Cooperativas minerais são destacadas em fórum mundial

O Sistema OCB participou do IGF 19th Annual General Meeting (Fórum Intergovernamental sobre Mineração, Minerais, Metais e Desenvolvimento Sustentável), realizado em Genebra, na Suíça, entre os dias 7 e 9 de novembro. O encontro, organizado pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, reuniu mais de 80 países e teve como foco a discussão sobre a transição energética e os problemas de governança enfrentados pelas nações mineradoras e outras partes interessadas. A presença do cooperativismo brasileiro ressaltou sua importância estratégica na organização do garimpo e desenvolvimento do setor.

A Casa do Cooperativismo foi representada por Gilson Camboim, coordenador da Câmara Temática das Cooperativas Minerais do Sistema OCB. Ele participou do painel Gerenciando Melhor a Mineração Artesanal e de Pequena Escala, que contou também com representantes do Departamento de Estado americano, de Serviços Governamentais da Guiana Francesa e do Ministério de Energia e Recursos Minerais da Indonésia. As apresentações focaram nos dados que envolvem o cenário de minerais críticos e como a mineração de grande escala pode compartilhar benefícios com a Mape. Também foram apresentadas pesquisas do IGF sobre o gerenciamento e reprocessamento de rejeitos de operações de ouro no setor, incluindo o gerenciamento de mercúrio.

A apresentação de Camboim teve como tema O melhor gerenciamento da Mineração Artesanal e de Pequena Escala (Mape). Ele destacou a importância das cooperativas minerais no Brasil e reforçou que o modelo visa o bem-estar das pessoas, a proteção ambiental, a distribuição justa de renda e a inovação sustentável. "As cooperativas desse ramo possuem grande comprometimento no cuidado com as pessoas, geram emprego e promovem o desenvolvimento econômico das comunidades locais. Elas estimulam novas atividades e criam oportunidades em setores correlatos como turismo, agricultura e comércio", explicou.

Camboim também afirmou que as cooperativas estão sempre em busca de tecnologias mais sustentáveis e eficientes, com a finalidade de reaproveitar os bens minerais. "Elas possuem esse compromisso com a inovação e tornam possível a exploração dos recursos minerais de forma responsável, preservando o meio ambiente e construindo um futuro mais sustentável". Segundo ele, as cooperativas minerais representam uma força que ultrapassa as fronteiras da atividade em si. “Elas promovem inclusão, equidade e prosperidade”, complementou.

Atualmente, o Sistema OCB representa 71 cooperativas minerais, com mais de 66 mil garimpeiros cooperados que atuam em diversas substâncias minerais. Além disso, essas cooperativas geram 242 empregos diretos, entre assessores e funcionários que orientam os garimpeiros em melhores práticas de extração dos minérios. No total, o segmento faturou R$ 1,3 bilhões em 2022, conforme os dados do Anuário do Cooperativismo Brasileiro. Mais de R$ 5,8 milhões de toneladas de minérios foram comercializados, dentre eles ouro, estanho, quartzo e diamante. Além disso, renderam R$ 74 milhões para os cofres públicos no ano passado, com os royalties da mineração. São 505 títulos minerários (áreas legalizadas) em produção (concessão de lavra, permissão de lavra garimpeira e licenciamento).

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