Coopmetro: intercooperação viabiliza renovação de frota e reduz emissões em 22%
Contexto e desafios
Fundada em 1999 por 22 transportadores, a Coopmetro nasceu do sonho de competir formalmente no mercado com mais resultados e menos intermediários. No entanto, ao longo dos anos, a cooperativa e seus membros enfrentaram um desafio estrutural do setor: o envelhecimento dos veículos.
Antes do Programa de Renovação de Frota (PAV), os caminhões utilizados nas operações eram, em sua maioria, antigos, com alta emissão de poluentes e muita necessidade de manutenção. A frota inadequada resultava em falhas operacionais, como problemas na refrigeração de cargas e prejuízos na imagem da cooperativa.
Para os cooperados, o principal obstáculo era a dificuldade de acesso a linhas de crédito justas que viabilizassem a compra de veículos novos. Com esse cenário, os motoristas tinham oportunidades limitadas de trabalho, a cooperativa mantinha uma alta emissão de carbono e a eficiência logística e segurança ficavam comprometidos.
Objetivos
O Programa de Renovação de Frota (PAV) foi criado com o objetivo de reduzir a pegada de carbono da Coopmetro e, ao mesmo tempo, garantir a geração de renda para seus cooperados. A meta era criar um mecanismo de financiamento acessível que permitisse a substituição dos veículos antigos por modelos modernos e menos poluentes.
Com a iniciativa, a cooperativa buscou ampliar o acesso a soluções de mobilidade verde e promover a justiça climática, oferecendo condições para que transportadores com menor capacidade de investimento pudessem ter melhores veículos. O programa foi desenhado para beneficiar toda a cadeia, incluindo os clientes da cooperativa, como multinacionais com metas de descarbonização, e os municípios onde atua.
Desenvolvimento
A estratégia do PAV foi usar a intercooperação, unindo os ramos de transporte, crédito e agronegócio. O Sicoob Centro-Sul Mineiro foi o parceiro financeiro, disponibilizando R$ 17,35 milhões em crédito com taxas sociais para os cooperados.
A Coopmetro, por sua vez, foi responsável pela mobilização dos transportadores e pela aquisição dos veículos. Já a Cooperativa Aurora, do setor agroindustrial, assegurou o contrato logístico e apoiou a operação.
Além da aliança cooperativista, o programa firmou parcerias estratégicas com fornecedores de manutenção, refrigeração, telemetria e implementos, como as empresas Dibracam, Frigoking e Pavan, garantindo a eficiência e a sustentabilidade de toda a operação.
Resultados e impacto
O PAV gerou resultados rápidos e expressivos. Em apenas 60 dias, o programa viabilizou a renovação dos 30 caminhões que atendiam a Cooperativa Aurora, mantendo 60 profissionais na operação.
Atualmente, 52% da frota da Coopmetro já é composta por veículos do projeto, beneficiando diretamente os cooperados. O sucesso do modelo se reflete na renda dos participantes, que alcançaram um faturamento bruto médio de R$ 30 mil mensais.
O impacto ambiental foi igualmente significativo, com uma redução de 22% nas emissões de CO₂, que caíram de 2,68 kg para 0,56 kg de CO₂ por litro de diesel. Para clientes como a Aurora, os ganhos incluíram entregas mais pontuais e redução de perdas na cadeia de frios.
Além disso, o projeto se provou um sucesso econômico e social, com um índice de inadimplência zero junto ao Sicoob, consolidando-se como um modelo de negócio sustentável e replicável.
Você também tem um case ou uma história de sucesso?
Conte-nos sua história
Veja mais
O Sistema Ocemg, representante do cooperativismo em Minas Gerais, criou o programa Minas Coop Energia para liderar a transição energética no setor. A iniciativa promove a construção de usinas fotovoltaicas, garantindo autossuficiência para as cooperativas , gerando renda para famílias de baixa renda através do arrendamento de terras e doando o excedente de energia para entidades filantrópicas. O projeto une sustentabilidade ambiental com forte inclusão econômica e social.
Objetivo: Gerar energia limpa e renovável por meio da biodigestão anaeróbia dos dejetos e resíduos da agroindústria, minimizando os impactos ambientais da atividade de produção de alimentos, promovendo e incentivando as boas práticas de sustentabilidade e proteção do meio ambiente. Resultados: Projetos implantados em função da capacitação: • COOPERATIVA C. VALE Sede: Palotina, Oeste do Paraná Volume produzido: Entre 1500 a 2000 m³/dia para energia elétrica e 1050 m³/hora para uso térmico. Fonte de material utilizado: Dejetos suínos (geração energia elétrica) e efluente industrial de produção de amido de mandioca (uso térmico). COOPERATIVA CASTROLANDA Sede: Castro, Leste do Paraná Volume produzido: 12.593 nm³/dia de metano. Fonte de material utilizado: Lodo biológico ETE, Lodo tridecanter frigorifico, resíduo de batata lavador, glicina vegetal, resíduo de cerveja, ovos, óleo fritadeira, casca de batata, batata frita, farelo de fritadeira, dejetos e carcaça de suínos. COOPERATIVA COPACOL Sede: Cafelândia, Oeste do Paraná Volume produzido: Não possuem informação em volume de biogás gerado. Contudo, nos últimos três meses a geração de energia média com biogás foi de 88.116 kWh/mês. Fonte de material utilizado: Dejetos de suínos de uma Unidade de Produção de Leitões com 4.300 matrizes. COOPERATIVA FRÍSIA Sede: Carambeí, Leste do Paraná Volume produzido: 86.457 m³/mês. Fonte de material utilizado: Dejetos e carcaças provenientes da atividade de suinocultura. COOPERATIVA LAR Sede: Medianeira, Oeste do Paraná Volume produzido: 3.126.438,00 metros cúbicos de biogás, convertido em energia elétrica equivalem a 1.334.801 KWh de bioenergia (evitando a emissão de 1.719.540,9 metros cúbicos de gás metano). Fonte de material utilizado: Dejetos suínos. A unidade de produção localizada no município de Serranópolis do Iguaçu (PR) tem 3 biodigestores e produz 52% da energia consumida. Para 2021, a expectativa é produzir 100% da energia elétrica por meio do biogás.
Ao observar como entidades sem fins lucrativos com propostas sociais valiosas careciam de apoio, a Sicredi Celeiro MT/RR criou o programa Sicredi na Comunidade, que destina verba para projetos sociais, ambientais, educativos, culturais e esportivos. Entre 2005 e 2016, o programa contemplou 496 projetos.
A Unidental, que oferece serviços odontológicos no Ceará, realiza reuniões semestrais com as atendentes das clínicas de seus cooperados. Nesses encontros, a cooperativa oferece treinamentos, palestras e proporciona um espaço para coletar feedbacks.