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Cooperativismo de crédito é destaque em live do Banco Central

Evento abordou crescimento, inclusão financeira e desafios para o futuro do segmento no Brasil 

O Banco Central do Brasil promoveu, nesta segunda-feira (20), o 46º episódio da LiveBC, com o tema O Cooperativismo de Crédito no Brasil: Panorama do Setor, Avanços e Desafios. A conversa foi moderada por Camila Muniz, assessora da instituição, com participação o senhor Adalberto Felinto da Cruz Júnior, chefe do Departamento de Supervisão de Cooperativas e Instituições Não Bancárias (Desuc), e Ívens Aruã Neves de Miranda, chefe adjunto do mesmo departamento. 

A edição teve um significado especial. Além de coincidir com o Ano Internacional das Cooperativas, proclamado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2025, marcou também os 20 anos do Desuc, departamento do BC criado para supervisionar e acompanhar o desenvolvimento das cooperativas de crédito no país. 

Crescimento acima da média 

Um dos principais pontos da live foi a apresentação dos números do Panorama do Sistema Nacional deCooperativismo de crédito é destaque em live do Banco Central Crédito Cooperativo de 2024, relatório publicado anualmente pelo Banco Central. O documento mostra que o Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC) cresce a taxas superiores às do sistema financeiro tradicional. 

Enquanto o conjunto das instituições financeiras do país registrou aumento de 13% em ativos no último ano, as cooperativas de crédito avançaram 21%. Hoje, já somam cerca de 20 milhões de cooperados em todo o Brasil, número que tende a crescer diante do papel de inclusão que essas instituições cumprem. 

“O cooperado não é cliente, é dono”, resumiu Adalberto, ao destacar o diferencial do modelo cooperativo em relação aos bancos tradicionais. “Essa proximidade gera confiança e fortalece a governança democrática, permitindo que os ganhos das instituições sejam devolvidos diretamente à comunidade em forma de sobras ou investimentos locais”, acrescentou. 

Inclusão e impacto regional 

Outro destaque foi o papel das cooperativas no atendimento a regiões onde instituições tradicionais não estão presentes fisicamente. Atualmente, 469 municípios brasileiros contam exclusivamente com esse modelo, o que significa acesso a serviços financeiros em locais antes considerados “vazios bancários”. 

Além da inclusão financeira, esse movimento tem impacto direto na economia local. Como explicou Ívens Miranda, quando o posto de atendimento está na própria cidade, os recursos permanecem circulando no comércio e no setor produtivo local, estimulando geração de emprego e renda. “O cooperativismo consegue chegar onde o sistema financeiro tradicional não chega, seja no interior do país ou em linhas de crédito menos atrativas para as instituições tradicionais”, declarou. 

As cooperativas também têm se diferenciado na concessão de crédito a segmentos com maior dificuldade de acesso, como micro e pequenas empresas, pessoas físicas sem consignação e produtores rurais. Na avaliação do Banco Central, isso contribui para reduzir a concentração bancária e ampliar a competitividade do sistema financeiro. 

Regulação e governança 

Apesar do desempenho positivo, os representantes da autarquia reforçaram que o crescimento precisa ser acompanhado com atenção redobrada à governança e à supervisão. O cooperativismo de crédito está sujeito às mesmas regras prudenciais que o restante do sistema financeiro, incluindo requisitos de capitalização, índices de liquidez e cumprimento de normas internacionais, como os parâmetros de Basileia. 

O modelo conta ainda com camadas adicionais de controle: supervisão exercida pelas centrais de crédito, auditorias independentes e a proteção do Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop), que assegura depósitos até R$ 250 mil. 

Temas como assembleias digitais, política de sucessão, remuneração de administradores e de empréstimo compartilhado entre cooperativas foram citados como avanços recentes da regulação. 

Desafios e futuro 

Os servidores ressaltaram que, para o futuro, a digitalização será um ponto central. O desafio é incorporar novas ferramentas tecnológicas sem perder o vínculo de pertencimento e proximidade que caracterizam o cooperativismo. 

A atração de novas gerações, a participação de mais mulheres nas lideranças e a expansão para regiões ainda pouco atendidas, como Norte e Nordeste, também aparecem como prioridades. Além disso, cresce a expectativa de que as cooperativas ampliem seu protagonismo em práticas de sustentabilidade e ESG, reforçando o alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. 

Para o Banco Central, o reconhecimento internacional de 2025 como Ano das Cooperativas reforça a importância desse modelo. O cooperativismo de crédito deixou de ser visto como periférico no sistema financeiro e se consolidou como um dos vetores mais dinâmicos de inclusão, competição e desenvolvimento regional. 

 

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