. O Ano Internacional das Cooperativas 2025 ampliou ainda mais essa exposição, conectando o Brasil a debates globais e mostrando que o cooperativismo é solução real para desafios contemporâneos.

Qual o balanço da agenda do cooperativismo nos espaços públicos em 2025?

O cooperativismo brasileiro tem realmente trabalhado de forma cada vez mais intensa e efetiva sua representação institucional. No Ano Internacional das Cooperativas, atuamos de forma concentrada no Congresso, nas assembleias e nas câmaras municipais, com posicionamentos claros, propostas estruturadas e diálogo técnico permanente. O balanço é muito positivo: conquistamos avanços regulatórios importantes, ampliamos o reconhecimento do cooperativismo como ator estratégico para o desenvolvimento e aprofundamos o diálogo com o Executivo em temas como clima, energia, crédito e inclusão produtiva. O que faz diferença nesse processo é nossa abordagem propositiva. Em vez de reagir a agendas, levamos soluções prontas – com dados, impacto e articulação nos territórios. Isso mostra ao poder público que cooperativismo não é demanda: é oferta de políticas públicas eficazes.

Como a participação das cooperativas na COP30 contribuiu para essa agenda de reconhecimento?

A presença inédita e estruturada do cooperativismo brasileiro na COP30 é uma das maiores conquistas do Ano Internacional das Cooperativas. Levamos ao mundo um pavilhão próprio, painéis, oficinas, produtos da bioeconomia e experiências concretas em agricultura de baixo carbono, crédito verde, reciclagem e energias renováveis. Mostramos que o cooperativismo brasileiro não discursa – entrega. E isso foi determinante para posicionar nossas cooperativas como atores relevantes na implementação das políticas climáticas, na transição energética justa e na construção de economias mais resilientes. A COP30 abriu portas para novos acordos, parcerias e investimentos. E, principalmente, ampliou a autoestima das cooperativas brasileiras como soluções de impacto global.

Como a aprovação do  Projeto de Lei (PL) 357/2025, que reconhece o cooperativismo como manifestação da cultura nacional, abre novas possibilidades para o movimento? 

O reconhecimento do cooperativismo como manifestação cultural brasileira muda profundamente a forma como o país enxerga o nosso movimento. Estamos deixando de ser vistos apenas como um modelo econômico para sermos reconhecidos como parte da identidade nacional – uma forma brasileira de organizar trabalho, produção, solidariedade e vida comunitária. A mobilização da Frencoop [Frente Parlamentar do Cooperativismo no Congresso Nacional] no Ano Internacional das Cooperativas abre portas inéditas: preservação de práticas tradicionais, fortalecimento das cooperativas ligadas a territórios e culturas locais, valorização de saberes comunitários e inclusão do cooperativismo em políticas de turismo cultural, educação patrimonial e desenvolvimento regional. Em um país onde estamos presentes em milhares de municípios, esse marco reforça a mensagem de que cooperativismo não é apenas atividade econômica – é cultura viva, que atravessa gerações e molda territórios.

Quais os impactos de iniciativas internacionais como o Contrato por uma Nova Economia Global, a plataforma CM50 e a Estratégia Global da ACI 2026 - 2030 para o coop brasileiro?

Essas iniciativas inauguram uma nova etapa do cooperativismo no mundo. O Contrato Global, a plataforma CM50 e a Estratégia da ACI apontam para prioridades claras: resiliência comunitária, inclusão financeira, digitalização democrática, novas lideranças, segurança alimentar e climática. O Brasil está bem posicionado para essa agenda. Somos um dos maiores sistemas cooperativos do mundo, com impacto direto em setores essenciais como agro, crédito, saúde, energia, reciclagem e infraestrutura. Temos capilaridade, diversidade e resultados econômicos robustos. Mas também estamos desafiados. O novo marco global exige mais ambição. Precisamos intensificar a transição energética justa, ampliar o acesso ao financiamento verde, atuar em territórios vulneráveis e colocar jovens e mulheres no centro das decisões. Nosso compromisso é alinhar o planejamento do Sistema OCB à estratégia da ACI 2026-2030 e fazer do Brasil um dos protagonistas desse novo ciclo global do cooperativismo.

Para finalizar, quais as perspectivas do cooperativismo para 2026, ano eleitoral no Brasil?

De uma forma geral, para 2026, vejo três prioridades: consolidar o aumento da nossa visibilidade conquistada no Ano Internacional das Cooperativas, transformando-a em engajamento; aprofundar a narrativa de que as cooperativas são respostas práticas às crises ambiental, social e econômica; fortalecer agendas de juventude, inclusão de mulheres, inovação e bioeconomia, mostrando que o cooperativismo é tradição e futuro ao mesmo tempo. Ao mesmo tempo, será mais um ano de trabalho intenso e, acreditamos, conquistas efetivas. Vamos trabalhar para que o cooperativismo esteja presente nos planos de governo, nas plataformas legislativas e nas agendas estaduais e municipais. A prioridade será clara: transformar o legado do AIC 2025 e da COP30 em políticas públicas permanentes. 

Entre os temas estratégicos estão: fortalecimento do crédito cooperativo e dos seguros; expansão das cooperativas de saúde, infraestrutura e reciclagem; bioeconomia e clima; inclusão produtiva; inovação, digitalização e formação de lideranças jovens e femininas. E, claro, também iremos acompanhar as eleições com responsabilidade institucional para garantir que o Brasil avance no reconhecimento das cooperativas como solução para emprego, renda, sustentabilidade e desenvolvimento regional.

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