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De um dia para o outro, ela viu tudo mudar. Ela que já havia compartilhado tanto os seus conhecimentos nas salas de aula, agora precisava se tornar novamente aprendiz. "Não foi fácil", lembra Cecília Falavigna, 75 anos. Cecília viu sua vida se transformar completamente quando perdeu o esposo, há 22 anos. Até ali, era ele que comandava os negócios da família no campo, em uma propriedade rural em Floraí, município a 50 quilômetros de Maringá, no estado do Paraná.
Professora de matemática e ciências no ensino fundamental, Cecília não acompanhava de perto os negócios do marido João Antônio Falavigna, no setor agrícola. Era ele quem cuidava dessa área desde que se conheceram, ainda muito jovens. Quando João adoeceu, ela deixou a carreira de lado para poder acompanhá-lo nos tratamentos. Mas mesmo lutando contra um câncer por mais de dois anos, João fazia questão de continuar administrando a propriedade. “Ele era muito trabalhador e trabalhou até o dia da morte. Ele chamava o empregado, dava as coordenadas. Eu nunca mandava ou pedia nada. Era ele quem fazia isso", recorda.
Quando o esposo faleceu, Cecília se viu diante de um momento delicado. Com três filhos adolescentes – Ana Cláudia, Mara Sandra e Paulo César – tinha de decidir o que fazer com as terras deixadas pelo marido. Precisava, também, cuidar de todo o restante sozinha. Uma das filhas, com Síndrome de Down, exigia mais dedicação e cuidados especiais. Além disso, Cecília não tinha o apoio da família para levar os negócios em frente e nem conhecimento suficiente sobre o agronegócio . “Outra dificuldade foi essa. Não sabia como fazer. Porque quando a mulher acompanha o marido nas atividades dele, ela tem um caminho a tomar, um rumo pra seguir. E eu não tinha”, lembra.
Muita gente aconselhou Cecília a vender tudo e voltar pra sala de aula. Outros falavam que seria mais fácil ela se dedicar a algo novo e mais “feminino”. Teve gente que sugeriu, inclusive, que arrendasse a propriedade e vivesse de renda. “Eu não sabia nem o que era isso: arrendar as terras”, diverte-se. “Como eu ia deixar alguém administrar se nem eu sabia? Eu não tinha nem ideia do valor da terra também. Como eu ia negociar assim?”.
Diante de tantas perguntas, a professora decidiu sair de sua casa, em Maringá, e foi a campo tomar conhecimento de tudo. Estava determinada a não deixar as terras nas mãos de outras pessoas. Em meio ao luto, uma semana após o falecimento do esposo, ela aprendeu que as terras de Floraí eram dedicadas à pecuária e à produção de soja e milho. A família também tinha uma propriedade em Mamborê, a 200 km de Floraí, que estava arrendada para outro produtor. “Eu não queria me desfazer daquilo que era nosso. Eu pensei: vamos lá saber como é que se faz. Primeiro eu queria conhecer o que era agricultura e depois tocar em frente”.
Mesmo sem o apoio da família, Cecília abraçou o desafio de administrar a propriedade, se reinventar profissionalmente e fazer do campo a sua escola. “Fiquei aprendendo na fazenda de Floraí”.
A COOPERATIVA [caption id="attachment_75799" align="alignnone" width="512"] Crédito: Shutterstock[/caption] Com a decisão de que iria continuar com o agronegócio, Cecília passou a frequentar periodicamente o campo para se familiarizar com a rotina e a produção. Contou com o apoio de funcionários antigos e procurou, logo no início, a Cooperativa Agroindustrial Cocamar para auxiliá-la nesse desafio. “Eu disse para a cooperativa: eu estou aqui, preciso do apoio de vocês. Eu preciso de apoio pra poder tocar os negócios da família. Foi aí que comecei. Não tinha noção de quantidade, mas a cooperativa me orientou sobre os alqueires, quanto eu precisava de adubo e de fertilizantes. Esta parte técnica toda ficou por conta da cooperativa”, relata. “A partir daí, também, fui conhecendo sobre o preparo do solo e vi que não tínhamos maquinário suficiente e bom”.
Foi renovando as máquinas aos poucos. E, com o estímulo da cooperativa, passou a investir mais. “Os equipamentos eram muito ruins, ela melhorou tudo”, conta o filho mais novo, Paulo César, que atualmente está trabalhando na fazenda. “Também investiu muito em tecnologia”, acrescenta.
Além de continuar com as lavouras de soja, milho, e com a criação de gado, Cecília também resolveu começar um novo cultivo. “Para continuar criando gado, teria que ampliar o pasto, o que não era possível. Então, diminuí o gado e, com o apoio da cooperativa, passei a cultivar laranja”.
Para Paulo, a mãe é uma “heroína”. “Ela não só manteve o que tínhamos, mas aumentou o negócio. A cooperativa ajudou muito nesse processo”, diz o jovem. “Ela foi muito determinada, teve que ter muita garra para levar isso adiante. Acho que ela teve muito medo de perder tudo, manchar aquilo que meu pai deixou”.
Nem todo mundo, no entanto, reconheceu de cara o talento de Cecília para os negócios. No início, ela foi vista com desconfiança por algumas pessoas. “Eu tinha que fazer o meu nome”, conta. Afinal, era uma mulher plantando grãos em um ambiente predominantemente masculino. Sentiu dificuldade até em conseguir financiamentos para continuar investindo na produção. “Recebi vários nãos. Mas pensava: se eu não consegui aqui, consigo lá. Nunca tive medo. Eu sempre enfrentei, sempre fui atrás”, lembra. “Então, quando você consegue ser honesta e ser justa, ir em frente e mostrar para a ala masculina e para o outro que você é corajosa, eles passam a confiar em você”.
Dona Cecília, como é chamada pelos sete funcionários da fazenda, foi se empenhando, aprendendo e ganhando cada vez mais gosto pelo trabalho. O resultado não poderia ser diferente: hoje ela é referência em produtividade e acumula vários prêmios no currículo. Já é tricampeã no concurso de máxima produtividade em soja promovido pela Cocamar. No primeiro ano que participou da premiação, em 2012, produziu 74 sacas de soja por hectare. Nesta colheita de 2018, a produtividade foi de 95 sacas – o equivalente a 5,7 toneladas de grãos –, um aumento de quase 30% em relação ao primeiro ano. “As médias dela sempre são bem maiores que a média da região. Ela sempre está atrás de inovações”, afirma Valdecir Gasparetto, engenheiro agrônomo e assistente técnico da família Falavigna há 10 anos.
RAINHA DA SOJA [caption id="attachment_75802" align="alignnone" width="2048"] Arquivo Pessoal[/caption] De tanto ganhar prêmios pela produtividade de suas terras, Cecília passou a ser conhecida no setor como “rainha da soja”. O título foi concedido após ela ganhar a premiação de uma multinacional que avaliou a safra de grãos em 2015/2016. Nessa safra, ela produziu 92,9 sacas de soja por hectare de terra — a média nacional era de 48,9 sacas por hectare, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O segredo para tantos prêmios? “Primeiro é preciso confiar naquilo que você está fazendo e no que quer. Segundo é estar dentro de uma cooperativa que te dá todo o apoio e confiança”.
Essa confiança, aliás, acompanha a rainha da soja até nos dias de seca — como estes do meio do ano. “A gente tem sofrido bastante com o clima. Mas se você está usando um produto apropriado pra seca, a plantação vai resistir”. A produtora é categórica: “Não existe terra ruim, existe terra mal cuidada. O importante é entender que não se pode só tirar da terra; é preciso devolver algo para ela, colocar algo a mais. A produção tem de ser sustentável”, afirma.
Cecília usa os melhores produtos e investe bastante em tecnologia. O agrônomo Valdecir, que auxilia a família nos negócios, explica: “Fazemos um trabalho de constante correção física e química do solo”.
Sempre otimista, a antiga professora sempre quer produzir mais. E garante que a competição é interna. “Eu não quero ser melhor que ninguém. Quero mostrar para as pessoas que trabalhando e fazendo as coisas corretas, você consegue o que desejar”.
O trabalho é em conjunto. Gasparetto enfatiza: “Dona Cecília valoriza os funcionários e todos que estão envolvidos. Ela chama a gente de ‘meus meninos’ e faz questão de dizer que não consegue nada sozinha. Ela é uma excelente produtora”. E o filho reafirma: “Não existe distinção entre os funcionários. Para ela, são todos iguais”.
Recentemente, para facilitar a gestão, a rainha da soja vendeu a fazenda em Mamborê e comprou outra bem próxima da propriedade de Floraí. E quem diria? Foi ficando tão experiente que hoje está, até mesmo, arrendando a terra para os outros.
COTIDIANO [caption id="attachment_75801" align="alignnone" width="1024"] Arquivo Pessoal[/caption] Cecília mora na cidade de Maringá com Mara, a filha com Síndrome de Down. Na cidade, costuma acompanhá-la em suas atividades diárias. Mas toda semana vai para a “roça”, como chama a propriedade de Floraí. No campo, fica cerca de três dias por semana. Em períodos de colheita e plantação, passa até mais. “Eu sou apaixonada por aquilo que eu faço. E o dia que eu não vou pra roça, fico pensando: ah, eu tenho que ir lá. Eu tenho que ver a colheita”, diverte-se.
Na fazenda, as tarefas começam logo quando o sol nasce. Ela acorda bem cedinho e vai para a parte superior da casa. De lá, pode avistar uma represa grande e localizar os funcionários cumprindo as atividades planejadas no dia anterior. Acompanha o plantio, a colheita e vai observando as necessidades que vão aparecendo. Atualmente, está mais à frente da parte administrativa.
Há oito anos, a rotina está menos intensa. Cecília vem contando também com o apoio diário do filho. “Meus pais diziam que era para eu estudar e me formar primeiro e depois, se eu quisesse, voltava”, conta Paulo. “Aí, devargazinho, fui voltando”. E não se arrepende. O sentimento da mãe já o contagiou. “Pela paixão dela, eu também gosto demais. Gosto muito de estar lá no dia a dia”, conta.
Essa paixão, Dona Cecília deixa transparecer até na voz. É só trocar algumas palavras com ela para perceber. É daquelas pessoas que a gente fica com vontade de sentar para tomar um café, ouvir os “causos” e aprender um pouquinho. A agenda, no entanto, não parece tão simples quanto ela. Marcar essa entrevista não foi tão fácil: os dias estavam corridos devido à colheita do milho. Além disso, surgiu uma viagem de negócios de última hora na semana da reportagem.
Cecília conta que, nesta época de seca, apesar da poeira e de voltar toda “marrom” das terras, o cheiro por lá está incrível. Orgulhosa, diz que está tudo perfumado com as flores das laranjeiras que ela plantou. Hoje, já são 14 mil pés. O grande orgulho dela, na verdade, é ser agricultora. Para Cecília, esse trabalho vai muito além do lucro e de premiações. Existe também uma responsabilidade social. “Falta muita comida nesse mundo, é tanta gente passando fome... Então, eu penso nisso: pelo menos um grãozinho da minha soja pode alimentar alguém. Nosso Brasil é sustentado pela agricultura, e eu me orgulho muito de pensar que é o agricultor quem segura as pontas do país nesses períodos difíceis”.
Bem articulada, educada e cheia de energia, não para de fazer planos. Se no ano passado a colheita foi de 95 sacas por hectare, agora busca um novo recorde para a próxima safra: 104 sacas. “Não é fácil. Vamos ver. Mas eu coloquei esta meta”. E Cecília sabe muito bem de onde vem essa determinação. “Essa força vem de Deus. Essa força que tenho de produzir, de ser melhor, é de algo superior”, conclui. E quem se atreve a dizer que ela não vai conseguir?
Esta matéria foi escrita por Tchérena Guimarães e está publicada na Edição 23 da revista Saber Cooperar. Baixe aqui a íntegra da publicação

A demanda por profissionais com graduação em cooperativismo é maior do que a nossa universidade consegue formar. Eu recebo pedido do setor para encaminhar bons currículos para as vagas e hoje não tenho para atender”.O curso de cooperativismo da UFV é o mais antigo do Brasil. O projeto nasceu nos anos 1970, por meio do extinto Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), com a missão de capacitar a mão de obra das cooperativas. Era um curso com formação de nível técnico, até ser promovido, em 1991, a bacharelado em Administração com habilitação em Administração de Cooperativas. De lá para cá, foram muitas mudanças no currículo e no próprio nome do curso — mas manteve-se a missão de formar profissionais com os valores do cooperativismo totalmente internalizados. “No primeiro ano do curso, a gente toma muito cuidado para que o aluno entenda onde está entrando. Explicamos o que é o cooperativismo, o levamos para visitar uma cooperativa, e também a Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais (OCEMG). É como uma imersão. O legal é que, ao conhecer os valores e os princípios do cooperativismo, o aluno se apaixona e fica”, conta Albino. De acordo com o docente, boa parte dos alunos chega sem conhecer nada sobre o movimento. “Dos 40 que entram, metade queria fazer outro curso, mas escolheu Cooperativismo por ser menos concorrido. Porém, quando começam a conhecer a realidade das cooperativas, ficam cativados pelas possibilidades de crescimento do setor”, explica. Foi exatamente isso o que aconteceu com Geâne Ferreira, gerente de desenvolvimento social do Sistema OCB. Ela entrou no curso de cooperativismo da UFV com a meta de pedir transferência para Administração de Empresas, mas logo no primeiro semestre descobriu que sua vocação era cooperar.
O curso de cooperativismo traz uma preocupação com as pessoas e a organização coletiva. Tem toda a estrutura de Administração, mas com esse gostinho a mais, que é a preocupação com o ser humano”, destaca.O curso de Cooperativismo da federal de Viçosa tem duração de quatro anos e meio, com disciplinas como administração, direito, sociologia, contabilidade e várias cadeiras que abarcam as teorias cooperativistas. “Temos o caso de um aluno que saiu, foi para a engenharia e voltou. Ele experimentou e viu que era no cooperativismo que tinha que ficar, porque é mais humano, respeita mais as condições das pessoas. E é mais divertido”, compara Albino. FORMAR PARA O SISTEMA Se Minas Gerais foi o berço do primeiro curso superior em cooperativismo, o Rio Grande do Sul foi o primeiro estado a ter uma instituição de ensino superior voltada exclusivamente para o movimento. A Faculdade de Tecnologia do Cooperativismo (Escoop) foi fundada em 2011 e já formou mais de 100 tecnólogos em Gestão de Cooperativas. A instituição é uma iniciativa do Sescoop-RS e, por essa razão, a maior parte dos alunos já têm vínculos com cooperativas, seja como colaboradores ou cooperados. A Escoop também oferece cursos de pós-graduação (especializações e MBA). “Nossos alunos são associados, conselheiros, dirigentes e colaboradores de cooperativas, com faixa etária média de 30 a 40 anos”. A afirmação acima é de Paola Londero, coordenadora de pós-graduação da instituição. Segundo ela, os ramos crédito e saúde, além do agropecuário, são os mais presentes nos cursos de formação. Apesar do foco no cooperativismo gaúcho, a instituição já ofereceu cursos de Gestão de Cooperativas na Bahia, no Ceará e no Pará. Seguindo o mesmo modelo, há ainda o Icoop, em Cuiabá (MT), e a Faculdade Unimed, com sede em Belo Horizonte (MG), nascidas com o DNA da cooperação. Ambas disponibilizam cursos de Gestão de Cooperativas, além de programas de pós-graduação e outras capacitações de curta duração. No caso da Unimed, além do foco em cooperativismo, há especializações focadas no ramo saúde, como o MBA em Administração Hospitalar.
Considerando-se que o ensino superior, em geral, não contempla o cooperativismo adequadamente na formação das carreiras, a compreensão das características peculiares das cooperativas é extremamente relevante”, destaca Mário de Conto, diretor-geral da Escoop.
Esta matéria foi escrita por Amanda Cieglinski e está publicada na Edição 28 da revista Saber Cooperar. Baixe aqui a íntegra da publicação
Esta matéria foi escrita por Lílian e está publicada na Edição 28 da revista Saber Cooperar. Baixe aqui a íntegra da publicação
Eu tenho mais de 60 anos e a maioria dos cooperados tem mais ou menos a minha idade. Mesmo assim, sempre arrumo um tempinho durante o trabalho para recolher o lixo das embarcações, das casas e do rio. Faço isso pensando nos meus netos, nas outras gerações que virão depois de mim e também precisam conhecer a grandeza do Amazonas”.E você? O que tem feito para ajudar o meio ambiente? Conta sua história para gente! Basta mandar um e-mail para
ENTENDA O IMPACTO DESSA AÇÃO Nome da cooperativa: Cooperativa dos Profissionais de Transporte Fluvial do Estado: do Amazonas Diferencial: a retirada de lixos dos rios e das casas de ribeirinhos é um projeto voluntário da cooperativa e comprova o amor de cada barqueiro ao rio Amazonas e à comunidade onde vivem. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável que a Cooperárvore ajuda a cumprir

Esta matéria foi escrita por Guaíra Flor e está publicada na Edição 23 da revista Saber Cooperar. Baixe aqui a íntegra da publicação
É fundamental para nós. O país, dadas as dimensões continentais, tem um peso muito grande economicamente e politicamente. Estar dentro desse contexto [de organismos internacionais] é fazer parte de decisões importantes que se apresentam no mundo inteiro”, defende.Para ela, essa representação internacional é importante para que o Sistema OCB marque posições dentro de um organismo e um contexto mundial onde se decidem as normas políticas e institucionais. “Quanto mais nos unirmos e olharmos para dentro de nós, mais estaremos nos fortalecendo. No Brasil, nós temos a OCB, que coordena todos os estados, as cooperativas, centrais, confederações e federações. É um sistema. E ele tem de estar sempre bem posicionado para que a gente possa fazer parte das decisões. Para conseguir levar os nossos anseios e necessidades mostrar para o mercado o quanto o cooperativismo é importante e fundamental”, destaca. Segundo ela, há diversos encontros internacionais, videoconferências e canais na internet onde representantes do cooperativismo se comunicam constantemente e observam o movimento cooperativo em cada país. É o momento de analisar cenários, ver o que outros países estão fazendo e tentar aprimorar o que é feito internamente. O último encontro presencial, realizado na Costa Rica, no fim de 2019, discutiu temas como economia, câmbio, sustentabilidade das cooperativas e intercooperação. O Brasil participa ainda do conselho da organização. Desde 2018, o país é um dos 15 integrantes do conselho de administração da ACI que se reúne em Bruxelas, na Bélgica. O conselheiro brasileiro é o presidente do Sistema OCB em Mato Grosso, Onofre Cezário Filho. PIONEIRISMO VERDE-AMARELO Dentro da ACI, o Brasil é referência em termos de normas e legislação na área de cooperativas de trabalho. E, por isso, vários países procuram saber quais passos foram dados aqui para conseguirem fortalecer e fazer leis semelhantes, se adequando às especificidades de cada nação. A partir da aprovação da Lei 12.690/2012, que impôs regras específicas para o setor, Margaret — que também é associada da Cooperativa de trabalho, produção e comercialização dos trabalhadores das vilas de Porto Alegre (Cootravipa) —avalia que houve uma mudança de mentalidade sobre essas cooperativas.
Houve um reconhecimento e uma mudança de comportamento em relação às cooperativas de trabalho. Elas foram estigmatizadas por muitos anos, mas não era um retrato verdadeiro do que acontecia em todo o mundo cooperativo”, argumenta.A nova lei liberou a participação de cooperativas de trabalho em licitações públicas – um ganho enorme para o cooperativismo que pôde mostrar a importância de sua força de trabalho. Segundo ela, foram mais de oito anos de intenso trabalho junto ao Congresso Nacional para que a lei que assegura direitos e deveres perante o associado fosse aprovada. A norma traz o mínimo que a cooperativa deve dar de benefícios aos seus associados. Em parte, esse regulamento se assemelha ao que as empresas em geral fazem, mas também traz diferenciais como um seguro específico que garante ao trabalhador que adoeça uma diária a ser recebida mensalmente para ficar em casa e cuidar da saúde. “Esse movimento, feito e liderado pelo Brasil, mudou a visão frente as cooperativas. Muitas tiveram de se adequar já que a lei veio para regrar posicionamentos”, relembra. CRESCER EM TEMPOS DE CRISE Na avaliação de Margaret, a participação em fóruns internacionais também serve para mostrar ao mundo que o cooperativismo é organizado e que cresce, cada vez mais, em tempos de crise.
Quando iniciou todo o movimento dessa crise de coronavírus, eu disse: aí vão estar as cooperativas fazendo a diferença. Na parte médica, na parte de transporte, de limpeza, na parte de cuidar dos doentes e de fazer as prevenções”, analisa.Ainda segundo ela, o cooperativismo está levando energia e internet a moradores da cidade e do campo. “As pessoas estão ficando em casa, muitos vão ser demitidos e muitos vão precisar de apoio, de capital de giro, de financiamentos, renegociação de dívidas. Tudo isso o cooperativismo pode ajudar. O cooperativismo faz parte dessa sociedade”, enumerou Margaret.
Esta matéria foi escrita por Lilian Beraldo e está publicada na Edição 29 da revista Saber Cooperar. Baixe aqui a íntegra da publicação

CONHEÇA ALGUNS DOS NOSSOS JOVENS LÍDERES Nome: Alessandra Cristina Soares Idade: 30 anos Atuação profissional: conselheira fiscal da Cooates (Barreiros - PE)

Nome: Rafael Athayde Idade: 24 anos Atuação profissional: vendedor na YouGreen Cooperativa (São Paulo - SP)

Nome: Amanda Chiodi Idade: 22 anos Atuação profissional: analista de relacionamento com o cooperado Unimed Cascavel (PR)

Nome: Wilson Figueiredo Idade: 35 anos Atividade profissional: gerente de TI do Sicoob Credialto (Piumhi - MG)

Esta matéria foi escrita por Adriana Araujo e está publicada na Edição 28 da revista Saber Cooperar. Baixe aqui a íntegra da publicação
O SomosCoop valoriza nossos produtos e engrandece a cooperativa"Cooperativista há mais de 30 anos, Neusa tomou a frente dos negócios e assumiu a pequena propriedade em que planta café após a morte do marido. "A cooperativa fortaleceu os meus negócios e continua me fortalecendo. A Coopama faz parte da minha vida profissional, como agricultora, promove o meu desenvolvimento com palestras, dias de campo e capacitações. É um orgulho fazer parte do cooperativismo”, destacou. Lançado em 2018, o movimento Somos Coop quer mostrar a força e a capacidade transformadora do cooperativismo. Comprometidas com as comunidades em que se localizam, as cooperativas modificam as realidades gerando trabalho, renda, dignidade e felicidade em todos os cantos do país. Outro intuito do SomosCoop é despertar a consciência das pessoas envolvidas com o cooperativismo e gerar orgulho naqueles que abraçam a causa. Afinal, o cooperativismo quer transformar o mundo em um lugar mais justo, feliz, equilibrado e com melhores oportunidades para todos. E fazer parte dessa cadeia é um motivo e tanto para ter orgulho. AGREGAR VALOR

A gente buscou levar essa ‘marca’ [SomosCoop] junto com os nossos produtos justamente para mostrar a importância que o cooperativismo tem”, destacou Aline.A venda do café com o selo do SomosCoop ainda está restrita aos pontos de venda da Coopama nas cidades de Machado, Alfenas, Elói Mendes, Poço Fundo e Turvolândia, todas no Sul de Minas. Mas o intuito é chegar às prateleiras dos supermercados de todo o estado até o final de 2020. Para este ano, a Coopama ainda pretende começar a apostar no mercado de cafés especiais, personalizando ainda mais o produto. Para isso, a cooperativa está estruturando um departamento específico para agregar mais valor ao produto e também ao cooperado. A primeira ação de visibilidade comercial deve ocorrer em novembro. “Em abril, vamos começar a conscientizar os produtores. O intuito é montar um projeto piloto com 20 a 30 produtores que têm as melhores qualidades de café”, destaca Aline afirmando que todo café passa por uma análise sensorial para determinar os padrões e a classificações da bebida. “Vamos nos reunir com produtores para saber se eles têm interesse de participar do projeto porque terão de fazer uma série de adequações nas fazendas”, afirmou. Em novembro a Coopama pretende promover um concurso de cafés especiais. Com isso, quer chamar o mercado comprador (cafeterias e torrefações) e fazer um leilão. Para a coordenadora de marketing, além de ser um grande motor de crescimento do país, o cooperativismo é uma paixão. “Quanto mais a gente conhece, mais a gente fica apaixonado e é movido pelo cooperativismo”, avalia Aline que está há 8 anos na Coopama. ENTENDA A FORÇA DO NOSSO MOVIMENTO

Esta matéria foi escrita por Lilian Beraldo e está publicada na Edição 29 da revista Saber Cooperar. Baixe aqui a íntegra da publicação
O mercado de transportes é muito veloz e competitivo, mas ele beneficia quem está preparado para oferecer os melhores serviços”A avaliação acima é de Tiago Barros, analista econômico da OCB para o Ramo Transporte. Segundo ele, as cooperativas do ramo precisam compreender que existe uma solução para enfrentar esse cenário de profunda mudança e disrupção. “Em vez de lutar contra a entrada de novos atores no mercado, é preciso entender o que está mudando, pensar e se reposicionar. Quem estiver preparado e for competente, obterá resultados. E eles serão grandes.” De fato, de acordo com o Anuário do Cooperativismo, em 2018, as cooperativas de transportes movimentaram R$ 4 bilhões, garantindo o emprego e a renda de 98,8 mil cooperados. Ainda não estão disponíveis dados que permitam uma comparação com a receita de anos anteriores, mas Barros — que acompanha diariamente o mercado desde 2013 — avalia que “a tendência é de aumento em relação ao faturamento” em todos os segmentos. OTIMISMO [caption id="attachment_75724" align="alignnone" width="3500"]

Ao darem descontos e praticarem preços mais acessíveis, em termos absolutos, os taxistas conseguem ter até mais corridas do que antigamente”.Há espaço para todos nesse mercado mais amplo, desde que cada um saiba aproveitar suas vantagens competitivas, resume Resende. “Como sobreviver? Como se manter nesse mercado? Cada um, a seu modo, vai ter de ser mais eficiente”, assevera o economista-chefe do Cade. VANTAGENS E DESAFIOS [caption id="attachment_75732" align="alignnone" width="5757"]

Se o preço da corrida está baixo para todo mundo, quem for mais eficiente conseguirá os melhores resultados. E as cooperativas, nesse sentido, costumam ser mais eficientes”.Ouvido o conselho dos especialistas, cabe às cooperativas aproveitar essas vantagens para garantir maior participação de mercado no Ramo Transporte. “Nós precisamos criar estratégias para concorrer e simultaneamente investir cada vez mais em uma gestão eficiente. Afinal, muitas cooperativas correm risco de descontinuidade”, completa Matos. 5 PRIORIDADES ESTRATÉGICAS DO RAMO

Esta matéria foi escrita por Felipe Teixeira e está publicada na Edição 29 da revista Saber Cooperar. Baixe aqui a íntegra da publicação
“Nós, mulheres, somos competentes, agregamos valor às equipes das quais fazemos parte e temos de dar as mãos umas as outras para crescer cada vez mais”, acredita a executiva.Durante o período de empresária, Solange participou ativamente da Associação Comercial e Industrial de Toledo, no Paraná, da qual assumiu a presidência em 2005. Foi lá que viu crescer o embrião do que é hoje o Sicoob Meridional — cooperativa fundada por 26 empresários da associação, em resposta à elevada taxa de juros e a falta de presença dos bancos na comunidade. Já em 2006, Solange foi convidada a assumir a diretoria administrativo financeira da cooperativa. Ela acredita que a experiência bancária anterior tenha sido uma credencial para que ela fosse convidada a assumir a diretoria. “Foi fantástico porque pude entrar no processo, principalmente, no processo decisório, como diretora.” Três anos depois, ela assumiu a vice-presidência do Sicoob Meridional e, desde 2015, é a presidente da instituição — um caminho natural dado o desempenho e o trabalho executado por ela nos anos anteriores. RESULTADOS Os resultados do Sicoob Meridional não deixam dúvidas da excelência do trabalho de uma mulher no comando. “Temos excelentes índices financeiros. A cada 3 anos, a gente dobra de tamanho. Temos os menores índices de inadimplência, uma das menores taxas de juros, até mesmo do sistema cooperativista. E tudo isso porque temos foco justamente naquilo que o cooperativismo prevê: justiça econômica, social e financeira.” Uma das bandeiras da presidente da cooperativa é levar nosso modelo de negócios a quem mais precisa. Por isso, ela segue investindo na abertura de pontos de atendimento ao cliente. “Aumentamos nossa área de atuação e passamos a abrir agências fora da cidade”, conta ela, que fez questão de participar de todas as inaugurações. Hoje, o Sicoob Meridional conta com 21 pontos de atendimento e mais de 41,3 mil cooperados. Solange sabe que o sucesso não é conquistado sozinho e destaca como importantes atores nesse processo a equipe engajada e comprometida e uma diretoria que trabalha em sinergia com os conselhos administrativo e fiscal. Tudo é feito com o intuito de humanizar as relações financeiras.
“Quanto mais você vive o cooperativismo mais você se apaixona porque é um modelo muito justo, um modelo que une social com econômico. E quando tem paixão, o trabalho é feito de forma mais eficiente e com mais brilho.”Solange sonha em ver mais mulheres em posição de liderança dentro e fora do cooperativismo. “Confiando em nós mesmos e dando as mãos umas as outras vamos ir muito longe”, finaliza.
Esta matéria foi escrita por Lílian Beraldo e está publicada na Edição 29 da revista Saber Cooperar. Baixe aqui a íntegra da publicação

“Conheci o cooperativismo há mais de 10 anos e, desde então, esse modelo de negócios tem me ajudado a acreditar que sonhar é possível. Sempre costurei, sou mãe, e precisava de um trabalho no qual eu pudesse ter tempo para dar atenção para minha família. Na cooperativa isso é possível. Somos com uma família que entende a necessidade do outro. Pensamos coletivamente e trabalhamos com parceria”.A Cooperávore comercializa sua produção pela internet desde 2017 e, a cada dia que passa, ajuda a transformar para melhor a vida de suas cooperadas. São 14 anos de trabalho que renderam, inclusive, parcerias com a Organização das Nações Unidas (ONU) e da União Europeia. Vale muito a pena conhecer!
PASSO A PASSO DA PRODUÇÃO DA COOPERÁRVORE [caption id="attachment_75650" align="aligncenter" width="542"]

FICHA TÉCNICA DA COOPERATIVA Nome: Cooperárvore Estado: Minas Gerais Diferencial: cooperativa formada exclusivamente por mulheres que transformam “lixo” automotivo em acessórios cheios de estilo. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável que a Cooperárvore ajuda a alcançar

Esta matéria foi escrita por Guaíra Flor e está publicada na Edição 23 da revista Saber Cooperar. Baixe aqui a íntegra da publicação
“Não sei de onde arrumei tanta coragem, acho que era do espírito de justiça que eu tinha. Na igreja, aprendi que os grandes profetas lutavam pela justiça do seu povo”, afirma.Maria lembra que os produtores deixavam seu leite em tambores, na entrada das pequenas propriedades, que eram recolhidos por caminhões e levados direto ao laticínio. Mas ninguém nunca conheceu “a cara do patrão”. Mudanças eram feitas sem comunicado prévio aos produtores que eram pegos de surpresa, inclusive com a troca de um laticínio por outro. “Um dia, eu fui lá na estrada para pegar o tambor [de leite] e o talão para ver a medição do leite [papel em que eles indicavam quantos litros tinham sido recolhidos naquele dia]. No papelzinho que eles deixavam, eu vi que tinha mudado o nome do laticínio. Não era mais o mesmo de antes. Eu fui pra casa, revoltada, e no dia seguinte fui lá pra beira da estrada pra esperar o leiteiro. E falei pra ele: o que aconteceu? Quem é o nosso patrão agora? Quem vai pagar o leite?” O responsável pelo transporte do produto disse apenas que a linha de leite tinha sido vendida e que um outro laticínio tinha assumido o controle. Maria mandou um recado pedindo para que o proprietário fosse ao campo conversar com os pequenos produtores. Mas ninguém nunca apareceu. Revoltada com a situação, ela decidiu que faria uma reunião com os produtores rurais para discutir os próximos passos da comunidade. No primeiro encontro, 80 produtores locais compareceram. “Eu até me assustei”, relembra Maria afirmando que foi sozinha ao local. “Meu marido não gostava de reunião, nem foi”, completa. No encontro, no qual foram discutidos os caminhos para a produção de leite da região, Maria se colocou à disposição para se reunir com a Cooperativa Agropecuária Mista Terra Nova (Coopernova) – que poucos produtores conheciam, mas cujo trabalho tinha fama de ser honesto, sério e transparente. PROTAGONISMO FEMININO

“Eu era a única mulher do grupo e estava liderando tudo aquilo. Foi difícil no começo, mas conseguimos. A comunidade continua animada e ninguém quer sair. Sempre digo que temos de dar valor ao nosso pedaço de terra e de ser cooperativista”.Nossa líder cooperativista se diz feliz e realizada com as escolhas que fez ao longo da vida. Ela diz que repetiria tudo outra vez e incentiva outras mulheres a seguirem o caminho do cooperativismo. “O cooperativismo é muito importante e apóio que outras mulheres entrem. Falo a elas que vale a pena ser cooperativista, investir na sua propriedade e produção. O trabalho desenvolvido pela Coopernova é honesto e sério. Tem 14 anos que a gente entrega leite lá. E nunca ficamos um mês sem receber”, afirma. Maria, mãe de cinco filhos homens, elogia a capacidade de organização das cooperativas e faz uma analogia sobre esse processo e o que aprendeu ao longo dos anos na igreja que frequenta. “A cooperativa é uma instituição organizada e transparente. Eu vejo o cooperativismo como a primeira multiplicação de pão e peixes que Jesus fez. Ele pediu que fosse organizado em grupos de 50, de 100. Essa organização que Jesus fez para a partilha do pão é o cooperativismo”.
Esta matéria foi escrita por Lílian Beraldo e está publicada na Edição 29 da revista Saber Cooperar. Baixe aqui a íntegra da publicação
Brasília (10/6/20) – Sustentabilidade é palavra de ordem em todas as cooperativas brasileiras. Por princípio, buscamos crescer de forma sustentável, igualitária e inclusiva, apoiando o desenvolvimento das comunidades nas quais atuamos. Se, há alguns anos, esse conceito era relacionado apenas à área ambiental, hoje ele perpassa todos os ramos da economia. Na verdade, a sustentabilidade deixou de ser um objetivo quase abstrato para se transformar em meta mundial — com prazos e diretrizes definidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), desde 2015. São os chamados objetivos de desenvolvimento sustentáveis (ODS), um conjunto de 17 medidas que devem nortear as ações públicas e privadas de todos os países-membros até 2030.
Dispostas a contribuir com o sucesso da Agenda, as cooperativas brasileiras — por meio do Sistema OCB — assumiram o compromisso público de apoiar o cumprimento dos ODS no Brasil. Como estamos fazendo isso? A resposta para essa pergunta você confere nesta entrevista, que reuniu o assessor sênior do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento no país (PNUD Brasil), Haroldo Machado Filho, e o superintendente do Sistema OCB, Renato Nobile.
Como funciona a parceria da ONU com o Sistema OCB?
Haroldo Machado Filho: Nossa parceria teve início em 2018, visando facilitar e fortalecer a colaboração do movimento cooperativista na promoção e no alcance dos ODS no Brasil. Essa parceria evoluiu, em 2019, para um acordo de cooperação técnica com o Serviço Nacional de Aprendizagem para o Cooperativismo (Sescoop), a fim de capacitar as cooperativas brasileiras a aderirem à Agenda 2030e aos ODS. Nosso objetivo é auxiliá-las a implementar projetos de desenvolvimento sustentável e a se posicionarem publicamente como parceiras estratégicas da ONU ao longo do processo de implementação da Agenda no Brasil. Também queremos fortalecer iniciativas globais, nacionais e locais já existentes no cooperativismo e propor inovações que acelerem o impacto positivo que as cooperativas têm no desenvolvimento humano sustentável das comunidades em que atuam.
Renato Nobile: Nós nos aliamos à ONU para conscientizar nossas cooperativas da importância da nossa atuação para o cumprimento da Agenda 2030, da ONU. De norte a sul do Brasil, realizamos centenas de projetos que fomentam a geração de emprego e renda, promovem a redução das desigualdades, estimulam educação de qualidade e promovem a sustentabilidade econômica, social e ambiental do nosso país. Acontece que elas nem sempre percebiam o valor estratégico desses projetos e dessas ações comunitárias. Agora — ao saberem que o cooperativismo é parceiro da ONU em relação aos 17 ODS — elas estão mais atentas ao poder transformador de seus projetos. Além disso, com o Pnud Brasil, estamos capacitando multiplicadores de ODS para que possam orientar nossas cooperativas a alinharem seus projetos socioambientais aos desafios propostos pela ONU.
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NOVIDADE
Você agora pode ler todas as matérias da Revista Saber Cooperar em um blog especial! Legal, né?! E tem muita coisa interessante. A gente fala sobre vários assuntos: as ações do cooperativismo no combate à COVID-19, esse novo momento e muito mais! Acesse agora e confira: http://www.somos.coop.br/revista-coop/
“Ney formou uma geração de lideranças agropecuárias. Pessoas que, mesmo depois de saírem da Agroceres, continuaram atuando e levando a sua visão estratégica de conduzir os negócios”, afirma José Luíz Tejon, que foi diretor de marketing da Agroceres e atualmente dedica-se — entre outras tantas tarefas — à docência nas áreas de Educação e de Agronegócio. “Ney é uma pessoa inesquecível, um gigantesco amigo e espetacular mentor. Era uma pessoa corajosa, com a qual a gente realizava atos de bravura, sempre com um propósito em mente: o bem do país”, recorda com saudade.A trajetória de Bittencourt gerou um verdadeiro impacto na forma de pensar do agronegócio brasileiro. “Ele tinha uma cooperativa na mão, mas atuava e trabalhava numa dimensão muitas vezes superior à empresa em si. Ele tinha uma visão de praticamente um estadista, como se fosse um presidente da República”’, explica Tejon. “Estar com ele era muito inspirador. Ele era de uma motivação imensa, dono de uma empolgação enorme!” FILHO DE PEIXE Mineiro de Viçosa, Ney Bittencourt formou-se em Agronomia pela Universidade de Viçosa e em Administração pela American Manegement Association, de Nova York. A perspicácia empresarial corria no sangue. O pai foi o fundador da Agroceres — empresa que colocou no mercado brasileiro os primeiros híbridos de milho. E, como filho de peixe, ele soube como ninguém dar continuidade à proposta inovadora da cooperativa. Investiu na modernização da produção de milho; em sementes de hortaliças, de sorgo e de pastagens; e na suinicultura e na avicultura. Sempre pensava além. [caption id="attachment_75631" align="alignleft" width="193"]

Incansável, era aquele tipo de pessoa que não parava. Estudioso, disciplinado e autodidata, os amigos contam que ele abria a empresa logo no início da manhã e só saia ao entardecer. E, quando chegava em casa, finalmente, preferia dedicar-se à leitura do que se render ao descanso.Participava de inúmeros seminários e debates mundo afora. Na década de 1970, já defendia que a forma de pensar a agricultura e a pecuária no Brasil tinha de ser revista. Os métodos tradicionais, para ele, não condiziam com a necessidade do país nem com o papel fundamental que ele tinha no mundo. Era necessária a orquestração de toda a cadeia produtiva, de uma forma sistêmica, que percebesse que a economia agrícola ultrapassava a produção dentro da fazenda. NO MESMO BARCO Ney entendia que a agropecuária era o elo de uma cadeia que movia a ciência, a tecnologia e a indústria. Foi na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, que conheceu o conceito de agronegócio — termo que advém da palavra inglesa agribusiness e engloba todas as operações da atividade agrícola, desde a produção até o varejo. Para Ney, essa “era a pedra fundamental para a construção de uma sociedade justa”. “Ele foi o primeiro a trazer essa ideia para o Brasil”, conta o engenheiro agrônomo e consultor Ivan Wedekin, outro amigo que se lembra com orgulho de Ney. “No Brasil, esse conceito nasceu em uma cooperativa [Agroceres], e não na Universidade”, argumenta. Wedekin tornou-se assessor econômico da Agroceres em 1984 e participou, ao lado de Ney, de seminários em Harvard. Ele se lembra com gratidão daquela época: “Ney podia ter nos colocado para produzir resultado e vender, mas ele dava um tempo para nós estudarmos”. Dessas imersões e dessa relação intelectual, Wedekin e Ney — com Luiz Antonio Pinazza — tiveram a ideia de escrever o primeiro livro nacional sobre agribusiness no Brasil. A obra Complexo agroindustrial: o agribusiness brasileiro foi lançada em 1989. “Todo esse nosso trabalho inicial foi de garimpagem de informações”, explica. “Nós sabíamos da importância e da força do conceito. Tínhamos claro que deveria existir uma convergência de interesses, que não se justificava um conflito entre o agricultor e a cooperativa e a indústria de sementes, por exemplo. Sabíamos que todos estavam no mesmo barco”, acrescenta. “A partir daí, esse conceito se espalhou pelas universidades e faculdades brasileiras, e hoje temos dezenas de MBAs e pós-graduações em Agronegócio. A partir dessa contribuição, nós saímos da era da agricultura para a era do agronegócio”, comemora.
Bittencourt escreveu outros tantos livros e artigos. “Ele tinha essa visão acadêmica. Participava dessa articulação entre o setor privado e o educacional”, pontua Wedekin. O ex-presidente da Agroceres também foi, entre outros, conselheiro de órgãos como o Ministério de Ciência e Tecnologia e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).“Ele era superespecial, e tenho um sentimento de uma perda muito grande de ele não ter visto todo o sucesso do agribusiness. Mas a semente que ele plantou está aí, vigorosa”, afirma Wedekin. O consultor completa: “é uma pena que o Ney não tenha vivido essa pujança do desenvolvimento do agronegócio brasileiro, que aconteceu a partir da estabilidade da economia, que veio em 1994, com o Plano Real, e depois, com a mudança do regime cambial. Ele morreu antes de o Brasil se transformar em um dos maiores exportadores mundiais, com o maior saldo da balança comercial agrícola do mundo”, analisa. Tejon acredita que, se Ney estivesse vivo, teria dado outras grandes contribuições ao agronegócio brasileiro. “Os fundamentos de agribusiness ainda não foram completamente dominados no Brasil. Nós tivemos um grande desenvolvimento por meio do cooperativismo, uma vez que as cooperativas se transformaram em cooperativas agroindustriais, e não apenas cooperativas de produção. Mas essa realidade ainda não se aplica a todo o setor do agronegócio”, enfatiza. [caption id="attachment_75630" align="alignnone" width="750"]

Para ele, o agronegócio poderia contribuir com a organização do processo de desenvolvimento sustentado, a integração à economia internacional, a eliminação das profundas desigualdades de renda e dos bolsões de miséria, e o respeito ao meio ambiente.Ele participou, também, da direção e do conselho de outras 20 entidades nacionais e internacionais ligadas ao agronegócio. Fora do trabalho, era um homem que gostava de música, arte e cultura. “Era muito otimista, um grande contador de causos. Com ele não tinha falta de assunto, gostava de um whisky, da conversa em torno da mesa do bar”, diverte-se Wedekin. Tejon também se lembra de Ney assim. Recorda as noites em que tocava o violão, com o amigo ao lado a cantarolar. “Uma das maiores sortes da minha vida foi ter convivido com o Ney. Era uma personalidade que reunia talento técnico com uma extraordinária visão humana”, avalia. “Graças a ele, fui estudar em Harvard. Fui estudar em Nova York, conhecer o mundo, fazer negociações na Índia”, acrescenta. Daquela época, no entanto, só sobrou um arrependimento: “eu podia ter prestado ainda mais atenção no Ney, porque era simplesmente gigantesca aquela experiência da Agroceres e do convívio com ele”, conclui Tejon.
Esta matéria foi escrita por Tchérena Guimarães e está publicada na Edição 29 da revista Saber Cooperar. Baixe aqui a íntegra da publicação
Para transformar os ideais cooperativistas em atitudes, a atuação do Sescoop é realizada em três áreas: monitoramento das cooperativas, formação profissional e promoção social dos cooperados e suas comunidades."“As formações oferecidas pelo Sescoop foram fundamentais na minha carreira profissional”, afirma Arlita Zanini, 57 anos, supervisora de Gestão de Pessoas da Frimesa Cooperativa Central. Ela já fez vários treinamentos pelo Sescoop, que trouxeram mais experiência e maturidade para gerir pessoas e processos, além de ajudar na rotina do trabalho. Arlita destaca o MBA Executivo em Gestão Estratégica de Pessoas e o Programa de Desenvolvimento Gerencial. Segundo ela, o curso ajudou a entender a importância do seu papel de líder e o compromisso de construir um ambiente de trabalho harmonioso e inspirador para os colaboradores, sem esquecer da produtividade e dos resultados para a cooperativa.
Esta matéria foi escrita por Lilian Beraldo e está publicada na Edição 29 da revista Saber Cooperar. Baixe aqui a íntegra da publicação
“Não diria que somos uma aceleradora em si, mas um programa de incentivo ao crescimento e consolidação de scale ups — empresas que conseguem sustentar um crescimento de pelo menos 20% ao ano, durante um período de três anos seguidos. Somos uma plataforma que tem por objetivo alçar essas empresas ao patamar mais alto possível.Após três anos de projeto, o diretor relata que foram alcançados excelentes resultados — entre eles, a parceria com dezenas de startups, que se utilizam do Bancoob como core banking para manter suas contas de pagamentos, realizar transações financeiras, transferências eletrônicas e pagamentos de contas, por meio de Interface de Programação de Aplicativos (API). Segundo Diniz, essas fintechs operam juntas, mensalmente, mais de 1 milhão de transações financeiras com um volume financeiro superior a US$ 30 milhões. Uma das fintechs aceleradas pela Plataforma.Space é o Banco Digital Maré . A startup nasceu com as missões de resolver o problema de inclusão financeira e fomentar o comércio na comunidade do Complexo da Maré, no Rio de Janeiro. É a primeira iniciativa do país para a criação de um sistema de micropagamento com moeda digital, batizada de Palafita. De forma simples e acessível, o objetivo é, por meio de um aplicativo mobile, agilizar pagamentos, transferências e compras de pessoas que não têm conta bancária, e universitários que sejam engajados em projetos sociais e que tenham dificuldade de abrir contas em bancos, por conta das tarifas altas. Além da moeda digital, o banco oferece o cartão pré-pago Maré, que pode ser recarregado e utilizado para compras na internet ou em lojas físicas, e as máquinas POS Maré, que permitem a realização de compras sem o uso de dinheiro. Os serviços financeiros podem ser acessados não somente pelo aplicativo, mas também nos chamados Kioscos, que são os pontos de atendimento onde os clientes são atendidos pelos próprios moradores de suas regiões. Os Kioscos também podem funcionar no comércio, que pode se cadastrar para ser um ponto de atendimento do Maré. TENDÊNCIAS A aceleração de startups como o Banco Digital Maré e a interconexão com cooperativas são apenas uma face das tendências que estão em curso e podem se consolidar nesse processo. Os atores envolvidos no movimento de inovação projetam ainda a possibilidade de formação no Brasil de um cooperativismo 2.0 e a geração de cooptechs (cooperativas startups), que atuariam de forma mais enxuta, planejando negócios escaláveis com base tecnológica. Mas, para chegar lá, é necessária uma mudança mais profunda na cultura das cooperativas. O propósito é fortalecer o cooperativismo, renovando sua forma de ação para alcançar mais resultados sociais e econômicos. “A inovação começa nas pessoas, não na tecnologia”, declarou Romário Ferreira, sócio de uma empresa dedicada a desenvolver um ecossistema de inovação do cooperativismo no país — a Coonecta. Segundo ele, para fazer isso, é necessário pessoas com esse mindset, que façam mudar os projetos e com quem as coisas sejam mais ágeis. “Estamos acompanhando esse movimento de perto e queremos contribuir para ter um cooperativismo ainda mais forte, com inovação”, CAPACITAÇÃO Percebendo a crescente demanda do cooperativismo por novos modelos de gestão e tecnologias inovadoras, a Coonecta especializou-se em promover eventos, workshops e missões nacionais e internacionais para intercâmbio de experiências inovadoras. Um grupo já foi para Nova York, e a próxima viagem prevista é para o Vale do Silício, nos Estados Unidos. A iniciativa surgiu há cerca de quatro anos, idealizada por dois jornalistas que deixaram a profissão de origem e passaram a se dedicar a treinamentos corporativos de empresas do ramo financeiro, como bancos, operadoras de crédito, cobrança, meios de pagamento, entre outras. Nos eventos e congressos de capacitação desse mercado, um fato chamou a atenção dos sócios: a maioria dos participantes era de cooperativas de crédito que buscavam informações para suprir alguma demanda de negócio e se tornarem mais competitivas. “Foi aí que aconteceu o encontro desses mundos. Fizemos uma validação por um tempo, conversando com diversos dirigentes e executivos de cooperativas para entender que é um movimento muito rico, mas carente de inovação”, relata Ferreira. O objetivo da Coonecta é capacitar o funcionário da cooperativa para que ele consiga implantar estratégias e disseminar o conhecimento internamente na instituição, a fim de que ela seja mais inovadora e eficiente nas suas operações. O empresário afirma:
“O cooperativismo nasceu inovador. Ele tem princípios que hoje são buscados por empresas não cooperativas. Do ponto de vista de valores, o cooperativismo está em sintonia com esse movimento atual de inovação.MAPEAMENTO O Brasil tem cerca de 12 mil startups, segundo a Associação Brasileira de Startups (Abstartups). Mas o país ainda não tem um levantamento fechado de quantas delas desenvolvem projetos de inovação em parceria com cooperativas. Para preencher essa lacuna, a OCB está desenvolvendo, em parceria com a Coonecta, um radar de inovação que deve ser lançado ainda este ano. A iniciativa pretende reunir os principais cases de cooperativismo e inovação do país. Segundo o Coonecta, as cooperativas de crédito, agropecuárias e de saúde estão à frente do movimento de inovação. No entanto, outros setores, como o de transporte, também têm desenvolvido projetos inovadores. A maior parte está concentrada no Sul e no Sudeste, mas a tendência é que o movimento cresça em outras regiões do país — como no Centro-Oeste, que já está no radar da empresa. “No crédito, a gente vê uma busca muito grande por inteligência artificial, blockchain , plataforma mobile. As cooperativas agras têm olhado bastante para isso, buscando soluções de big data e smart farm , por exemplo. É um movimento geral com alguns setores mais avançados comentou Romário. Além da Sicredi Pioneira, Romário cita as experiências da Unimed BH, que lançou um programa para selecionar startups; a Seguros Unimed, que criou uma plataforma para conectar outras unidades do grupo; o Sistema Ailos, que também selecionou startups para suprir as necessidades de negócio de suas 13 cooperativas; a Castrolanda, tradicional cooperativa do mundo agro que promoveu uma semana de inovação e um Hackathon para premiar startups; além da Coopercarga, do ramo transporte, que criou um programa de inovação aberta, e dele surgiu a Cargon , uma nova startup que já tem vida própria. No caso da Sicredi Pioneira, as perspectivas são positivas. A cooperativa quer desenvolver novas plataformas de crédito e aprimorar as existentes, além de fortalecer a cultura de inovação entre os colaboradores de todas as áreas da instituição.
Esta matéria foi escrita por Débora Brito e está publicada na Edição 29 da revista Saber Cooperar. Baixe aqui a íntegra da publicação
“Se optasse por realizar compras individuais, com o pequeno produtor, a indústria precisaria lidar com todas as questões relacionados à coleta do produtos, à logística da entrega e à assinatura de centenas de contratos de compra e venda. Para esse público, é muito mais fácil negociar grandes quantidades diretamente com uma cooperativa, até por conta da padronização da qualidade dos produtos negociados.Hoje, cerca de 123 cooperativas já estão habilitadas a participar do programa como fornecedoras de matéria-prima para a indústria do biodiesel. Em 2018, 61 mil agricultores produziram 3,9 milhões de toneladas de matérias-primas para o Selo Combustível Social — incluindo soja, mamona e óleos vegetais. As aquisições totalizaram R$ 5,1 bilhões em 2018. Os dados são do Mapa. REPRESENTAÇÃO POLÍTICA Cooperativista desde jovem, João Sadão afirma sentir-se mais do que representado em Brasília, pela Frencoop e pelo Sistema OCB. “Nós nos sentimos como parte importante deste trabalho. Com uma linha de diálogo aberta e constante, somos comunicados das discussões em andamento, bem como levamos diversas demandas de interesse coletivo para a Frente, via OCB”, destaca. [caption id="attachment_75573" align="alignnone" width="560"]

ENTENDA A IMPORTÂNCIA DO SELO COMBUSTÍVEL SOCIAL Certificação criada em 2005 com dois objetivos: 1) Fomentar a inclusão social e produtiva da agricultura familiar; 2) Estimular a produção de biocombustíveis no país — fonte de energia sustentável, que reduz a emissão de gases poluentes (CO2) na atmosfera. Podem receber o selo as indústrias produtoras de biodiesel que comprovem a aquisição de matéria-prima da agricultura familiar e ofereça — por conta própria ou em parceria com as cooperativas — serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), seguindo os parâmetros definidos pelo governo federal. Em contrapartida, essas indústrias têm reserva de 80% do mercado de biodiesel, além de redução de alguns impostos.
Esta matéria foi escrita por Alessandro Mendes e está publicada na Edição 29 da revista Saber Cooperar. Baixe aqui a íntegra da publicação
Hoje, nossos cooperados só entram na floresta com capacete, botas e com a faca dentro bainha, para evitar acidentes. Desde então, nunca mais registramos um acidente de trabalho”.Músico de formação e empreendedor socioambiental de coração, Gomes é um dos fundadores da cooperativa que, com apenas um ano, já coloca no mercado um produto de alta qualidade, alinhado às melhores práticas de conservação socioambiental. Tudo isso, sem falar na importante função social de gerar emprego e renda digna para as comunidades das oito ilhas que compõe o Arquipélago do Bailique. A Amazom Bai reúne cerca de 98 produtores certificados de 29 comunidades. Juntos, eles conseguem extrair da floresta 2,5 toneladas de açaí por ano. Tudo isso sem impactar negativamente o meio ambiente. “Por enquanto, estamos comercializando nosso açaí apenas no estado, mas nossa intenção é levar o produto para outros estados e países. Interessados não faltam”.

FICHA TÉCNICA DO PROJETO: Nome da cooperativa: Amazom Bai Estado: Amapá Diferencial: primeira cooperativa do mundo a receber a mais importante certificação de manejo sustentável de florestas do mercado: o FSC Objetivos de Desenvolvimento Sustentável que a Amazom Bai ajuda a alcançar [caption id="attachment_75587" align="alignnone" width="1602"]

Esta matéria foi escrita por Guaíra Flor e está publicada na Edição 23 da revista Saber Cooperar. Baixe aqui a íntegra da publicação
São muitos anos de trabalho árduo, e em 2019, obtivemos um grande avanço com a assinatura do contrato de permissão de 14 cooperativas, finalizando o processo de enquadramento iniciado em 2008. O contrato dá segurança jurídica para a cooperativa continuar a prestar serviços públicos de distribuição de energia com qualidade”Se antes de poder se planejar a longo prazo, a Certel já se destacava nacionalmente pela qualidade dos serviços prestados, imagine os resultados que ela poderá gerar nos próximos anos? Apenas para você ter ideia, em 2019, a cooperativa foi considerada a sétima melhor distribuidora de energia, entre as mais de 120 distribuidoras do país. A pesquisa foi feita pela Aneel a partir de entrevistas com usuários do sistema. A honraria tem razão de ser. Afinal, a Certel oferece hoje a menor tarifa de energia elétrica do estado do Rio Grande do Sul – 30% menor que a das grandes distribuidoras. Quer mais? A partir dos ganhos conquistados ao longo do ano passado, a cooperativa vai distribuir R$ 10 milhões em bônus de energia aos seus associados, no período de maio a dezembro de 2020. Isso significa mais economia a todos os cooperados por meio de uma conta de energia mais barata. “Quando se fala tanto em aumento de tarifas, a Certel está fazendo o contrário, está reduzindo a tarifa. É a missão do cooperativismo: ter o melhor serviço e uma tarifa menor do que o mercado.” PROJETO ILUMINADO A partir de uma ação de intercooperação inédita, a Certel lançou, em fevereiro deste ano, o projeto da Hidrelétrica Vale do Leite, que será construída no Rio Forqueta, entre os municípios de Pouso Novo e Coqueiro Baixo. Cerca de R$ 45 milhões serão investidos a partir de financiamento do Sicredi de Teutônia, Sicredi de Lajeado, Sicredi de Encantado e Sicredi de Soledade. Isso mesmo! Quatro instituições cooperativas de crédito se uniram à Certel para bancar e levar essa obra para frente. “Cada megawatt gerado nessa hidrelétrica vai substituir um megawatt de energia não renovável como é o caso do diesel ou fontes poluidoras. E para o estado do Rio Grande do Sul representa 1 megawatt a menos que o estado tem de comprar de outros estados”, disse Erineo José Hennemann, presidente da Certel, sobre o início da empreitada. O executivo destaca que a nova usina vai gerar 6,4 MWh – o suficiente para atender 20 mil pessoas por mês. E os ganhos para a comunidade não param por aí. Além de mais energia disponível para todos, a Certel também se preocupa com a geração de renda local. Por isso, a usina será construída por técnicos da cooperativa. Celebra, Hennemann
Nossa cooperativa tem um corpo técnico especializado em construção de usinas. Com isso, conseguimos gerar emprego e renda para a região”O prazo para finalização do empreendimento é de 18 meses. O presidente da Certel destaca, ainda, a importância de se gerar energia próximo às fontes de demanda, ou seja, perto de onde ela será consumida. “É importante porque dá confiança maior ao usuário/associado”, disse, destacando que a Certel tem uma rede de 4,5 mil quilômetros e 8 mil transformadores. Nos próximos anos, a Certel vai continuar mantendo o foco de incremento na geração por meio de energias renováveis (a hídrica, a solar, a eólica, a biomassa) e próximo aos centros consumidores. “Isso reduz investimento em redes de transmissão porque fica próximo a quem precisa da energia”, conclui Hennemann. Atualmente, a cooperativa conta com 500 colaboradores e 200 funcionários contratados por meio de empresas terceirizadas.

Essa matéria foi escrita por Lílian Beraldo e Guaíra Flor e publicada na edição 29 da revista Saber Cooperar. Leia a reportagem na íntegra.
- Normativo — com foco na sugestão de regras que priorizem a igualdade de gênero dentro das instituições cooperativas;
- Combate à violência doméstica e violência contra as mulheres — voltado à prevenção desse tipo de agressão, bem como ao apoio e ao acolhimento de cooperadas e colaboradoras cooperativistas que sofram com esse tipo de violência.
- Planejamento de projetos produtivos para mulheres — desenvolvimento de projetos e iniciativas capazes de ajudar a inclusão econômica feminina dentro do cooperativismo destaca a colombiana.
Esperamos que as organizações cooperativas de todo o mundo vejam a relevância do que significa trabalhar com as mulheres, estimulando projetos produtivos feitos para elas, com a intenção de colaborar com a inclusão econômica global desse público”Maria Eugênia aponta, ainda, a importância de as normas cooperativas preverem políticas de fomento à equidade de gênero nos cargos de direção, bem como o empoderamento das mulheres. “Já no tema violência contra mulheres, queremos que as cooperativas assumam protocolos com seus associados e colaboradores para prevenir a violência de gênero. E que hajam normas que favoreçam a participação feminina no interior das cooperativas”, completou Maria Eugenia, que também é diretora executiva da Associação Colombiana de Cooperativas. As organizações de cooperativas dos diferentes países podem se inscrever para fazer parte do Comitê de Equidade como membro. Hoje, o comitê é formado por integrantes da República Dominicana, Índia, Finlândia, Espanha, Bulgária e África do Sul. [caption id="" align="alignnone" width="1200"]

BOAS PRÁTICAS
A ACI vem desenvolvendo estratégias — a partir do plano de trabalho do comitê de gênero — para ampliar a participação e a visibilidade das mulheres no interior das organizações de representação cooperativistas. O desafio é fazê-las participar, de maneira igualitária e equitativa, nos organismos de decisão e de poder do nosso movimento. Desde 2018, a ACI criou políticas internas que preveem o aumento do número de mulheres em seus conselhos. Além disso, ficou estabelecido que a presidente do Comitê de Equidade faça parte do Conselho de Administração da ACI. Maria Eugenia lembra que, na história recente, “tivemos mulheres como Pauline Green e Monique Leroux que ocuparam os cargos de presidente do Conselho de Administração da ACI e presidente da ACI Mundial”. MAIS INCLUSÃO Em todo o mundo, as cooperativas são mais inclusivas do que outros modelos econômicos e dão mais oportunidades às mulheres para enfrentar as barreiras que frustram a igualdade de gênero. Relembra a presidente do comitê, Maria EugeniaNão podemos esquecer que as cooperativas foram as primeiras formas empresariais e associativas que efetivamente deram à mulher igualdade de direitos com os homens e deram a oportunidade de pertencer a uma empresa, de fazer parte, de ser dona de uma empresa”

Essa matéria foi escrita por Lílian Beraldo e publicada na edição 29 da revista Saber Cooperar. Leia a reportagem na íntegra.
As cooperativas, mais do que nunca, precisarão estar atentas a isso para mitigar os efeitos perversos na renda dos cooperados. Terão que financiar estoques porque, quando a crise passar, as coisas voltarão ao normal, e é preciso sobreviver até lá. Mas não fica só nisso."As cooperativas financeiras devem criar modelos de crédito para ajudar, tanto na cidade quanto no campo, àquelas pessoas físicas e jurídicas que ficarem “sem ar” durante a permanência da pandemia. Já as cooperativas médicas, sem a menor dúvida, terão uma responsabilidade enorme nessa guerra pela vida. Não nos esqueçamos de que é nas grandes crises que o cooperativismo se agiganta. Estamos entrando em uma crise enorme!
Essa matéria foi escrita por Roberto Rodrigues, embaixador especial da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação para o cooperativismo e publicada na edição 29 da revista Saber Cooperar. Leia a reportagem na íntegra.