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O mercado de transportes é muito veloz e competitivo, mas ele beneficia quem está preparado para oferecer os melhores serviços”A avaliação acima é de Tiago Barros, analista econômico da OCB para o Ramo Transporte. Segundo ele, as cooperativas do ramo precisam compreender que existe uma solução para enfrentar esse cenário de profunda mudança e disrupção. “Em vez de lutar contra a entrada de novos atores no mercado, é preciso entender o que está mudando, pensar e se reposicionar. Quem estiver preparado e for competente, obterá resultados. E eles serão grandes.” De fato, de acordo com o Anuário do Cooperativismo, em 2018, as cooperativas de transportes movimentaram R$ 4 bilhões, garantindo o emprego e a renda de 98,8 mil cooperados. Ainda não estão disponíveis dados que permitam uma comparação com a receita de anos anteriores, mas Barros — que acompanha diariamente o mercado desde 2013 — avalia que “a tendência é de aumento em relação ao faturamento” em todos os segmentos. OTIMISMO [caption id="attachment_75724" align="alignnone" width="3500"]

Ao darem descontos e praticarem preços mais acessíveis, em termos absolutos, os taxistas conseguem ter até mais corridas do que antigamente”.Há espaço para todos nesse mercado mais amplo, desde que cada um saiba aproveitar suas vantagens competitivas, resume Resende. “Como sobreviver? Como se manter nesse mercado? Cada um, a seu modo, vai ter de ser mais eficiente”, assevera o economista-chefe do Cade. VANTAGENS E DESAFIOS [caption id="attachment_75732" align="alignnone" width="5757"]

Se o preço da corrida está baixo para todo mundo, quem for mais eficiente conseguirá os melhores resultados. E as cooperativas, nesse sentido, costumam ser mais eficientes”.Ouvido o conselho dos especialistas, cabe às cooperativas aproveitar essas vantagens para garantir maior participação de mercado no Ramo Transporte. “Nós precisamos criar estratégias para concorrer e simultaneamente investir cada vez mais em uma gestão eficiente. Afinal, muitas cooperativas correm risco de descontinuidade”, completa Matos. 5 PRIORIDADES ESTRATÉGICAS DO RAMO

Esta matéria foi escrita por Felipe Teixeira e está publicada na Edição 29 da revista Saber Cooperar. Baixe aqui a íntegra da publicação
“Nós, mulheres, somos competentes, agregamos valor às equipes das quais fazemos parte e temos de dar as mãos umas as outras para crescer cada vez mais”, acredita a executiva.Durante o período de empresária, Solange participou ativamente da Associação Comercial e Industrial de Toledo, no Paraná, da qual assumiu a presidência em 2005. Foi lá que viu crescer o embrião do que é hoje o Sicoob Meridional — cooperativa fundada por 26 empresários da associação, em resposta à elevada taxa de juros e a falta de presença dos bancos na comunidade. Já em 2006, Solange foi convidada a assumir a diretoria administrativo financeira da cooperativa. Ela acredita que a experiência bancária anterior tenha sido uma credencial para que ela fosse convidada a assumir a diretoria. “Foi fantástico porque pude entrar no processo, principalmente, no processo decisório, como diretora.” Três anos depois, ela assumiu a vice-presidência do Sicoob Meridional e, desde 2015, é a presidente da instituição — um caminho natural dado o desempenho e o trabalho executado por ela nos anos anteriores. RESULTADOS Os resultados do Sicoob Meridional não deixam dúvidas da excelência do trabalho de uma mulher no comando. “Temos excelentes índices financeiros. A cada 3 anos, a gente dobra de tamanho. Temos os menores índices de inadimplência, uma das menores taxas de juros, até mesmo do sistema cooperativista. E tudo isso porque temos foco justamente naquilo que o cooperativismo prevê: justiça econômica, social e financeira.” Uma das bandeiras da presidente da cooperativa é levar nosso modelo de negócios a quem mais precisa. Por isso, ela segue investindo na abertura de pontos de atendimento ao cliente. “Aumentamos nossa área de atuação e passamos a abrir agências fora da cidade”, conta ela, que fez questão de participar de todas as inaugurações. Hoje, o Sicoob Meridional conta com 21 pontos de atendimento e mais de 41,3 mil cooperados. Solange sabe que o sucesso não é conquistado sozinho e destaca como importantes atores nesse processo a equipe engajada e comprometida e uma diretoria que trabalha em sinergia com os conselhos administrativo e fiscal. Tudo é feito com o intuito de humanizar as relações financeiras.
“Quanto mais você vive o cooperativismo mais você se apaixona porque é um modelo muito justo, um modelo que une social com econômico. E quando tem paixão, o trabalho é feito de forma mais eficiente e com mais brilho.”Solange sonha em ver mais mulheres em posição de liderança dentro e fora do cooperativismo. “Confiando em nós mesmos e dando as mãos umas as outras vamos ir muito longe”, finaliza.
Esta matéria foi escrita por Lílian Beraldo e está publicada na Edição 29 da revista Saber Cooperar. Baixe aqui a íntegra da publicação

“Conheci o cooperativismo há mais de 10 anos e, desde então, esse modelo de negócios tem me ajudado a acreditar que sonhar é possível. Sempre costurei, sou mãe, e precisava de um trabalho no qual eu pudesse ter tempo para dar atenção para minha família. Na cooperativa isso é possível. Somos com uma família que entende a necessidade do outro. Pensamos coletivamente e trabalhamos com parceria”.A Cooperávore comercializa sua produção pela internet desde 2017 e, a cada dia que passa, ajuda a transformar para melhor a vida de suas cooperadas. São 14 anos de trabalho que renderam, inclusive, parcerias com a Organização das Nações Unidas (ONU) e da União Europeia. Vale muito a pena conhecer!
PASSO A PASSO DA PRODUÇÃO DA COOPERÁRVORE [caption id="attachment_75650" align="aligncenter" width="542"]

FICHA TÉCNICA DA COOPERATIVA Nome: Cooperárvore Estado: Minas Gerais Diferencial: cooperativa formada exclusivamente por mulheres que transformam “lixo” automotivo em acessórios cheios de estilo. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável que a Cooperárvore ajuda a alcançar

Esta matéria foi escrita por Guaíra Flor e está publicada na Edição 23 da revista Saber Cooperar. Baixe aqui a íntegra da publicação
“Não sei de onde arrumei tanta coragem, acho que era do espírito de justiça que eu tinha. Na igreja, aprendi que os grandes profetas lutavam pela justiça do seu povo”, afirma.Maria lembra que os produtores deixavam seu leite em tambores, na entrada das pequenas propriedades, que eram recolhidos por caminhões e levados direto ao laticínio. Mas ninguém nunca conheceu “a cara do patrão”. Mudanças eram feitas sem comunicado prévio aos produtores que eram pegos de surpresa, inclusive com a troca de um laticínio por outro. “Um dia, eu fui lá na estrada para pegar o tambor [de leite] e o talão para ver a medição do leite [papel em que eles indicavam quantos litros tinham sido recolhidos naquele dia]. No papelzinho que eles deixavam, eu vi que tinha mudado o nome do laticínio. Não era mais o mesmo de antes. Eu fui pra casa, revoltada, e no dia seguinte fui lá pra beira da estrada pra esperar o leiteiro. E falei pra ele: o que aconteceu? Quem é o nosso patrão agora? Quem vai pagar o leite?” O responsável pelo transporte do produto disse apenas que a linha de leite tinha sido vendida e que um outro laticínio tinha assumido o controle. Maria mandou um recado pedindo para que o proprietário fosse ao campo conversar com os pequenos produtores. Mas ninguém nunca apareceu. Revoltada com a situação, ela decidiu que faria uma reunião com os produtores rurais para discutir os próximos passos da comunidade. No primeiro encontro, 80 produtores locais compareceram. “Eu até me assustei”, relembra Maria afirmando que foi sozinha ao local. “Meu marido não gostava de reunião, nem foi”, completa. No encontro, no qual foram discutidos os caminhos para a produção de leite da região, Maria se colocou à disposição para se reunir com a Cooperativa Agropecuária Mista Terra Nova (Coopernova) – que poucos produtores conheciam, mas cujo trabalho tinha fama de ser honesto, sério e transparente. PROTAGONISMO FEMININO

“Eu era a única mulher do grupo e estava liderando tudo aquilo. Foi difícil no começo, mas conseguimos. A comunidade continua animada e ninguém quer sair. Sempre digo que temos de dar valor ao nosso pedaço de terra e de ser cooperativista”.Nossa líder cooperativista se diz feliz e realizada com as escolhas que fez ao longo da vida. Ela diz que repetiria tudo outra vez e incentiva outras mulheres a seguirem o caminho do cooperativismo. “O cooperativismo é muito importante e apóio que outras mulheres entrem. Falo a elas que vale a pena ser cooperativista, investir na sua propriedade e produção. O trabalho desenvolvido pela Coopernova é honesto e sério. Tem 14 anos que a gente entrega leite lá. E nunca ficamos um mês sem receber”, afirma. Maria, mãe de cinco filhos homens, elogia a capacidade de organização das cooperativas e faz uma analogia sobre esse processo e o que aprendeu ao longo dos anos na igreja que frequenta. “A cooperativa é uma instituição organizada e transparente. Eu vejo o cooperativismo como a primeira multiplicação de pão e peixes que Jesus fez. Ele pediu que fosse organizado em grupos de 50, de 100. Essa organização que Jesus fez para a partilha do pão é o cooperativismo”.
Esta matéria foi escrita por Lílian Beraldo e está publicada na Edição 29 da revista Saber Cooperar. Baixe aqui a íntegra da publicação
Brasília (10/6/20) – Sustentabilidade é palavra de ordem em todas as cooperativas brasileiras. Por princípio, buscamos crescer de forma sustentável, igualitária e inclusiva, apoiando o desenvolvimento das comunidades nas quais atuamos. Se, há alguns anos, esse conceito era relacionado apenas à área ambiental, hoje ele perpassa todos os ramos da economia. Na verdade, a sustentabilidade deixou de ser um objetivo quase abstrato para se transformar em meta mundial — com prazos e diretrizes definidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), desde 2015. São os chamados objetivos de desenvolvimento sustentáveis (ODS), um conjunto de 17 medidas que devem nortear as ações públicas e privadas de todos os países-membros até 2030.
Dispostas a contribuir com o sucesso da Agenda, as cooperativas brasileiras — por meio do Sistema OCB — assumiram o compromisso público de apoiar o cumprimento dos ODS no Brasil. Como estamos fazendo isso? A resposta para essa pergunta você confere nesta entrevista, que reuniu o assessor sênior do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento no país (PNUD Brasil), Haroldo Machado Filho, e o superintendente do Sistema OCB, Renato Nobile.
Como funciona a parceria da ONU com o Sistema OCB?
Haroldo Machado Filho: Nossa parceria teve início em 2018, visando facilitar e fortalecer a colaboração do movimento cooperativista na promoção e no alcance dos ODS no Brasil. Essa parceria evoluiu, em 2019, para um acordo de cooperação técnica com o Serviço Nacional de Aprendizagem para o Cooperativismo (Sescoop), a fim de capacitar as cooperativas brasileiras a aderirem à Agenda 2030e aos ODS. Nosso objetivo é auxiliá-las a implementar projetos de desenvolvimento sustentável e a se posicionarem publicamente como parceiras estratégicas da ONU ao longo do processo de implementação da Agenda no Brasil. Também queremos fortalecer iniciativas globais, nacionais e locais já existentes no cooperativismo e propor inovações que acelerem o impacto positivo que as cooperativas têm no desenvolvimento humano sustentável das comunidades em que atuam.
Renato Nobile: Nós nos aliamos à ONU para conscientizar nossas cooperativas da importância da nossa atuação para o cumprimento da Agenda 2030, da ONU. De norte a sul do Brasil, realizamos centenas de projetos que fomentam a geração de emprego e renda, promovem a redução das desigualdades, estimulam educação de qualidade e promovem a sustentabilidade econômica, social e ambiental do nosso país. Acontece que elas nem sempre percebiam o valor estratégico desses projetos e dessas ações comunitárias. Agora — ao saberem que o cooperativismo é parceiro da ONU em relação aos 17 ODS — elas estão mais atentas ao poder transformador de seus projetos. Além disso, com o Pnud Brasil, estamos capacitando multiplicadores de ODS para que possam orientar nossas cooperativas a alinharem seus projetos socioambientais aos desafios propostos pela ONU.
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NOVIDADE
Você agora pode ler todas as matérias da Revista Saber Cooperar em um blog especial! Legal, né?! E tem muita coisa interessante. A gente fala sobre vários assuntos: as ações do cooperativismo no combate à COVID-19, esse novo momento e muito mais! Acesse agora e confira: http://www.somos.coop.br/revista-coop/
“Ney formou uma geração de lideranças agropecuárias. Pessoas que, mesmo depois de saírem da Agroceres, continuaram atuando e levando a sua visão estratégica de conduzir os negócios”, afirma José Luíz Tejon, que foi diretor de marketing da Agroceres e atualmente dedica-se — entre outras tantas tarefas — à docência nas áreas de Educação e de Agronegócio. “Ney é uma pessoa inesquecível, um gigantesco amigo e espetacular mentor. Era uma pessoa corajosa, com a qual a gente realizava atos de bravura, sempre com um propósito em mente: o bem do país”, recorda com saudade.A trajetória de Bittencourt gerou um verdadeiro impacto na forma de pensar do agronegócio brasileiro. “Ele tinha uma cooperativa na mão, mas atuava e trabalhava numa dimensão muitas vezes superior à empresa em si. Ele tinha uma visão de praticamente um estadista, como se fosse um presidente da República”’, explica Tejon. “Estar com ele era muito inspirador. Ele era de uma motivação imensa, dono de uma empolgação enorme!” FILHO DE PEIXE Mineiro de Viçosa, Ney Bittencourt formou-se em Agronomia pela Universidade de Viçosa e em Administração pela American Manegement Association, de Nova York. A perspicácia empresarial corria no sangue. O pai foi o fundador da Agroceres — empresa que colocou no mercado brasileiro os primeiros híbridos de milho. E, como filho de peixe, ele soube como ninguém dar continuidade à proposta inovadora da cooperativa. Investiu na modernização da produção de milho; em sementes de hortaliças, de sorgo e de pastagens; e na suinicultura e na avicultura. Sempre pensava além. [caption id="attachment_75631" align="alignleft" width="193"]

Incansável, era aquele tipo de pessoa que não parava. Estudioso, disciplinado e autodidata, os amigos contam que ele abria a empresa logo no início da manhã e só saia ao entardecer. E, quando chegava em casa, finalmente, preferia dedicar-se à leitura do que se render ao descanso.Participava de inúmeros seminários e debates mundo afora. Na década de 1970, já defendia que a forma de pensar a agricultura e a pecuária no Brasil tinha de ser revista. Os métodos tradicionais, para ele, não condiziam com a necessidade do país nem com o papel fundamental que ele tinha no mundo. Era necessária a orquestração de toda a cadeia produtiva, de uma forma sistêmica, que percebesse que a economia agrícola ultrapassava a produção dentro da fazenda. NO MESMO BARCO Ney entendia que a agropecuária era o elo de uma cadeia que movia a ciência, a tecnologia e a indústria. Foi na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, que conheceu o conceito de agronegócio — termo que advém da palavra inglesa agribusiness e engloba todas as operações da atividade agrícola, desde a produção até o varejo. Para Ney, essa “era a pedra fundamental para a construção de uma sociedade justa”. “Ele foi o primeiro a trazer essa ideia para o Brasil”, conta o engenheiro agrônomo e consultor Ivan Wedekin, outro amigo que se lembra com orgulho de Ney. “No Brasil, esse conceito nasceu em uma cooperativa [Agroceres], e não na Universidade”, argumenta. Wedekin tornou-se assessor econômico da Agroceres em 1984 e participou, ao lado de Ney, de seminários em Harvard. Ele se lembra com gratidão daquela época: “Ney podia ter nos colocado para produzir resultado e vender, mas ele dava um tempo para nós estudarmos”. Dessas imersões e dessa relação intelectual, Wedekin e Ney — com Luiz Antonio Pinazza — tiveram a ideia de escrever o primeiro livro nacional sobre agribusiness no Brasil. A obra Complexo agroindustrial: o agribusiness brasileiro foi lançada em 1989. “Todo esse nosso trabalho inicial foi de garimpagem de informações”, explica. “Nós sabíamos da importância e da força do conceito. Tínhamos claro que deveria existir uma convergência de interesses, que não se justificava um conflito entre o agricultor e a cooperativa e a indústria de sementes, por exemplo. Sabíamos que todos estavam no mesmo barco”, acrescenta. “A partir daí, esse conceito se espalhou pelas universidades e faculdades brasileiras, e hoje temos dezenas de MBAs e pós-graduações em Agronegócio. A partir dessa contribuição, nós saímos da era da agricultura para a era do agronegócio”, comemora.
Bittencourt escreveu outros tantos livros e artigos. “Ele tinha essa visão acadêmica. Participava dessa articulação entre o setor privado e o educacional”, pontua Wedekin. O ex-presidente da Agroceres também foi, entre outros, conselheiro de órgãos como o Ministério de Ciência e Tecnologia e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).“Ele era superespecial, e tenho um sentimento de uma perda muito grande de ele não ter visto todo o sucesso do agribusiness. Mas a semente que ele plantou está aí, vigorosa”, afirma Wedekin. O consultor completa: “é uma pena que o Ney não tenha vivido essa pujança do desenvolvimento do agronegócio brasileiro, que aconteceu a partir da estabilidade da economia, que veio em 1994, com o Plano Real, e depois, com a mudança do regime cambial. Ele morreu antes de o Brasil se transformar em um dos maiores exportadores mundiais, com o maior saldo da balança comercial agrícola do mundo”, analisa. Tejon acredita que, se Ney estivesse vivo, teria dado outras grandes contribuições ao agronegócio brasileiro. “Os fundamentos de agribusiness ainda não foram completamente dominados no Brasil. Nós tivemos um grande desenvolvimento por meio do cooperativismo, uma vez que as cooperativas se transformaram em cooperativas agroindustriais, e não apenas cooperativas de produção. Mas essa realidade ainda não se aplica a todo o setor do agronegócio”, enfatiza. [caption id="attachment_75630" align="alignnone" width="750"]

Para ele, o agronegócio poderia contribuir com a organização do processo de desenvolvimento sustentado, a integração à economia internacional, a eliminação das profundas desigualdades de renda e dos bolsões de miséria, e o respeito ao meio ambiente.Ele participou, também, da direção e do conselho de outras 20 entidades nacionais e internacionais ligadas ao agronegócio. Fora do trabalho, era um homem que gostava de música, arte e cultura. “Era muito otimista, um grande contador de causos. Com ele não tinha falta de assunto, gostava de um whisky, da conversa em torno da mesa do bar”, diverte-se Wedekin. Tejon também se lembra de Ney assim. Recorda as noites em que tocava o violão, com o amigo ao lado a cantarolar. “Uma das maiores sortes da minha vida foi ter convivido com o Ney. Era uma personalidade que reunia talento técnico com uma extraordinária visão humana”, avalia. “Graças a ele, fui estudar em Harvard. Fui estudar em Nova York, conhecer o mundo, fazer negociações na Índia”, acrescenta. Daquela época, no entanto, só sobrou um arrependimento: “eu podia ter prestado ainda mais atenção no Ney, porque era simplesmente gigantesca aquela experiência da Agroceres e do convívio com ele”, conclui Tejon.
Esta matéria foi escrita por Tchérena Guimarães e está publicada na Edição 29 da revista Saber Cooperar. Baixe aqui a íntegra da publicação
Para transformar os ideais cooperativistas em atitudes, a atuação do Sescoop é realizada em três áreas: monitoramento das cooperativas, formação profissional e promoção social dos cooperados e suas comunidades."“As formações oferecidas pelo Sescoop foram fundamentais na minha carreira profissional”, afirma Arlita Zanini, 57 anos, supervisora de Gestão de Pessoas da Frimesa Cooperativa Central. Ela já fez vários treinamentos pelo Sescoop, que trouxeram mais experiência e maturidade para gerir pessoas e processos, além de ajudar na rotina do trabalho. Arlita destaca o MBA Executivo em Gestão Estratégica de Pessoas e o Programa de Desenvolvimento Gerencial. Segundo ela, o curso ajudou a entender a importância do seu papel de líder e o compromisso de construir um ambiente de trabalho harmonioso e inspirador para os colaboradores, sem esquecer da produtividade e dos resultados para a cooperativa.
Esta matéria foi escrita por Lilian Beraldo e está publicada na Edição 29 da revista Saber Cooperar. Baixe aqui a íntegra da publicação
“Não diria que somos uma aceleradora em si, mas um programa de incentivo ao crescimento e consolidação de scale ups — empresas que conseguem sustentar um crescimento de pelo menos 20% ao ano, durante um período de três anos seguidos. Somos uma plataforma que tem por objetivo alçar essas empresas ao patamar mais alto possível.Após três anos de projeto, o diretor relata que foram alcançados excelentes resultados — entre eles, a parceria com dezenas de startups, que se utilizam do Bancoob como core banking para manter suas contas de pagamentos, realizar transações financeiras, transferências eletrônicas e pagamentos de contas, por meio de Interface de Programação de Aplicativos (API). Segundo Diniz, essas fintechs operam juntas, mensalmente, mais de 1 milhão de transações financeiras com um volume financeiro superior a US$ 30 milhões. Uma das fintechs aceleradas pela Plataforma.Space é o Banco Digital Maré . A startup nasceu com as missões de resolver o problema de inclusão financeira e fomentar o comércio na comunidade do Complexo da Maré, no Rio de Janeiro. É a primeira iniciativa do país para a criação de um sistema de micropagamento com moeda digital, batizada de Palafita. De forma simples e acessível, o objetivo é, por meio de um aplicativo mobile, agilizar pagamentos, transferências e compras de pessoas que não têm conta bancária, e universitários que sejam engajados em projetos sociais e que tenham dificuldade de abrir contas em bancos, por conta das tarifas altas. Além da moeda digital, o banco oferece o cartão pré-pago Maré, que pode ser recarregado e utilizado para compras na internet ou em lojas físicas, e as máquinas POS Maré, que permitem a realização de compras sem o uso de dinheiro. Os serviços financeiros podem ser acessados não somente pelo aplicativo, mas também nos chamados Kioscos, que são os pontos de atendimento onde os clientes são atendidos pelos próprios moradores de suas regiões. Os Kioscos também podem funcionar no comércio, que pode se cadastrar para ser um ponto de atendimento do Maré. TENDÊNCIAS A aceleração de startups como o Banco Digital Maré e a interconexão com cooperativas são apenas uma face das tendências que estão em curso e podem se consolidar nesse processo. Os atores envolvidos no movimento de inovação projetam ainda a possibilidade de formação no Brasil de um cooperativismo 2.0 e a geração de cooptechs (cooperativas startups), que atuariam de forma mais enxuta, planejando negócios escaláveis com base tecnológica. Mas, para chegar lá, é necessária uma mudança mais profunda na cultura das cooperativas. O propósito é fortalecer o cooperativismo, renovando sua forma de ação para alcançar mais resultados sociais e econômicos. “A inovação começa nas pessoas, não na tecnologia”, declarou Romário Ferreira, sócio de uma empresa dedicada a desenvolver um ecossistema de inovação do cooperativismo no país — a Coonecta. Segundo ele, para fazer isso, é necessário pessoas com esse mindset, que façam mudar os projetos e com quem as coisas sejam mais ágeis. “Estamos acompanhando esse movimento de perto e queremos contribuir para ter um cooperativismo ainda mais forte, com inovação”, CAPACITAÇÃO Percebendo a crescente demanda do cooperativismo por novos modelos de gestão e tecnologias inovadoras, a Coonecta especializou-se em promover eventos, workshops e missões nacionais e internacionais para intercâmbio de experiências inovadoras. Um grupo já foi para Nova York, e a próxima viagem prevista é para o Vale do Silício, nos Estados Unidos. A iniciativa surgiu há cerca de quatro anos, idealizada por dois jornalistas que deixaram a profissão de origem e passaram a se dedicar a treinamentos corporativos de empresas do ramo financeiro, como bancos, operadoras de crédito, cobrança, meios de pagamento, entre outras. Nos eventos e congressos de capacitação desse mercado, um fato chamou a atenção dos sócios: a maioria dos participantes era de cooperativas de crédito que buscavam informações para suprir alguma demanda de negócio e se tornarem mais competitivas. “Foi aí que aconteceu o encontro desses mundos. Fizemos uma validação por um tempo, conversando com diversos dirigentes e executivos de cooperativas para entender que é um movimento muito rico, mas carente de inovação”, relata Ferreira. O objetivo da Coonecta é capacitar o funcionário da cooperativa para que ele consiga implantar estratégias e disseminar o conhecimento internamente na instituição, a fim de que ela seja mais inovadora e eficiente nas suas operações. O empresário afirma:
“O cooperativismo nasceu inovador. Ele tem princípios que hoje são buscados por empresas não cooperativas. Do ponto de vista de valores, o cooperativismo está em sintonia com esse movimento atual de inovação.MAPEAMENTO O Brasil tem cerca de 12 mil startups, segundo a Associação Brasileira de Startups (Abstartups). Mas o país ainda não tem um levantamento fechado de quantas delas desenvolvem projetos de inovação em parceria com cooperativas. Para preencher essa lacuna, a OCB está desenvolvendo, em parceria com a Coonecta, um radar de inovação que deve ser lançado ainda este ano. A iniciativa pretende reunir os principais cases de cooperativismo e inovação do país. Segundo o Coonecta, as cooperativas de crédito, agropecuárias e de saúde estão à frente do movimento de inovação. No entanto, outros setores, como o de transporte, também têm desenvolvido projetos inovadores. A maior parte está concentrada no Sul e no Sudeste, mas a tendência é que o movimento cresça em outras regiões do país — como no Centro-Oeste, que já está no radar da empresa. “No crédito, a gente vê uma busca muito grande por inteligência artificial, blockchain , plataforma mobile. As cooperativas agras têm olhado bastante para isso, buscando soluções de big data e smart farm , por exemplo. É um movimento geral com alguns setores mais avançados comentou Romário. Além da Sicredi Pioneira, Romário cita as experiências da Unimed BH, que lançou um programa para selecionar startups; a Seguros Unimed, que criou uma plataforma para conectar outras unidades do grupo; o Sistema Ailos, que também selecionou startups para suprir as necessidades de negócio de suas 13 cooperativas; a Castrolanda, tradicional cooperativa do mundo agro que promoveu uma semana de inovação e um Hackathon para premiar startups; além da Coopercarga, do ramo transporte, que criou um programa de inovação aberta, e dele surgiu a Cargon , uma nova startup que já tem vida própria. No caso da Sicredi Pioneira, as perspectivas são positivas. A cooperativa quer desenvolver novas plataformas de crédito e aprimorar as existentes, além de fortalecer a cultura de inovação entre os colaboradores de todas as áreas da instituição.
Esta matéria foi escrita por Débora Brito e está publicada na Edição 29 da revista Saber Cooperar. Baixe aqui a íntegra da publicação
“Se optasse por realizar compras individuais, com o pequeno produtor, a indústria precisaria lidar com todas as questões relacionados à coleta do produtos, à logística da entrega e à assinatura de centenas de contratos de compra e venda. Para esse público, é muito mais fácil negociar grandes quantidades diretamente com uma cooperativa, até por conta da padronização da qualidade dos produtos negociados.Hoje, cerca de 123 cooperativas já estão habilitadas a participar do programa como fornecedoras de matéria-prima para a indústria do biodiesel. Em 2018, 61 mil agricultores produziram 3,9 milhões de toneladas de matérias-primas para o Selo Combustível Social — incluindo soja, mamona e óleos vegetais. As aquisições totalizaram R$ 5,1 bilhões em 2018. Os dados são do Mapa. REPRESENTAÇÃO POLÍTICA Cooperativista desde jovem, João Sadão afirma sentir-se mais do que representado em Brasília, pela Frencoop e pelo Sistema OCB. “Nós nos sentimos como parte importante deste trabalho. Com uma linha de diálogo aberta e constante, somos comunicados das discussões em andamento, bem como levamos diversas demandas de interesse coletivo para a Frente, via OCB”, destaca. [caption id="attachment_75573" align="alignnone" width="560"]

ENTENDA A IMPORTÂNCIA DO SELO COMBUSTÍVEL SOCIAL Certificação criada em 2005 com dois objetivos: 1) Fomentar a inclusão social e produtiva da agricultura familiar; 2) Estimular a produção de biocombustíveis no país — fonte de energia sustentável, que reduz a emissão de gases poluentes (CO2) na atmosfera. Podem receber o selo as indústrias produtoras de biodiesel que comprovem a aquisição de matéria-prima da agricultura familiar e ofereça — por conta própria ou em parceria com as cooperativas — serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), seguindo os parâmetros definidos pelo governo federal. Em contrapartida, essas indústrias têm reserva de 80% do mercado de biodiesel, além de redução de alguns impostos.
Esta matéria foi escrita por Alessandro Mendes e está publicada na Edição 29 da revista Saber Cooperar. Baixe aqui a íntegra da publicação
Hoje, nossos cooperados só entram na floresta com capacete, botas e com a faca dentro bainha, para evitar acidentes. Desde então, nunca mais registramos um acidente de trabalho”.Músico de formação e empreendedor socioambiental de coração, Gomes é um dos fundadores da cooperativa que, com apenas um ano, já coloca no mercado um produto de alta qualidade, alinhado às melhores práticas de conservação socioambiental. Tudo isso, sem falar na importante função social de gerar emprego e renda digna para as comunidades das oito ilhas que compõe o Arquipélago do Bailique. A Amazom Bai reúne cerca de 98 produtores certificados de 29 comunidades. Juntos, eles conseguem extrair da floresta 2,5 toneladas de açaí por ano. Tudo isso sem impactar negativamente o meio ambiente. “Por enquanto, estamos comercializando nosso açaí apenas no estado, mas nossa intenção é levar o produto para outros estados e países. Interessados não faltam”.

FICHA TÉCNICA DO PROJETO: Nome da cooperativa: Amazom Bai Estado: Amapá Diferencial: primeira cooperativa do mundo a receber a mais importante certificação de manejo sustentável de florestas do mercado: o FSC Objetivos de Desenvolvimento Sustentável que a Amazom Bai ajuda a alcançar [caption id="attachment_75587" align="alignnone" width="1602"]

Esta matéria foi escrita por Guaíra Flor e está publicada na Edição 23 da revista Saber Cooperar. Baixe aqui a íntegra da publicação
São muitos anos de trabalho árduo, e em 2019, obtivemos um grande avanço com a assinatura do contrato de permissão de 14 cooperativas, finalizando o processo de enquadramento iniciado em 2008. O contrato dá segurança jurídica para a cooperativa continuar a prestar serviços públicos de distribuição de energia com qualidade”Se antes de poder se planejar a longo prazo, a Certel já se destacava nacionalmente pela qualidade dos serviços prestados, imagine os resultados que ela poderá gerar nos próximos anos? Apenas para você ter ideia, em 2019, a cooperativa foi considerada a sétima melhor distribuidora de energia, entre as mais de 120 distribuidoras do país. A pesquisa foi feita pela Aneel a partir de entrevistas com usuários do sistema. A honraria tem razão de ser. Afinal, a Certel oferece hoje a menor tarifa de energia elétrica do estado do Rio Grande do Sul – 30% menor que a das grandes distribuidoras. Quer mais? A partir dos ganhos conquistados ao longo do ano passado, a cooperativa vai distribuir R$ 10 milhões em bônus de energia aos seus associados, no período de maio a dezembro de 2020. Isso significa mais economia a todos os cooperados por meio de uma conta de energia mais barata. “Quando se fala tanto em aumento de tarifas, a Certel está fazendo o contrário, está reduzindo a tarifa. É a missão do cooperativismo: ter o melhor serviço e uma tarifa menor do que o mercado.” PROJETO ILUMINADO A partir de uma ação de intercooperação inédita, a Certel lançou, em fevereiro deste ano, o projeto da Hidrelétrica Vale do Leite, que será construída no Rio Forqueta, entre os municípios de Pouso Novo e Coqueiro Baixo. Cerca de R$ 45 milhões serão investidos a partir de financiamento do Sicredi de Teutônia, Sicredi de Lajeado, Sicredi de Encantado e Sicredi de Soledade. Isso mesmo! Quatro instituições cooperativas de crédito se uniram à Certel para bancar e levar essa obra para frente. “Cada megawatt gerado nessa hidrelétrica vai substituir um megawatt de energia não renovável como é o caso do diesel ou fontes poluidoras. E para o estado do Rio Grande do Sul representa 1 megawatt a menos que o estado tem de comprar de outros estados”, disse Erineo José Hennemann, presidente da Certel, sobre o início da empreitada. O executivo destaca que a nova usina vai gerar 6,4 MWh – o suficiente para atender 20 mil pessoas por mês. E os ganhos para a comunidade não param por aí. Além de mais energia disponível para todos, a Certel também se preocupa com a geração de renda local. Por isso, a usina será construída por técnicos da cooperativa. Celebra, Hennemann
Nossa cooperativa tem um corpo técnico especializado em construção de usinas. Com isso, conseguimos gerar emprego e renda para a região”O prazo para finalização do empreendimento é de 18 meses. O presidente da Certel destaca, ainda, a importância de se gerar energia próximo às fontes de demanda, ou seja, perto de onde ela será consumida. “É importante porque dá confiança maior ao usuário/associado”, disse, destacando que a Certel tem uma rede de 4,5 mil quilômetros e 8 mil transformadores. Nos próximos anos, a Certel vai continuar mantendo o foco de incremento na geração por meio de energias renováveis (a hídrica, a solar, a eólica, a biomassa) e próximo aos centros consumidores. “Isso reduz investimento em redes de transmissão porque fica próximo a quem precisa da energia”, conclui Hennemann. Atualmente, a cooperativa conta com 500 colaboradores e 200 funcionários contratados por meio de empresas terceirizadas.

Essa matéria foi escrita por Lílian Beraldo e Guaíra Flor e publicada na edição 29 da revista Saber Cooperar. Leia a reportagem na íntegra.
- Normativo — com foco na sugestão de regras que priorizem a igualdade de gênero dentro das instituições cooperativas;
- Combate à violência doméstica e violência contra as mulheres — voltado à prevenção desse tipo de agressão, bem como ao apoio e ao acolhimento de cooperadas e colaboradoras cooperativistas que sofram com esse tipo de violência.
- Planejamento de projetos produtivos para mulheres — desenvolvimento de projetos e iniciativas capazes de ajudar a inclusão econômica feminina dentro do cooperativismo destaca a colombiana.
Esperamos que as organizações cooperativas de todo o mundo vejam a relevância do que significa trabalhar com as mulheres, estimulando projetos produtivos feitos para elas, com a intenção de colaborar com a inclusão econômica global desse público”Maria Eugênia aponta, ainda, a importância de as normas cooperativas preverem políticas de fomento à equidade de gênero nos cargos de direção, bem como o empoderamento das mulheres. “Já no tema violência contra mulheres, queremos que as cooperativas assumam protocolos com seus associados e colaboradores para prevenir a violência de gênero. E que hajam normas que favoreçam a participação feminina no interior das cooperativas”, completou Maria Eugenia, que também é diretora executiva da Associação Colombiana de Cooperativas. As organizações de cooperativas dos diferentes países podem se inscrever para fazer parte do Comitê de Equidade como membro. Hoje, o comitê é formado por integrantes da República Dominicana, Índia, Finlândia, Espanha, Bulgária e África do Sul. [caption id="" align="alignnone" width="1200"]

BOAS PRÁTICAS
A ACI vem desenvolvendo estratégias — a partir do plano de trabalho do comitê de gênero — para ampliar a participação e a visibilidade das mulheres no interior das organizações de representação cooperativistas. O desafio é fazê-las participar, de maneira igualitária e equitativa, nos organismos de decisão e de poder do nosso movimento. Desde 2018, a ACI criou políticas internas que preveem o aumento do número de mulheres em seus conselhos. Além disso, ficou estabelecido que a presidente do Comitê de Equidade faça parte do Conselho de Administração da ACI. Maria Eugenia lembra que, na história recente, “tivemos mulheres como Pauline Green e Monique Leroux que ocuparam os cargos de presidente do Conselho de Administração da ACI e presidente da ACI Mundial”. MAIS INCLUSÃO Em todo o mundo, as cooperativas são mais inclusivas do que outros modelos econômicos e dão mais oportunidades às mulheres para enfrentar as barreiras que frustram a igualdade de gênero. Relembra a presidente do comitê, Maria EugeniaNão podemos esquecer que as cooperativas foram as primeiras formas empresariais e associativas que efetivamente deram à mulher igualdade de direitos com os homens e deram a oportunidade de pertencer a uma empresa, de fazer parte, de ser dona de uma empresa”

Essa matéria foi escrita por Lílian Beraldo e publicada na edição 29 da revista Saber Cooperar. Leia a reportagem na íntegra.
As cooperativas, mais do que nunca, precisarão estar atentas a isso para mitigar os efeitos perversos na renda dos cooperados. Terão que financiar estoques porque, quando a crise passar, as coisas voltarão ao normal, e é preciso sobreviver até lá. Mas não fica só nisso."As cooperativas financeiras devem criar modelos de crédito para ajudar, tanto na cidade quanto no campo, àquelas pessoas físicas e jurídicas que ficarem “sem ar” durante a permanência da pandemia. Já as cooperativas médicas, sem a menor dúvida, terão uma responsabilidade enorme nessa guerra pela vida. Não nos esqueçamos de que é nas grandes crises que o cooperativismo se agiganta. Estamos entrando em uma crise enorme!
Essa matéria foi escrita por Roberto Rodrigues, embaixador especial da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação para o cooperativismo e publicada na edição 29 da revista Saber Cooperar. Leia a reportagem na íntegra.
É importante deixar bem claro que as cooperativas não querem nenhuma isenção fiscal, regime favorecido ou tributação beneficiada. Contribuímos com o crescimento do país, recolhendo impostos e taxas. Esse é o nosso dever enquanto cidadãos. O que queremos não é deixar de pagar nada, mas garantir a adequação tributária ao nosso modelo societário".O presidente do Sistema OCB destaca que o adequado tratamento do ato cooperativo é a garantia de que a tributação não incida em duplicidade sobre cooperativa e cooperado. “O ato cooperativo não é comercial e, portanto, não implica operação de mercado nem contrato de compra e venda de produto ou mercadoria”, explica. “Por isso, a tributação deve incidir onde, de fato, se fixa a riqueza, o acréscimo patrimonial, o resultado tributável, ou seja, apenas na figura do cooperado. Na cooperativa há apenas o abatimento dos custos para a prestação do serviço ao associado”, observa.
Conquistas importantes
Entre as ações estratégicas realizadas pelo Sistema OCB para defender os interesses de nossas cooperativas em relação à Reforma Tributária, destaca-se a criação de um Grupo de Trabalho, com especialistas de todos os setores do cooperativismo, para tratar do assunto. Juntos, eles produziram o texto de uma emenda constitucional, detalhando o adequado tratamento das cooperativas no sistema tributário brasileiro. O trabalho foi apresentado pela Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado, e essa proposta já foi acatada no relatório final da PEC 110. A PEC 45 ainda não teve relatório apresentado. Para o vice-presidente da Comissão Mista da Reforma Tributária, deputado Hildo Rocha (MA), as cooperativas merecem receber um tratamento tributário adequado dos governos nas esferas federal, estadual e municipal. O parlamentar foi enfático:Na produção econômica, o cooperativismo é a única forma que permite aos menores produzirem e competirem no mercado. Assim, temos que preservar suas conquistas. As cooperativas, ao longo das últimas décadas, têm conseguido provar que é possível, com a união de pequenos empreendedores, concorrer, gerar empregos e diminuir a concentração de riquezas”.Consultor do Sistema OCB e relator da primeira PEC (293/04) sobre a reforma tributária a tramitar no Congresso, ainda em 2004, o ex-deputado federal Luiz Carlos Hauly também considera essencial que o Congresso Nacional contemple o devido tratamento tributário do ato cooperativo. “No meu entendimento, não deve incidir a tributação no ato cooperativo. Mais ainda: não deve ter nenhum ônus; é preciso isonomia de tratamento com os outros setores”, aponta Hauly, que participou do grupo de trabalho que produziu a emenda apresentada pela Frencoop. Hauly também defende um tratamento especial para os setores da saúde e educação, válido tanto para cooperativas como para empresas. “Os produtos e serviços dessas áreas são essenciais para a vida de uma nação. O Estado brasileiro não consegue prover educação e saúde para toda a população, então as cooperativas e a iniciativa privada estão suprindo essa falha. Logo, não é conveniente ter cobrança elevada; as alíquotas dessas cadeias produtivas devem ser menores”, observa.
Nossa força em números
Modelo de negócios viável para milhares de brasileiros se inserirem no mercado, as cooperativas distribuíram entre seus cooperados, apenas em 2018, cerca de R$ 7,6 bilhões. Além disso, no mesmo período, injetaram na economia R$ 9 bilhões com o pagamento de salários e outros benefícios destinados a colaboradores, e recolheram aos cofres públicos R$ 7 bilhões em tributos. Atualmente, o Brasil conta com mais de 6,8 mil cooperativas, que englobam 14,6 milhões de cooperados. Esse número representa um crescimento de 17,8% entre 2014 e 2018. Além disso, as cooperativas estão presentes em 85% dos municípios brasileiros. E em 36 deles, são responsáveis por 100% das exportações do setor agrícola. Parte do resultado obtido pelas cooperativas é sempre investido em ações sociais para as comunidades em que atuam seus cooperados. Em 2018, foram mais de dois milhões de pessoas atendidas em 400 cidades do Brasil. As cooperativas de crédito estão presentes em 95% do território brasileiro. Segundo o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, em 500 municípios, elas são a única instituição financeira presente. “Além disso, no campo, as cooperativas de eletrificação rural garantem energia elétrica a 4 milhões de brasileiros. Então, é necessário aprovar as emendas do ato cooperativo à Reforma Tributária para continuarmos fazendo a nossa parte no processo de desenvolvimento do nosso país”, finaliza Freitas.⇒ SAIBA MAIS SOBRE A REFORMA TRIBUTÁRIA A PEC 45/2019, originária da Câmara dos Deputados, propõe a junção de cinco impostos para a criação do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). São eles:
- Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)
- Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS)
- Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins)
- Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços (ICMS)
- Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS)
- Imposto sobre Operações Financeiras (IOF)
- Programa de Formação do Patrimônio do Servidor (Pasep)
- Salário Educação
- Cide Combustíveis

- Garantir a aplicação do adequado tratamento tributário às sociedades cooperativas.
- Afastar a incidência em duplicidade de tributação, na figura do cooperado e da cooperativa.
- Impedir que haja tributação mais gravosa na relação entre cooperado e cooperativa do que aquela que incidiria se ele operasse individualmente ou por meio de outro tipo societário.
- Garantir, nos tributos não cumulativos, a manutenção dos créditos nas operações da cooperativa, e também nos adquirentes de seus produtos e serviços.
Essa matéria foi escrita por Alessandro Mendes e publicada na edição 29 da revista Saber Cooperar. Leia a reportagem na íntegra.
Estamos completando dois anos dessa gerência [Estratégia e Inovação] e, de fato, ela acelerou bastante a estratégia. Fomos inseridos no ecossistema de inovação, tanto da região do Vale dos Sinos quanto da região de Caxias do Sul, e fizemos contato com startups e fintechs”Solon enfatiza que, quando a cooperativa passou dos 110 anos, a equipe sentiu necessidade de buscar as startupspara responder “às dores” dos clientes, dos cooperados e dos colaboradores. Em vez de criar as soluções dentro da cooperativa — o que poderia levar tempo e gerar custos excessivos —, a ideia da nova gerência foi se aproximar de startupsque já tinham soluções prontas para os problemas identificados no associativismo. MAIS EFICIÊNCIA De 2018 para cá, a Sicredi Pioneira lançou três produtos em parceria com startups. O primeiro deles foi uma plataforma digital para financiamento de veículos.Por meio dela, cooperados e não cooperados podem acessar as formas de crédito para financiar um veículo. Funciona assim: o interessado vai a uma loja revendedora de veículos, escolhe um carro e sai de lá com o financiamento feito de forma totalmente digital, sem precisar ir à agência. O sistema deu tão certo que já está sendo implementado em lojas de materiais de construção. A plataforma tem gerado de R$ 2 a 3 milhões por mês, de forma totalmente digital, sem envolvimento físico de nenhum colaborador. “Há um ganho de resultado e mais negócios com eficiência total; não envolve nenhum papel, nenhum contrato, nada. É tudo na revenda”, comenta Solon. TRANSFORMAÇÃO DIGITAL O segundo produto que a Sicredi Pioneira colocou no ar, em parceria com startups do Rio Grande do Sul, foi o aplicativo chamado Goog. Inspirada no Google, a ferramenta de busca facilitou o acesso a todas as informações sobre produtos, manuais, regras e políticas da cooperativa que devem ser lidas diariamente pelos colaboradores. O aplicativo obedece a comando de voz e pode ser usado em desktope celular. A ferramenta tornou-se a principal forma de orientação na palma da mão do colaborador, gerando redução de custos com pessoal e mais agilidade na disseminação de informações. “Essa é uma grande entrega, completa agora um ano de lançamento e está em pleno funcionamento. Foi uma revolução gigantesca levar o conhecimento para o colaborador, reduzindo drasticamente o volume de suporte da cooperativa”, disse Solon. [caption id="attachment_75484" align="aligncenter" width="797"]

Nesse movimento, nós aprendemos que não precisamos ter todas as respostas prontas dentro da cooperativa. Podemos usar da força de um ecossistema gigantesco de startups e fintechs no Brasil, ou nos associar a fintechs com soluções prontas. Aprendemos também que o ecossistema de inovação tem características muito nobres; é um mundo muito aberto, onde as pessoas compartilham informação, não escondem conhecimento, que não nos vê como concorrentes, mas sim como parceiros”
Essa matéria foi escrita por Débora Brito e publicada na edição 29 da revista Saber Cooperar.Leia a reportagem na íntegra.
A pandemia de coronavírus tem provocado ações solidárias de diversas cooperativas pelo Brasil. Uma delas é a Cooperativa Central Gaúcha Ltda (CCGL), com sede nas cidades de Rio Grande e Cruz Alta (RS). A instituição doou R$ 150 mil em respiradores e materiais de proteção individual, como máscaras, a três hospitais da região – São Vicente de Paula, em Cruz Alta, e a Santa Casa e o Hospital Universitário da Furg, em Rio Grande. Também houve o repasse de R$ 100 mil em leite em pó (ou seis toneladas), que farão parte de cerca de 6 mil cestas básicas a serem distribuídas a moradores das duas cidades em que atua. “Nós tínhamos duas preocupações. Uma era como enfrentar a doença, dar estrutura para o atendimento hospitalar. E a outra era que a paralisação da economia, do comércio, poderia causar desemprego, dificuldade de as famílias terem recursos para suas necessidades básicas”, afirma o presidente da CCGL, Caio Vianna. “Sempre ficou claro que uma instituição como a nossa deveria ter alguma ação de enfrentamento e não ficar achando que a obrigação é inteira dos governos federal, estaduais e municipais. A responsabilidade é de todos”, destaca. As cooperativas gaúchas, inclusive, têm sido bastante atuantes em ações para minimizar os efeitos da crise do coronavírus. Além da CCGL, várias outras realizaram ações solidárias. A Cresol, de Erechim, doou R$ 30 mil para entidades de saúde da região adquirirem testes para detecção da Covid-19 e suprimentos de proteção. Já a Coasa repassou R$ 144 mil a cinco hospitais do estado. Os recursos serão usados para compra de alimentos de agricultores familiares e também de equipamentos de proteção individual. E o Sicredi Zona Sul RS destinou todos os recursos do Fundo Social de 2020, um total de R$ 301 mil, às secretarias de Saúde dos municípios de sua área de atuação. presidente do Sistema Ocergs, Vergílio Perius, relata:
Aqui no Rio Grande do Sul, temos inúmeras situações onde as cooperativas estão na vanguarda das iniciativas de responsabilidade social em suas comunidades. Cooperativas dos mais diversos ramos de atividades estão liderando ações de combate à pandemia e, ainda, ações para amenizar as dificuldades daqueles que estão sendo atingidos pelos desdobramentos dessa enorme crise, que é mundial. Estamos em consonância com o que a ONU declarou em 2012, que as cooperativas constroem um mundo melhor. E elas fazem isso todos os dias, estando presentes e participando social e economicamente das comunidades onde estão inseridas”
Na Paraíba, a Cooperativa Agroindustrial de Piabuçu (Frutiaçu), da cidade de Rio Tinto, doou 560 quilos de mamões para hospitais e entidades beneficentes da capital João Pessoa. “Por conta da pandemia, muitas feiras livres foram canceladas e alguns programas do governo, a exemplo do PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar), estão parados. A cooperativa está passando por momento de dificuldades de vendas dos produtos e, por isso, resolveu doar produtos que iriam se perder”, conta o cooperado Alex Magno. Em Maringá (PR), a Cocamar Cooperativa Industrial repassou 13 mil litros de álcool 70%, produzido em seu parque industrial, a hospitais, empresas de transporte público e entidades da cidade e cerca de 2 mil máscaras-respiradores a hospitais e ao Corpo de Bombeiros. Produtora de fios têxteis, a cooperativa também está fabricando, em parceria com a Unicesumar e a indústria de confecções Recco, fronhas e lençóis para hospitais de Maringá, Sarandi e Londrina. o presidente-executivo da Cocamar, Divanir Higino, comenta:
Momentos difíceis como este servem para unir as pessoas. Tenho a certeza que isso nos tornará mais fortes. A Cocamar está prestando sua contribuição, para que hospitais e entidades consigam continuar cuidando das famílias mais necessitadas e possam atravessar esse momento com mais tranquilidade e reduzir, de alguma forma, os riscos de contaminação”
Essa matéria foi escrita por Alessandro Mendes e publicada na edição 29 da revista Saber Cooperar. Leia a reportagem na íntegra.
“Temos recebido diversos pleitos das cooperativas e estamos trabalhando junto ao governo e ao Congresso para que eles sejam atendidos na medida do possível, também estamos utilizando diversos materiais de divulgação para que os cooperados possam conhecer as decisões que os beneficiamFabíola cita como exemplos posts nas redes sociais, vídeos explicativos, eventos on-line, análises política e econômica sobre os impactos da crise do coronavírus. Entre as principais demandas do cooperativismo já contempladas está o adiamento do prazo para a realização das AGOs. Publicada em 30 de março, a Medida Provisória (MPV) 931/20 possibilitou que as assembleias possam ocorrer em até sete meses após o termino do exercício social. A MPV também permitiu as AGOs virtuais como a realizada pela Coopersytem, de Brasília. Outro pleito atendido, que contou com participação ativa do Sistema OCB e da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), foi a inclusão de caminhoneiros e prestadores de serviços essenciais na lista prioritária para vacinação contra a gripe (influenza). “Esta era uma demanda forte das cooperativas de transporte”, conta Fabíola. A criação de linhas de crédito para financiamento de folha de pagamentos de pequenas e médias empresas, a serem operacionalizadas por cooperativas de crédito, é outra demanda atendida, desta vez pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Também merece destaque, aponta Fabíola, a prorrogação do prazo de pagamentos de tributos federais, como INSS folha, FGTS, IRPJ, CSLL e Funrural. Um pleito ainda não plenamente atendido que preocupa o cooperativismo é a inclusão dos cooperados entre os beneficiados pela renda básica emergencial de R$ 600 concedida pelo governo federal. Ainda há uma insegurança jurídica se os cooperados foram beneficiados. Mas o PL 873/2020, aprovado no dia 22 de abril pelo Congresso, contempla nosso setor, graças a uma emenda do deputado Arnaldo Jardim, a pedido da OCB. Agora estamos aguardando a sanção do presidente Jair Bolsonaro”, informa Fabíola. SERVIÇO: Corrente do bem Uma boa maneira de apoiar quem mais precisa é doando dinheiro e/ou equipamentos de saúde para que os governos federal, estaduais e municipais, além de entidades privadas focadas no combate à Covid-19. Para ajudar, basta escanear o QR Code e escolher a melhor forma de participar dessa corrente do bem.
Essa matéria foi escrita por Alessandro Mendes e publicada na edição 29 da revista Saber Cooperar. Leia a reportagem na íntegra.
Neste momento, é muito importante que as cooperativas busquem parcerias e adotem estratégias mais condizentes com o momento atual. Muito do trabalho que for desenvolvido agora pode dar origem a novos mercados, produtos e serviços, que ajudarão as cooperativas a serem mais fortes e mais sustentáveis no futuro”Tânia conta que o Sistema OCB está desenvolvendo um portal para que cooperativas possam divulgar seus produtos e serviços, de modo a serem vistos por outras cooperativas. A busca poderá ser feita por produto, área de abrangência e estado. O site já está no ar, no endereço cooperabrasil.coop.br. Localizada em Belo Horizonte (MG), a Cooperativa dos Transportadores de Cargas e Passageiros (Coopmetro) vem se beneficiando de parcerias para manter a produtividade. Composta até fevereiro apenas por caminhoneiros, a cooperativa enxergou na crise um novo público-alvo. Com a forte queda no transporte de passageiros devido ao isolamento social, taxistas estão passando a fazer entregas de produtos comprados de forma on-line. "Iniciamos um projeto-piloto que propõe ocupar a lacuna de tempo ocioso do taxista com pequenas entregas. Começamos em Brasília, como oito profissionais, e em Belo Horizonte, com seis, e brevemente ampliaremos para Salvador e Fortaleza”, informa o diretor da Coopmetro e presidente da Fetranscoop-MG, Evaldo Matos. “Com esse projeto, o taxista tem um complemento de renda, diversifica seu portfólio de serviços e amplia sua base de conhecimentos para outros mercados, gerando perspectivas positivas para seu negócio”, aponta Matos. “Esta pandemia mudou nossa vida e nos obriga a olhar para as diversas questões com novas lentes”. PASSO A PASSO PARA INOVAR “É durante as crises que as empresas costumam se reinventar e inovar”, observa Tânia. “Com um passo a passo detalhado, acessível, a cooperativa se sente mais confiante para buscar algum tipo de inovação no mercado”. Especializada em Tecnologia da Informação, a Coopersystem, de Brasília (DF), deu um importante passo na busca pela inovação. Com a impossibilidade de se realizar, devido à quarentena, sua Assembleia Geral Ordinária de forma presencial, a instituição desenvolveu uma ferramenta, batizada de Cúria, para que a reunião pudesse ocorrer de formavirtual. O consultor de Relacionamento e Negócios da Coopersystem, Hugo Pimentel Felinto relata:
Fizemos a convocação para a AGO presencial antes do isolamento social. E assim que soubemos que seria permitida a realização da assembleia virtual, mantivemos a data e aceleramos a criação do software, que estava sendo desenvolvido desde o início do ano”Segundo o consultor, a reunião virtual foi um sucesso. “Participaram 219 cooperados, além de colaboradores que entraram como ouvintes ou para fazer alguma apresentação. O índice de satisfação foi altíssimo”, afirma Felinto. “E para que ninguém tivesse dificuldade no dia, realizamos duas pré-assembleias, nas quais os cooperados puderam tirar dúvidas em relação ao uso do sistema”. [caption id="attachment_75518" align="alignleft" width="402"]

Essa matéria foi escrita por Alessandro Mendes e publicada na edição 29 da revista Saber Cooperar. Leia a reportagem na íntegra.
cooperativismo é uma grande alternativa para se enfrentar tal desafio. Por isso, cooperados e colaboradores devem se orgulhar. O movimento chamado Somoscoop, da OCB, quer fazer este sentimento crescer, mostrar às pessoas que o cooperativismo é um caminho seguro para se encontrar a paz social."Por Alessandro Mendes Nunca se falou tanto em cooperação quanto agora, na pandemia mundial de coronavírus. Para tentar conter a expansão da doença e minimizar os impactos socioeconômicos causados pela redução das atividades durante a quarentena, pessoas, organizações, negócios e países estão trabalhando juntos. E quem melhor para buscar soluções por meio da cooperação do que quem tem a palavra cooperar como razão de ser? Pelo país, são diversos os projetos realizados por cooperativas para tentar minimizar os efeitos do coronavírus. O Sistema OCB vem atuando em duas frentes principais e uma delas é exatamente auxiliar cooperativas a inovar e a buscar parcerias entre si. A outra frente é a ação proativa com representantes dos poderes Executivo e Legislativo para garantir que cooperados e cooperativas possam passar pela atual crise. Até o momento, 25 de 67 pleitos feitos à OCB e pelas cooperativas aos Três Poderes foram atendidos.
Neste momento, é muito importante que as cooperativas busquem parcerias e adotem estratégias mais condizentes com o momento atual”, afirma a gerente geral da Organização das Cooperativas Brasileiras, Tânia Zanella. “Muito do trabalho que for desenvolvido agora pode dar origem a novos mercados, produtos e serviços, que ajudarão as cooperativas a serem mais fortes e mais sustentáveis no futuro", disse fulanoTânia conta que o Sistema OCB está desenvolvendo um portal para que cooperativas possam divulgar seus produtos e serviços, de modo a serem vistos por outras cooperativas. A busca poderá ser feita por produto, área de abrangência e estado. O site já está no ar, no endereço cooperabrasil.coop.br. Localizada em Belo Horizonte (MG), a Cooperativa dos Transportadores de Cargas e Passageiros (Coopmetro) vem se beneficiando de parcerias para manter a produtividade. Composta até fevereiro apenas por caminhoneiros, a cooperativa enxergou na crise um novo público-alvo. Com a forte queda no transporte de passageiros devido ao isolamento social, taxistas estão passando a fazer entregas de produtos comprados de forma on-line.
Iniciamos um projeto-piloto que propõe ocupar a lacuna de tempo ocioso do taxista com pequenas entregas. Começamos em Brasília, como oito profissionais, e em Belo Horizonte, com seis, e brevemente ampliaremos para Salvador e Fortaleza", disse Fulano“Com esse projeto, o taxista tem um complemento de renda, diversifica seu portfólio de serviços e amplia sua base de conhecimentos para outros mercados, gerando perspectivas positivas para seu negócio”, aponta Matos. “Esta pandemia mudou nossa vida e nos obriga a olhar para as diversas questões com novas lentes”. Passo a passo para inovar O Sistema OCB também está produzindo documentos com informações simples e acessíveis para as cooperativas interessadas em inovar. Serão abordados temas como e-commerce, entrega em domicílio, teleatendimento, marketing digital em momentos de crise, cursos e aulas on-line e a realização de Assembleias Gerais Ordinárias (AGOs) virtuais. “É durante as crises que as empresas costumam se reinventar e inovar”, observa Tânia. “Com um passo a passo detalhado, acessível, a cooperativa se sente mais confiante para buscar algum tipo de inovação no mercado”. Especializada em Tecnologia da Informação, a Coopersystem, de Brasília (DF), deu um importante passo na busca pela inovação. Com a impossibilidade de se realizar, devido à quarentena, sua Assembleia Geral Ordinária de forma presencial, a instituição desenvolveu uma ferramenta, batizada de Cúria, para que a reunião pudesse ocorrer de forma on-line. “Fizemos a convocação para a AGO presencial antes do isolamento social. E assim que soubemos que seria permitida a realização da assembleia virtual, mantivemos a data e aceleramos a criação do software, que estava sendo desenvolvido desde o início do ano”, conta o consultor de Relacionamento e Negócios da Coopersystem, Hugo Pimentel Felinto. Segundo o consultor, a reunião virtual foi um sucesso. “Participaram 219 cooperados, além de colaboradores que entraram como ouvintes ou para fazer alguma apresentação. O índice de satisfação foi altíssimo”, afirma Felinto. “E para que ninguém tivesse dificuldade no dia, realizamos duas pré-assembleias, nas quais os cooperados puderam tirar dúvidas em relação ao uso do sistema”. O software Cúria, informa Felinto, poderá ser utilizado gratuitamente em 2020 por qualquer cooperativa. “É a nossa forma de contribuição neste momento de pandemia”, declara o consultor. Interessados em acessar a ferramenta devem preencher um formulário de solicitação disponível no link http://curia.coop/. Em Porto Velho (RO), a Cooperativa de Professionais em Educação (Cooped) também precisou buscar nova estratégia para não interromper as atividades durante a quarentena. Desde 23 de março, a cooperativa vem utilizando uma ferramenta de ensino a distância, cedida pelo Sistema Positivo de Ensino, além de plataforma on-line para atividades e avaliações. “Nós já vínhamos utilizando o WhatsApp, com excelente resultado, para estreitar laços com os familiares dos alunos”, conta o diretor presidente da Cooped, Fabrício José Pacheco dos Santos. “E com essa situação da Covid-19, vimos que investir na modalidade a distância era a alternativa para manter as nossas atividades. O sistema tem funcionado muito bem e o mais bacana é que, diariamente, os pais recebem um feedback sobre o desempenho de seus filhos e filhas”, ressalta. Trabalho junto ao governo e a parlamentares Para garantir que cooperados e cooperativas atravessem a atual crise com maior tranquilidade, o Sistema OCB intensificou seu trabalho de junto a parlamentares e representantes do Poder Executivo. Até 30 de abril, 67 pleitos foram apresentados pelo cooperativismo, dos quais 25 já foram atendidos pelo governo federal ou pelo Congresso Nacional (veja a lista completa no link https://bit.ly/2UD17rV). “Temos recebido diversos pleitos das cooperativas e estamos trabalhando junto ao governo e ao Congresso para que eles sejam atendidos na medida do possível”, destaca a gerente de relações institucionais do Sistema OCB, Fabíola Motta. “Também estamos utilizando diversos materiais de divulgação para que os cooperados possam conhecer as decisões que os beneficiam”. Fabíola cita como exemplos posts nas redes sociais, vídeos explicativos, eventos on-line (Abre hiperlink para o site somoscooperativismo.coop.br/servico/26/covid19) e análises política (https://bit.ly/3dvDvOv) e econômica (https://bit.ly/2UCWjUD) sobre os impactos da crise do coronavírus. Entre as principais demandas do cooperativismo já contempladas está o adiamento do prazo para a realização das AGOs. Publicada em 30 de março, a Medida Provisória (MPV) 931/20 possibilitou que as assembleias possam ocorrer em até sete meses após o termino do exercício social. A MPV também permitiu as AGOs virtuais como a realizada pela Coopersytem, de Brasília. Outro pleito atendido, que contou com participação ativa do Sistema OCB e da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), foi a inclusão de caminhoneiros e prestadores de serviços essenciais na lista prioritária para vacinação contra a gripe (influenza). “Esta era uma demanda forte das cooperativas de transporte”, conta Fabíola. A criação de linhas de crédito para financiamento de folha de pagamentos de pequenas e médias empresas, a serem operacionalizadas por cooperativas de crédito, é outra demanda atendida, desta vez pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Também merece destaque, aponta Fabíola, a prorrogação do prazo de pagamentos de tributos federais, como INSS folha, FGTS, IRPJ, CSLL e Funrural. Um pleito ainda não plenamente atendido que preocupa o cooperativismo é a inclusão dos cooperados entre os beneficiados pela renda básica emergencial de R$ 600 concedida pelo governo federal. Ainda há uma insegurança jurídica se os cooperados foram beneficiados. Mas o PL 873/2020, aprovado no dia 22 de abril pelo Congresso, contempla nosso setor, graças a uma emenda do deputado Arnaldo Jardim, a pedido da OCB. Agora estamos aguardando a sanção do presidente Jair Bolsonaro”, informa Fabíola.