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Evento tem foco em estratégia, cooperação e projeção internacional do movimento
A reunião do Conselho de Administração da Aliança Cooperativa Internacional (ACI) começou nesta terça-feira (11), em
Brasília, com o Sistema OCB recebendo representantes de países para dois dias de debates estratégicos sobre os rumos do cooperativismo global. A programação se estende até quarta-feira (12), e combina sessões de trabalho, visitas técnicas e momentos institucionais.
A ACI é a principal entidade representativa do cooperativismo no mundo, responsável por articular políticas de fortalecimento, orientar diretrizes globais e promover a integração entre organizações de mais de 100 países. O encontro em Brasília reúne o conselho que conduz essas decisões e avança na preparação das prioridades pós-2025, especialmente após o Ano Internacional das Cooperativas.
“Trazer o Conselho da ACI para o Brasil é uma chance de mostrar a força e a diversidade do nosso movimento. O cooperativismo brasileiro vem ganhando protagonismo internacional, e receber essa agenda aqui é um reconhecimento do trabalho que construímos coletivamente”, afirma Márcio Lopes de Freitas, presidente do Sistema OCB e conselheiro da Aliança Cooperativa.
A agenda começou com a recepção das delegações e segue, nesta terça-feira (11), com uma rodada de sessões dedicadas à estratégia da ACI, alinhamentos institucionais e debates sobre o papel das cooperativas diante dos desafios socioeconômicos e climáticos globais. À tarde, os conselheiros fazem duas visitas técnicas: à Centcoop, referência nacional em reciclagem e inclusão socioambiental; e ao Sicredi, sistema cooperativo financeiro que é um dos modelos de organização e crescimento no país.
Na quarta-feira (12), ocorre a reunião formal do conselho, seguida de uma sessão reservada. O dia se encerra com um dos momentos mais simbólicos da programação: o lançamento do Mapa Global do Patrimônio Cultural Cooperativo, no Palácio do Itamaraty. A iniciativa apresenta, pela primeira vez, uma plataforma que reúne os marcos históricos e culturais do cooperativismo no mundo, desenvolvida pelo Sistema OCB junto à ACI e com apoio técnico da Unesco.
Após o encerramento em Brasília, os integrantes do Conselho seguem para Belém (PA), onde integram a agenda da COP30 e participam dos eventos cooperativos.
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BNDES, MDIC e líderes do setor para discutem acesso ao financiamento climático e inclusão produtiva
O primeiro dia do Cooperativismo na COP30 começou cedo, com ou auditório três da Agri Zone lotada para acompanhar o painel Cooperativismo e Financiamento Climático. A sessão apresentou dados, experiências e análises que mostram como as cooperativas têm papel decisivo para ampliar o crédito verde no país, conectar produtores às políticas públicas e impulsionar a transição para uma economia de baixo carbono, especialmente em municípios onde a presença bancária é limitada.
A abertura foi feita pelo coordenador de Relações Governamentais do Sistema OCB, Eduardo Queiroz, que também mediou o painel. Ele apresentou um panorama geral do cooperativismo de crédito no Brasil e lembrou que o segmento foi criado para resolver problemas reais, principalmente no que diz respeito ao financiamento justo e acessível. “Estamos presentes em 60% dos municípios brasileiros e somos a única instituição financeira em 469 deles”, declarou.
O coordenador também apresentou resultados que colocam o cooperativismo no centro da agenda climática: liderança em crédito a pequenos negócios, R$ 90 bilhões em crédito verde em 2024 e mais de 50 milhões de pessoas alcançadas com educação financeira. “O cooperativismo é essencial para o financiamento climático e para o desenvolvimento sustentável, acrescentou.
Redução de desigualdades Tiago Peroba, chefe do Departamento de Clientes e Relacionamento Institucional do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), destacou a relevância crescente do cooperativismo de crédito para viabilizar operações voltadas à economia verde e reduzir desigualdades territoriais no acesso ao financiamento. “As cooperativas são grandes parceiras do BNDES. Desde 2023, já financiamos R$ 96 bilhões em economia verde, e 73% dessas operações, em número, são intermediadas pelo cooperativismo de crédito”, afirmou.
Para Tiago, apesar dos importantes avanços do setor, ainda existem desafios estruturais e regionais que precisam ser vencidos, como regularização fundiária e limitações de garantias reais, que impedem, por exemplo, que o crédito alcance
parte da Amazônia: “As cooperativas são essenciais porque são o principal canal de acesso do BNDES a pequenos negócios e operam com custo médio mais baixo que os bancos comerciais”, acrescentou.
Impactos do crédito Sicoob, Sicredi e Cresol trouxeram suas experiências para o debate. Danilo Macedo, superintendente de Relações Institucionais do Sicredi, destacou a expansão da instituição e sua atuação em energia renovável, inclusão produtiva e fortalecimento de comunidades. “Temos mais de R$ 12 bilhões financiados em energia solar. Crescemos de R$ 200 milhões em 2004 para R$ 37 bilhões em operações com o BNDES em 2024”, destacou. Danilo também ressaltou a relevância da inclusão de mulheres no crédito rural: “Trinta por cento dos financiamentos rurais vão para mulheres, com programas específicos de capacitação e empreendedorismo feminino”.
O gerente nacional do Sicoob, Gustavo Soares, reforçou o impacto do sistema sobre pequenos produtores e a força do cooperativismo de crédito nos territórios. “Atendemos mais de 600 mil produtores e liberamos R$ 55 bilhões em crédito rural. Também trabalhamos com a Embrapa em boas práticas agropecuárias, atuamos com comunidades indígenas, fortalecemos cadeias tradicionais e incentivamos o uso responsável do crédito”, destacou.
Jaap van Waalwijk van Doorn, gerente de Relações Internacionais da Cresol, por sua vez, apresentou resultados do microcrédito para agricultura familiar e do trabalho com bioeconomia amazônica. Ele salientou que a Cresol opera hoje com ativos de R$ 50 bilhões, mais de mil agências e forte presença territorial. “Somos top 3 no crédito para agricultura familiar, com R$ 7,6 bilhões e 117 mil contratos. Vamos financiar R$ 320 milhões em bioeconomia amazônica e incorporar 8 mil novos cooperados”, complementou. Para ele, a transição climática só ocorrerá com crédito acessível e apoio técnico contínuo. “Nascemos do cooperativismo de agricultores sem acesso ao crédito, e seguimos comprometidos com inclusão e sustentabilidade”, concluiu.
O painel também contou com participação da secretária de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércios e Serviços (MDIC), Júlia Cruz, que apresentou um programa piloto de desenvolvimento inclusivo em cadeias amazônicas. Ela defendeu que a transição sustentável só ocorrerá com inclusão econômica real. “Não há preservação da Amazônia sem inclusão social e renda local. Não se pode pedir que as pessoas
abandonem atividades predatórias sem oferecer alternativas econômicas sustentáveis e, para isso a parceria com o cooperativismo é fundamental. Cada cooperativa vai aprender a operar maquinário, fazer gestão financeira e criar reservas para garantir continuidade. É inclusão produtiva de verdade”, ressaltou.
Realidade Amazônica
Ainda na Agri Zone, o presidente do Sistema OCB/PA, Ernandes Raiol, participou do painel O Senar na AgriZone, promovido pela Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Em sua fala, ele salientou os desafios e as potencialidades do cooperativismo na Amazônia, especialmente em um contexto de limitações fundiárias e ambientais que dificultam o acesso ao crédito e a ampliação da produção sustentável.
Segundo ele, o Pará possui 82 cooperativas distribuídas em mais de 80 municípios, muitas delas atuando na recuperação de áreas degradadas por meio de sistemas agroflorestais. “Nossas cooperativas têm recursos e capacidade de investir, mas ainda enfrentam barreiras legais que impedem o crédito de chegar a quem produz. Não é falta de vontade nem de responsabilidade ambiental — é falta de garantias e de políticas públicas que compreendam a realidade amazônica”, afirmou.
Raiol também defendeu o fortalecimento das parcerias entre o setor cooperativo, o Sistema CNA/Senar e o governo federal e considerou que a COP30 deve deixar legados práticos para o desenvolvimento da região. “A Amazônia precisa de tecnologia, infraestrutura e segurança jurídica. O cooperativismo está pronto para fazer a sua parte e provar que é possível gerar renda e preservar ao mesmo tempo”, completou.
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Estande do Sistema OCB reuniu cooperativas de seis estados, gerou negócios e ampliou visibilidade
O Sistema OCB marcou presença na 13ª edição da Semana Internacional do Café (SIC), realizada de 5 a 7 de novembro, no Expominas, em Belo Horizonte (MG), com um estande institucional que reuniu cooperativas de seis estados e colocou o café cooperativista no centro da atenção de compradores, especialistas e lideranças do setor. A participação integrou a
Governador Romeu Zema no estande do Sistema OCBprogramação da Semana Estratégica do Cooperativismo Cafeeiro.
Ao longo de três dias, o estande recebeu produtores, importadores, parceiros institucionais, representantes de entidades e autoridades, entre elas o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, que visitou o espaço e conversou com cooperados sobre a relevância do modelo cooperativista para a economia do estado, maior produtor nacional de café.
Neste ano, o Sistema OCB levou para a feira uma comitiva formada por 12 cooperativas do Acre, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rondônia e São Paulo. A diversidade dos perfis de produção e das origens agrícolas se refletiu na variedade de cafés apresentados, nas histórias dos cooperados e nas oportunidades de mercado identificadas durante o evento.
A participação das cooperativas no estande também ampliou a capacidade de exposição e networking. Ao longo da SIC, circulou pelo espaço um fluxo constante de compradores internacionais, parceiros do setor privado e representantes de organismos de certificação, atraídos pela oferta plural de cafés especiais, pela organização coletiva e pelo posicionamento institucional das cooperativas brasileiras.
Para o presidente da ApasCoffee, Maurício Alves Hervaz, que participou da Rodada Internacional de Negócios, a iniciativa do Sistema OCB fez a diferença. “Fiquei muito feliz de ter participado da rodada de negócios. É uma ação que valoriza o nosso produto, nos abre portas e permite buscar novos parceiros.”
A coordenadora de Negócios do Sistema OCB, Pâmella Jerônimo, destacou que
a presença das cooperativas na SIC traduz uma estratégia ampliada de fortalecimento do setor. “O estande foi pensado para potencializar a presença das cooperativas e criar um ponto de encontro entre quem produz, quem compra e quem constrói reputação no mercado. A cada edição, percebemos que a integração entre as cooperativas e compradores internacionais ganha mais qualidade e profundidade. Estar aqui, juntas, fortalece a cadeia, gera negócios reais e reafirma o papel do cooperativismo no posicionamento do café brasileiro no mundo.”
O vice-presidente da Cocapec, Saulo Faleiros, reforçou a importância da participação conjunta com o apoio institucional do Sistema OCB. “Participarmos da SIC é fundamental para fortalecer a representatividade do setor, ampliar conexões e gerar novos negócios. O suporte do Sistema OCB, com estande, estrutura e orientação, permite que as cooperativas apresentem seus produtos, alcancem novos mercados e fortaleçam a intercooperação. Foi uma semana muito rica e produtiva. Somos muito gratos pela oportunidade.”
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Na Ilha do Combu, cooperativa fluvial mostra como o movimento transforma realidades
A poucos minutos de Belém (PA), atravessando o rio Guamá, está a Ilha do Combu — um paraíso de natureza exuberante,
casas sobre palafitas e sabores típicos da Amazônia. É nesse cenário que a Cooperativa de Transporte Fluvial da Ilha do Combu (Cooppertrans Combu) se consolidou como protagonista do desenvolvimento local. Ela conecta comunidades, impulsiona o turismo sustentável e gera renda para dezenas de famílias ribeirinhas. Durante a COP30, que inicia nesta segunda-feira (10), a cooperativa quer apresentar seu trabalho e reforçar o papel das cooperativas amazônicas na construção de uma economia mais justa e sustentável.
Criada em 2014, a Cooppertrans Combu nasceu da necessidade de oferecer um transporte mais seguro e ágil entre a capital e as ilhas da região. À época, o turismo ainda engatinhava, e o acesso era feito apenas por barcos pequenos, lentos e sem estrutura. A iniciativa de um grupo de trabalhadores locais mudou essa realidade. Hoje, a cooperativa conta com 51 cooperados e 30 embarcações, responsáveis por transportar cerca de 6 mil passageiros por mês — número que deve quadruplicar durante a COP30.
“A cooperativa surgiu do nosso desejo de melhorar as condições de trabalho e de atender com conforto e segurança quem visita a ilha”, conta Anderson dos Santos Nascimento, presidente da Cooppertrans Combu. “No começo, éramos 24 cooperados. Hoje, já somos mais de 50, e continuamos crescendo. A cooperativa mudou a vida de todos nós e da nossa comunidade”, conta. Para o dirigente, o avanço do turismo na região só foi possível porque o cooperativismo trouxe organização e confiança ao serviço. “Antes, o transporte era precário e demorado. Agora, oferecemos viagens rápidas, seguras e com o cuidado de quem conhece e ama a ilha”.
Anderson dos Santos Nascimento, presidente da Cooppertrans CombuTurismo sustentável e geração de oportunidades
A Cooppertrans Combu é parte essencial da experiência turística da ilha. Os cooperados realizam travessias diárias entre Belém e os principais pontos turísticos, além de passeios que apresentam aos visitantes as belezas naturais e culturais da região. Os roteiros incluem paradas em restaurantes à beira-rio, trilhas na floresta, visitas a produtores locais e vivências que valorizam a sociobiodiversidade amazônica. “A gente recebe turistas de todos os lugares do país e até do exterior. Sempre mostramos o melhor da nossa comunidade, com acolhimento e respeito”, afirma Renan Teles, cooperado há quatro anos. “Ser cooperado mudou minha vida. É gratificante ver o sorriso das pessoas quando chegam aqui e conhecem o Combu. Isso mostra que o cooperativismo é também uma forma de educar e inspirar”.
Para Déborah Vieira, gerente de terminal e cooperada há nove anos, a cooperativa representa uma oportunidade de evolução pessoal e coletiva. “No começo, tínhamos apenas duas lanchas. Fomos crescendo, nos organizando e nos qualificando. Hoje somos 51 cooperados e trabalhamos com estrutura e orgulho. A cooperativa abriu portas para todos nós. Antes, dependíamos apenas do açaí e da pesca. Agora, temos outra fonte de renda e uma nova perspectiva de futuro”, afirma.
Transformação social e consciência ambiental
O impacto da cooperativa vai além da questão econômica. O trabalho coletivo fortalece os laços comunitários e contribui para
a preservação ambiental da Área de Proteção Ambiental (APA) do Combu. “Ser cooperado me trouxe reconhecimento e estabilidade. A gente se preocupa com o meio ambiente também — como somos moradores da ilha, sabemos a importância de cuidar do rio e reduzir a erosão nas margens”, explica Raísson Lopes, fiscal de embarque e cooperado há sete anos. “Antes, a gente não era reconhecido. Depois da cooperativa, passamos a ter voz, renda e respeito. Hoje posso sustentar minha família e ajudar a cuidar do lugar onde vivo”, acrescenta.
A consciência ambiental é um dos diferenciais do grupo. As embarcações seguem regras rígidas de segurança e navegação, limitando a velocidade para evitar danos às margens e garantindo que todos os passageiros usem coletes salva-vidas homologados. O valor acessível do transporte — R$ 12 por trajeto — e o atendimento acolhedor consolidaram a Cooppertrans Combu como referência de eficiência e hospitalidade no turismo amazônico.
Cooperativismo que inspira e transforma
Para o presidente Anderson, o sentimento de pertencimento é o que move a Cooppertrans Combu: “A cooperativa é tudo para nós. Ela transformou a nossa realidade, deu emprego, organização e orgulho de fazer parte de algo maior. Hoje, além de transportar pessoas, transportamos histórias e esperança. E queremos que o mundo veja isso.”
Ele destaca ainda a expectativa para a COP30, quando o Combu deverá receber um número recorde de visitantes. “Esperamos que esse seja um momento histórico, com a Amazônia sendo olhada com carinho e respeito. Queremos mostrar que o cooperativismo é um caminho concreto para o desenvolvimento sustentável.”
Durante a COP30, a Cooppertrans Combu participará das atividades do cooperativismo brasileiro em Belém. O objetivo é apresentar o trabalho desenvolvido e reforçar o papel das cooperativas amazônicas na construção de uma economia mais justa e sustentável. “A COP é uma chance de mostrar o quanto a Amazônia tem a ensinar. Nosso trabalho é simples, mas representa algo muito maior: a união das pessoas para proteger e desenvolver esse território”, afirma Anderson.
A Ilha do Combu é uma das principais ilhas fluviais de Belém, localizada a cerca de 15 minutos de barco da capital. Rica em biodiversidade, abriga comunidades tradicionais, produtores de cacau, restaurantes flutuantes e uma série de iniciativas sustentáveis.
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- Cooperativismo marca presença histórica na COP30
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Movimento mostra que desenvolvimento e conservação podem caminhar juntos
O cooperativismo brasileiro inicia nesta segunda-feira (10) sua participação na COP30, em Belém (PA), com uma presença histórica no principal evento climático do planeta. Ao longo das próximas duas semanas, o Sistema OCB coordena uma
programação abrangente em todos os principais espaços da conferência — Blue Zone, Green Zone, Agri Zone e Casa do Seguro, para levar soluções concretas que unem produção sustentável, inovação e inclusão social.
A agenda do movimento representa o que o Brasil tem de mais inovador na transição para uma economia de baixo carbono. Iniciativas em bioeconomia, crédito verde, energia renovável, agricultura regenerativa, reciclagem e turismo sustentável serão apresentadas, reforçando o papel do modelo de negócios como força econômica e social de transformação. Além disso, também será reforçado o Manifesto do Cooperativismo Brasileiro para a COP30, documento que propõe ampliar o acesso ao financiamento climático, fortalecer a agricultura de baixo carbono, incentivar a bioeconomia e consolidar a transição energética justa com base na inclusão produtiva.
Para o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, a COP30 é uma oportunidade única para o Brasil reafirmar sua vocação sustentável com o protagonismo das cooperativas. Segundo ele, o evento vai evidenciar o papel das cooperativas na construção de soluções reais. “O cooperativismo brasileiro chega com resultados concretos. Temos projetos que conciliam produção e conservação com impacto positivo na vida das pessoas e no meio ambiente. Vamos mostrar que a transição climática passa pelo território, pelas comunidades e pelo trabalho coletivo que as cooperativas representam”.
A superintendente do Sistema OCB, Tania Zanella, reforça que o cooperativismo é parte essencial das soluções que o planeta
busca. “O cooperativismo tem o poder de traduzir grandes compromissos globais em ações locais e transformadoras. Quando falamos de bioeconomia, energia limpa, segurança alimentar ou inclusão financeira, estamos falando de práticas que as cooperativas já realizam todos os dias no Brasil. Nosso objetivo é mostrar que a economia verde precisa ser, acima de tudo, uma economia cooperativa”.
O primeiro dia de atividades contará com a participação do cooperativismo tanto na Green Zone quanto na Agri Zone. O painel Cooperativismo e Financiamento Climático abre os trabalhos na Agri Zone. Com representantes do Sicredi, Sicoob, Cresol e Sistema OCB, o debate vai abordar o papel das cooperativas de crédito na democratização do acesso a recursos sustentáveis e na promoção de negócios de impacto. Na Green Zone, as cooperativas Coopatrans, Coopsertão e o Sistema OCB estarão presentes no painel Cooperativismo e Bioeconomia: da floresta ao sertão, experiências de comunidades para a transição justa.
A COP30 ocorre em um momento simbólico: 2025 é o Ano Internacional das Cooperativas, proclamado pela ONU. Para o Sistema OCB, essa coincidência reforça a mensagem que o movimento leva a Belém — de que o futuro sustentável do planeta passa, inevitavelmente, pela força das pessoas que cooperam.
Mais informações e a programação completa da participação do cooperativismo na COP30 estão disponíveis em: somoscooperativismo.coop.br/cop30.
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Evento da ONU reuniu 150 jovens líderes para debater paz, sustentabilidade e cooperação
A juventude cooperativista brasileira marcou presença na Conferência Internacional We the Youth – IFWY 2025, realizada de 26 a 29 de outubro em Seul, na República da Coreia. O evento, promovido pelas Nações Unidas através da United Nations Research Institute for Social Development (UNRISD), pela emissora Munhwa Broadcasting Corporation (MBC), pela Hanyang University e pela organização Green Chorus Eunpyeong, reuniu 100 jovens líderes de mais de 70 países para discutir
soluções sobre paz, sustentabilidade e cooperação global
Representando o Sistema OCB, participaram os analistas da Gerência de Relações Governamentais, Larissa Lima de Souza e Rodolfo Jordão. Rodolfo foi um dos oito selecionados da América Latina e Caribe para atuar como Navigator, função que lhe permitirá representar a região em eventos internacionais e defender as propostas construídas durante o fórum.
Durante quatro dias, a conferência promoveu painéis, oficinas e sessões abertas ao público, sediadas na Hanyang University. As discussões culminaram na elaboração da Global Youth Resolution, documento que sintetiza as visões e compromissos da nova geração em torno dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Entre os palestrantes, estiveram nomes de destaque da ONU, do governo coreano e do setor privado, como Maher Nasser, secretário-assistente da ONU; Seong-sook Han, ministra de
Pequenas e Médias Empresas e Startups da Coreia; Seung-gun Lee, CEO da Viva Republica (Toss); e Alfredo Villalonga, presidente global do Impact Hub, e outros. O encerramento, realizado no templo Jingwansa, no distrito de Eunpyeong, mesclou cultura e espiritualidade com a leitura solene da declaração global.
O evento contou com momentos culturais de integração, como o concerto U&I, realizado na Praça Heungnyemun do Palácio Gyeongbokgung, com participação de grupos coreanos como ENHYPEN, STAYC e N.Flying. A apresentação uniu elementos da cultura tradicional coreana ao K-art moderno, simbolizando a
conexão entre gerações e nações.
A analista Larissa Lima de Souza ressaltou o caráter inspirador e transformador da experiência. “O evento foi uma oportunidade extraordinária para apresentar as necessidades e potencialidades da América Latina, especialmente do Brasil. Pude conhecer iniciativas inspiradoras desenvolvidas pela juventude em diferentes países e culturas, o que ampliou minha compreensão sobre como essas experiências podem contribuir para o desenvolvimento de soluções no contexto brasileiro. O Fórum foi inesquecível e tenho certeza de que frutificará em contribuições concretas ao debate global sobre paz, sustentabilidade e inclusão”, descreveu.
Já Rodolfo destacou o significado da missão como Navigator. “Ser escolhido como um dos navegadores foi um grande privilégio. Isso significa representar as ideias construídas por jovens de mais de 76 países e demonstrar, com orgulho, como o cooperativismo é capaz de transformar realidades e oferecer soluções para os desafios sociais, econômicos e ambientais do nosso tempo”.
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Sistema OCB analisou cenário atual e reforçou o potencial transformador do movimento
O cooperativismo como força estratégica para o desenvolvimento econômico e social foi o foco da palestra apresentada por Débora Ingrisano, gerente de Desenvolvimento de Cooperativas do Sistema OCB, durante o Fórum de Lideranças Cooperativistas, evento realizado nesta quarta-feira (5), em Blumenau (SC). Promovido pelo Núcleo de Cooperativas da Associação Comercial e Industrial de Blumenau (Acib),
o fórum reuniu lideranças de diversas cooperativas da região para debater desafios, oportunidades e o futuro do setor.
Em sua apresentação, Cenário Econômico Atual – Impactos no Cooperativismo, Débora analisou tendências macroeconômicas, como inflação, taxa de juros e desempenho do PIB, e suas implicações diretas para os diferentes ramos cooperativos. “Vivemos um momento de cautela, mas também de oportunidades. Mesmo com juros altos e leve desaceleração do crescimento, as cooperativas seguem mostrando resiliência e protagonismo, especialmente por estarem próximas das pessoas e entenderem as demandas locais”, destacou.
Com base em dados do Ipea, FGV e Banco Central, a gerente explicou que o cenário atual impõe desafios importantes às cooperativas de crédito, consumo e serviços, o que exige planejamento estratégico e inovação. Por outro lado, o bom desempenho da agropecuária e a expectativa de redução gradual da inflação a partir de 2026 abrem espaço para crescimento sustentável. “A perspectiva é de que, em 2026, a inflação se aproxime da meta de 3%. A partir do momento em que o Banco Central sentir essa estabilização, deve começar a queda dos juros, um movimento muito positivo para todos os ramos do cooperativismo”, ressaltou Débora. “Com juros menores, há uma busca maior por crédito: as cooperativas de crédito poderão ampliar a oferta, e os demais ramos terão acesso a financiamentos mais baratos para investir em infraestrutura, tecnologia e pessoas.”
Outro ponto destacado foi o atual cenário de pleno emprego, com a taxa de desemprego em torno de 5,7%, considerada saudável para a economia. “Esse contexto reforça a importância de as cooperativas valorizarem seus mais de 550 mil colaboradores, mostrando que trabalham com propósito e geram impacto direto nas comunidades onde atuam”, completou.
O encontro também abordou a relevância das redes de intercooperação e da governança colaborativa como fatores-chave para o fortalecimento do movimento. Débora destacou que o cooperativismo brasileiro tem ampliado seu impacto, com mais de 4,3 mil cooperativas, 25,8 milhões de cooperados e R$ 757,9 bilhões em ingressos, conforme dados do Anuário do Cooperativismo Brasileiro 2025. “Quando olhamos para os números, percebemos que o cooperativismo brasileiro já é uma potência. Mas, mais que isso, ele é um modelo que inspira: mostra que é possível crescer com propósito, gerar riqueza com equidade e conectar prosperidade com sustentabilidade”, concluiu.
Além da palestra, o Fórum contou com painéis sobre o papel do cooperativismo no desenvolvimento de Blumenau e reconhecimentos ligados ao Ano Internacional das Cooperativas.
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Evento reúne produtores, compradores e lideranças para impulsionar negócios e visibilidade do setor
O Sistema OCB deu início, nesta terça-feira (4), à Semana Estratégica do Cooperativismo Cafeeiro, em Belo Horizonte (MG) e marcou o início de uma programação voltada à promoção internacional do café cooperativo e à valorização das cooperativas
como protagonistas do desenvolvimento sustentável do setor. A abertura reuniu lideranças, compradores internacionais e representantes de instituições parceiras, em um jantar de integração que também serviu como seminário técnico sobre o mercado global do café.
A iniciativa integra uma agenda que se estende até sexta-feira (7), dentro da Semana Internacional do Café (SIC 2025), evento que é referência mundial para o setor. Além das ações de relacionamento e promoção comercial, a programação inclui a 1ª Rodada Internacional de Negócios para Cooperativas Produtoras de Café e uma visita técnica à Cooperativa Cogran, em Pará de Minas (MG).
Durante a abertura, o analista do Ramo Agropecuário do Sistema OCB, Rodolfo Jordão, apresentou o panorama do cooperativismo cafeeiro brasileiro e destacou sua relevância econômica, social e ambiental para o país.
Segundo ele, mais de 55% da produção nacional de café tem origem em cooperativas, o que demonstra o papel central do modelo na competitividade e sustentabilidade da cafeicultura. “O futuro do agronegócio brasileiro passa pelo café e pelo cooperativismo. O que as cooperativas fazem é agregar valor, garantir sustentabilidade e manter o produtor no campo, com dignidade e oportunidades. Nosso desafio agora é ampliar a presença internacional e mostrar que o café cooperativo brasileiro é sinônimo de qualidade e compromisso com o desenvolvimento social”, afirmou Rodolfo.
O especialista também ressaltou que o fortalecimento da governança, o acesso a certificações globais e o investimento em
inovação são fatores que têm impulsionado a profissionalização das cooperativas de café. “O cooperativismo oferece um modelo de negócios coletivo e sustentável, capaz de gerar prosperidade econômica e impacto social. A Semana Estratégica é uma vitrine dessa força: conecta produtores e compradores, amplia mercados e mostra que o café cooperativo é competitivo em qualquer cenário”, completou.
A coordenadora de Négocios do Sistema OCB, Pamella Viana, ressaltou a importância estratégica da iniciativa, que conecta o cooperativismo cafeeiro brasileiro a compradores internacionais e reforça a competitividade do modelo no cenário global. “Receber compradores internacionais logo na abertura da Semana é uma oportunidade de mostrar, na prática, que o cooperativismo brasileiro não é apenas um modelo de organização, mas um diferencial competitivo: ele garante origem, confiabilidade, escala e sustentabilidade ao café que chega ao mercado global”.
1ª Rodada Internacional de Negócios
Nesta quarta-feira (5), o Sistema OCB promoveu, por meio do Programa NegóciosCoop Mercado Internacional, a 1ª Rodada Internacional de Negócios para Cooperativas Produtoras de Café, na Semana Internacional do Café (SIC 2025), no Expominas, em Belo Horizonte.
A ação reuniu 12 cooperativas brasileiras e dez compradores internacionais, criando um ambiente de integração e oportunidades concretas de negócios e parcerias. Entre as participantes estão cooperativas de Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo, estados que concentram as maiores exportadoras de café cooperativo do país. Ao final, foram realizadas 113 reuniões entre compradores e cooperativas.
Visita técnica à Cogran
Na quinta-feira (6), acontece uma visita técnica à Cooperativa Cogran. O encontro permitirá que os compradores internacionais conheçam de perto o modelo de gestão e de produção das cooperativas brasileiras.
Durante a visita, os participantes poderão dialogar com dirigentes e cooperados sobre governança, comercialização e boas práticas sustentáveis, além de observar, na prática, o impacto positivo do cooperativismo na geração de renda e na preservação ambiental.
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Parceria impulsiona sustentabilidade e gestão em cooperativas da Amazônia Legal
Levar inovação até os territórios da Amazônia e impulsionar o desenvolvimento sustentável por meio do cooperativismo. É com esse propósito que nasceu o Projeto Ali Coop: Agentes Locais de Inovação para o Cooperativismo, iniciativa do Sebrae realizada em conjunto com o Sistema OCB Nacional e outros parceiros institucionais. O lançamento oficial ocorreu em 29 de outubro, em Porto Velho (RO), com a presença de lideranças do cooperativismo e representantes do poder público.
Voltado a cooperativas de pequeno porte formadas por agricultores familiares e comunidades extrativistas, o projeto adapta a metodologia consagrada do Programa Agentes Locais de Inovação (Ali Produtividade) ao universo cooperativista. O objetivo é fortalecer a gestão, aprimorar processos produtivos e ampliar o acesso a mercados em cadeias estratégicas da
sociobiodiversidade, como babaçu, castanha-do-Brasil, açaí e cupuaçu.
O piloto do projeto será realizado em 2026, beneficiando 27 cooperativas nos estados do Pará, Rondônia e Maranhão. A proposta integra a agenda nacional de sustentabilidade e inovação, além de dialogar com a visão de uma economia do futuro: mais inclusiva, verde e baseada na cooperação. “Essa ação reforça o papel do Sistema OCB como articulador de iniciativas que unem inovação, sustentabilidade e inclusão produtiva. Ao capacitar agentes e apoiar cooperativas nos territórios brasileiros, estamos investindo na autonomia de comunidades que transformam seus territórios por meio da cooperação”, destaca Dayana Rodrigues, analista do Sistema OCB.
Ainda segundo ela, o modelo de negócios cooperativista possui particularidades que precisam ser consideradas no momento do desenvolvimento dos negócios. “O Sistema OCB possui o papel essencial para apoiar na construção deste conhecimento”, acrescentou. A atuação dos ALIs terá duração de 12 meses, com diagnósticos participativos e construção de soluções inovadoras adaptadas à realidade de cada cooperativa atendida.
Capacitação
A entidade nacional teve participação ativa na fase de capacitação dos nove Agentes Locais de Inovação (ALIs) e três coordenadores que atuarão nos três estados e contribuiu com formações sobre o modelo de negócios cooperativista, profissionalização da gestão, boas práticas e cases de sucesso de cooperativas acompanhadas pelo movimento.
As atividades, realizadas ao longo de outubro, combinaram etapas a distância e presenciais, bem como a realização de uma semana de imersão em Porto Velho (RO), entre os dias 27 e 31. Durante os encontros, foram apresentadas experiências inspiradoras de cooperativas ligadas à agricultura familiar, ao extrativismo e ao artesanato, que vêm se destacando por sua capacidade de inovar, gerar renda e fortalecer laços comunitários.
Encerrando a programação de lançamento, os parceiros realizaram, no dia 30 de outubro, uma visita técnica à Cooperativa Reca, localizada em Nova Califórnia (RO). Referência em sustentabilidade, agrofloresta e desenvolvimento comunitário, a Reca é um exemplo prático de como cooperação e inovação caminham juntas na construção de modelos produtivos que respeitam o meio ambiente e fortalecem a economia local.
O Sistema OCB seguirá acompanhando a execução do projeto, contribuindo com o compartilhamento de metodologias, indicadores e boas práticas para ampliar o alcance da inovação no cooperativismo amazônico.
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Palestra abordou importância das PAEs na disseminação da agenda de sustentabilidade e na atuação territorial das cooperativas
O propósito e a intencionalidade foram os focos das discussões do Encontro de Pessoas de Apoio Estratégico (PAEs) do Sicoob Nova Central, realizado na última quinta-feira (30), em Goiânia (GO). O evento reuniu representantes das 31 cooperativas filiadas à Central, com o objetivo de fortalecer o papel das PAEs como agentes de transformação nas comunidades em que as cooperativas estão inseridas.
Débora Ingrisano, gerente de Desenvolvimento de Cooperativas do Sistema OCB, foi convidada para apresentar a palestra Do papel ao propósito: a intencionalidade da PAE e seu poder de transformação, que abordou a importância de integrar a sustentabilidade à estratégia das cooperativas.
Durante sua fala, Débora mostrou como a preocupação com o desenvolvimento sustentável das organizações é discutida desde a década de 1970 e se fortaleceu nos anos 1990 com a evolução dos modelos de planejamento estratégico. Ela destacou que o cooperativismo, desde suas origens em 1844, já nasce orientado por uma lógica que equilibra o econômico e o social, muito antes de conceitos modernos como ESG ou planejamento estratégico ganharem espaço.
“Nosso modelo de negócios é, por princípios, valores e amparo legal, sustentável. Ele une resultado econômico e impacto social. Agora, com a potencialização da pauta ESG, em que as organziações devem comprovar sua performance, podemos mostrar com indicadores qualificados e globais, o que fazemos desde nossa origem”, explicou.
Débora ressaltou ainda que as Pessoas de Apoio Estratégico desempenham um papel essencial dentro do Sicoob, pois são responsáveis não apenas por operacionalizar os projetos de cidadania e responsabilidade social, mas também por integrar a sustentabilidade nas demais áreas das cooperativas.
“A sustentabilidade precisa estar presente em todas as frentes, no crédito, nas finanças, nas pessoas, na contabilidade. Cada PAE é peça-chave nesse processo, pois atua na base, garantindo que a estratégia sistêmica se traduza em ações concretas nos territórios”, afirmou.
A palestra também reforçou a importância da integração da agenda de sustentabilidade ao mapa estratégico das cooperativas, para que ela deixe de ser uma ação isolada e passe a permear toda a atuação institucional. “Quando essa integração acontece, fortalecemos não só a cooperativa, mas todo o território em que ela está inserida, promovendo um verdadeiro desenvolvimento territorial sustentável”, concluiu Débora.
O Encontro de Pessoas de Apoio Estratégico (PAEs) é uma iniciativa do Sicoob Nova Central, que busca inspirar, capacitar e alinhar seus colaboradores em torno dos propósitos do cooperativismo e da sustentabilidade.
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Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Social lança Contrato por uma Nova Economia Global
O encerramento do Ano Internacional das Cooperativas (AIC 2025), celebrado nesta terça-feira (04) em Doha (Catar), durante a Segunda Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Social (WSSD2), marcou um capítulo histórico para o cooperativismo global. Além da cerimônia, promovida pela Aliança Cooperativa Internacional (ACI), o lançamento do Contrato por uma Nova Economia Global e da plataforma Cooperatives and Mutuals 50 (CM50), foram momentos que também destacaram o coop nesta semana.
Fabíola Nader Motta, gerente-geral da OCB, participou das atividades e destacou a relevância do momento. “O encerramento do Ano Internacional das Cooperativas é, ao mesmo tempo, um ponto de chegada e de partida. Chegada, porque consolidamos o reconhecimento do cooperativismo como força transformadora em escala global; e partida, porque a partir de agora o mundo espera de nós mais ação, mais inovação e mais cooperação efetiva”, afirmou.
Um marco global de cooperação
A cerimônia de encerramento integrou a programação oficial da Cúpula Mundial e reuniu chefes de Estado, ministros e
lideranças cooperativas dos cinco continentes. Entre os destaques, estiveram os discursos do presidente da ACI, Ariel Guarco, e de autoridades de países como Indonésia, Quênia, Chile, Marrocos e Zimbábue.
Também foram lançados a edição especial do World Cooperative Monitor dedicada ao AIC 2025 e a nova Estratégia Global da ACI 2026–2030: Praticar, Promover e Proteger, que estabelece metas e prioridades para consolidar o cooperativismo como pilar da economia social mundial.
O CM50 e o Contrato por uma Nova Economia Global
Formado pelas 50 maiores cooperativas e mútuas do planeta, o CM50 é uma aliança estratégica para dar escala, visibilidade e influência ao modelo cooperativo. Juntas, essas organizações representam centenas de milhões de membros e empregam milhões de pessoas em todos os continentes.
Inspirado pela energia do AIC 2025, o grupo apresentou o Contrato por uma Nova Economia Global, documento que propõe um novo pacto social e econômico. O texto convida governos, instituições multilaterais e a sociedade civil a reconhecer as cooperativas como parceiras essenciais na implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
A iniciativa é estruturada em cinco eixos estratégicos:
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Reconhecimento do modelo cooperativo nos planos nacionais e multilaterais de desenvolvimento;
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Acesso a financiamento sustentável e instrumentos de investimento inclusivos;
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Ambientes regulatórios favoráveis à inovação e à digitalização cooperativa;
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Fortalecimento da identidade e da governança cooperativa;
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Consolidação das cooperativas como catalisadoras dos ODS.
Para Fabíola, a aliança possui valor inestimável para o cooperativismo. “O CM50 representa uma nova forma de liderança global: colaborativa, comprometida e guiada por propósito. O Brasil faz parte desse movimento e está pronto para contribuir com soluções em sustentabilidade, segurança alimentar e inclusão produtiva”, destacou.
Plano de Ação 2026–2030: o legado do AIC
O Plano de Ação CM50 2026–2030 traduz as metas do Contrato Global em iniciativas concretas para os próximos cinco anos. O roteiro inclui projetos voltados à resiliência comunitária, inclusão financeira, digitalização democrática e formação de novas lideranças, com foco especial em jovens e mulheres.
Entre as iniciativas, estão o Fundo de Ação Cooperativa, a criação da plataforma digital Coop Cloud e o desenvolvimento de um MBA Global em Governança e Liderança Cooperativa. Esses programas serão acompanhados por uma Cúpula Global Anual, na qual serão avaliados os avanços e lançadas novas metas de impacto.
O documento também reforça o papel das cooperativas na reconstrução econômica pós-crises, no combate à desigualdade e na defesa da soberania alimentar e climática. Até 2030, o CM50 pretende ampliar sua adesão para mais de 120 membros.
“O cooperativismo brasileiro se orgulha de participar dessa construção coletiva. O encerramento do Ano Internacional deixa um legado de esperança e compromisso: mostrar que o mundo pode prosperar pela via da cooperação”, finalizou Fabíola.
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Movimento destaca que cooperativas já garantem participação plena dos associados
Durante audiência pública na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado Federal, nesta terça-feira (4), a o Sistema OCB defendeu a exclusão expressa das cooperativas do Projeto de Lei (PL) 1.915/19, que propõe incluir na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) a presença de representantes dos empregados na administração de empresas com mais de 500 trabalhadores.
A reunião atendeu a requerimento do senador Zequinha Marinho (PA), integrante da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), e teve como objetivo instruir a análise da proposta, relatada pelo senador Fabiano Contarato (ES). O projeto é de autoria do senador Jaques Wagner (BA).
“O tema é de extrema importância para o desenvolvimento e a manutenção do equilíbrio socioeconômico do Brasil. No entanto, trata-se de um assunto delicado, que deve ser amplamente debatido”, afirmou o senador Zequinha Marinho. Segundo ele, “a presença de representantes de empregados na gestão das empresas pode gerar custos adicionais e eventuais conflitos de interesse, além de tornar mais lento o processo decisório em grandes companhias”.
Bruno Vasconcelos, coordenador de Relações Trabalhistas e Sindicais da Confederação Nacional das Cooperativas (CNCoop) braço sindical do Sistema OCB, apresentou a posição oficial do cooperativismo e destacou que o modelo associativo das cooperativas é incompatível com as obrigações previstas na proposta. “Nas cooperativas, cada associado tem voz e voto iguais. O poder de decisão é coletivo e exercido em assembleia geral. Inserir mecanismos externos de representação trabalhista violaria o princípio da autogestão e criaria uma figura paralela e incompatível com a estrutura democrática do cooperativismo”, afirmou.
O coordenador lembrou que as cooperativas são regidas pela Lei 5.764/1971 e constituem sociedades civis de pessoas, sem fins lucrativos, baseadas em autonomia, gestão democrática e adesão voluntária. Diferentemente das empresas mercantis, as cooperativas não distribuem lucros, mas sobras aos cooperados, e a governança é exercida de forma direta e igualitária. “O cooperativismo não é uma relação de emprego, mas uma relação de associação. O cooperado participa da gestão, das decisões e dos resultados da cooperativa — é, ao mesmo tempo, dono e usuário do negócio. Essa é a essência da autogestão cooperativista”, explicou.
Economia nacional
O Sistema OCB representa mais de 4 mil cooperativas e 25 milhões de cooperados em todo o Brasil. O setor movimentou R$ 757,9 bilhões em 2024 e responde por 53% da produção de grãos, 38% do mercado de saúde suplementar e 25% da capacidade de armazenamento nacional, além de empregar diretamente cerca de 570 mil pessoas. A entidade atua junto aos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário na defesa dos interesses do cooperativismo, promovendo integração entre federações e sindicatos, além de oferecer soluções de governança, sustentabilidade, inovação e capacitação.
Durante sua fala, Bruno citou exemplos internacionais que reforçam a diferença entre empresas tradicionais e cooperativas. Na Alemanha, segundo ele, a Lei de Codeterminação (Mitbestimmungsgesetz) — que obriga a presença de representantes de empregados nos conselhos de administração, não se aplica às cooperativas, que são regidas por legislação específica desde 1889. “Já na França, a Lei Florange (2014) impõe a mesma exigência às grandes empresas, mas exclui expressamente as cooperativas, reconhecendo o caráter democrático e participativo de sua governança interna”, argumentou.
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Movimento fortalece sustentabilidade, combate a ilegalidade e desenvolvimento regional do setor
O cooperativismo mineral esteve em destaque nas discussões sobre sustentabilidade, legalidade e inclusão produtiva durante dois dos principais eventos do setor realizados pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram): a Exposibram 2025 e a Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias, ambos realizados em Salvador (BA), entre os dias 27 e 30 de outubro.
Como representante do Sistema OCB, a analista Letícia Monteiro participou do Fórum de Entidades do Setor Mineral, que abriu a programação da Exposibram. O encontro reuniu lideranças e entidades representativas para discutir o papel estratégico da mineração na economia global e o fortalecimento da Agência Nacional de Mineração (ANM), do Serviço Geológico do Brasil (SGB) e do Centro de Tecnologia Mineral (Cetem).
Segundo Letícia, a presença do cooperativismo no debate foi fundamental para a construção de políticas públicas mais inclusivas e sustentáveis. “As cooperativas minerais têm papel essencial na formalização, geração de renda e promoção da sustentabilidade, especialmente em regiões onde a mineração é uma das principais fontes de trabalho e inclusão produtiva. É importante que elas estejam contempladas nas políticas e programas voltados ao desenvolvimento do setor”, afirmou.
Ela destacou ainda que o Sistema OCB tem acompanhado de perto as discussões sobre o futuro da mineração no Brasil e defende a valorização das cooperativas como agentes de transformação e inovação. “Seguimos atuando para que as cooperativas tenham voz ativa na formulação de uma política mineral mais sustentável e alinhada aos princípios do cooperativismo”, acrescentou.
A Exposibram 2025 contou também com debates sobre o papel da mineração na geopolítica internacional, competitividade da indústria e desafios para o avanço tecnológico sustentável. A defesa do fortalecimento institucional da ANM e de outros órgãos estratégicos foi consenso entre as entidades participantes, que reforçaram a importância de unir esforços para aprimorar a
estrutura regulatória e técnica do setor.
Amazônia
Na mesma semana, o coordenador nacional do Cooperativismo Mineral da OCB e presidente da Federação das Cooperativas de Mineração do Estado de Mato Grosso (Fecomin), Gilson Gomes Camboim, representou o cooperativismo na Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias, também promovida pelo Ibram. Ele foi um dos painelistas no debate Diálogos: os desafios do avanço da mineração ilegal na Amazônia, que discutiu os impactos da atividade ilegal sobre a mineração regular e as estratégias para promover a legalidade e a sustentabilidade na região.
Gilson destacou os desafios enfrentados pelas cooperativas que atuam dentro da lei e defendeu políticas de incentivo e capacitação para quem segue as boas práticas do setor. “A mineração ilegal gera concorrência desleal, porque cria regras e pressões sobre quem trabalha corretamente, enquanto quem está na ilegalidade ignora as normas. Isso afeta a imagem do setor e dificulta o acesso a crédito”, explicou.
Ele também ressaltou o esforço das cooperativas em aprimorar seus processos produtivos e ambientais. “As cooperativas têm se dedicado cada vez mais à rastreabilidade e à eliminação do uso de mercúrio, não apenas para atender aos protocolos legais, mas para tornar suas atividades mais sustentáveis e diferenciadas da ilegalidade”, completou.
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Painéis vão apresentar soluções que unem desenvolvimento econômico, inclusão e preservação
O cooperativismo brasileiro chega à COP30, em Belém (PA), com uma presença expressiva entre os representantes do setor produtivo nacional. De 10 a 21 de novembro, o Sistema OCB e cooperativas de diferentes ramos participam de mais de 30 painéis e eventos oficiais, distribuídos em espaços como a Blue Zone, Green Zone, Agri Zone e Casa do Seguro.
De acordo com o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, o momento é de mostrar ao mundo o potencial transformador do modelo de negócios. “As cooperativas brasileiras já são protagonistas da agenda climática. Elas representam o elo entre a economia real e os compromissos globais, levando inovação, sustentabilidade e inclusão a quem está na base produtiva”, afirma.
Os temas em destaque na programação incluem adaptação e mitigação, bioeconomia, financiamento verde, transição energética justa, agricultura de baixo carbono, segurança alimentar e inclusão produtiva. Cada painel pretende evidenciar que o cooperativismo é um caminho estratégico para fortalecer a sustentabilidade e viabilizar a implementação eficaz da agenda climática, como pregoniza a agenda da COP30..
Durante a conferência, o movimento também celebrará o reconhecimento da ONU ao Ano Internacional das Cooperativas, em um evento simbólico que tem como objetivo reforçar o protagonismo global do movimento.
Além dos debates, a presença cooperativista se estenderá a estandes e exposições com a apresentação de produtos e projetos de cooperativas de diversas regiões do país. O público poderá conhecer iniciativas voltadas à bioeconomia, à produção sustentável e à valorização da cultura local, com oficinas, degustações e experiências imersivas que mostram a força do modelo em diferentes territórios.
Para o presidente Márcio, a participação na COP30 é também uma oportunidade de reafirmar o compromisso do movimento com o planeta e com as pessoas. “O cooperativismo é, por essência, uma resposta prática à crise climática. Ao unir pessoas em torno de um propósito comum, comprovamos que é possível crescer cuidando do planeta e das comunidades”, conclui.
Confira a programação completa da participação do cooperativismo na COP30 no site oficial do Sistema OCB sobre o evento: https://somoscooperativismo.coop.br/cop30.
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Evento desafiou colaboradores do Sistema OCB a criarem soluções arrojadas e criativas
O espírito inovador tomou conta de Goiânia nos dias 30 e 31 de outubro, durante o Ideathon do Coopsparty 2025. A iniciativa, realizada dentro da Arena InovaCoop, reuniu 28 colaboradores de 16 estados do país para uma imersão criativa que teve como objetivo propor soluções inovadoras para desafios reais enfrentados pelas cooperativas brasileiras.
Ao longo de dois dias intensos, os participantes foram divididos em seis grupos e vivenciaram todas as etapas de uma jornada de inovação: imersão, ideação, prototipação e apresentação de pitches. Cada equipe trabalhou em um dos quatro desafios
propostos, que abordaram temas estratégicos para o futuro do cooperativismo, como negócios, capacitação, inovação e dados, e ESG.
A dinâmica foi pensada para estimular a colaboração entre profissionais de diferentes regiões e áreas de atuação do Sistema OCB. “O ideathon é uma oportunidade de experimentar, aprender e cocriar. Essa troca entre colaboradores de todo o país é o que realmente gera valor para o sistema cooperativista”, destacou Guilherme Souza Costa, gerente do Núcleo de Inteligência e Inovação do Sistema OCB.
Durante o primeiro dia, os participantes mergulharam nos desafios, identificando dores e oportunidades. No segundo, dedicaram-se à fase de prototipação e preparação para o pitch final, momento em que defenderam suas ideias para uma banca avaliadora composta por especialistas em inovação e cooperativismo.
Ao fim da maratona, três grupos foram selecionados para seguir aprimorando suas propostas com o apoio do Sistema OCB. Super Inova, Fratura Criativa e Picaçaí foram reconhecidos pelo destaque, pela criatividade e pelo alinhamento das ideias aos valores do cooperativismo. As equipes apresentaram soluções com potencial de impacto e aplicabilidade nas cooperativas.
Dessas 3, a equipe vencedora ganhará uma viagem para o Web Summit, um dos maiores eventos de tecnologia e inovação do mundo, como reconhecimento pelo trabalho desenvolvido.
Representando todas as regiões do país, o ideathon contou com participantes dos estados do Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins.
O Coopsparty é um espaço de experimentação, aprendizado e integração entre os colaboradores do cooperativismo, que aponta novos caminhos para o fortalecimento da inovação no Sistema OCB e nas cooperativas de todo o país.
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Evento da Fenasbac celebra cooperativas de crédito que inspiram o futuro com inovação e propósito
O cooperativismo de crédito esteve em destaque nesta quinta-feira (30), durante o evento Recip 2025: Reconhecimento Inovação com Propósito, promovido pela Fenasbac, com apoio do Banco Central do Brasil e do Sistema OCB. A gerente-geral da OCB, Fabíola Nader Motta, representou a instituição no encontro, que celebrou as cooperativas de crédito mais inovadoras do país e debateu o papel transformador do cooperativismo na economia e na sociedade.
O evento é considerado o ponto alto da jornada anual do Recip e reúne lideranças do segmento, especialistas em inovação e representantes de instituições parceiras. A programação trouxe reflexões sobre o futuro do crédito, sustentabilidade, biomas brasileiros e o protagonismo da juventude no cooperativismo.
Na abertura, participaram Ailton de Aquino, diretor do Banco Central, e Paulo Stein, presidente da Fenasbac. Em seguida, o painel 60 anos do BC – sua história com o cooperativismo de crédito e uma visão de futuro destacou a contribuição do sistema cooperativo para o desenvolvimento financeiro do país.
Entre os destaques da programação estiveram as palestras Guardiões do futuro – Cooperativismo, biomas e sociobiodiversidade e Do Crédito Tradicional ao Crédito Climático: uma ferramenta para impacto. O público também acompanhou reconhecimentos nas categorias de inovação colaborativa, desenvolvimento de capacidades e finanças verdes, além da entrega dos Prêmios Globais Recip 2025.
Nesta edição, 25 cooperativas se destacaram como finalistas do Recip 2025, representando os sistemas Ailos, Sicoob, Sicredi e Unicred. As finalistas foram:
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Ailos Viacredi
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Ailos Viacredi Alto Vale
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Ailos Transpocred
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Ailos Evolua e Ailos Civia
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Sicoob Credcooper
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Sicoob Coopemata
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Sicoob Credicitrus
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Sicoob Integrado
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Sicoob Credinacional
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Sicoob São Miguel (SC/PR/RS)
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Sicoob Credicampo
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Sicoob Credirochas
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Sicoob Credimata
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Sicredi Conexão
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Sicredi Sudoeste MT/PA
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Sicredi Sul Minas RS/MG
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Sicredi Ouro Verde MT
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Sicredi União RS/ES
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Sicredi Parque das Araucárias
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Sicredi União MS/TO Oeste da Bahia
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Sicredi Evolução
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Sicredi Cerrado GO
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Sicredi Grandes Rios MT/PA/AM
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Unicred Vale
Avaliação
As cooperativas foram avaliadas com base em cinco dimensões da inovação com propósito — Participativa, Colaborativa, Desenvolvimento de Capacidades, Finanças Verdes e ESG.
Para Fabíola, a participação do Sistema OCB reforça o compromisso do cooperativismo brasileiro com a inovação de impacto e a sustentabilidade. “O Recip é um movimento que conecta propósito, tecnologia e colaboração. Ver tantas cooperativas sendo reconhecidas por iniciativas que melhoram a vida das pessoas e fortalecem suas comunidades mostra que o futuro do sistema financeiro é, sem dúvida, mais cooperativo e inovador”, destacou.
Encerrando o evento, a palestra Do digital ao regenerativo – Como a juventude redesenha o cooperativismo trouxe uma visão inspiradora sobre o papel das novas gerações na transformação do setor.
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Imersão explorou inovação, regulação e novas oportunidades de negócios no setor elétrico
Entre os dias 17 e 25 de outubro, uma comitiva formada por representantes de oito cooperativas do Rio Grande do Sul, do
Sistema OCB, da Federação das Cooperativas de Infraestrutura do Rio Grande do Sul (Fecoergs) e do Sistema Ocergs, participou de missão técnica aos Estados Unidos, voltada à troca de experiências sobre regulação, inovação e desafios do setor elétrico.
A iniciativa, promovida pelo Sistema Ocergs, por meio do InovaCoopRS, contou com o apoio do Sistema OCB, que atuou na interlocução internacional junto às instituições norte-americanas. O objetivo foi aproximar as cooperativas brasileiras das principais referências em energia, telecomunicações e financiamento cooperativo.
Aprendizado e benchmarking internacional
Durante os dez dias de imersão, o grupo visitou importantes entidades dos Estados Unidos, como a National Rural Electric Cooperative Association (NRECA), principal instituição de representação das cooperativas de energia norte-americanas; a Comissão Federal de Regulação de Energia (FERC); a Cooperative Finance Corporation (CFC); a cooperativa Touchstone energy; a Old Dominion Electric Cooperative (ODEC), além da National Cooperative Business Association (NCBA CLUSA) e da National Telecommunications Cooperative Association (NTCA). 
As visitas proporcionaram um panorama detalhado sobre o funcionamento do setor elétrico americano e abordou temas como armazenamento de energia, expansão de data centers e geração intermitente por fontes solar e eólica, desafios também enfrentados pelas cooperativas brasileiras.
De acordo com Thayná Côrtes, analista da área de infraestrutura do Sistema OCB, a missão foi uma oportunidade estratégica para estreitar laços e compreender as diferentes formas de organização do cooperativismo no exterior. “Identificamos que enfrentamos desafios muito semelhantes aos deles, mas que lá já existem iniciativas cooperativas consolidadas para superá-los, como organizações voltadas ao financiamento da expansão de banda larga e
mecanismos que agilizam o acesso a recursos para reconstrução de redes atingidas por eventos climáticos extremos”, destacou.
Desafios comuns, soluções compartilhadas
Segundo Thayná, apesar das diferenças entre os modelos de regulação (mais flexível nos Estados Unidos e mais restritivo no Brasil), os dilemas permanecem parecidos. “O setor elétrico americano é menos regulado, o que traz mais autonomia, mas também mais riscos. Mesmo assim, as questões que enfrentamos são as mesmas: armazenamento de energia, integração de fontes renováveis e crescimento da demanda por conectividade. Essa troca internacional é fundamental para pensarmos soluções adaptadas à nossa
realidade”, complementou.
Além das agendas técnicas, os participantes puderam observar como as mais de 900 cooperativas americanas têm atuado de forma articulada para atender comunidades rurais com energia, internet e serviços complementares.
O engenheiro eletricista da Fecoergs, Luís Osório Dornelles, ressaltou que o aprendizado coletivo fortalece o setor. “Percebemos que temos muitos desafios em comum, especialmente nas áreas de financiamento, energia e conectividade, e que lá já existem soluções cooperativas interessantes para enfrentá-los. Essa experiência mostrou que, quando cooperamos, conseguimos superar obstáculos e crescer juntos”, afirmou.
Integração e visão de futuro
A missão também possibilitou que as cooperativas brasileiras observassem alternativas de armazenamento energético e estratégias de infraestrutura para data centers, setores em expansão e de alto consumo de energia. “Essa viagem foi muito importante para nós, como cooperativas e como Sistema OCB, pois reforçou o valor do que fazemos e a importância de estarmos alinhados com as discussões estratégicas do setor”, concluiu Thayná.
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Evento reúne lideranças e especialistas para discutir inovação e futuro sustentável do movimento
O Sistema OCB participou do CoopsParty Summit 2025, que acontece entre os dias 29 de outubro e 1º de novembro, em Goiânia (GO). O evento reúne cooperados, dirigentes, empreendedores, professores, investidores e especialistas em inovação para debater as principais tendências em processos produtivos e o papel das cooperativas na construção de um futuro mais sustentável e inclusivo.
A superintendente Tania Zanella apresentou a palestra Atuação do Sistema OCB no Ano Internacional das Cooperativas, em que destacou o impacto econômico e social do movimento no Brasil e no mundo. “As cooperativas constroem um mundo melhor, e pela segunda vez, a ONU também reconhece esse papel. O cooperativismo é parte essencial das transformações necessárias para uma economia mais justa e colaborativa”, afirmou.
Durante sua fala, Tania apresentou números que reforçam a relevância do setor. Globalmente, são 3 milhões de cooperativas, com 1 bilhão de cooperados — cerca de 12% da população mundial — e 280 milhões de empregos gerados. No Brasil, o movimento reúne mais de 25 milhões de cooperados, é responsável por 53% da produção de grãos e responde por 33% do mercado de saúde suplementar, além de movimentar 450
milhões de toneladas de cargas por ano e gerar impacto de R$ 462,4 bilhões no PIB nacional.
A superintendente também apresentou o portfólio de soluções do Sistema OCB, desenvolvido para fortalecer a competitividade das cooperativas e ampliar sua atuação em sustentabilidade, governança, inovação e ESG. Segundo ela, o Ano Internacional das Cooperativas representa uma oportunidade histórica de ampliar a visibilidade do movimento e atrair novos públicos, especialmente de jovens e empreendedores. “O cooperativismo é uma força transformadora, com potencial para inspirar políticas públicas, despertar o interesse da imprensa e influenciar a escolha de consumo das pessoas. É um modelo econômico que já deu certo e que aponta o caminho para o futuro”, destacou.
O CoopsParty 2025 é um espaço de troca de experiências e de conexão entre quem acredita na inovação com propósito. Ao longo dos painéis, temas como tecnologia, empreendedorismo social, sustentabilidade e negócios de impacto mostraram como o cooperativismo está à frente das transformações que moldam a nova economia. O evento também destacou a importância da colaboração entre cooperativas, startups, universidades e investidores para acelerar soluções que gerem valor compartilhado e fortaleçam o desenvolvimento local.
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Panorama do movimento, representação institucional e dados do Ramo Crédito foram destaques
O Sistema OCB recebeu, nesta terça-feira (28), representantes do Sicoob Crediminas para mais uma edição do Programa Portas Abertas, iniciativa que tem como objetivo aproximar a Casa do Cooperativismo nacional das cooperativas brasileiras e
fortalecer o entendimento sobre o papel da entidade na representação, defesa e promoção do modelo de negócios no país.
A comitiva foi recebida pela superintendente do Sistema OCB, Tania Zanella, que destacou a importância da integração entre os diferentes ramos e níveis do cooperativismo. “Cada edição do Portas Abertas é uma oportunidade de mostrar o quanto o cooperativismo brasileiro é diverso e forte. Quando uma cooperativa vem até nós, não vem apenas conhecer o Sistema OCB, vem reafirmar o compromisso de construir um movimento ainda mais unido, inovador e sustentável”, afirmou.
A programação começou com a apresentação institucional conduzida por Fabíola Nader Motta, gerente-geral da OCB. Ela destacou o papel da entidade na interlocução com os
Três Poderes e reforçou a relevância do Ano Internacional das Cooperativas, proclamado pela ONU para 2025, como um marco de visibilidade e fortalecimento global do modelo cooperativista. “Vivemos um momento em que o mundo olha para o cooperativismo como uma resposta concreta a desafios econômicos, sociais e ambientais. O reconhecimento da ONU reforça algo que já sabemos: cooperar é o caminho para o desenvolvimento sustentável”, pontuou.
Fabíola também compartilhou dados do Anuário do Cooperativismo Brasileiro 2025, para mostrar a representatividade do movimento no país. São mais de 4 mil cooperativas, que reúnem 25,8 milhões de cooperados e geram quase 580 mil empregos diretos. “Esses números são o reflexo do trabalho conjunto entre cooperativas, organizações estaduais e o Sistema OCB, que juntos formam uma
rede sólida e comprometida com o crescimento coletivo”, acrescentou.
Em seguida, Feulga Reis, analista técnica institucional da entidade, conduziu uma apresentação sobre o Ramo Crédito. Ela abordou o panorama do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC), elaborado com base em dados do Banco Central do Brasil. O setor conta com 21,3 milhões de cooperados, 10.220 unidades de atendimento e 753 cooperativas singulares, que movimentam R$ 885,3 bilhões em ativos totais.
Feulga destacou o papel do crédito cooperativo na economia local, com impacto direto em renda, emprego e inclusão financeira. “O cooperativismo de crédito é um agente transformador. Ele leva desenvolvimento a municípios onde, muitas vezes, não há presença de outras instituições financeiras. Nosso modelo mostra que é possível fazer finanças com propósito e gerar prosperidade compartilhada”, ressaltou.
A analista também apresentou os temas estratégicos do Conselho Consultivo Nacional do Ramo Crédito (Ceco) para 2025, que incluem educação financeira, prevenção a fraudes, fortalecimento patrimonial e inovação tecnológica, com destaque para a participação ativa do ramo nas discussões sobre open finance e moeda digital (DREX).
Durante o encontro, os representantes do Sicoob Crediminas puderam ainda conhecer mais sobre as soluções e programas do Sistema OCB, como o ESGCoop, o Programa de Educação Política e as ações de representação institucional que fortalecem o ambiente de negócios das cooperativas em todo o país.
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Evento na FPA marcou entrega de documento que orientará contribuição brasileira na conferência
O Sistema OCB participou, nesta terça-feira (28), da reunião-almoço promovida pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que marcou a apresentação oficial das propostas do agro brasileiro para a COP30. O encontro contou com a presença do presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, e da superintendente do Sistema OCB e presidente do Instituto Pensar Agro (IPA), Tania Zanella, ao lado de lideranças do setor produtivo, parlamentares e representantes do governo federal.
O documento foi apresentado pelo ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, enviado especial para a agricultura na COP30, e reúne as principais contribuições do setor agropecuário brasileiro que devem integrar a posição do país nas negociações climáticas internacionais, durante o evento que será realizado de 10 a 21 de novembro, em Belém (PA).
A iniciativa foi coordenada pelo Fórum Brasileiro da Agricultura Tropical, com apoio do Instituto Pensar Agro (IPA), que reúne 59 entidades representativas da agropecuária nacional, incluindo o Sistema OCB. O objetivo foi consolidar uma proposta unificada e estratégica que reforce o papel da agricultura tropical como solução global para a segurança alimentar, a transição energética e o enfrentamento das mudanças climáticas.
Durante o evento, o ex-ministro Roberto Rodrigues destacou que o Brasil tem a oportunidade de liderar uma agenda climática positiva e baseada em resultados concretos. Segundo ele, o agro brasileiro é parte essencial da solução para o desafio global de produzir mais com menos impacto ambiental, conciliando conservação e crescimento econômico.
Compromisso
Representando o cooperativismo, Tania Zanella ressaltou que o documento apresentado reflete o amadurecimento da agenda de sustentabilidade do setor e o compromisso do movimento com a transição climática. “O cooperativismo reconhece esse documento como um retrato da força e da representatividade do nosso setor. É um material robusto, construído a muitas mãos, que reúne história, mas, sobretudo, propostas. E é isso que o agro quer: ocupar espaços, apresentar resultados e mostrar o que já faz há anos”, afirmou.
Tania também destacou o papel das cooperativas como agentes estratégicos da ação climática no campo. “As cooperativas têm mostrado, na prática, que é possível conciliar produção e preservação. Esse é um diferencial que o Brasil pode levar à COP30: um modelo que gera renda, conserva recursos naturais e promove desenvolvimento local”, acrescentou.
Para o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, a presença do Sistema OCB no processo de construção e defesa dessas propostas reforça o papel do cooperativismo como protagonista da sustentabilidade no campo. “O cooperativismo é parte essencial da solução climática brasileira, porque é capaz de gerar escala e garantir que o desenvolvimento chegue a quem produz, sem abrir mão da sustentabilidade”, afirmou.
Setor produtivo
Tania falou ainda sobre a importância do documento no contexto do IPA. “Estamos levando adiante um trabalho conjunto entre as 59 entidades representadas pelo IPA, com a meta de garantir que o posicionamento do setor produtivo e o dos parlamentares caminhem alinhados, não apenas durante a COP30, mas também no pós-evento, porque a agenda climática é permanente”, completou.
O documento Agricultura Tropical Sustentável propõe ações concretas em quatro eixos principais: o fortalecimento do financiamento climático; a valorização da ciência e da inovação tropical; o incentivo à bioeconomia e à agricultura regenerativa; e a ampliação do papel do Brasil nas negociações internacionais sobre clima e segurança alimentar.
